12.11.2021 Views

Edição de 25 de outubro de 2021

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

we<br />

mkt<br />

Greg Rakozy/Unsplash<br />

O futuro a<br />

Deus pertence...<br />

“A noite acen<strong>de</strong>u as estrelas porque<br />

tinha medo da própria escuridão”<br />

Mário Quintana<br />

Francisco alberto Madia <strong>de</strong> souza<br />

Lembram-se <strong>de</strong>ssa frase: “O futuro a<br />

Deus pertence”?<br />

os produtos apenas olhando: <strong>de</strong> perto e <strong>de</strong><br />

longe? Ou, “Provadores virtuais”. Socorro!<br />

Simulação <strong>de</strong> provadores no digital, um<br />

horror, mas ok.<br />

Valia tanto para os crentes como para<br />

os agnósticos. A partir <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado<br />

ponto, e diante das pessoas, empresas,<br />

organizações terem esgotado todas as possibilida<strong>de</strong>s,<br />

crentes entregam a Deus, e os<br />

agnósticos à sorte e à fortuna. E aí veio a<br />

pan<strong>de</strong>mia. Superado o pior momento, todos<br />

os dias em todas as publicações supostos<br />

especialistas que se sentem à vonta<strong>de</strong><br />

para dizer como será o futuro.<br />

Sobre alguns comportamentos e manifestações<br />

é possível formular-se hipóteses.<br />

Sobre todos os <strong>de</strong>mais, especulações precárias,<br />

pretenciosas, arrogantes e, acima <strong>de</strong><br />

tudo, burras. Que ninguém conclua o que<br />

quer que seja por enquanto.<br />

Todos os novos comportamentos e manifestações<br />

<strong>de</strong>correntes da crise precisarão<br />

<strong>de</strong> um ou dois anos, para conferirmos<br />

se vieram pra ficar, ou são apenas resíduos<br />

que o tempo elimina. Só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> superada<br />

<strong>de</strong>finitivamente a crise, para comprovarem-se<br />

suas eventuais e possíveis consistências.<br />

Se vieram para ficar, ou foram<br />

apenas brisas <strong>de</strong> verão, ou soluços <strong>de</strong> uma<br />

cruel pan<strong>de</strong>mia.<br />

Mas, <strong>de</strong>socupados <strong>de</strong> todo o gênero <strong>de</strong>senvolvem<br />

as teorias mais irrelevantes<br />

possíveis, e <strong>de</strong>sprovidas <strong>de</strong> qualquer grau<br />

<strong>de</strong> consistência. Tipo, por <strong>de</strong>corrência e do<br />

que afirmam com a convicção dos medíocres,<br />

a morte dos carrinhos dos supermercados...<br />

No último fim <strong>de</strong> semana, li as tais das<br />

Novas Certezas sobre tudo e todos. Coisas<br />

do tipo: “Novos produtos sem toque é o<br />

must daqui para frente...”. Meu Deus, tudo<br />

o que queremos e fazemos naturalmente<br />

é tocar, pegar nas coisas, nas pessoas, na<br />

vida, e agora teremos <strong>de</strong> comprar todos<br />

Nas lojas, qual o sentido <strong>de</strong> se ir a uma loja<br />

se não po<strong>de</strong> tocar o produto, provar o sapato<br />

ou o vestido, sentir o cheiro do perfume...<br />

Nessa linha patética <strong>de</strong> raciocínio, muito<br />

brevemente, essas mesmas pessoas que preveem<br />

e advogam essa estupi<strong>de</strong>z nos recomendarão<br />

visitar os restaurantes apenas para<br />

olhar as comidas, e irmos aos supermercados<br />

só para matar a sauda<strong>de</strong> dos tempos em<br />

que víamos, mas podíamos pegar e colocar<br />

no carrinho os produtos das gôndolas.<br />

“O fim dos carrinhos!” Ou, e ainda, que<br />

“Lojas vão se converter em minicentros ou<br />

terminais <strong>de</strong> distribuição”. Esquece, provisoriamente,<br />

diante da fragilida<strong>de</strong> dos<br />

Correios, as lojas aproveitam algum espaço<br />

vazio para quebrar esse galho, mas, quem<br />

comprar a distância, vai querer receber<br />

seus produtos em casa, e quem comprar<br />

presencialmente, compra e leva consigo na<br />

sacola ou sacos, ou recebe em casa dias <strong>de</strong>pois<br />

como são nas compras <strong>de</strong> uma gela<strong>de</strong>ira,<br />

fogão, televisores e assemelhados. Loja<br />

é loja, e terminais <strong>de</strong> entrega são serviços<br />

completamente diferentes e antagônicos.<br />

Ou, “agora as pessoas vão trabalhar nas<br />

lojas...”, parece que não ouvi ou li direito...<br />

É isso mesmo, está em matéria no Estadão,<br />

“Além <strong>de</strong> oferecer a oportunida<strong>de</strong> para o<br />

consumidor experimentar produtos, a loja<br />

física também po<strong>de</strong> ser um local para o<br />

cliente ter acesso a serviços, como conserto<br />

<strong>de</strong> bicicleta, ou espaço <strong>de</strong> trabalho com<br />

internet ultrarrápida disponível...”. Talvez<br />

fosse melhor trabalhar nas árvores, nos galhos<br />

mais altos... E <strong>de</strong> lá se atirar, matando-<br />

-se, por uma vida tão inútil e absurda...<br />

Sem comentários. Pior que a pan<strong>de</strong>mia<br />

da Covid-19 é a pan<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> estultices e ignorância<br />

para a qual nem existe e nada se<br />

faz para uma vacina urgente. Para ontem.<br />

Francisco Alberto Madia <strong>de</strong> Souza<br />

é consultor <strong>de</strong> marketing<br />

famadia@madiamm.com.br<br />

14 <strong>25</strong> <strong>de</strong> <strong>outubro</strong> <strong>de</strong> <strong>2021</strong> - jornal propmark

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!