Heranca-Espiritual-Judaica
Sao 45 breves narrativas, sobre judaismo, viagens, Memórias Familiares, algumas semi-ficcionais. A obra perpassa 6 Milenios de Herança Espiritual Judaica e 5 séculos de Brasilidade em 45 breves textos, como A Sinagoga Que Os Nazistas Não Conseguiram Queimar, Amazônia Judaica e a Redenção da Floresta, De Volta a Toledo, Portões de Buchenwald, General David Shaltiel – 1º. Embaixador, Memórias de Uma Hupá, O Judeu Que Salvou um Porta-Aviões, Paris Está Em Chamas ?, Recife Judaica da Sinagoga e do Galo da Madrugada, Shaindale – A Última Imigrante, Sou o Teu D_us ... Em Santa Maria da Boca do Monte…, Ter Um Vizinho Judeu, Terror Nazista Nos Mares Brasileiros, Tragédia Judaica: Os Poetas Que Stalin Mandou Fuzilar, Olhar Brasileiro Sobre a Amsterdam Judaica, Universidade de Teerã Descobre a Cura do Câncer, Yehiel da Lusitânia – O Judeu que Recebeu a Bênção do Céu e outros.
Sao 45 breves narrativas, sobre judaismo, viagens, Memórias Familiares, algumas semi-ficcionais. A obra perpassa 6 Milenios de Herança Espiritual Judaica e 5 séculos de Brasilidade em 45 breves textos, como A Sinagoga Que Os Nazistas Não Conseguiram Queimar, Amazônia Judaica e a Redenção da Floresta, De Volta a Toledo, Portões de Buchenwald, General David Shaltiel – 1º. Embaixador, Memórias de Uma Hupá, O Judeu Que Salvou um Porta-Aviões, Paris Está Em Chamas ?, Recife Judaica da Sinagoga e do Galo da Madrugada, Shaindale – A Última Imigrante, Sou o Teu D_us ... Em Santa Maria da Boca do Monte…, Ter Um Vizinho Judeu, Terror Nazista Nos Mares Brasileiros, Tragédia Judaica: Os Poetas Que Stalin Mandou Fuzilar, Olhar Brasileiro Sobre a Amsterdam Judaica, Universidade de Teerã Descobre a Cura do Câncer, Yehiel da Lusitânia – O Judeu que Recebeu a Bênção do Céu e outros.
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4 de abril de 1945: “ … vultos na porta do bloco… soldados com metralhadoras… estamos
imundos da lama de 8 anos de campos… na lapela de um brilha uma cruz, na do outro um
castiçal … ficamos perturbados vendo o capelão católico e o rabino militar chorando … quem
são vocês? ... Somos judeus… quantos anos tem? ... 16… o rabino levantou os braços para o
céu, voz forte cheia de dor – Óh Grande D´us! Tenha piedade dessa gente! Tenha piedade
dessas pobres crianças judias!….”
Assim termina o livro do sobrevivente do Holocausto Joseph Nichthauser, Quero viver …
memoria de um ex-morto. Do outro lado do mundo, décadas a frente, seria acolhido em
um peito de aço, onde palpita um coração de ouro, as Minas Gerais de que falava o poeta.
Tão perto, tão longe. Internado há algum tempo na UTI, deixou este mundo à chegada de
Shabat hamalká [48]. Era Sucot [49] de 5771 – ano 2010 da Era Comum, em Belo
Horizonte.
O livro de Joseph é apresentado pelo engenheiro mineiro Marcos Moretzsohn Renault
Coelho, descendente de David Moretzsohn Campista (1863-1911), o Ministro da Fazenda
que não pôde se candidatar a Presidente da República por ser judeu. Uma rua carioca de
Botafogo leva o seu nome.
A invasão da Polônia é vista pelos olhos de um menino de 10 anos, partindo de sua cidade
com a família em uma charrete em setembro de 1939, tentando alcançar a Cracóvia em
meio às tropas polonesas que debandavam frente ao avanço alemão. Aos poucos a família
vai sendo separada, até que restam apenas Joseph e seu irmão Dawid. Passando por vários
campos, cinco dias antes da libertação de Buchenwald pela 87th Infantry Division, III USA
Army, Dawid foi fuzilado por um cruel SS.
Os livros são um libelo contra a crueldade humana, mas também testemunho do quanto
pode o ser humano, mesmo nas condições mais inóspitas, submetidos a trabalho escravo
infantil, sem alimentação, sobrevivendo e reconstruindo sua vida, primeiro na França, onde
reencontra por milagre sua irmã Fela, depois imigrando para o Brasil, radicando-se em
Belo Horizonte. Foi um grande colaborador do Exército Brasileiro, de quem recebeu
inúmeras homenagens.
Desde a liquidação do gueto da sua cidade, Joseph e David sobreviveram a 8 campos.
Escravos infantis do III Reich, de poderosos trustes como IG Farben, Bayer, Krupp,
escaparam sistematicamente das seleções, trabalhos extenuantes na fábrica de gasolina
sintética para a Luftwaffe, sujeito ao constante bombardeio da aviação aliada. Rezando para
que os trens não chegassem ao destino. Sabotagem punida com a morte. Maldades dos
kapos [50] e SS. Mortes por gás, experiências, esgotamento, fuzilamento, enforcamento,
torturas. Sempre juntos.
Conheceu o ódio racial de nazistas e poloneses, envergonhou-se de ver até correligionários
ajudando nazistas (kapos - policiais judeus).
Mas constatou dignidade e honra na pessoa humana, mesmo em meio a terríveis provações.
Conheceu bons polacos, até bons alemães. Eles existiram. Nas pessoas do irmão Dawid e
adultos caridosos, viu tirarem o pão da boca para mitigar a fome da criança que sofria.