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edição de 20 de junho de 2022

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cannes lions <strong>20</strong>22<br />

categoria nasceu<br />

para celebrar a<br />

‘arte tecnológica’<br />

Única brasileira na presidência do júri do<br />

Cannes Lions <strong>de</strong>ste ano, Luciana Haguiara vai<br />

li<strong>de</strong>rar o julgamento <strong>de</strong> Digital Craft. Para a<br />

executive creative director da Media.Monks,<br />

trata-se <strong>de</strong> uma das categorias mais visionárias do<br />

festival, por representar o que há <strong>de</strong> mais inovador na<br />

produção digital. “Uma coisa que acho que todo mundo<br />

concorda é que uma i<strong>de</strong>ia sem craft, sem o cuidado,<br />

sem a beleza e a inovação no jeito <strong>de</strong> ser construída,<br />

po<strong>de</strong> passar <strong>de</strong>spercebida. Isso não significa que tem<br />

<strong>de</strong> ser complicado, ao contrário, simplicida<strong>de</strong> e beleza<br />

são fundamentais”. Ela afirma que a i<strong>de</strong>ia não é premiar<br />

trabalhos que só um júri técnico enten<strong>de</strong>, mas sim o que<br />

vai causar impacto, emocionar e conectar as pessoas.<br />

Luciana Haguiara: “O <strong>de</strong>sempenho do Brasil tem muito a ver com a nossa realida<strong>de</strong>”<br />

Divulgação<br />

KELLY DORES<br />

presidência <strong>de</strong> júri<br />

Essa é a minha primeira vez<br />

como presi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> júri e quarta<br />

vez como jurada. Digital Craft<br />

é uma categoria especial para<br />

mim, porque estava no júri <strong>de</strong> estreia,<br />

em <strong>20</strong>16, e também no ano<br />

passado. Minha expectativa é termos<br />

como resultado um corpo <strong>de</strong><br />

trabalhos que possa inspirar as<br />

marcas a arriscarem e investirem<br />

mais em experiências imersivas e<br />

surpreen<strong>de</strong>ntes para as pessoas.<br />

Trabalho<br />

O papel do presi<strong>de</strong>nte é criar<br />

uma rota para guiar o júri e estipular<br />

o que esperamos como resultado<br />

final para a categoria. É<br />

um direcionamento inicial que<br />

vai evoluir <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> vermos os<br />

trabalhos e com as discussões,<br />

mas já serve como um guia.<br />

Tendências<br />

Estamos nos preparando<br />

para o metaverso e tudo o que<br />

vem com ele. Então, acredito<br />

que a discussão vai ser em volta<br />

da importância <strong>de</strong> experiências<br />

significativas para as pessoas,<br />

que impactem suas vidas no<br />

mundo real. Por exemplo, por<br />

que alguém compraria NFTs <strong>de</strong><br />

uma marca? Faz sentido para as<br />

pessoas? Ou, como uma i<strong>de</strong>ia<br />

inovadora po<strong>de</strong> ser verda<strong>de</strong>iramente<br />

escalável e impactar<br />

o negócio? Além disso, muitas<br />

marcas estão entrando na onda<br />

<strong>de</strong> “fazer o bem”. Mas essas<br />

marcas estão realmente comprometidas<br />

com essas causas<br />

ou estão fazendo as coisas para<br />

aparecerem “bacanas” para<br />

uma geração <strong>de</strong> consumidores<br />

que estão superengajados?<br />

caTegoria<br />

Digital Craft é uma das categorias<br />

mais visionárias do festival,<br />

por representar o que há <strong>de</strong> mais<br />

inovador na produção digital. A<br />

categoria nasceu para celebrar<br />

a “arte tecnológica”, ou seja, a<br />

execução artística <strong>de</strong>ntro do ambiente<br />

digital com forma e função<br />

excepcionais. É uma categoria<br />

bem diversa, porque temos<br />

muitas linguagens, formatos e<br />

i<strong>de</strong>ias diferentes. É acelerada<br />

por que o mundo digital é assim<br />

e também aponta a direção<br />

do que há <strong>de</strong> mais inovador em<br />

execução. Uma coisa que acho<br />

que todo mundo concorda é que<br />

uma i<strong>de</strong>ia sem craft, sem o cuidado,<br />

sem a beleza e a inovação<br />

no jeito <strong>de</strong> ser construída po<strong>de</strong><br />

passar <strong>de</strong>spercebida. Isso não<br />

significa que tem <strong>de</strong> ser complicado,<br />

ao contrário, simplicida<strong>de</strong><br />

e beleza são fundamentais. A<br />

gente não quer premiar coisas<br />

que só um júri técnico enten<strong>de</strong>,<br />

quer premiar o que vai causar<br />

impacto, emocionar, surpreen<strong>de</strong>r<br />

e conectar pessoas.<br />

brasil<br />

O <strong>de</strong>sempenho do Brasil tem<br />

muito a ver com a nossa realida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um modo geral. A participação<br />

ainda é baixa, temos<br />

i<strong>de</strong>ias boas, mas que acabam<br />

indo melhor em outras categorias.<br />

Tivemos fases bem mais digitais<br />

no passado, mas agora estamos<br />

muito na onda <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>os<br />

como investimento no ambiente<br />

digital. Temos poucas marcas<br />

enten<strong>de</strong>ndo o po<strong>de</strong>r mais imersivo<br />

das experiências, dos produtos<br />

digitais, até mesmo <strong>de</strong><br />

realida<strong>de</strong> aumentada, machine<br />

learning etc. São tipos <strong>de</strong> projetos<br />

que <strong>de</strong>mandam tempo e<br />

investimento e ainda existe mo<strong>de</strong>lo<br />

cultural <strong>de</strong>ntro das agências<br />

e clientes que temos <strong>de</strong> evoluir.<br />

Mesmo com a superacelerada<br />

digital que tivemos nos últimos<br />

dois anos, ainda subestimamos o<br />

público, achando que as pessoas<br />

não vão se engajar com uma comunicação<br />

mais imersiva.<br />

inspiração<br />

Essa é uma categoria que<br />

precisa inspirar todas as outras<br />

em termos <strong>de</strong> inovação. E<br />

quando olhamos lá para trás,<br />

o digital era um espaço livre e<br />

aberto para a criativida<strong>de</strong>. Portanto,<br />

será incrível encontrar<br />

trabalhos que tragam <strong>de</strong> volta<br />

o frescor e o aspecto visionário<br />

do <strong>de</strong>sign, da experiência do<br />

usuário, da tecnologia invisível<br />

contribuindo para a execução.<br />

reflexo<br />

Sabemos que Cannes ten<strong>de</strong> a<br />

refletir o que está acontecendo<br />

num <strong>de</strong>terminado momento. No<br />

ano passado, vimos muitos trabalhos<br />

que existiram como resposta<br />

à pan<strong>de</strong>mia como, por exemplo,<br />

uma onda <strong>de</strong> eventos virtuais,<br />

experiências digitais e entretenimento,<br />

convivendo com campanhas<br />

e conteúdos que refletiram<br />

as importantes mudanças culturais<br />

e as difíceis conversas nestes<br />

dois últimos anos. Ao mesmo<br />

tempo, tem sido emocionante ver<br />

o ressurgimento do digital como<br />

um lugar para conhecer pessoas e<br />

fazer coisas, em vez <strong>de</strong> ser apenas<br />

uma máquina para alimentar cliques<br />

e conversões. Mas este ano<br />

as pessoas voltaram para as ruas<br />

e, mesmo com toda a conversa<br />

sobre metaverso, virtualização,<br />

NFTs, a melhoria da tecnologia<br />

na produção como machine learning,<br />

IA, AI, motion capture etc.,<br />

acho que precisamos olhar para<br />

aos trabalhos tendo em mente<br />

que ainda é sobre e para pessoas.<br />

TeMÁTicas<br />

Acho que entretenimento<br />

continua com tudo e vai ter<br />

uma evolução bem boa. Também<br />

acho que vai rolar muita<br />

discussão sobre como as marcas<br />

po<strong>de</strong>m entrar com relevância<br />

na era da virtualização.<br />

jornal propmark - <strong>20</strong> <strong>de</strong> <strong>junho</strong> <strong>de</strong> <strong>20</strong>22 39

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