Heranca-Espiritual-Judaica
Sao 45 breves narrativas, sobre judaismo, viagens, Memórias Familiares, algumas semi-ficcionais. A obra perpassa 6 Milenios de Herança Espiritual Judaica e 5 séculos de Brasilidade em 45 breves textos, como A Sinagoga Que Os Nazistas Não Conseguiram Queimar, Amazônia Judaica e a Redenção da Floresta, De Volta a Toledo, Portões de Buchenwald, General David Shaltiel – 1º. Embaixador, Memórias de Uma Hupá, O Judeu Que Salvou um Porta-Aviões, Paris Está Em Chamas ?, Recife Judaica da Sinagoga e do Galo da Madrugada, Shaindale – A Última Imigrante, Sou o Teu D_us ... Em Santa Maria da Boca do Monte…, Ter Um Vizinho Judeu, Terror Nazista Nos Mares Brasileiros, Tragédia Judaica: Os Poetas Que Stalin Mandou Fuzilar, Olhar Brasileiro Sobre a Amsterdam Judaica, Universidade de Teerã Descobre a Cura do Câncer, Yehiel da Lusitânia – O Judeu que Recebeu a Bênção do Céu e outros.
Sao 45 breves narrativas, sobre judaismo, viagens, Memórias Familiares, algumas semi-ficcionais. A obra perpassa 6 Milenios de Herança Espiritual Judaica e 5 séculos de Brasilidade em 45 breves textos, como A Sinagoga Que Os Nazistas Não Conseguiram Queimar, Amazônia Judaica e a Redenção da Floresta, De Volta a Toledo, Portões de Buchenwald, General David Shaltiel – 1º. Embaixador, Memórias de Uma Hupá, O Judeu Que Salvou um Porta-Aviões, Paris Está Em Chamas ?, Recife Judaica da Sinagoga e do Galo da Madrugada, Shaindale – A Última Imigrante, Sou o Teu D_us ... Em Santa Maria da Boca do Monte…, Ter Um Vizinho Judeu, Terror Nazista Nos Mares Brasileiros, Tragédia Judaica: Os Poetas Que Stalin Mandou Fuzilar, Olhar Brasileiro Sobre a Amsterdam Judaica, Universidade de Teerã Descobre a Cura do Câncer, Yehiel da Lusitânia – O Judeu que Recebeu a Bênção do Céu e outros.
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Urbana Argentina. Em 2009 publicou, em hebraico, o livro Marguerita Serfaty, a Amante
Judia de Musolini.
Assim prossegue o tempo em sua caminhada inexorável, trazendo mais gente e deixando
gente para trás.
Ainda estão para serem escritas fantásticas histórias, de cidades onde floresceu a alma
judaica. De Tanger à Varsóvia, de Moscou a Istambul, cujos descendentes se contam aos
milhões. São as sementes transplantadas além-mar desde antigas e frondosas árvores, que
vicejaram em remotas paragens. Agora, aqui no Brasil e ali na Argentina, são tão brasileiras
quanto qualquer brasileiro, e certamente tão argentinas quanto qualquer argentino.
MEMÓRIAS DE UMA HUPÁ
Sou uma antiga hupá [29]. Durante décadas, à minha sombra, se realizaram tantos
casamentos no Centro Hebraico.
Sob meu pálio de seda, eminentes Rabinos se sucederam, unindo casais que mais tarde
trouxeram seus filhos, estes os netos, que trarão os bisnetos, pelas Leis de Moisés, baixo à
minha cobertura sagrada.
Do alto da bimá [30] cada vez que os portais da sinagoga se abriam para mais uma
cerimônia, sentia que os convidados me olhavam com satisfação, admirando o conjunto
perfeito: eu com o Aron haKodesh [31]. Embora pequena, produzo bela composição visual.
Orgulho-me de ser clássica, simples e discreta, como convém não só para uma hupá, mas
também para as pessoas.
Alguns dos presentes, mais antigos, fechando os olhos, desfilavam como num sonho o seu
próprio casamento, e lá estava eu, a antiga hupá do Centro Hebraico.
Verdade que nem sempre me vejo no lugar de honra dentro do Templo. Em outras festas,
limito-me a observar as rezas da congregação. Nessas, os Rabinos nos contam, que num
passado remoto, alguns membros do povo judeu, no meio do deserto, vacilaram, e sob um
toldo branco, parecido com os que às vezes me substitui nos casamentos em hotéis,
adoraram um bezerro de ouro, pelo que Moshe Rabeinu [32] , ao descer com as Tábuas da
Lei, as destroçou junto com a infame estátua e a lona que a cobria.
Minha presença enriquece as lembranças dos que por aqui passaram e já faço mesmo parte
da tradição judaica, por ser igual a qualquer hupá de todas as sinagogas, o delicado
dourado de Yerushalaim shel Zahav [33] , o mesmo das minhas barras.
Sob meu pálio, o rabino pedirá ao noivo que repita as palavras que durante dois mil anos
nos serviram de alento: Im Yshkacher Yerushalaim, Tishkach Yemeni - se eu te esquecer, ó
Jerusalém, que se esqueça a minha mão direita.
Tantas vezes ouvi o juramento e o barulho do copo se quebrando, fui o centro das atenções,
aparecendo em retratos, eternizada em antigos casamentos.
Já lá se vão anos e anos, quando casais cheios de esperança inauguravam grandes ciclos de
festas que aqui mesmo se realizariam: bar mitzvá, bat mitzvá [34], casamentos. Estarei
sempre aqui, aguardando novas festas, a eterna hupá do Centro Hebraico.