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Heranca-Espiritual-Judaica

Sao 45 breves narrativas, sobre judaismo, viagens, Memórias Familiares, algumas semi-ficcionais. A obra perpassa 6 Milenios de Herança Espiritual Judaica e 5 séculos de Brasilidade em 45 breves textos, como A Sinagoga Que Os Nazistas Não Conseguiram Queimar, Amazônia Judaica e a Redenção da Floresta, De Volta a Toledo, Portões de Buchenwald, General David Shaltiel – 1º. Embaixador, Memórias de Uma Hupá, O Judeu Que Salvou um Porta-Aviões, Paris Está Em Chamas ?, Recife Judaica da Sinagoga e do Galo da Madrugada, Shaindale – A Última Imigrante, Sou o Teu D_us ... Em Santa Maria da Boca do Monte…, Ter Um Vizinho Judeu, Terror Nazista Nos Mares Brasileiros, Tragédia Judaica: Os Poetas Que Stalin Mandou Fuzilar, Olhar Brasileiro Sobre a Amsterdam Judaica, Universidade de Teerã Descobre a Cura do Câncer, Yehiel da Lusitânia – O Judeu que Recebeu a Bênção do Céu e outros.

Sao 45 breves narrativas, sobre judaismo, viagens, Memórias Familiares, algumas semi-ficcionais. A obra perpassa 6 Milenios de Herança Espiritual Judaica e 5 séculos de Brasilidade em 45 breves textos, como A Sinagoga Que Os Nazistas Não Conseguiram Queimar, Amazônia Judaica e a Redenção da Floresta, De Volta a Toledo, Portões de Buchenwald, General David Shaltiel – 1º. Embaixador, Memórias de Uma Hupá, O Judeu Que Salvou um Porta-Aviões, Paris Está Em Chamas ?, Recife Judaica da Sinagoga e do Galo da Madrugada, Shaindale – A Última Imigrante, Sou o Teu D_us ... Em Santa Maria da Boca do Monte…, Ter Um Vizinho Judeu, Terror Nazista Nos Mares Brasileiros, Tragédia Judaica: Os Poetas Que Stalin Mandou Fuzilar, Olhar Brasileiro Sobre a Amsterdam Judaica, Universidade de Teerã Descobre a Cura do Câncer, Yehiel da Lusitânia – O Judeu que Recebeu a Bênção do Céu e outros.

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os rostos bondosos dos antepassados, cujos retratos guardamos respeitosamente, a fim de

que sempre os possamos recordar. Olhos fechados, momentos reflexivos, um trem da

Central passa martelando os trilhos que margeiam o cemitério - o tac-tac, tac-tac remete a

Treblinka, onde foram brutalmente assassinados os judeus da região de Ostrowiec.

Logo retornamos ao presente, abrindo os olhos ao sol tropical. Sua luminosidade parece

querer ajudar a superar os traumas daquele passado. Recordar nossos entes queridos,

inocentes vítimas do lado negro do Homem, é a melhor homenagem. Felizmente estamos

no Brasil, uma Terra Abençoada. A verdadeira terra prometida que nos recebeu, filhos que

somos da geração do deserto, a vagar por um milênio na Europa sofrida.

Uma das sobrinhas pronuncia emotiva prédica. Na manhã calma de domingo, o casario em

volta permanece adormecido. As elevações recortadas por ruas de terra batida, pontilhadas

de casinhas que circundam o cemitério sugerem os pequeninos shtetales [57]de nossos

antepassados na Polônia distante. Também lá viveram eles em um ambiente humilde, de

gente trabalhadora, perseverante e sofrida, mas orgulhosa de suas tradições, apenas em um

clima frio, com outro idioma.

A cerimônia termina. Shaindale, a última a partir repousa eternamente neste solo sagrado.

Já não está mais aqui ninguém da geração de imigrantes dos Rubinsztajns, mas seus

descendentes, brasileiros natos a trabalhar por este pais já formam a terceira geração,

contribuindo para a sociedade nas artes, na medicina, no comércio, nas ciências

tecnológicas e jurídicas para citar algumas, honrando e se preciso defendendo esta grande

nação.

Segundo o Talmud, enquanto houver pelo menos 36 Justos sobre a face da Terra, o Criador

permitirá que a Humanidade possa continuar existindo. Ninguém sabe quem são, nem eles

mesmos. Um pode ser mestre dedicado, outro um homem do campo, outro ainda um

médico caridoso, ou quem sabe, apenas uma senhora sábia, bondosa, querida ...

TERESÓPOLIS JUDAICA

As famílias não mais embarcam na Estação da Leopoldina para os fins de semana na Serra.

O rodoviarismo da década de 60 acabou com os trens do Interior. A estrada apertada e

cheia de curvas substituiu o trem, transformando um percurso agradável em muitas horas

de engarrafamento pela Rio-Petrópolis, até que nos anos 80 moderna rodovia de pista

dupla foi implantada, e agora com a Linha Vermelha já não se fala mais em “viajar” para

Terê... passou a ser quase um subúrbio do Rio.

O trenzinho chegava na Estação do Alto, Praça Higino da Silveira, onde hoje é a Feirinha.

Tradicional ponto de encontro judaico, rivalizava com os extintos Hotéis Belvedere e

Higino. Ainda existem o Condomínio Higino e o Edifício 6 de Julho, na Reta, mas as calçadas

já não mais fervilham com o burburinho dos nossos pais e avós da geração de imigrantes,

nas animadas conversas em ídiche. As filas começando cedinho na Padaria Teresópolis

também serviam de point para a comunidade, estendendo-se pela calçada em busca do

melhor pão de Terê, que saia quentinho, numa época quase rural, onde sobravam matas

verdejantes e faltavam padarias, supermercados e shoppings. As filas faziam parte da

aventura teresopolitana: uma das mais badaladas era na CTB (depois TELERJ), na Várzea,

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