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Heranca-Espiritual-Judaica

Sao 45 breves narrativas, sobre judaismo, viagens, Memórias Familiares, algumas semi-ficcionais. A obra perpassa 6 Milenios de Herança Espiritual Judaica e 5 séculos de Brasilidade em 45 breves textos, como A Sinagoga Que Os Nazistas Não Conseguiram Queimar, Amazônia Judaica e a Redenção da Floresta, De Volta a Toledo, Portões de Buchenwald, General David Shaltiel – 1º. Embaixador, Memórias de Uma Hupá, O Judeu Que Salvou um Porta-Aviões, Paris Está Em Chamas ?, Recife Judaica da Sinagoga e do Galo da Madrugada, Shaindale – A Última Imigrante, Sou o Teu D_us ... Em Santa Maria da Boca do Monte…, Ter Um Vizinho Judeu, Terror Nazista Nos Mares Brasileiros, Tragédia Judaica: Os Poetas Que Stalin Mandou Fuzilar, Olhar Brasileiro Sobre a Amsterdam Judaica, Universidade de Teerã Descobre a Cura do Câncer, Yehiel da Lusitânia – O Judeu que Recebeu a Bênção do Céu e outros.

Sao 45 breves narrativas, sobre judaismo, viagens, Memórias Familiares, algumas semi-ficcionais. A obra perpassa 6 Milenios de Herança Espiritual Judaica e 5 séculos de Brasilidade em 45 breves textos, como A Sinagoga Que Os Nazistas Não Conseguiram Queimar, Amazônia Judaica e a Redenção da Floresta, De Volta a Toledo, Portões de Buchenwald, General David Shaltiel – 1º. Embaixador, Memórias de Uma Hupá, O Judeu Que Salvou um Porta-Aviões, Paris Está Em Chamas ?, Recife Judaica da Sinagoga e do Galo da Madrugada, Shaindale – A Última Imigrante, Sou o Teu D_us ... Em Santa Maria da Boca do Monte…, Ter Um Vizinho Judeu, Terror Nazista Nos Mares Brasileiros, Tragédia Judaica: Os Poetas Que Stalin Mandou Fuzilar, Olhar Brasileiro Sobre a Amsterdam Judaica, Universidade de Teerã Descobre a Cura do Câncer, Yehiel da Lusitânia – O Judeu que Recebeu a Bênção do Céu e outros.

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Em 15 de junho de 1942 Hitler ordenou ao Comandante da Kriegsmarine, Almirante Karl

Doenitz, que lançasse uma blitz submarina no litoral brasileiro. Em apenas três dias, entre

15 e 17 de agosto de 1942 foram torpedeados os navios Baependy, Aníbal Benévolo,

Araraquara, Itagiba e Arará; das 824 pessoas a bordo desapareceram no mar 607 patrícios

inocentes, entre passageiros e tripulantes.

No dia 13 de agosto de 1942 às 13h, do armazém 13 do cais do Porto do Rio suspendeu o

Itagiba, levando quatro dos presentes ao casamento de Eta Zylbersztajn e David Szulc: Nute

Faiwel Zylbersztajn, seu filho mais novo Alter Ber e o casal Natalio e Czestava S. Aisenberg,

respectivamente o pai e o irmão da jovem noiva de 16 anos, Eta, e um casal amigo.

Residiam na casa 30 de uma vila com 58 unidades, na antiga Rua Júlio do Carmo, no. 63,

atual Rua Clementino Fraga, a famosa “ídiche avenide” na Praça XI, onde trabalhava com

antiguidades, para o sustento da família. Iria para Recife em busca de novas peças, e levava

o filho para auxiliá-lo. Um casal que também aparece na foto do casamento, Natalio e

Czestava S. Aisenberg os acompanhava.

O Itagiba aproximava-se de Salvador quando o U-507 lançou dois torpedos que partiram ao

meio o navio, afundando rapidamente a 13 milhas do Morro de São Paulo. Eram 10h50m

da manhã de 17 de agosto, uma semana depois do casamento. Dos 181 a bordo houve 145

sobreviventes, que permaneceram no mar até as 14 horas, quando veio em socorro o vapor

Arará, que navegava para Valença. Natalio e a esposa foram recolhidos pelo Arará, tendo

testemunhado sem nada poder fazer o esforço de Alter Ber, jovem de 18 anos, atlético e

bom nadador, mas que foi vencido pelas ondas ao tentar ajudar o pai Nute Faiwel, ficando

os dois entre os 36 desaparecidos do Itagiba. Lamentavelmente a Alemanha Nazista nesse

momento assassinara judeus no Brasil, juntamente com centenas de outros patrícios, numa

versão reduzida do Holocausto, que já vinha ocorrendo na Europa sofrida.

Incrivelmente os nazistas não se comoveram com a sorte dos náufragos! Também o Arará

com as máquinas paradas foi torpedeado logo em seguida, tendo a bordo 15 sobreviventes

que recolhera do Itagiba.

Como por milagre, uma hora depois surgiu o barco de madeira Aragipe, que vinha de Ilhéus

transportando cacau, recolhendo os novos náufragos, alguns tendo escapado dos dois

naufrágios, como foi o caso de Natalio e Czestava e também do então soldado Dálvaro José

de Oliveira, hoje tenente, com 94 anos.

No Aníbal Benévolo desapareceu também um tripulante judeu, o 2º. Comissário Mauricio

José Pinkusfeld, de 18 anos, recém-saído da Escola da Marinha Mercante.

Foi a sua primeira, última e única viagem [59]. A perda foi imensa, uma tragédia. Apenas

quatro dos 154 a bordo salvaram-se.

A triste notícia caiu como uma bomba sobre a população. Imediatamente as ruas foram

tomadas pelo povo, com os estudantes à frente, os “cara-pintadas” da época, exigindo que o

governo revidasse a brutal agressão. Diante do clamor popular, o Presidente Vargas em 31

de agosto de 1942 declara o estado de guerra com a Alemanha e Itália.

Hana não podia acreditar; uma semana após o casamento da filha perdia o marido Nute

Faiwel e o filho Alter Ber. O mundo desabou sobre aquela senhora. Em poucos dias seus

cabelos estavam totalmente brancos e enquanto viveu jamais aceitou a perda, preferindo

acreditar que os entes queridos estivessem em alguma ilha perdida, e que um dia iriam

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