Jornal das Oficinas 205
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Logo ohne Slogan.pdf 1 19/12/1
jornaldasoficinas.com | JORNAL INDEPENDENTE DA MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE VEÍCULOS LIGEIROS E PESADOS | DIRETOR | João Vieira
205
C
Fevereiro 2023 Y
PERIODICIDADE | MENSAL
ANO XVIII | 3 EUROS
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IMPACTO DA INFLAÇão NO AFTERMARKET
O QUE MUDA
NO PÓS-VENDA? Pág. 06
Campanha E-Mobility
Pág. 14 \\ Tornar a mobilidade mais
ecológica e sustentável deve constituir a
nova viabilidade que permita ao setor dos
transportes crescer. A mobilidade deve
basear-se num sistema de transportes
multimodal
Competição Melhor
Mecatrónico
Pág. 18 \\ Nesta edição revelamos quatro
dos finalistas da Competição Melhor
Mecatrónico 2023, que marcarão presença
no Salão expoMECÂNICA, nos dias 14 a 16
de abril, para disputar a grande Final
Paulo Torres
Pág. 32 \\ É com sentimento de orgulho
que Paulo Torres nos conta a evolução
positiva que tem marcado o percurso
da Vieira & Freitas na distribuição
de peças auto há mais de 35 anos
António Mateus
Pág. 36 \\ António Mateus, responsável
de vendas da TMD Friction Portugal, explica
as razões do crescimento das marcas
que comercializa e porque estão alguns
holofotes apontados ao nosso país
Richard Izquierdo
Pág. 40 \\ Fundada em 1973, a Lizarte
comemora este ano o 50º aniversário,
Richard Izquierdo, Diretor de Marketing,
explicou-nos a forma como a empresa
opera em todos os mercados onde marca
presença
GS Yuasa Academy
Pág. 56 \\ A GS Yuasa lançou a sua
plataforma de formação online de baterias
GS Yuasa Academy. Para ter acesso
a todos os cursos grátis basta registar-se
com o código “Yuasa pt”
Aplicação de massas
Pág. 58 \\ Para preparar a superfície,
antes da aplicação das tintas
de acabamento, é necessário utilizar
massa adequada para a correção
de irregularidades na chapa do veículo
Reduzir despesas
na oficina
Pág. 62 \\ Quando se procura reduzir as
despesas na oficina e ao mesmo tempo
manter a qualidade do serviço que se
presta, é de extrema importância realizar
o controlo das despesas diretas e indiretas
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Editorial
205
Fevereiro 2023
Folha de Serviço..........................................................04
DESTAQUE
Inflação no Aftermarket...........................................06
CAMPANHA
E-Mobility.........................................................................14
COMPETIÇÃO
Melhor Mecatrónico 2023.......................................18
ATUalidadE
Apresentação Estudo ACAP................................. 22
NOTÍCIAS
Empresas.........................................................................26
Produto.............................................................................50
ENTREVISTAS
Paulo Torres.................................................................... 32
António Mateus............................................................36
Richard Izquierdo.........................................................40
Hakima Hasnaoui........................................................44
OFICINA DO MÊS
APM – Auto Pedro Mecânica................................48
EMPRESA
GS Yuasa Academy....................................................56
TÉCNICA & SERVIÇO
Aplicação de massas.................................................58
GESTÃO
Reduzir despesas........................................................62
ATENÇÃO
aoS NÚMEROS
Para muitos proprietários de oficinas, a contabilidade e aquilo que a esta diz respeito é
algo que está certo, mas apenas para contabilistas. Reconhecem a importância de uma
contabilidade organizada, mas não lhe dão a devida atenção. A demografia dos proprietários
de oficinas ajuda-nos a perceber esta realidade. A maioria são técnicos em primeiro
lugar e empresários em segundo. Por todo o país, a história por detrás da maioria
das oficinas envolverá um bom técnico cujos conhecimentos fundamentais se baseiam
na reparação de veículos e que de repente, passou a ser proprietário de uma oficina. Não se pode gerir
uma oficina quando se está por baixo de um veículo, perante o mercado cada vez mais competitivo de
hoje em dia. O proprietário da oficina tem de se adaptar à gestão do negócio em vez de ser o negócio
a geri-lo a ele.
É claro que o negócio é a reparação de veículos e a experiência da maioria dos proprietários ou gestores
de oficinas é nesta área. No entanto, é sua responsabilidade, e não do seu contabilista, controlar e gerir
os seus números. Ter a capacidade de refletir a saúde e a robustez do seu negócio em qualquer altura ou
num período específico é crucial para o seu sucesso. O seu contabilista apenas o aconselhará sobre as
informações a fornecer. Tudo na sua oficina dependerá da qualidade dessa informação e da exatidão desses
números. Os números e a contabilidade só são úteis se forem utilizados como um meio para atingir
um fim, um catalisador para mudar comportamentos, processos e atitude, a fim de mudar a direção do
negócio para um melhor desempenho financeiro no futuro.
Em suma, é crucial compreender os números, especialmente os indicadores-chave de desempenho (KPI),
que informam rapidamente em que medida o negócio se encontra bem ou não. Na realidade, sem ter um
conhecimento sólido de onde vêm os números e o que eles mostram, o proprietário da oficina não pode
sequer começar a discutir a situação financeira da empresa com o seu contabilista.
Embora os termos “KPI” ou “métricas” possam fazer-nos pensar em algo complexo, o certo é que se
baseiam em valores e dados que a oficina gere no seu dia a dia, e conhecê-los facilitará o seu controlo e
gestão. As métricas permitem à oficina conhecer os seus pontos fortes e detetar áreas a melhorar, além
de proporcionar uma visão mais abrangente do ponto em que se encontra e, portanto, maior controlo
e melhor capacidade de reação. Desta forma, se analisarmos que aspetos poderão ser mais relevantes
numa oficina de reparação, o primeiro deles será, sem dúvida, a faturação. Assim, um bom KPI será o
número de vendas mensais, o que nos poderá levar, por exemplo, a monitorizar os orçamentos realizados
e os aceites, para podermos realizar uma análise comparativa. Outros indicadores chave na oficina serão
a produtividade, que mede o nível de atividade produtiva do tempo da oficina; a eficiência operacional;
margens sobre vendas; eficiência geral da oficina e tempos de ciclo. Conhecer a taxa de fidelização de
clientes, inclusivamente, qual poderia ser o melhor horário de atendimento, monitorizando as horas e
o número de clientes que entram em cada intervalo, poderiam ser outros KPIs interessantes para o seu
negócio.
Procure controlar os seus KPI diariamente, semanalmente e mensalmente e tudo o resto irá funcionar
por si só.
JOÃO VIEIRA | Diretor
DIRETOR JOÃO VIEIRA joao.vieira@apcomunicacao.com // DIRETOR COMERCIAL MÁRIO CARMO mario.carmo@apcomunicacao.com // GESTOR DE CLIENTES PAULO FRANCO paulo.franco@apcomunicacao.com
// JORNALISTA JOANA MENDES joana.mendes@apcomunicacao.com // WEBMASTER ANTÓNIO VALENTE // ARTE HÉLIO FALCÃO // SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E CONTABILIDADE financeiro@apcomunicacao.com
// PERIODICIDADE Mensal // ASSINATURAS assinaturas@apcomunicacao.com // SEDE DA REDAÇÃO Bela Vista Office Estrada de Paço de Arcos, 66 2735 - 336 Cacém // TEL. +351 219 288 052 // GPS 38º45’51.12”N
- 9º18’22.61”W // © Copyright Nos termos legais em vigor, é totalmente interdita a utilização ou a reprodução desta publicação, no seu todo ou em parte, sem a autorização prévia e por escrito do JORNAL DAS OFICINAS
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TIRAGEM 10.000 exemplares
www.apcomunicacao.com
Parceiro em Espanha
EDIÇÃO AP COMUNICAÇÃO // PROPRIEDADE JOÃO VIEIRA // EMAIL GERAL@APCOMUNICACAO.COM
CONSULTE O ESTATUTO EDITORIAL NO SITE WWW.JORNALDASOFICINAS.COM
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 3
FOLHA
DE SERVIÇO
IPSIS
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PAULO TORRES,
DIRETOR-GERAL DA VIEIRA
& FREITAS
AS PLATAFORMAS COM TECDOC
TÊM SIDO MUITO FACILITADORAS
DO NOSSO RAMO, MAS TAMBÉM
ALGO COMPLICADORAS, PORQUE
METADE DAS DEVOLUÇÕES QUE
TEMOS SÃO ORIGINADAS POR
ERROS DE EQUIVALÊNCIAS, POR
CRUZAMENTOS NO CATÁLOGO E
NAS PLATAFORMAS MAL FEITOS
PELOS CLIENTES
COMPETIÇÃO MM 2023 JÁ TEM FINALISTAS
SEMÁFORO
Com a publicação do 3º questionário terminou
a 1ª fase da Competição “Melhor Mecatrónico
2023” by Jornal das Oficinas em
parceria com a ATEC, tendo sido apurados os oito
finalistas que irão disputar a final nos dias 14, 15 e
16 de abril, na expoMECÂNICA.
Ao longo dos últimos meses, mais de 200 candidatos
responderam às várias questões colocadas online no
site do evento. As expetativas, quer em termos de
adesão, quer no que toca à qualidade das respostas
aos questionários foram largamente superadas.
Este ano, a Grande Final tem como atrativo ser disputada
no decorrer do salão expoMECÂNICA. Com
um stand de 200 m 2 situado no Pavilhão 3, os visitantes
do certame terão oportunidade de ver ao vivo
o desempenho dos concorrentes, e assim ficarem a
conhecer melhor a profissão de Mecatrónico Automóvel.
Aos finalistas cabe agora prepararem-se o
melhor possível para superarem as provas e conquistarem
o ambicionado troféu. As provas, elaboradas
pela equipa de formadores de Mecatrónica Automóvel
da ATEC, têm o carácter de aferição de competências
práticas e teóricas. Para conhecer os finalistas
basta visitar o site www.melhormecatronico.pt
RICHARD IZQUIERDO
DIRETOR DE MARKETING
DA LIZARTE
EXISTE UM FATOR QUE PODE
ESTAR A PROMOVER UMA
UTILIZAÇÃO CRESCENTE DE PEÇAS
RECONSTRUÍDAS: TER UMA PEÇA
COM UMA RELAÇÃO QUALIDADE/
PREÇO INFERIOR A UMA PEÇA
ORIGINAL PERMITE POUPANÇAS
NA REPARAÇÃO, E ISTO NUM
AMBIENTE ECONÓMICO COMO
O ATUAL, PESA MUITO
HAKIMA HASNAOUI
DIRETORA EXPORTAÇÃO EUROL
SE A DIMINUIÇÃO DO CONSUMO
DE LUBRIFICANTES NA INDÚSTRIA
AUTOMÓVEL É ESPERADA,
EXISTEM OUTROS PAÍSES EM
DESENVOLVIMENTO ONDE
SEGMENTOS COMO A INDÚSTRIA
E A MINERAÇÃO EXIGEM VOLUMES
DE LUBRIFICANTES GRANDIOSOS
Conjuntura exige apoios mais rápidos
Já está no terreno o pacote de apoios
destinado ao combate à inflação por parte
das empresas, mas os fundos efetivamente
recebidos pelas empresas até ao momento
são praticamente residuais. A lentidão
com que o dinheiro dos apoios chega aos
cofres das empresas continua a levar os
empresários ao desespero. Não basta o
Governo dizer que vai dar apoios, porque
daí até haver efeitos práticos dessa
decisão (o dinheiro chegar às empresas)
vai uma distância enorme. A indústria
que consome intensivamente energia
(gás e eletricidade), por exemplo, vive
uma situação desesperante. Há empresas
que viram as faturas sofrer um aumento
superior a 600%. Crónicos problemas
de burocracia e ineficiência dos serviços
públicos que lidam com estes apoios são
uma das razões.
Esperança de crescimento para 2023
Perspetivar o futuro é algo que deve
sempre ser feito, tanto na vida como
nos negócios, de modo a acautelar,
programar e preparar da melhor forma
o que aí vem. No início de cada ano,
estas perspetivas são comuns e, para não
fugir à regra, a imprensa auscultou os
decisores económicos para perceber como
antecipam um 2023 envolto em tanta
incerteza. Da guerra da Ucrânia à inflação,
passando pela escalada das taxas de juro,
entre tantas outras preocupações, sobra
o otimismo, a resiliência e a esperança
num futuro que permita um virar de
página nas dificuldades recentes. Todos
devemos ter esperança que seja o ano em
que o país cresça de forma sustentada e
robusta, que se aproveite a extraordinária
onda de fundos europeus para reforçar o
investimento e aumentar a produtividade
e competitividade.
Fórum DPAI/ACAP 2023
A DPAI/ACAP anunciou a realização de
um grande evento para o aftermaket, a
decorrer no dia 23 de novembro de 2023.
Denominado “Fórum DPAI”, pretende ser o
ponto de encontro para análise do setor e
debate de ideias de todos os profissionais do
aftermarket.
A DPAI/ACAP tem trabalhado cada vez
mais na informação estatística e estudos de
mercado, tendo profissionais especializados
a executar essa informação. “Achamos
que estava a chegar o momento que
devíamos organizar um Fórum maior e mais
abrangente, sempre a pensar na continuidade
sustentável do nosso setor. É por isso muito
importante a realização de um grande evento,
com todos os níveis do aftermarket envolvidos
de forma a ser aliciante para todos participar
e que possa ser um ponto de referência a nível
de informação e partilha para o futuro”, refere
Joaquim Candeias, presidente da DPAI.
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INFLAÇÃO NO AFTERMARKET
O QUE MUDA
NO PÓS-VENDA?
ENTRÁMOS EM 2023 CERTOS DE QUE UM DOS GRANDES DESAFIOS PARA ESTE ANO SERÁ A ESCALADA
DA INFLAÇÃO, QUE JÁ ESTÁ A TER EFEITOS DIRETOS NA SOCIEDADE EM GERAL E CUJO IMPACTO TAMBÉM
SE REFLETE NO AFTERMARKET. PERANTE ISTO, O QUE PODE ACONTECER NO NOSSO SETOR? IRÃO
AS VISITAS ÀS OFICINAS DIMINUIR? PODEM FABRICANTES E DISTRIBUIDORES REDEFINIR ESTRATÉGIAS
NESTE MOMENTO? COM A AJUDA DE ALGUNS RESPONSÁVEIS DE EMPRESAS DO SETOR, VAMOS RESPONDER
A ESTAS E A OUTRAS QUESTÕES AO LONGO DESTE ARTIGO
AS MEDIDAS A TOMAR PARA COMBATER
A INFLAÇÃO NÃO ESTÃO PROPRIAMENTE
AO ALCANCE DAS OFICINAS. RESTA
NÃO DAR ORÇAMENTOS COM PRAZOS
DE VALIDADE LONGOS, NEM ASSUMIR
COMPROMISSOS COM TABELAS DE
PREÇO A LONGO PRAZO
INFLAÇÃO
NO AFTERMARKET
PARA JÁ NÃO EXISTEM DADOS QUE NOS INDIQUEM QUANDO
É QUE A TAXA DE INFLAÇÃO PÁRA DE SUBIR. SE POR UM LADO NOS EUA
A TAXA DE INFLAÇÃO DÁ INDICaçÕES DE JÁ TER COMEÇADO A BAIXAR,
A VERDADE É QUE NA EUROPA ISSO NÃO ACONTECE
Para percebermos melhor
este fenómeno, é
necessário recuarmos
um pouco no tempo
e olharmos para o cenário
global que fez
mudar o mundo. É verdade, tudo
começou com a pandemia: muitos
trabalhadores de várias áreas ficaram
em casa e o elevado volume de
empresas paradas levou à disrupção
das cadeias de abastecimento e ao
congestionamento do transporte
marítimo internacional de forma
transversal um pouco por todos os
setores. A isto, juntou-se, há quase
um ano, a guerra na Ucrânia, que
fez disparar os preços da energia e
da comida. A diminuição da oferta
de bens e serviços aliada a um
aumento da disponibilidade para
comprar após os confinamentos foi
o mote para intensificar a inflação.
Mas, afinal, o que é a inflação?
A verdade é que, apesar de ser um
termo que ouvimos cada vez com
maior frequência, pode ainda não ser
totalmente claro para todos nós. De
uma forma simples, a inflação ocorre
quando se verifica um aumento
geral dos preços dos bens e serviços,
fazendo com que, por exemplo, com
dez euros, se compre hoje menos do
que se comprava ontem. Por outras
palavras, quer dizer que a inflação
reduz o valor da moeda ao longo do
tempo. Neste cálculo de aumento
médio dos preços, que é feito pelo
Eurostat todos os meses, são tidos
em conta todos os bens e serviços
consumidos pelas famílias, desde
os produtos alimentares, aos bens
duradouros, como o vestuário e eletrodomésticos,
assim como serviços
como o cabeleireiro, os seguros ou a
renda de casa. O Gabinete de Estatísticas
da União Europeia reúne um
cabaz de compras que compreende,
em média, cerca de 700 bens e serviços
– o Índice Harmonizado de
Preços no Consumidor (IHPC) – e
compara-lhes o preço mensalmente,
sendo que a taxa de inflação homóloga
é o preço do cabaz completo
num determinado mês, comparado
com o preço no mesmo mês do ano
anterior. Cada produto tem o seu
peso (uma ponderação), dependendo
de quanto as famílias gastam, em
média, nesse produto. O café, por
exemplo, tem um peso de 0,4%, ou
seja, qualquer variação no seu preço
não terá grande impacto no cálculo
global. Isto permite perceber a variação
da despesa média das famílias
na zona euro e acompanhar a evolução
dos preços na economia. Serve
também de base para que o Banco
Central Europeu tome decisões, de
forma a manter a estabilidade de
preços. O ideal é que a taxa de inflação
seja baixa, estável e previsível, na
ordem dos 2%.
O que causa a inflação?
Há três motivos que levam a que a
inflação se intensifique: Primeiro,
quando a procura é maior do que a
oferta, o aumento dos preços é inevitável.
Havendo mais disponibilidade
para comprar, há um aumento súbito
da procura que geralmente não é
acompanhado pela oferta. O mesmo
quando há uma rutura nas cadeiras
de abastecimento, o que origina
quebras na produção e, portanto,
menos oferta disponível. Segundo, o
aumento dos custos de produção. Se
o custo das matérias-primas aumenta,
se as empresas têm de pagar mais
impostos ou se têm mais dívidas,
os produtores têm de refletir esses
custos nos preços ao consumidor e a
inflação sobe. Por fim, quando existe
mais dinheiro a circular, a população
está mais disponível para gastar e os
preços sobem.
Recentemente as taxas de inflação
registaram aumentos significativos
muito devido à subida acentuada
dos preços dos produtos energéticos
e dos produtos alimentares, desde
finais de 2021. A atual inflação, que
é um evento mundial, deve-se a três
fatores: Aos apoios financeiros e
fiscais que foram colocados na economia
durante a pandemia; à forte
subida dos preços da energia, provocada
pela transição energética e
agravada pela guerra na Ucrânia, que
se reflete nos preços de outros produtos
e serviços; à política «Zero Covid»
na China e à guerra na Ucrânia
que causou uma rutura nas cadeias
de abastecimento.
8 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
Que problemas traz
a inflação?
Devemos preocupar-nos com a inflação
porque, desde logo, implica que
seja preciso hoje mais dinheiro para
comprar os mesmos bens e serviços
de ontem. Isto provoca uma redução
do poder de compra dos consumidores,
uma vez que habitualmente os
salários não acompanham a subida
dos preços, assim como um adiamento
de decisões de investimento
por parte das empresas, pois o contexto
está mais incerto.
A inflação dificulta a atividade económica
porque reduz a previsibilidade
necessária às transações e à celebração
de contratos, e acarreta acréscimos de
custos, nomeadamente com atualizações
mais frequentes de preços. Por
regra, é um fenómeno temporário que
surge quando as economias transitam
de um período de contração para um
momento de expansão. É temporário,
desde que os preços reduzam quando
a oferta alcança a procura. Ainda assim,
esta é uma realidade completamente
nova para muitos gestores, que
nunca se viram a braços com tal situação
durante as suas carreiras profissionais.
O fenómeno é controlado
pelos bancos centrais, que acalmam a
procura com o aumento das taxas de
juro, para reduzir o consumo e estabilizar
os preços.
Impacto no Aftermarket
No aftermarket, assim como noutras
atividades económicas, o aumento
do preço das matérias-primas, produtos
e custos operacionais estão
gradualmente a fazer sentir-se no
preço das peças. O custo médio irá
continuar a aumentar muito por culpa
da incerteza com a situação que se
vive na Ucrânia mas também, e não
menos importante, da resposta do
Banco Central Europeu à crescente
inflação que temos vindo a testemunhar.
Ainda assim, este é um fenómeno
complexo para o qual não há
respostas simples e cuja resposta do
mercado não poderá ser de retração,
sob pena de todos nos ressentirmos.
Apesar de este crescimento da inflação
e consequente perda do poder de
compra poder, eventualmente, levar
muitos consumidores a procurar
produtos que têm um foco exclusivo
no fator preço, acreditamos que os
profissionais consciencializados procurarão
sempre os produtos que lhes
dão confiança no desempenho eficaz
do seu trabalho.
Este foi, precisamente, o tema do
Podcast «Dar voz ao Aftermarket»
by Jornal das Oficinas, onde ouvimos
vários responsáveis de empresas
ligadas à distribuição de peças e às
oficinas, para perceber qual poderá
ser a amplitude do problema que
temos pela frente e o que pode ser
feito por cada um dos «players» para
minimizar o impacto da inflação no
setor do pós-venda.
Num mercado extremamente competitivo,
onde o preço (ainda) é a variável
mais importante do negócio, quisemos
saber como se lida com estes aumentos
de preços que têm obrigatoriamente
de ser transmitidos aos clientes e
como é que se reorienta a estratégia
comercial de maneira a sobreviver
aos ciclos mais difíceis da economia.
Isabel Basto, COO de Aftermarket
do Grupo Nors, conta que em 2022
“tivemos mais do que uma subida do
preçário” e que “foram tempos difíceis
UM DOS aspetos MAIS SÉRIOS DESTE aumento DO CUSTO MÉDIO
PRENDE-SE COM O CONSUMIDOR E COM A FORMA COMO ESTE PODE
VIR A SER PROFUNDAMENTE afetaDO, FRUTO DO DECRÉSCIMO
NA SUA CAPACIDADE FINANCEIRA
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 9
INFLAÇÃO
NO AFTERMARKET
O CUSTO MÉDIO DAS PEÇAS IRÁ CONTINUAR A auMENTAR MUITO POR CULPA
DA INCERTEZA COM A SITUAÇÃO QUE SE VIVE NA UCRÂNIA, MAS TAMBÉM
À RESPOSTA DO BANCO CENTRAL EUROPEU À CRESCENTE INFLAÇÃO
e conturbados, até porque havia muitos
«players» no mercado que nem
sempre alteravam o preço ao mesmo
tempo, o que causava algum ruído no
setor, porque não era claro a que preço
estávamos a fornecer a mesma peça”.
No entanto, não havia outra solução,
entende, pois “como para todos os
negócios, as peças aumentam devido
ao custo da energia, dos salários, das
matérias primas, dos juros e isto terá
um impacto na rentabilidade do setor
uma vez que estes aumentos têm que
ser passados aos clientes”.
Também Manuel Félix, diretor geral
da Euromais, nota que a maior parte
dos distribuidores não está a refletir
a 100% os aumentos de preços que
foram transmitidos na cadeia, dado
que “se alguém tem uma determinada
peça em stock, que entrou a
10 euros, não há uma repercussão
imediata desse aumento de preço
nos clientes. O que está a ser feito é
absorver uma parte do aumento da
inflação na margem”, explica, alertando
que “há limites e não podemos
abdicar da nossa margem, porque no
final do mês é preciso pagar os salários,
a água, a luz e as despesas e gerar
algum retorno ao nosso acionista!”.
Ainda assim, considera que atualmente
o setor se ressente, sobretudo,
“da perda do poder de compra que as
pessoas estão a ter pelo aumento dos
custos em todas as áreas”.
Pouco a fazer
Partilhada por todos é a opinião de
Manuel Pena, o responsável da rede
de oficinas CGA, que diz que “não há
grande coisa que os fabricantes possam
fazer”, perante este cenário, “porque
estão reféns do próprio aumento
de custos das matérias primas”. Nuno
Reis, administrador da Redeinnov,
diz mesmo que “somos mais espetadores
atentos do que atores, neste
contexto. São muitos os fatores que
influenciam a inflação, sobre os quais
não temos nenhum controlo, portanto,
aquilo que poderemos fazer é
adaptarmo-nos a este contexto, que é
altamente exigente e muito dinâmico.
Temos de procurar a máxima eficiência
nas nossas empresas, de maneira
a corresponder da melhor forma aos
desafios que o mercado nos apresenta”,
defende. Em termos de estratégia,
comenta, esta “não se altera com estas
questões mais conjunturais. A política
comercial tem-se mantido estável,
bastante bem definida e consolidada
ao longo dos anos e aquilo que temos
vindo a alterar é uma questão mais
operacional no dia a dia. Temos tido
um foco muito grande não em mais
stock, mas em melhor stock. Diria
que, em tempos mais exigentes, o
principal é que as empresas continuem
a olhar para elas e que percebam
o que podem fazer melhor todos
os dias em áreas críticas como a financeira
e a económica, para que possam
ser competitivas comercialmente. A
dica é manter o foco nos fundamentos
do negócio, apesar de todas estas distrações
e de todos estes desafios que
vão aparecendo no dia a dia”, remata.
Isabel Basto adverte para a necessidade
de “contenção dos gastos operacionais
e, principalmente, de diminuir
a exposição ao risco das taxas de
juro variáveis”. De há alguns anos a
esta parte, o Grupo Nors tem investido
significativamente no negócio
de aftermarket, nomeadamente em
termos tecnológicos e em termos de
processos, o que, para a COO, “hoje
permite-nos conhecer melhor o nosso
cliente, pois estamos melhor preparados
para gerir estes períodos de
inflação, se tivermos os meios para
saber melhor aquilo que o nosso
cliente precisa”, argumenta.
Por seu turno, o diretor-geral da Euromais,
Manuel Félix, afirma que, por
esta altura, “toda a gente deve parar
e analisar muito bem aquilo que está
a fazer e mesmo que não tenham formação,
devem falar com quem de direito,
com contabilistas, fazer cursos
online, formações especificamente
em gestão de oficinas… os proprietários
devem olhar para o seu negócio,
porque é nestes momentos que se
definem as boas e as más empresas!”,
alerta. Com outra perspetiva, Manuel
Pena, da CGA, considera que cada
caso é um caso e declara que “não temos
a veleidade de dar conselhos às
outras empresas, seguimos o nosso
caminho. Estamos a falar de estruturas,
em muitos casos, diferenciadas
da nossa, o que se aplica à nossa realidade
pode não se aplicar à realidade
de outras empresas. O que é bom para
nós não é bom para eles, é complicado
fazer esse tipo de julgamento”, diz ao
Jornal das Oficinas.
Manuel Pena defende que “nestas fases
de crise, normalmente não há muitas
coisas que se possam alterar radicalmente,
porque normalmente vai
criar nos clientes algumas questões e
desconfianças”. A seu ver, “a gestão tem
que ser feita sempre antecipadamente,
já pensando que os ciclos da economia
10 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
são variáveis. O que fazemos todos os
dias na Auto Delta, é pensar em todos
os cenários, bons e maus, e estruturamos
a empresa para tal. Ou seja, na
realidade, esta acaba por ser uma situação
já perfeitamente identificada”.
A Auto Delta, que tem mais de 40 anos
de existência, “sempre foi conhecida
por ter muito stock e variedade. Para
nós, no contexto atual, é excelente,
porque acabamos por ter antecipado
a questão, e conseguimos fornecer os
nossos clientes. Aumentamos regularmente
a nossa capacidade de stock,
de maneira a poder ter sempre mais
soluções e mais opções para os nossos
clientes. Já estamos a trabalhar antecipadamente
e estamos perfeitamente
confortáveis nesta situação”, salienta.
Manter competitividade
e nível de serviço
Gerir o equilíbrio entre ser competitivo
e manter o nível de serviço tem
sido outro dos grandes desafios da
inflação. Com os custos do transporte
a subir expressivamente, os transportadores
já aumentaram preços e isso
significa custos agravados para os distribuidores
que habitualmente fazem
quatro, seis ou oito entregas diárias.
“É o grande dilema na cabeça de muitos
gestores. O nível de serviço em que
as empresas estão a entrar para conquistar
mercado, entregando seis ou
dez vezes ao dia, sem qualquer organização
ou regra, vai ser algo para que
a médio prazo, as empresas vão ter
que olhar. Os salários estão a aumentar,
o preço dos carros está a aumentar,
o preço do combustível, a manutenção
dos carros… e eu não consigo
perceber como é que há empresas que
conseguem continuar a ter margens
razoáveis para sobreviverem quando
entram numa política de «pombo
correio», que vão logo a correr para
entregar as peças aos clientes”, questiona-se
o diretor-geral da Euromais.
Para Manuel Félix, duas entregas por
dia “é mais do que suficiente para
qualquer oficina, mas estamos numa
loucura em que as empresas acham
que porque entregam dez vezes ao
dia, vendem mais. Honestamente, na
nossa empresa preferimos não vender
mais e ter as coisas organizadas e saber
que somos rentáveis”.
No Grupo Nors, garante Isabel Basto,
“não conseguimos diminuir o nível de
serviço que prestamos ao nosso cliente,
até porque a procura não diminuiu,
aumentou. Desde sempre que
temos um nível de serviço de acordo
com o segmento de cliente e temo-nos
orgulhado da confiança que dá ao
cliente”, afirma. Contudo, a responsável
sabe que, além dos custos financeiros,
há também custos ambientais
pesados no que toca à pegada de carbono
da empresa. Enquanto membro
do fórum «Automotive Aftermarket
Sustainability», a convite da ACAP
com a CLEPA e com a FIGIEFA, Isabel
Basto confirma que “temos que
medir a nossa pegada de carbono e o
número de entregas que fazemos, as-
É NESTES MOMENTOS QUE A OFICINA TEM DE SE REINVENTAR,
FAZER MAIS COM MENOS, PARA QUE A SUA PROPOSTA DE valor SEJA
MAIOR E MELHOR, acoMPANHANDO O NATURAL AUMENTO DE PREÇOS
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Aftermarket. As baterias da linha TITANIUM garantem alta potência
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INFLAÇÃO
NO AFTERMARKET
A MÉDIO PRAZO, OS EFEITOS DIRETOS DA ATUAL TAXA DE INFLAÇÃO,
SÃO A REDUÇÃO DO CONSUMO CAUSADA PELA PERDA DO PODER
DE COMPRA DOS CONSUMIDORES E A PERDA DE CAPACIDADE
FINANCEIRA DAS EMPRESAS
SE A OFICINA PRETENDE MANTER A COMPETITIVIDADE AO NÍVEL
DE PREÇOS, SEM COMPROMETER O NÍVEL DE SERVIÇO, TEM DE TER
MUITOS CUIDADOS NOS CUSTOS OPERACIONAIS DA EMPRESA
sim como o tipo de embalagens que
usamos, se quisermos continuar a ter
um mundo onde viver. Iremos trabalhar
neste sentido”, promete.
“O bARATO sai caro”
Com menos rendimento disponível,
as famílias terão mais dificuldade
em fazer face a despesas inesperadas,
nomeadamente com os automóveis.
Porém, os nossos interlocutores do
Podcast «Impacto da Inflação no
Aftermarket» concordam que este “é
um setor que, aparentemente, vive
bem com a crise económica”, como
refere Isabel Basto, que acrescenta
que “quem precisa do automóvel vai
continuar a usá-lo e vai haver procura
da reparação automóvel. Com a
recessão económica, o consumidor
adiará a compra de um carro novo e,
assim, tem mais cuidado em preservar
o carro que tem atualmente”. O facto
de se ter verificado, em 2022, um
grande crescimento na compra de
viaturas usadas importadas pode,
na opinião da COO, “ser um sinal
positivo para um aumento na procura
do setor do aftermarket”.
Também para Manuel Félix, o impacto
na atividade oficinal “não será
altamente preocupante”, mas poderá
traduzir-se no adiamento das reparações
ou no “resvalamento de produtos
de marcas premium, que são mais
caras, para segundas linhas, que são
mais económicas. Eu não acredito
que as pessoas vão deixar de reparar
o seu automóvel. Nós, portugueses,
temos uma ligação muito forte ao
automóvel, mas se calhar as oficinas
vão ter de começar a adaptar as suas
margens à realidade e, com isso, a não
repercussão do aumento de preços na
totalidade no preço das peças”, indica.
A subida dos preços devido à inflação,
para Manuel Pena, tem, “normalmente,
um efeito positivo”, pois este setor,
em particular a parte oficinal, abraça
“um contraciclo. É verdade que as peças
aumentam, que existe um custo
e que algumas famílias terão dificuldades
em reparar, mas há mais gente
a querer manter o carro, ou seja, na
realidade o mercado em crise no nosso
setor autocompensa-se. Seguramente,
vamos sentir um crescimento
da reparação, porque há menos venda
de automóveis novos”, comenta.
Já Nuno Reis, da Redeinnov, mostra-se
preocupado com a pressão que
as oficinas irão sentir, pois considera
que, em Portugal, o automóvel é
“um bem de primeira necessidade
e as pessoas não têm alternativas e
não podem prescindir dele”. Prevê
que surgirá pressão para que a oficina
“possa facilitar os pagamentos e
encontrar soluções para financiar as
reparações mais caras”, além de pressão
para encontrar “peças de menor
qualidade e por reparadores de menor
qualidade, que possam oferecer
um preço que à partida lhes parece
mais barato”, dois fatores desafiantes
que pesam negativamente na
atividade económica, alerta, usando
mesmo a expressão bem conhecida
pelo povo português que “o barato
sai caro”. Ainda assim, entende que
“infelizmente, quando as pessoas
não têm, não têm. Se for preciso fazer
uma reparação de 300 euros que
não têm, não há outra solução que
não optar pelo preço e por reduzir o
investimento. É evidente que a médio
prazo é uma má decisão, mas
dificilmente posso criticar alguém
que tenha pensado fazer um determinado
investimento e tem que fazer
um investimento diferente e menos
bom. Mas sim, isso vai trazer essas
consequências. Em ciclos de menor
atividade económica já assistimos a
alguma procura de peças mais baratas,
que a curto prazo parecem uma
ótima solução, mas que a médio prazo
são uma péssima solução”, afirma.
Mesmo face a inflação, é preciso frisar
que o setor do pós-venda automóvel é
um mercado resiliente, que se vê a braços
com dificuldades desde 2020. Primeiro
a pandemia, depois a guerra em
2022, que abanaram, mas não fizeram
cair os empresários, que souberam dar
a volta por cima, pelo que há que olhar
de forma positiva para o futuro próximo.
Passados estes três últimos anos,
com todos os problemas que houve,
aprendemos que a Resiliência Humana
tem uma força extraordinária.
Na opinião de Nuno Reis, “os desafios
são permanentes. Não me parece que
2022 tenha sido um mau ano em termos
de resultados económicos para a
maior parte das empresas (e ao final
do dia é isso que nos importa!), portanto,
acho que 2023 vai ser um ano
difícil, mas com outros desafios, nomeadamente
este, da questão económica”.
Manuel Pena também não teme
a situação: “As crises financeiras são
positivas para o aftermarket automóvel.
Temos um pequeno contraciclo, é
uma situação regular”, conclui.
É nestes momentos que as empresas
têm de se reinventar, fazer mais com
menos, apoiar os seus clientes com
mais serviço com mais apoio à sua atividade
para que a nossa proposta de valor
seja maior e melhor acompanhando o
natural aumento de preços. l
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 13
PATROCINADORES >
MOBILIDADE SUSTENTÁVEL
UMA TRANSIÇÃO
IRREVERSÍVEL
Imagem © Opel 2021
TORNAR A MOBILIDADE MAIS ECOLÓGICA E SUSTENTÁVEL DEVE CONSTITUIR A NOVA VIABILIDADE
QUE PERMITA AO SETOR DOS TRANSPORTES CRESCER. A MOBILIDADE DEVE BASEAR-SE NUM
SISTEMA DE TRANSPORTES MULTIMODAL EFICIENTE E INTERLIGADO, TANTO PARA PASSAGEIROS
COMO PARA MERCADORIAS, OTIMIZADO POR UMA ABUNDANTE INFRAESTRUTURA DE
CARREGAMENTO E REABASTECIMENTO DE VEÍCULOS DE EMISSÕES NULAS
Esta evolução não deve deixar ninguém
para trás, sendo crucial que a mobilidade
esteja disponível e a preços acessíveis a
todos. Em termos gerais, temos de mudar
o paradigma existente de mudança
sobre mudança para um de transformação fundamental.
O Pacto Ecológico Europeu apela a uma redução
de 90% das emissões de gases com efeito de
estufa provenientes dos transportes, para que a UE
se torne uma economia com impacto neutro no clima
até 2050. Para alcançar esta mudança sistémica,
é necessário tornar todos os modos de transporte
mais sustentáveis e criar os incentivos adequados
para impulsionar a transição, o que implica que
todas as alavancas políticas devem ser acionadas,
nomeadamente:
l Medidas destinadas a reduzir significativamente a
atual dependência dos combustíveis fósseis;
l Ações decisivas para transferir mais atividade para
os modos de transporte mais sustentáveis;
l Internalização dos custos externos, através da
aplicação dos princípios do «poluidor-pagador» e
do «utilizador-pagador», nomeadamente através
da tarifação do carbono e de mecanismos de tributação
das infraestruturas.
Tendo em conta a análise apresentada no documento
da Comissão Europeia são definidos vários
marcos para nortear o caminho do sistema de
transportes europeu para alcançar os objetivos de
mobilidade sustentável, inteligente e resiliente, indicando,
assim, o nível de ambição necessário para
as políticas futuras, a saber:
Até 2030:
l Pelo menos 30 milhões de veículos de emissões
nulas estarão em funcionamento nas estradas europeias
l 100 cidades europeias terão impacto neutro no
clima
l
Haverá o dobro dos comboios de alta velocidade
l As viagens coletivas programadas de menos de
500 km devem ser neutras em termos de carbono
na UE
l A mobilidade automatizada será implantada em
grande escala
Até 2035:
l As aeronaves de grande porte de emissões zero estarão
prontas para o mercado
Até 2050:
l Quase todos os automóveis, vans, autocarros, assim
como os veículos pesados novos serão de emissões
zero;
l O tráfego ferroviário de mercadorias duplicará;
l O tráfego ferroviário de alta velocidade triplicará;
l A rede transeuropeia de transportes (RTE-T)
multimodal, equipada para transportes sustentáveis
e inteligentes com conectividade de alta velocidade
estará operacional para a rede global.
O ecossistema de carregamento VE
O desenvolvimento da e-mobilidade representa
uma oportunidade que as empresas devem aproveitar,
preparando o futuro a partir de hoje. A chave
está em adotar modelos de negócios viáveis que
lhes permitem diferenciar-se da concorrência, num
mercado cada vez mais competitivo. O calcanhar de
Aquiles do mercado de VE encontra-se na infra-estrutura
de carregamento, sendo esta uma via crucial
para explorar, a fim de obter uma vantagem competitiva.
Avaliar quem pode captar novos valores gerados
por este mercado é crítico. De facto, os modelos de
negócio e os cenários de desenvolvimento são constantemente
alterados, sendo difícil prever retornos
financeiros e económicos para os intervenientes no
mercado. Na realidade, a complexidade da infra-estrutura
de carregamento dos VE, incentiva todos os
intervenientes a criar novos negócios para desenvolver
soluções inovadoras. Como a penetração de
VE aumenta e a infra-estrutura expande-se, duas
questões-chave tornam-se importantes para as empresas
ativas neste campo:
l Quando investir: Quando irá acontecer “o ponto
de viragem” para as vendas de VE tornarem o mer-
cado de VE mais atrativo e permitir a industrialização
total?
l Onde investir: que parte da cadeia de valor irá
concentrar a maior parte do valor e permitir as margens
mais elevadas?
A atual mudança de mobilidade empurra as empresas
e condutores para a mudança ao longo da cadeia
de valor da eletrificação, para rever as suas estratégias
de investimento e para transformar os seus negócios
através de fusões e aquisições. O imperativo
de transformação torna-se ainda mais forte à medida
que a complexidade do ecossistema aumenta.
Tendências que estão a mudar a mobilidade
A E-Mobility generalizou-se e está a experimentar
um grande impulso, apesar das elevadas discrepâncias
geográficas, a tendência é a acelerar. As quatro
grandes tendências que estão a mudar a mobilidade
são: conectividade; condução autónoma; partilha de
serviços e mobilidade elétrica.
O acesso às infra-estruturas de carregamento de VE
será em breve a única barreira que resta, para desbloquear
o potencial de e-mobilidade. Interesse crescente
dos fabricantes de automóveis, como a Toyota,
Volvo ou Renault, associado à queda dos preços das
baterias estão próximos de comercializar VE a um
preço mais competitivo, ainda que estes permaneçam
significativamente mais caros do que os veículos
com motor de combustão interna (ICE) sem subsídios
governamentais. Muitos condutores ainda têm
preconceitos relativamente aos VE, por causa da autonomia
e do ainda reduzido número de postos de
carregamento A cadeia de valor do VE é suscetível
de evoluir ainda mais à medida que o mercado se
expande e o número de empresas ativas no terreno
aumenta.
Embora seja evidente que os modelos de negócio
da e-mobilidade requerem gerir um ecossistema
complexo, nenhuma empresa se destaca ainda entre
fabricantes de automóveis, empresas de serviços
públicos e petrolíferas. Os fabricantes de automóveis
e alguns players estão melhor posicionados para
apoiar modelos comerciais específicos, servindo
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 15
assim alguns segmentos de clientes
melhor do que outros, graças à sua
capacidade para aceder aos dados dos
utilizadores.
As petrolíferas são definitivamente as
organizações mais ameaçadas e devem
transformar-se rapidamente para capturar
uma parte importante do mercado
de carregamento dos VE para não
desaparecer. Vão ter de compreender
as preferências dos clientes, utilizando
as bases de dados para saber as suas
necessidades e as suas ligações com os
prestadores de serviços. O domínio do
digital e dos dados é fundamental para
vencer neste mercado de fornecimento
de energia para carregamento de VE.
O digital traz oportunidades às empresas
para adaptarem os seus modelo de
negócio.
Novos cenários de e-mobilidade
A condução autónoma, digitalização e
eletrificação estão a evoluir a partir de
novas tecnologias, novos operadores
no mercado, e novas abordagens por
parte de agentes tradicionais da indústria.
Com as crescentes preocupações
ambientais e os objetivos dos ESG, a
procura dos consumidores por veículos
eléctricos (VE) estão a tornar-se
mais comum. Os construtores de automóveis
estão a aumentar a produção
de VE, ou planos para converter linhas
inteiras de veículos de passageiros e/ou
comerciais de ICE para VE. Como resultado,
o mercado de baterias VE está
a crescer e a procura está a acelerar,
com a sustentabilidade e a disponibilidade
de matéria-prima como principais
desafios.
Os veículos também requerem quantidades
cada vez maiores de software,
e os OEMs estão a mudar para uma
abordagem de Veículo Definido por
Software (SDV), onde os veículos são
construídos em torno de plataformas
de software. A digitalização e o software
tornaram-se diferenciadores,
pressionando OEMs e fornecedores a
desenvolver novos produtos e serviços
baseados em software, e até modelos
empresariais de software inovadores.
Embora a escassez de semicondutores
continue a ter impacto nos fabricantes
automóveis, também apresenta a
oportunidade de repensar estratégias
a curto e longo prazo.
Mobilidade partilhada
A mobilidade partilhada, ou quando os veículos são partilhados entre indivíduos ao
longo do tempo ou em conjunto entre vários passageiros, parece ter vindo para para
ficar. Veja-se, por exemplo, o seguinte:
l Os condutores europeus acumularam
mais de 15 mil milhões de
viagens de mobilidade em 2019,
com receitas que atingiram 130 mil
milhões de dólares. Até 2030, as receitas
totais da mobilidade poderão
aumentar para entre 450 mil milhões
e 860 mil milhões de dólares,
representando 80 a 90 por cento das
despesas dos consumidores em mobilidade
partilhada.
l Com uma taxa de crescimento
anual de mais de 200 por cento de
2018 a 2019 em receitas anuais de
viagens, o mercado de mobilidade
partilhada deverá gerar até 90 mil
milhões de dólares em 2030.
l Cinquenta e seis por cento dos
consumidores atuais estão dispostos
a substituir as viagens efetuadas em
veículos privados por futuros veículos
autónomos partilhados. Em
resultado da potencial canibalização
da utilização de veículos privados e
do fornecimento de uma opção de
mobilidade partilhada mais acessível
do que o transporte público
atual, as receitas dos táxis e TVDE’s
poderão atingir mais de 400 mil
milhões de dólares em 2030, dependendo
da forma como os regulamentos
e tecnologias relacionadas se
desenvolvem.
Como os consumidores exigem modos
de viagem convenientes, rentáveis
e sustentáveis nas zonas urbanas,
a mobilidade partilhada está a
aumentar. De acordo com uma análise
McKinsey dos relatórios anuais,
o número de viagens e-hailing triplicou
de 5,5 triliões em 2018 para 16,5
triliões em 2021. Durante a última
década, a mobilidade partilhada tornou-se
também um campo atraente
para os investidores. Desde 2012, investidores
privados, empresas tecnológicas,
e outros, investiram mais de
100 biliões de dólares para empresas
de mobilidade partilhada. As cidades
têm como objetivo reduzir as
emissões para enfrentar a crise climática,
e esta década pode assistir a
uma mudança ainda mais dramática
para formas de viajar flexíveis, partilhadas
e sustentáveis. Mais de 150
cidades estão atualmente a trabalhar
para introduzir medidas destinadas
a reduzir a utilização de veículos privados,
conclui a análise McKinsey.
Os automóveis particulares de passageiros
são convenientes, mas também
podem ser ineficientes. Por
exemplo, a frota de automóveis de
passageiros da Alemanha é de cerca
de 50 milhões de veículos, que poderiam
potencialmente fornecer cerca
de 250 milhões de lugares. Com
mais de 80 milhões de pessoas na
Alemanha, isto poderia teoricamente
satisfazer as necessidades de mobilidade
da população. Mas estudos
mostram que os veículos particulares
permanecem estacionados cerca
de 95% do tempo e transportam frequentemente
um pequeno número
de pessoas. (Na Europa, uma média
de 1,2 a 1,9 pessoas ocupam carros
de passageiros que viajam em zonas
urbanas). Isto leva a uma utilização
média de menos de 2% de toda a capacidade
de lugares para veículos.
Devido a isto, as ruas das cidades
estão frequentemente a transbordar
de tráfego, o que reduz ainda mais a
utilização eficaz do sistema de mobilidade.
Três tendências que moldam a
mobilidade partilhada
Dos robo-táxis e robo-shuttles aos
e-bikes partilhados, os gastos em
serviços de mobilidade partilhada
poderão crescer rapidamente durante
a próxima década, com profundas
implicações para os decisores políticos,
empresas privadas, e consumidores.
Três tendências principais
estão por detrás do crescimento da
mobilidade partilhada.
A primeira é uma transição potencial
de utilização individual para a
utilização conjunta de veículos. O
ritmo vertiginoso da urbanização
significa que o congestionamento é
um desafio permanente nas zonas
urbanas. Os passageiros poderiam
preferir andar com outros porque é
rentável (com várias pessoas a dividir
a conta) e conveniente (uma vez
que o ridesharing proporciona um
serviço porta-a-porta e os consumidores
não conduzem). Além disso,
as cidades que trabalham para reduzir
a utilização de veículos privados
estão a promulgar regulamentos
mais rigorosos e a fornecer incentivos
para a utilização da mobilidade
partilhada. Os líderes das cidades
estão a estabelecer zonas sem carros,
a cobrar para entrar com os carros
nas cidades, a reduzir os lugares de
estacionamento e a aumentar as tarifas
de estacionamento. A transição
para modos de viagem mais sustentáveis,
flexíveis e agrupados poderia
proporcionar benefícios ambientais,
reduzir o tráfego e minimizar a utilização
ineficiente das estradas.
A segunda tendência é uma possível
mudança dos modos de mobilidade,
em que os consumidores fazem
a sua própria condução para serem
conduzidos - por exemplo, com
veículos autónomos partilhados. O
lançamento comercial de robotáxis
e robots de transporte poderia dar
aos consumidores opções mais acessíveis
para viagens ponto-a-ponto.
Isto poderia tornar desnecessária a
posse de um carro para uns, enquanto
para outros, reduzir o quanto utilizam
os seus carros.
Uma terceira grande tendência poderia
envolver a mudança da utilização
de veículos maiores para
veículos mais pequenos. Muitos
consumidores em áreas com muita
gente estão a ter dificuldade em
encontrar estacionamento e já não
16 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
PATROCINADORES >
querem stress e confusão no tráfego
durante as suas deslocações diárias.
A investigação realizada a um vasto
número de condutores mostrou que
quase 70% declaram estar dispostos
a utilizar veículos de micro-mobilidade
para o transporte pendular.
Isto sugere que cada vez mais trabalhadores
estão a considerar utilizar
veículos mais pequenos e formas de
transporte mais sustentáveis.
O interesse dos consumidores pela
mobilidade partilhada floresceu
após a pandemia global COVID-19,
com muitos condutores a valorizar
as viagens higiénicas, sustentáveis e
flexíveis. Mais de 90 cidades adotaram
políticas que apoiam indiretamente
a micromobilidade, tais como
a construção maciça de infra-estruturas
para o ciclismo. Os avanços
na tecnologia irão provavelmente
melhorar ainda mais a experiência
do consumidor, por exemplo, ao
permitir viajar através de distâncias
maiores. Em 2030, o mercado da
micromobilidade partilhada poderá
atingir 50 a 90 mil milhões de dólares,
um aumento de cerca de 40 por
cento por ano entre 2019 e 2030. A
micromobilidade partilhada poderia
representar cerca de 10% do mercado
global de mobilidade partilhada
em 2030.
Uma vez que os consumidores que
partilham automóveis têm de conduzir
eles próprios, têm menos liberdade
do que se estivessem num
veículo autónomo. Os utilizadores
de automóveis partilhados têm de
encontrar estacionamento, e muitas
vezes têm de ultrapassar as lacunas
do primeiro e do último quilómetro
(ou seja, os desafios que se colocam
a partir do local onde apanham o
seu carro, e depois chegar do ponto
de entrega ao destino final). Ainda
assim, alguns consumidores podem
apreciar a maior flexibilidade que a
partilha de carro oferece em relação
à posse do carro. Os operadores de
mobilidade com frotas puramente
elétricas descobriram recentemente
que as cidades que regulamentam
rigorosamente as emissões são mercados
atrativos.
Transporte rodoviário inteligente e conveniente
Salvaguardar uma indústria próspera e competitiva
Um dos quatro pilares principais
do Manifesto ACEA 2019-2024,
que procura fomentar a colaboração
entre a indústria automóvel e os
decisores políticos da UE, é tornar
o transporte rodoviário inteligente e
conveniente. O principal objetivo é
estabelecer firmemente a UE como
líder mundial em soluções de mobilidade
inovadoras e orientadas para
o consumidor.
O que a indústria automóvel
oferece:
l Um volume de negócios que representa
mais de 7% do PIB da UE.
l Emprego direto e indireto para
13,8 milhões de europeus (6,1%
da população empregada da UE) e
mais de 11% do emprego total da indústria
transformadora da UE (3,5
milhões de empregos).
l Cerca de 428 mil milhões de euros
em contribuições fiscais só nos estados
membros da UE
l As exportações geram um excedente
comercial de 84,4 mil milhões
de euros por ano para a União Europeia.
l O investimento mais forte do mundo
em I&D automóvel, no valor de
57,4 mil milhões de euros por ano ou
28% da despesa total de I&D da UE.
l 37,2% de todos os pedidos de patentes
são relacionados com veículos
desde 2011, colocando a Europa
à frente da China (3%), Japão (13%)
e Estados Unidos (33,7%).
l Soluções específicas e flexíveis
para cada realidade de mobilidade.
No caso de utilização dos transportes,
correspondendo às características
únicas de cada uma das muitas
áreas urbanas da Europa.
l Uma oferta cada vez mais ampla e
diversificada de veículos com emissões
zero e baixas (ZLEVs).
l Veículos que emitirão continuamente
menos poluentes, intensificando
a sua contribuição para cidades
mais limpas e um ambiente
mais saudável.
l Tecnologia de segurança ativa de
ponta para veículos, melhorada por
sistemas automatizados, que podem
ajudar a evitar a ocorrência de acidentes.
l Melhor comunicação com os cidadãos
sobre uma condução segura e
uma utilização mais eficaz dos elementos
de segurança já disponíveis
nos seus veículos.
l Uma ampla escolha de diferentes
tipos de veículos, através de vários
segmentos de preços, fornecendo
soluções adequadas para diferentes
orçamentos.
l Investimento contínuo em novos
serviços de mobilidade, incluindo
partilha de carros, ridesharing e
conceitos logísticos inovadores.
O que a Europa deve fazer
l Lançamento de iniciativas emblemáticas
europeias centradas na inovação
da mobilidade que reúnem
universidades, centros de investigação
e atores de toda a cadeia de valor
automóvel.
l Eliminar os obstáculos regulamentares
à implantação (transfronteiriça)
de novas tecnologias de mobilidade.
l Permitir a implantação rápida da
infra-estrutura de comunicações digitais
necessári para complementar
as infra-estruturas de transporte e
rodoviárias existentes.
l Permitir a inovação em novos modelos
empresariais de mobilidade
impulsionados por dados, bem como
soluções de transporte partilhado.
l Adotar uma abordagem “centrada
no consumidor”, adotando políticas
de mobilidade e transporte que respondam
às mudanças de hábitos e
necessidades dos consumidores.
l Elaborar um plano abrangente
para a transição para a mobilidade
com baixas e zero emissões, como
já foi feito na China e nos Estados
Unidos da América.
l Recolher e analisar dados sobre
acidentes a nível da UE para ter
uma base de conhecimentos mais
sólida para a escolha de outras medidas
de segurança.
l Criar condições de mercado adequadas
e favoráveis para a aceitação
dos ZLEV em todos os estados
membros através de incentivos financeiros
e não financeiros, tornando
os veículos mais limpos acessíveis
a todos os níveis da sociedade.
l As novas regras e regulamentos
não devem ter um impacto negativo
na liberdade de mobilidade das pessoas
com meios limitados.
l Impor tecnologias específicas apenas
limita a escolha e restringe a
inovação; a Europa só prosperará se
as pessoas tiverem mais escolha em
vez de menos.
l Abordar a incerteza dos consumidores,
combatendo a crescente
manta de retalhos de restrições de
acesso aos veículos urbanos, e a sua
falta de coerência com as regras do
mercado interno da UE.
O DESENVOLVIMENTO DA E-MOBILIDADE REPRESENTA
UMA OPORTUNIDADE QUE as EMPRESAS DEVEM
APROveitar, PREPARANDO O FUTURO. A CHAVE ESTÁ
EM ADOtar MODELOS DE NEGÓCIOS VIÁVEIS QUE LHES
PERMITEM DIFERENCIAR-SE DA CONCORRÊNCIA
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Competição Melhor
MeCAtrónico tem tudo
para correr bem”
Armando Coutinho tem quarenta e seis anos de
idade, vive em Lisboa e trabalha na Mercauto Santogal,
em Sete Rios, um concessionário oficial da
Mercedes-Benz
Fez o Curso de Mecatrónica Automóvel na Casa
Pia de Lisboa, Colégio de Pina Manique, com uma
duração e quatro anos, tendo terminado em 1992.
Começou a trabalhar inicialmente num concessionário
da Ford, cerca de oito anos, e está há vinte
e dois anos na Mercauto de Sete-Rios. Não teve
ninguém que o inspirasse a seguir a profissão, mas
desde cedo percebeu que era o que queria fazer.
Em criança, sempre que via alguém com o capô
de um automóvel aberto, lá estava sempre a observar
atentamente. “Sempre soube que queria ser
mecatrónico de automóveis, fazer carreira nesta
área. O que me atraiu foi a paixão que sempre tive
pelo mundo automóvel, pela tecnologia em constante
desenvolvimento do setor”, refere Armando
Coutinho. Para se manter atualizado com as novas
tecnologias frequenta as formações que são
disponibilizadas pela Mercedes-Benz, e-learnings
e presenciais. Tenta também, sempre que possível,
fazer formações dadas por empresas externas
à marca para adquirir outro tipo de conhecimentos
relativos a outras marcas de automóveis. O
equilíbrio entre a vida profissional e pessoal nem
sempre é fácil, pois a maior parte dos dias da semana
trabalha cerca de onze a doze horas diárias.
“Penso que todo o mecatrónico, tem aquela avaria
mais complicada, que enquanto não a resolve sempre
nos “persegue”, mesmo em casa”, diz.
Quando não está a trabalhar, convive com a família,
pratica BTT e tenta ir ao ginásio, sempre que
possível, de forma a manter algum equilíbrio na
vida. No geral sente-se satisfeito com a profissão,
gosta imenso do que faz e do desafio constante da
profissão de mecatrónico automóvel. Continua a
ver esta profissão como uma área em constante desenvolvimento,
que necessita de uma adaptação
constante “Hoje em dia executamos reparações
em praticamente todo tipo de viaturas, desde
os PHEV aos EV, futuramente estes últimos em
maior percentagem. Cada vez mais, existe uma
maior necessidade de especialização dos técnicos
para acompanhar a evolução da indústria do sector
automóvel, só assim, é possível garantir um
trabalho de qualidade e valorização da profissão”,
sublinha.
Decidiu concorrer à Competição Melhor Mecatrónico
para testar o seu nível de conhecimentos e
também como um desafio pessoal, “sair da minha
área de conforto e adquirir novas experiências/
conhecimentos”. Considera que o nível de preparação
dos concorrentes é cada vez maior, assim
como o grau de dificuldade das provas. Por isso
acredita que esta edição vai uma vez mais superar
as expetativas de todos, mesmo em relação ao espaço
envolvente onde o concurso irá decorrer. “O
facto da Competição decorrer no salão expoME-
CÂNICA, será um desafio acrescido, tanto para os
concorrentes como para a organização, algo nunca
feito em Portugal. Tem tudo para correr bem.
Certamente, todos os concorrentes e organização,
vão dar o seu melhor e dignificar a profissão de
mecatrónico automóvel”, conclui Armando Coutinho.
João Miguel Luís
“ Os benefícios,
divulgação, e
credibilização desta
Competição, ajuda na
evolução do setor”
João Miguel Passarinho Luís tem 46 Anos, mora
no concelho de Odivelas e há quinze anos que desenvolve
o projeto oficinal Miguel & Luísa Auto
Lda. como fundador e parte integrante dos quadros
da empresa como Mecatrónico
Dentro do meio oficinal, João Luís já tem um percurso
longo, pois desde tenra idade que frequenta as
oficinas, pois o seu pai era bate-chapas, e desde sempre
acompanhou a evolução oficinal bem de perto.
Como profissional, a sua etapa começou entre 1997
e 2001, quando se tornou orçamentista e chefe de
oficina, tendo começado a efetuar o seu percurso de
formação eletrónica, bem como os primeiros passos
a nível de diagnóstico automóvel. A sua principal
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 19
inspiração foi sempre o desafio em encontrar solução
para novos problemas, e assim que a revolução
a nível tecnológico começou e as dificuldades sentidas
pelos profissionais do setor a partir de 1998 se
instalaram, despoletou em si uma vontade cada vez
maior de saber mais e entrar nesse novo mundo do
OBD e das normas Euro e sistemas de antipoluição
estabelecidas na altura. Desde criança que a curiosidade
de saber como funciona o acompanhou. Legos
e desmantelar pequenos carros de brincar eram o
seu hobbie. “Lembro-me perfeitamente, que a partir
do secundário, e como tinha a possibilidade de
estar dentro do meio oficinal, a minha curiosidade
aguçou e fez-me começar a aprender com os mecânicos
da altura a profissão que hoje executo com
todo o orgulho”, refere João Luís.
O seu percurso, para além das inúmeras formações
que já efetuou e continua a efetuar até hoje, para
poder acompanhar a evolução tecnológica e digital
do automóvel, passou por trabalhar na oficina
do seu pai durante toda a infância e adolescência.
Numa certa etapa abraçou outros projetos, tendo
trabalhado na Sociedade Portuguesa de Reboques
e na BMW, Auto Fialho de Almeida, até que em
2007 resolveu criar o seu projeto pessoal, a M. &
L Auto Lda. Tem como referência profissional uma
formação contínua e meticulosa, assim como a
aposta em meios tecnológicos para poder acompanhar
não só os novos sistemas eletrónicos como o
ADAS, sistemas de antipoluição cada vez mais sofisticados
ou a eletrificação dos veículos, mas também
a evolução do mercado a nível de produtos de
origem e aftermarket. “A minha dedicação a esta
profissão, é sem sombra de dúvida de corpo e alma,
posso confessar que já sonhei com várias resoluções
de problemas de algumas viaturas”, frisou.
Para João Luís, esta é uma profissão que exige
dedicação e sacrifício, e salienta que na maior parte
das vezes ainda é vista de lado e negligenciada.
“O trabalho que desempenho é para proteger a
vida dos condutores e aumentar o conforto de todos
aos quais me é permitido resolver as avarias e
desgaste dos seus automóveis. Tenho a responsabilidade
de colocar a proteção ativa de cada viatura
em segurança máxima, pois tenho a noção que sou
responsável pela vida das pessoas a quem efetuo a
reparação das suas viaturas”, sublinha. “Esta dedicação
acaba por nos desgastar e ter um impacto no
nosso seio familiar, pois temos que dedicar muito
do nosso tempo em prol da segurança de outros, e
da nossa própria convicção e autoestima, mas com
o desenrolar da idade e da experiência profissional
acabamos por conseguir conciliar melhor o tempo
dedicado a família”, acrescenta João Luís. Como
seria de esperar, também tem o seu escape, e o
motociclismo há já muitos anos que o acompanha
nesse processo de exteriorizar a sua adrenalina,
bem como a sensação de liberdade que lhe traz.
Tal como qualquer relacionamento, e como já referiu
anteriormente, “a dedicação é a base fundamental.
A satisfação de exercer esta profissão, ocorre em
cada momento em que o serviço executado é motivo
para nosso orgulho e a satisfação do nosso cliente
que nos confiou a vida dele, e dos que irão circular
com ele na sua viatura”. Para João Luís, a profissão
de mecatrónico automóvel deveria ser mais valorizada,
até porque a sua continuação é uma incógnita,
muito porque as novas gerações não veem a mesma
como uma profissão a seguir, e em sua opinião, este
facto deve-se à falta de valorização, desgaste prematuro,
e ao grau de dificuldade da mesma em prol de
um rendimento abaixo de outras profissões que hoje
se encontram no top do mercado, como as profissões
digitais e tecnológicas. “Mas acredito que esta
profissão irá vingar no futuro pois terá que haver
sempre meios de transporte, e terá que haver sempre
quem lhes efetue a sua manutenção. A evolução
tecnológica será sempre um desafio para todos nós
mecatrónicos, mas acho que será sempre um motivo
também para o desenvolvimento de competências
inerentes à profissão”, assegura.
Na sua opinião, a Competição Melhor Mecatrónico,
para além de demonstrar que existem excelentes
profissionais em Portugal, tem a capacidade de
os motivar para serem ainda melhores. “A minha
participação advém não só do reconhecimento de
competências, bem como é uma forma de satisfação
pessoal pela qualidade como decorre, e me
proporcionar uma vontade imensa de me superar
a mim próprio, e claro ser valorizado na profissão
a qual já dediquei uma parte da minha vida”, enaltece.
“As finais são para ganhar, e como por mérito
aqui cheguei, vou tentar ao máximo o melhor
desempenho possível, de preferência o primeiro
lugar, sei que não será fácil, mas não será para
mim nem para nenhum dos colegas de profissão
que irão disputar comigo o tão cobiçado pódio”,
acrescenta. O facto da Competição se realizar na
expoMECÂNICA, para além de ser uma montra
para todos os participantes, acima de tudo irá ser
um prestígio para todos os profissionais que executam
com orgulho e mérito a profissão Mecatrónico
Automóvel. Por isso, João Luís acredita que esta
exposição e credibilidade se irá refletir na confiança
depositada em todos os profissionais do ramo.
“Os benefícios, divulgação, e credibilização desta
Competição, acima de tudo ajuda para que o estigma
da descredibilização da profissão se espraie, e
que a mesma seja divulgada, reconhecida e remunerada
como merece. Só eventos como este podem
chegar a uma fatia enorme de mercado, e sociedade
em geral. O dinamismo destes eventos também
acaba por lançar o Jornal das Oficinas como uma
referência , não só no mercado Aftermarket, como
também uma referência para os profissionais de
reparação do sector automóvel. Que venha Abril, e
que o evento seja um sucesso”, conclui.
Joel Marques
“ A minha perspetiva
nesta edição é vencer e
fazer bom networking
com todos os
concorrentes”
Joel Marques tem 30 anos, mora em São Julião do
Tojal em Loures e trabalha na oficina multimarca
JMS Auto, onde tem o gosto diário de ser o gerente
da mesma
Joel Marques nasceu numa família ligada ao ramo
automóvel, o que, desde jovem, o fez despertar a
curiosidade sobre os automóveis. O pai foi mecânico
na Citroën e tinha uma oficina com o seu irmão,
onde desde miúdo, depois da escola, passava o dia
20 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
Patrocinadores 2022 / 2023
com eles a aprender. O início de carreira foi na oficina
da família, de onde mais tarde decidiu sair para
a Midas, com apenas dezoito anos. Dois anos mais
tarde, voltou para junto da família e fez várias formações
de especialização na área. Aos vinte e três
anos, iniciou o projeto JMS Auto (em 2016), onde
desempenha as funções de gerente e neste momento
são sete apaixonados pelo setor e pela empresa.
Sempre adorou a tecnologia e os automóveis, e o
que mais lhe desperta interesse e curiosidade são
os desafios diários que a mesma apresenta. Frequenta
regularmente vários cursos sobre as novas
tecnologias desde a mecânica à eletrónica automóvel.
Sempre que surgem oportunidades para acompanhar
as novas tendências faz por estar atualizado.
No entanto, ultimamente com o crescimento
da JMS Auto, tem direcionado a sua formação
para gestão de recursos humanos.
No início da JMS Auto teve que dedicar mais tempo
ao projeto “mas o que me torna mais equilibrado é
a minha mulher e parceira de negócio. Começámos
este projeto juntos e com o tempo a família cresceu
e conseguimos lidar com os desafios que nos deparámos
e separar o trabalho da família”, sublinha.
De momento não tem nenhum hobby e nos tempos
livres lê e pesquisa sobre várias tendências e novas
ideias para o seu negócio. Fica com uma enorme
satisfação sempre que a equipa conquista as metas
propostas. “No entanto, reconheço que, como empreendedor,
quero sempre mais e mais. Desde que
tenha saúde, procurarei sempre fazer melhor”, afirma.
No futuro acredita que a necessidade de formar
e encaminhar novas gerações para este setor tem
de ser o foco, pois “todos sentimos a enorme falta
de mão-de-obra qualificada e as empresas têm de
se focar em ter boas políticas de recursos humanos
para capturar e reter talento”, realça.
A decisão de participar na Competição partiu
de uma brincadeira, mas como é extremamente
competitivo, confessa que irá fazer tudo para levar
o prémio para a JMS Auto. “A minha perspetiva
nesta edição é conquistar o primeiro lugar e
fazer bom networking com todos os concorrentes.
Considero que este novo formato pode trazer
benefícios para a divulgação e credibilização da
profissão Mecatrónico Automóvel. Precisamos
de mais eventos como este para cativar as novas
gerações a verem que esta profissão é divertida.
Penso que até faria sentido existir um vídeo para
posteriormente o mesmo ser divulgado nas escolas
profissionais de mecatrónica, de modo que os
jovens consigam entender que é um setor aliciante.
Para nós que fazemos a prova, até será divertido
a pressão extra”, conclui.
Jorge Jesus
“ Participo pela
possibilidade de
aprendizagem e troca
de conhecimentos”
Jorge Jesus tem 34 anos e vive em Maria Vinagre
concelho de Aljezur, Algarve. Trabalha na Auto
Marreiros, uma oficina independente multimarca
O percurso de Jorge Jesus até chegar a mecatrónico
automóvel foi o normal. Fez o 12º ano e depois
foi para a universidade estudar Engenharia Mecânica
que concluiu em 2010. Depois disso ainda
procurou alguns trabalhos na área da engenharia,
nomeadamente nas marcas, mas como na altura
se vivia uma crise em Portugal, foi complicado arranjar
emprego e decidiu então começar a trabalhar
na oficina dos seus pais, a Auto Marreiros, e
a aprender mais mecânica prática e a frequentar
cursos de mecânica. “O meu pai foi a fonte de inspiração
para seguir esta profissão, pois ele começou
com 12 anos nesta área a aprender, montando
depois o seu próprio negocio e eu sempre o via a
trabalhar, a mexer nos carros a desmontar motores
desde pequenino e sempre fui curioso com o que
ele fazia e me ensinava e comecei desde muito cedo
a ter o bichinho da mecânica”, refere Jorge Jesus.
Desde pequeno que sabia o que queria na vida e
sempre teve a intenção de ser mecânico “lembro-
-me de os meus professores no 9º ano me perguntarem
o que queria ser, a área que queria seguir, e
eu sempre lhes respondia que ia tirar engenharia
mecânica e depois especializar-me na mecânica
automóvel. O que mais me atraiu e continua a
atrair é a constante evolução dos carros e o aprender
todos os dias coisa novas nesta área”, sublinha.
Para acompanhar a evolução tecnológica dos veículos
tem feito muitas formações na área da eletrónica
e tenta estar sempre atualizado com as novidades
do mercado, com o material que sai e com
as novas motorizações que vão surgindo. “Procuro
sempre mais formações e mais conhecimento,
apesar de no Algarve ser um pouco difícil existir
formações a nível de eletrónica tento sempre frequentar
formações e realizar cursos online para
obter mais conhecimentos, pois os carros estão em
constante evolução e nós mecatrónicos temos que
estar sempre atualizados. Nem sempre consegue
equilibrar a vida pessoal com a profissional, pois é
uma profissão que ocupa muito tempo, mas existe
uma grande compreensão da sua parceira e tenta o
máximo para equilibrar as duas partes. Nos tempos
livres aproveita para estar com a família e ainda
faz serviço de bombeiro voluntário nos Bombeiros
de Aljezur.
Todos os dias sente satisfação a desempenhar o seu
trabalho e realizado pela profissão que escolheu.
Quanto ao futuro da profissão, acha que vai ser
muito mais exigente derivado aos veículos elétricos,
terá de existir mais formações e mais informação
disponível mas sempre em constante evolução.
“Penso que o futuro da mecatrónica irá ser muito
diferente, pois com a chegada dos carros elétricos
o mercado automóvel mudou bastante e com o fim
previsto dos carro a combustão tudo irá mudar, o
mercado automóvel, as peças, a manutenção e isso
irá obrigar as oficinas a mudar”, afirma.
Inscreveu-se no Melhor Mecatrónico Automóvel
2023, não pela competição em si, mas pela possibilidade
de aprendizagem e troca de conhecimentos.
Espero que seja um evento muito bom e
consiga tirar o maior partido do mesmo a nível de
conhecimento e aprendizagem pois é o mais importante
da competição. “Penso que a ser realizada
no decorrer do salão expoMECÂNICA é uma mais
valia, pois assim podemos divulgar ainda mais as
nossas profissões e quem sabe atrair os mais novos
para esta profissão, pois hoje em dia o mercado
está cada vez mais exigente e existe muita falta de
mão de obra.
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 21
ATUALIDADE
DPAI/ACAP APRESENTA ESTUDO SOBRE O AFTERMARKET
ANTECIPAR AS EVOLUÇÕES
DO MERCADO!
A DPAI/ACAP APRESENTOU UM ESTUDO PIONEIRO SOBRE O PRESENTE E O FUTURO DO AFTERMARKET EM PORTUGAL. FAZ
UMA ANÁLISE REALISTA DO SETOR DO PÓS-VENDA INDEPENDENTE NA ATUALIDADE E IDENTIFICA OS DESAFIOS E MEDIDAS
TENDENTES A UMA MAIOR COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS, NUM MERCADO EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO
22 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
A DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE OPERAÇÕES E DO NÚMERO
DE HORAS DE MÃO-DE-OBRA DO AFTERMARKET, COMO CONSEQUÊNCIA
DO AVANÇO DA ELETRIFICAçãO DOS AUTOMÓVEIS, REFLETE-SE
NO VOLUME DE NEGÓCIOS PRESTADO
O
s resultados do estudo, desenvolvido
por uma equipa de investigadores
do ISEG – Executive Education,
e promovido pela DPAI/ACAP, foram apresentados
pelo Professor Zorro Mendes, Presidente do
Departamento de Economia do ISEG, pela Dra.
Rita Alemão, Professora convidada do ISEG e por
Francisco Nunes, Professor Auxiliar do ISEG.
Os temas em destaque foram a Caracterização
do Sector do Aftermarket Automóvel em Portugal
e do perfil do consumidor; Evolução futura
da procura dirigida ao pós-venda, em função das
inovações tecnológicas no sector automóvel e das
alterações nas preferências dos clientes; e as Consequências
da evolução futura da procura, nas estratégias
futuras do canal independente do Aftermarket
Automóvel.
Objetivos do Estudo
Os objetivos do Estudo foi caracterizar a situação
atual do canal independente do aftermarket automóvel
em Portugal e a procura a ele dirigida; perspetivar
a evolução futura da procura dirigida ao
canal independente do aftermarket em função das
inovações tecnológicas no setor automóvel e das
alterações nas preferências dos clientes; e ainda
avaliar as consequências destas mudanças nas estratégias
futuras do canal independente do aftermarket
automóvel. A estrutura do Estudo teve por
base as principais empresas do canal independente
e os aspetos relevantes da sua exploração, designadamente
a segmentação entre peças novas e peças
usadas, assim como os diversos canais de contacto
com os clientes. O Estudo teve em conta a caracterização
da procura dirigida ao canal independente
e a valorização do serviço pelo consumidor, assim
como o impacto da eletrificação no aftermarket.
Foi também considerada a regulamentação europeia
com impacto no pós-venda, nomeadamente o
acesso aos dados dos veículos, a cibersegurança, a
cláusula de reparação, a codificação das peças de
reposição e o MVBER.
Centros Auto e Reparadores
Independentes
O inquérito sobre o estado atual do setor dos serviços
do aftermarket automóvel foi dirigido às
empresas que representam os Centros Auto / Fast
Fit (cerca de ¼ da amostra) e os Reparadores Independentes
Multimarcas (cerca de ¾ da amostra).
Para este conjunto de oficinas, as peças novas OE
representam 25%, enquanto as peças novas IAM
70% e as peças usadas 6%. Em termos de expetativas,
cerca de 50% das empresas acham que a quota
de mercado do aftermarket independente IAM
face à do OE vai aumentar nos próximos anos. E
80% das empresas consideram que o uso de peças
novas IAM deverá aumentar ou manter-se no futuro
perfil de exploração. Em relação às peças usadas,
é apenas nos reparadores independentes que
a expetativa de aumento é maioritária (54% destas
empresas esperam um aumento das compras/
vendas de peças usadas). Com credibilização e garantias,
esta perceção poderá indiciar uma maior
atenção do setor ao uso de peças usadas nas suas
atividades. Cerca de ¼ da faturação em peças novas
IAM é empregue em veículos novos, com idade
até 3 anos, que procuram os serviços do canal
independente do aftermarket. De um modo mais
desagregado, relativamente às peças novas IAM, é
notório o otimismo numa evolução mais intensa
da sua utilização nos centros-auto/fast fit (75%),
o que poderá ser um indicador do reforço estratégico
na fileira peças-serviços deste segmento do
aftermarket independente. Nos reparadores independentes
também se coloca a primazia na evolução
das peças novas IAM, embora de forma muito
mais moderada.
Mercado paralelo é uma preocupação
Existe uma preocupação de que o peso da economia
paralela no negócio da manutenção e reparação
seja igual ou superior a 30% da atividade real
do setor, opinião revelada por 56% das empresas.
Os reparadores independentes têm mais vincada
esta perceção do que os centros-auto/fast fit. Em
relação aos canais de contacto com o cliente, perceciona-se
um ambiente generalizado de digitalização
do mercado, na natureza logística das operações
de encomenda de peças: 2/3 dos pedidos
de peças no canal independente são já realizadas
via online. Os grossistas de peças lideram logisticamente
no canal online, seguidos dos reparadores
independentes.
Confiança na oficina
Os clientes mantêm o seu apreço pelas características
que tradicionalmente valorizam no aftermarket,
designadamente o bom compromisso
qualidade/preço do serviço e da confiança na oficina,
mas tendem a valorizar cada vez mais o tempo
gasto na reparação/manutenção, a proximidade
geográfica da oficina e a manutenção da mobilidade
enquanto estão privados do automóvel.
Quanto ao uso de peças usadas, a recomendação
CONSUMIDORES/CLIENTES
DO AFTERMARKET
O Estudo incluiu um inquérito a 721 consumidores/clientes do
aftermarket, tendo respondido 63% homens e 37% mulheres;
62% com menos de 30 anos, 30% entre os 30 e os 50 anos e
8% com mais de 50 anos; 84% dos inquiridos eram de zonas
urbanas e 16% de zonas rurais.
6 em cada 10
Pessoas escolhem as oficinas independentes para reparar/
manter a sua viatura
7 em cada 10
Pessoas possuidoras de uma viatura de marca generalista
preferem reparar/manter a sua viatura nas oficinas
independentes
5 em cada 10
Pessoas possuidoras de uma viatura de marca premium
preferem reparar/manter a sua viatura nas oficinas
independentes
7 em cada 10
Pessoas com menos de 30 anos preferem as oficinas
independentes
4 em cada 10
Pessoas com mais de 50 anos preferem as oficinas
independentes
8 em cada 10
Pessoas têm um custo de reparação/manutenção anual
inferior a 400 €
Em função da idade da viatura, a percentagem do parque
intervencionado pelas oficinas independentes é de:
39% nas viaturas até 3 anos
54% nas viaturas entre 3 e 8 anos
72% nas viaturas com mais de 8 anos
A transição entre a assistência feita na marca e a passagem
para os reparadores independentes ocorre entre os 3 e 4 anos
da viatura ou, em média, até aos 85.000 Km.
AS GRANDES LINHAS
DE FORÇA PARA O FUTURO DO CANAL
INDEPENDENTE DO AFTERMARKET
1 Conjugar os serviços de manutenção/reparação aos veículos
de combustão com a entrada gradual dos serviços de
manutenção/reparação aos VE
2 Investir na formação dos colaboradores, capacitando-os para
a manutenção/reparação dos VE
3 Garantir a mobilidade dos clientes durante o tempo da
manutenção/reparação dos seus veículos
4 Aproveitar a eletrificação dos veículos para aumentar a
contribuição do setor para a sustentabilidade ambiental
5 Pressionar as autoridades competentes no sentido da criação
de legislação que permita a existência de uma concorrência
justa e aberta entre todos os palyers do aftermarket
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 23
DPAI/ACAP
Responsáveis do Estudo sobre o Presente e o Futuro do Aftermarket
independente em Portugal (da esquera para a direita): Francisco Nunes,
Professor Auxiliar do ISEG, Dra. Rita Alemão, Professora convidada do
ISEG e Professor Zorro Mendes, Presidente do Departamento de
Economia do ISEG
ALTERAÇÃO NO VOLUME DE EMPREGO
A diminuição do emprego no aftermarket, entre 2020 e 2036, atinge os 11%, no cenário
mediano, esperando-se que a maioria desta diminuição ocorra nos concessionários de marca
e nos centros-auto/fast fit. No caso dos reparadores independentes, poderá até registar-se
um ligeiro aumento do emprego, em consequência da transferência de clientela com veículos
a combustão envelhecidos, que deverá ir abandonando os concessionários de marca e os
centros-auto/fast fit. Em face desta situação, os reparadores independentes não podem
descansar numa aparente segurança que os clientes dos veículos a combustão ainda lhes
proporcionarão nos próximos anos. Terão de se ir preparando para as mudanças que, mais
tarde ou mais cedo, chegarão às suas oficinas. Para tal, deverão: manter uma tipologia
generalista, procurando um mix entre a assistência aos veículos a combustão (que ainda serão
os seus principais clientes por vários anos) e a assistência aos VE (que começarão a entrar
gradualmente na sua carteira de clientes); antecipar constantemente as evoluções do seu
trabalho e do mercado, e melhorar a informação e o acolhimento prestado aos seus clientes.
OS CLIENTES MANTÊM O SEU apreço PELAS CARACTERÍSTICas
QUE TRADICIONALMENTE VALORIZAM NO AFTERMARKET,
DESIGNADAMENTE O BOM COMPROMISSO QUALIDADE/preço
DO SERVIÇO E DA CONFIANÇA NA OFICINA
para as empresas do canal independente
do aftermarket é a alteração da
atual situação de um peso residual
destas no negócio do aftermarket,
desenvolvendo uma aposta na oferta
de peças usadas, dada a elevada
disposição do grosso dos clientes que
constituem o seu mercado futuro (os
clientes com menos de 30 anos hoje e
que, na sua grande maioria, possuem
marcas generalistas) para adquirir
este tipo de peças. A sustentabilidade
ambiental para a qual o setor
do aftermarket deve contribuir de
uma forma cada vez mais acrescida,
é outra razão que também justifica
a maior atenção a dar às peças usadas.
Em relação à aquisição de peças
online parece haver alguma desconfiança
por parte dos clientes, a qual
perdurará para o futuro, uma vez que
é extensiva a todas as idades e a todos
os tipos de automóveis. Desconfiança
essa que não é tão elevada para os
detentores de automóveis de marca
premium, onde quase um terço admite
a aquisição de peças online.
Diminuição das operações
Vai acontecer a diminuição do número
total de operações do aftermarket,
decorrente da eletrificação dos veículos,
a qual ocorre fundamentalmente
à custa das reparações (onde se regista
uma diminuição de 12%, no cenário
mediano), as quais são menos
necessárias nos veículos elétricos (os
componentes de um VE são menos e
necessitam de menos reparações do
que os componentes de um veículo a
combustão). A diminuição do número
de operações e do número de horas
de mão-de-obra do aftermarket,
como consequência do avanço da
eletrificação dos automóveis, reflete-se
no volume de negócios, o qual
diminui tanto mais quanto mais rápida
for a penetração dos VE, sendo
que, no cenário mediano, a diminuição
é de cerca de 6%. Esta tendência
de evolução é confirmada por um
estudo da Delloite, segundo o qual
as receitas dos “serviços pós-venda”
tenderão a diminuir 39%, entre 2018
e 2035, para um grupo de 5 países
europeus (Alemanha, França, Reino
Unido, Espanha e Itália). Estas
previsões são efetuadas aos preços
atuais, pelo que a previsível diminuição
dos volumes de negócios poderá
ser atenuada por um aumento dos
preços. l
ALTERAÇÃO DA COMPOSIÇÃO
DO VOLUME DE NEGÓCIOS
Cerca de 3% do volume de negócios do setor transfere-se dos concessionários de marca para os
reparadores independentes, devido ao elevado peso que os veículos a combustão continuarão
a ter no parque automóvel, veículos esses que terão uma idade média cada vez mais elevada e
cuja manutenção e reparação se deslocará dos concessionários de marca para os reparadores
independentes. Em 2020, apenas 0,1% do volume de negócios dos reparadores independentes
era proveniente do VE, enquanto que 99,3% (a quase totalidade) era proveniente dos veículos
a combustão. Mas em 2036 e no cenário mediano, os VE já representam 9,4% do volume de
negócios e os veículos a combustão diminuem o seu peso para 82,2% do volume de negócios.
É uma alteração lenta, mas que deverá acelerar na década de 2040, com o fim da vida útil de
muitos dos veículos a combustão, que serão inevitavelmente substituídos por VE.
CUSTO MÉDIO anuaL DA REPARAÇÃO/
MANUTENÇÃO
O custo médio anual da reparação/manutenção nos reparadores independentes é de 350 €,
sendo que, quanto a quem repara a sua viatura nos reparadores independentes:
3 em cada 10 dizem gastar até 200 €
5 em cada 10 dizem gastar entre 200€ e 400€
1,5 em cada 10 dizem gastar entre 400€ e 600€
0,5 em cada 10 dizem gastar mais de 600€
A qualidade esperada do serviço, a idoneidade e transparência da oficina e a confiança são os
fatores mais valorizados pelos consumidores na hora de escolher onde manter/reparar a sua
viatura. Nos reparadores independentes, é igualmente valorizado o preço do serviço prestado.
24 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
CHEGOU
O SIMPLEX DA OFICINA
O 360º SCAN É UM PROGRAMA INOVADOR DESENVOLVIDO PELA IMPOESTE,
PARA QUE A SUA OFICINA ALCANCE A MÁXIMA PRODUTIVIDADE E RENTABILIDADE!
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OFICINAL
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REDUÇÃO DE DESPERDÍCIOS
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REDUÇÃO DE CUSTOS
AUMENTO DA PRODUTIVIDADE
AUMENTO DE RENTABILIDADE
NOTÍCIAS // DINÂMICA DO SETOR ESCREVE ‐SE DE A A Z
Empresas
A
expoMECÂNICA acelera e segue para a realização
da maior feira de sempre. A 8.ª edição
do Salão, agora com periodicidade bienal,
a realizar 14 a 16 de abril, na Exponor - Feira
Internacional do Porto, expande a área expositiva
para mais um pavilhão (8.000 metros quadrados)
e dá resposta à crescente procura do mercado ibérico.
Os excelentes resultados alcançados na edição
de 2021, não obstante o contexto ainda pandémico,
e o interesse das empresas espanholas no certame
português reforçam os planos de uma internacionalização
sustentada do expoMECÂNICA. «Estamos
a dar resposta a um mercado mais amplo, sobretudo
o espanhol, fruto da alteração da periocidade
da feira e da ampliação do espaço para mais um
pavilhão», refere José Manuel Costa, diretor-geral
da Kikai Eventos, organizador do certame. Nesta
8.ª edição, caberá mais uma vez à Kikai, conduzir
os destinos do aftermaket nacional à grande feira
da Península Ibérica. O Salão continua a escrever
a sua história de sucesso, alavancada na confiança
e no reconhecimento de todo o tecido empresarial.
Muitos expositores (180 empresas) já se posicionam
na linha da frente (80% da área reservada) e garantem
um lugar num dos quatro pavilhões disponíveis
EXPOMECÂNICA EXPANDE ÁREA EXPOSITIVA
A MAIOR EDIÇÃO DE SEMPRE
(24.000 m 2 ) na Exponor, em Matosinhos. A edição
deste ano mantém a linha de crescimento, acrescentando
oito mil metros quadrados à área expositiva.
Quem não é visto, não é lembrado
Torna-se “fulcral” nesta altura, mais do que em
qualquer outro momento, as empresas marcarem
presença no acontecimento mais importante do setor
do aftermaket ao nível nacional. «Quem abraça
connosco esta oitava edição usufruirá da possibilidade
de reforçar a sua presença no mercado. Quem
não participa tem que pensar que vai estar ausente
da montra mais representativa do setor - onde tudo
acontece - quatro anos, pois a próxima só acontecerá
em 2025. Quem não é visto, não é lembrado»,
reforça Sónia Rodrigues, a diretora-comercial da
KiKai. A cada nova edição, a Organização acrescenta
ao evento muito mais do que um número.
«Vamos muito mais além de uma feira tradicional»,
refere o diretor-geral, explicando que é importante
que o Salão se «reinvente e explore novas abordagens».
O objetivo é proporcionar a melhor experiência,
através de iniciativas que cativem a presença
dos profissionais nos dias do evento. «Estamos
muito comprometidos em marcar a diferença. Queremos
surpreender com ideias novas a cada edição.
Todas as iniciativas que estamos a preparar pretendem
proporcionar dinâmica e mais valias a quem
participa e nos visita», concretiza.
Grande Final do “Melhor Mecatrónico
2023” disputa-se na feira
Até à abertura de portas, de 14 a 16 de abril, a expoMECÂNICA
2023 receberá contributos para
tornar ainda mais imparável a dinâmica da feira,
sustentada, como já tem vindo a ser habitual, no
seu leque de atividades paralelas. A formação assume,
mais uma vez, na edição de abril, um carácter
«contínuo e ininterrupto» ao longo dos três dias do
certame, bem como os espaços de debate sobre os
principais temas e preocupações do setor. Uma das
iniciativas patrocinadas pela feira e já em agenda
é a competição dedicada à mecatrónica. A grande
final da competição “O Melhor Mecatrónico 2023”
by Jornal das Oficinas, em parceria com a ATEC, vai
disputar-se no expoMECÂNICA. Os visitantes terão
oportunidade de ver ao vivo o desempenho dos
concorrentes, e assim ficarem a conhecer melhor
a profissão de mecatrónico automóvel. O objetivo
passa por divulgar a profissão, valorizando-a.
26 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
FÓRUM DPAI/ACAP 2023:
UM EVENTO PARA O AFTERMARKET
DPAI/ACAP | A DPAI/ACAP anunciou a realização de um evento para o aftermaket, a decorrer no
dia 23 de novembro de 2023. Denominado “Fórum DPAI”, tem o Jornal das Oficinas como Media Partner,
e pretende ser o ponto de encontro para análise do setor e debate de ideias de todos os profissionais do
aftermarket. No seguimento dos Fóruns realizados anualmente pela DPAI/ACAP, foi decidido pelas várias
Comissões avançar este ano com um Fórum diferente, mais abrangente e aberto a todos players do setor e
outros interessados em temas dedicados ao afermarket. O Fórum DPAI ainda não tem o programa definido,
assim como o local de realização, que poderá ser em Lisboa ou no Porto. Ao longo do ano, a DPAI irá revelar
um conjunto de informações sobre o programa do evento, nomeadamente o local de realização, os temas
em debate e os oradores convidados. As expetativas são grandes, e a organização espera a participação de
várias centenas de pessoas. “Queremos fazer algo diferente e envolvente para todo o setor. Todos os níveis
do aftermarket vão estar envolvidos de forma a ser aliciante para todos participar e que possa ser um ponto
de referência a nível de informação e partilha para o futuro”, assegurou este responsável.
DISTINGUIDA PELA EMPLOYERS INSTITUTE
AKZONOBEL | A AkzoNobel foi classificada como Melhor Empregadora Europeia pelo
Top Employers Institute pelo segundo ano consecutivo. Na última revisão de benchmark, a
empresa foi reconhecida em oito países – Brasil, China, França, Alemanha, Holanda, Suécia,
Reino Unido e Estados Unidos. A AkzoNobel qualifica-se assim como Melhor Empregador
Europeu porque cinco dos países certificados estão localizados na Europa. Todos os anos, o
Top Employers Institute certifica organizações que têm as pessoas em primeiro lugar devido
às suas políticas de Recursos Humanos. A pesquisa abrange seis domínios de RH compostos
por 20 tópicos, incluindo estratégia de pessoas, ambiente de trabalho, aquisição de talentos,
aprendizagens, inclusão e bem-estar. A AkzoNobel realizou várias iniciativas voltadas para as
pessoas em 2022, projetadas especificamente para ajudar os seus funcionários a prosperar e
a desenvolverem as suas capacidades. Concentra-se em várias áreas-chave para garantir que
continua a criar um ambiente diverso e inclusivo que respeita as diferenças culturais e que
oferece oportunidades de desenvolvimento pessoal.
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www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 27
NOTÍCIAS
EMPRESAS
23 ANOS DE SUCESSOS
RPL CLIMA | Já lá vão 23 anos que a RPL Clima, uma empresa
dedicada à climatização Automóvel, abriu portas por terras
algarvias. Ao longo do seu percurso, tornou-se uma empresa
sólida, moderna, permanentemente atualizada e uma referência
na sua área de atuação “Foram muitos os obstáculos superados,
mas também objetivos atingidos e, entre altos e baixos, houve
sempre espaço para conquistas. Todavia, quando se reconhece
sucesso é imprescindível reconhecer, também, quem esteve ao
nosso lado através de parcerias vencedoras. Um caminho trilhado
pela capacidade de trabalho de todos aqueles que diariamente
contribuem para um serviço de excelência e que nos permitem
ocupar um lugar de referência no ramo automóvel. Vivemos tempos
de mudança, porém comprometemo-nos a ir mais além e a
superar novos desafios com a certeza que sempre nos caracterizou:
continuar a trabalhar com a ambição de um futuro melhor”, referiu
Rui Lopes, Diretor Geral da RLP Clima.
TECALLIANCE LANÇA
PROGRAMA DE PARCERIAS
PARA MERCADO PÓS-VENDA
A
TecAlliance, lançou o Programa de Parcerias TecAlliance. A iniciativa apoia fornecedores de software
e consultores que distribuam, integrem e recomendem produtos e soluções TecAlliance
para ajudar empresas a crescer e vingar no mercado internacional do pós-venda automóvel.
Ao longo de quase 30 anos, os produtos e soluções TecAlliance têm ajudado agentes do mercado
do pós-venda automóvel - fabricantes de peça, concessionárias, oficinas, operadores de frotas -
a expandir os seus negócios através do recurso ao poder da normalização dos dados. Por todo o
mundo, fornecedores de software e consultores auxiliam os clientes TecAlliance a tirarem o máximo
partido das soluções. Este novo Programa de Parcerias TecAlliance foi pensado para impulsionar o
crescimento de atuais e novos parceiros, ajudando-os a na aquisição de novas competências, permitindo-lhes
crescer mais rapidamente e a faturarem mais.
OTIMIZA WEBSITE PARA CLIENTES B2C
FIRST STOP | entrou em 2023 com uma novidade direcionado ao setor B2C, melhorou a versão do seu website, com páginas
atualizadas, informações sobre a rede e oficinas e implementação de um novo catálogo de pneus. A nova plataforma permitirá a partir
de agora, aos clientes, a possibilidade de consultar preços, comprar pneus, efetuar serviços de manutenção automóvel e agendar um
horário no seu Ponto de Venda, através da nova agenda de marcações online. Um serviço fácil e rápido que irá otimizar a resposta da
marca e a satisfação do cliente. Estas funcionalidades serão lançadas de forma faseada, ao longo deste ano. Num primeiro momento, a
apresentação do renovado website, seguindo-se a fase número dois com a ativação da Agenda Online, onde os clientes poderão marcar
uma data e hora na sua oficina de eleição. Para a terceira e quarta fase, estão previstos, respetivamente, a implementação da possibilidade
de comprar pneus e respetivos serviços online e por fim, serão adicionadas as opções de manutenção automóvel, ampliando
constantemente a oferta de acordo com os serviços prestados e disponíveis por cada uma das oficinas da rede First Stop.
ENI SUSTAINABLE MOBILITY
A NOVA APOSTA SUSTENTÁVEL
ENI | desenvolveu a Eni Sustainable Mobility, a sua nova
empresa dedicada à mobilidade sustentável. A empresa está verticalmente
integrada ao longo de toda a cadeia de valor, reunindo
serviços e produtos que suportam a transição energética e aceleram
o caminho para zero emissões ao longo de todo o seu ciclo
de vida. A Eni Sustainable Mobility desenvolverá a biorefinação,
o biometano e a venda de produtos e serviços de mobilidade em
Itália e no estrangeiro, num caminho que permitirá evoluir para
uma empresa multi-serviços e multi-energia. A empresa incorpora
ativos existentes na biorefinação e no biometano, incluindo as
biorefinarias de Veneza e Gela, e desenvolverá novos projetos,
incluindo os de Livorno e Pengerang na Malásia, que estão
atualmente em avaliação. A Eni Sustainable Mobility incorporará
também uma rede de mais de 5.000 postos de abastecimento na
Europa para comercializar e distribuir vários produtos energéticos,
entre os quais hidrogénio e eletricidade, bem como combustíveis
de origem orgânica, incluindo biometano e HVO (Óleo Vegetal
Hidrogenado), a adicionar a outros produtos para mobilidade
como o betume, lubrificantes e combustíveis.
28 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
NORAUTO
COMPENSA
COLABORADORES
DEVIDO À INFLAÇÃO
A
Norauto
decidiu atribuir um prémio extraordinário,
de até 400 euros, aos seus colaboradores como
forma de mitigar os impactos da inflação nos rendimentos
no mês de dezembro, através de um cartão pré-
-pago para ser utilizado numa rede retalhista e vem complementar
os tradicionais jantares de natal das equipas e
os cabazes de Natal. Paralelamente a este apoio imediato
e para fazer face ao período de inflação atual, a empresa
preparou o PAC Norauto, um Plano de Apoio ao Colaborador,
que prevê apoios específicos e especializados em
situações de dificuldade, sendo estes apoios sempre analisados
de forma individualizada. Atualmente a empresa
já disponibiliza seguro de vida, seguro de saúde, consultas
de psicologia a todos os colaboradores e fruta gratuita nas
áreas sociais. Além destas medidas, o pacote de benefícios
extra-salariais para 2023 será reforçado com “day-off ” no
dia de aniversário, ou seja mais dia de folga que contribuirá
para uma maior conciliação com a vida familiar.
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TUDO PELA REPARAÇÃO AUTOMÓVEL
WWW.CETRUS.PT
MOBILIÁRIO OFICINAL
FACILITA A ORGANIZAÇÃO
VÁRIOS MÓDULOS
RENOVA A IMAGEM DA SUA OFICINA
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 29
TOTALMENTE PERSONALIZÁVEL
NOTÍCIAS
EMPRESAS
PISCAPISCA.PT
CONQUISTA LUGAR NO MERCADO
COM PRÉMIO CINCO ESTRELAS
Com apenas dois anos de vida, a plataforma PiscaPisca.pt voltou a ser
reconhecida com o Prémio Cinco Estrelas, na categoria de plataforma
de classificados. Num ano em que a marca se consolidou no mercado
automóvel, destaca-se o caminho feito focado na experiência do consumidor
e na melhoria da mesma. O PiscaPisca.pt conquistou um lugar no mercado,
onde é mais que uma plataforma de compra e venda de automóveis usados, já
que se diferencia por ser uma ferramenta inovadora e credível - a atribuição
do Prémio Cinco Estrelas vem reforçar este posicionamento que tem ajudado
a trazer mais credibilidade para esta linha de negócio através, por exemplo,
de carros certificados e distribuidores certificados pelo Banco Credibom. Lançada
em 2020, a plataforma PiscaPisca.pt aproxima-se do seu terceiro ano
de vida com grandes planos. A consolidação dos bons resultados dos últimos
dois anos permite encontrar novos caminhos e responder a novos desafios. O
foco no cliente será sempre uma prioridade da marca e a estratégia de crescimento
continuará assente na inovação e numa user experience cada vez mais
otimizada.
PRETENDE SER AINDA MAIS
SUSTENTÁVEL EM 2023
BASF | Para preservar o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, a BASF
afirma estar comprometida durante o ano de 2023 em ser mais eficiente com os recursos
necessários ao exercício da sua atividade, criando uma química para um futuro sustentável.
A eficiência nos processos, assim como a redução das emissões de CO2 e a poupança
energética são os principais objetivos para este ano 2023. Graças aos seus produtos
e à mais alta tecnologia ecoeficiente, os seus clientes também são protagonistas da
mudança. A R-M realizou durante o ano 2022, um dos lançamentos mais completos até
ao momento, com uma renovação de portfólio de produtos que se destaca pela notável
redução de energia graças à rapidez nos tempos de processo e excelente acabamento.
Além disso, com a linha eSense e AGILIS, a R-M contribui para a redução de emissões de
CO2 nas oficinas, produzindo assim a menor quantidade de resíduos possível e permitindo
que as oficinas se certifiquem como Oficina Sustentável.
ABRE PORTAS EM BRAGA PELA PRIMEIRA VEZ
MIDAS | A MIDAS estreou-se em Braga, com a sua 2ª oficina em regime de franquia em Portugal, sob gestão
do Grupo Maintarget, S.A. A nova oficina fica situada numa das mais importantes zonas comerciais da cidade,
o Shopping Nova Arcada. A escolha desta localização segue a linha da estratégia de proximidade em que a
marca aposta no nosso país e o seu objetivo de assegurar uma resposta rápida e atenta às necessidades dos
seus clientes. Com uma equipa de técnicos especializados, uma estrutura ampla, moderna e equipada com as
mais avançadas ferramentas de manutenção automóvel, a Midas Braga Nova Arcada assegura aos condutores
bracarenses e às suas viaturas um serviço de qualidade superior. Para celebrar a abertura, a Midas Braga, vai
presentear os visitantes com uma oferta de diagnóstico em 80 pontos e 20% de desconto em revisões, peças e
vários serviços. Para facilitar e agilizar todo o processo, cada cliente poderá fazer o agendamento online.
30 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
BILAPEÇAS
FAZ PARTE DA FAMÍLIA NEXUS SHOP
A
KRAUTLI PORTUGAL continua a investir
e a dinamizar o conceito N!SHOP com os
seus parceiros. Desta vez chegou a Vila Real
com a adesão da BILAPEÇAS. Localizada na “Corte
de Trás-os-Montes”, é uma empresa jovem dedicada
ao retalho de peças auto, com a visão e dinamismo
essenciais para proporcionar aos seus clientes soluções
chave na evolução e profissionalização das
oficinas do futuro. A BILAPEÇAS tem assim, abandeirada
pela NEXUS, ao seu dispor para desenvolvimento,
dois conceitos oficinais: NEXUS AUTO
(premium) e Profissional Plus (modular) com uma
forte componente de formação e apoio técnico qualificado
assim como um conjunto de soluções de
fidelização construíveis à medida dos seus clientes.
Com esta adesão, a Krautli Portugal continua a fortalecer
a sua posição de fornecedor de soluções de
elevado valor acrescentado.
COMEMORA EXCELENTES
RESULTADOS ANUAIS
NO EGIPTO
DIPART | esteve no Egipto com mais de 70 participantes.
Neste congresso, a empresa quis comemorar os excelentes
resultados dos últimos dois anos, bem como valorizar
as inúmeras ações realizadas junto dos seus parceiros e
fornecedores. Os 70 participantes, partiram de Madrid e
Barcelona com destino a Aswan, a primeira paragem da
viagem, onde deram inicio ao cruzeiro no Nilo. Iniciaram o
primeiro dia, no templo de Philae, dedicado à deusa Ísis,
e para terminar o dia, um passeio pelas falucas. Nos dias
seguintes, puderam visitar templos tão famosos como Abu
Simbel, em Edfu o Templo de Deus Horus (um dos mais belos
e mais bem preservados) datado do ano 237 aC, em Luxor
o dedicado ao Deus do sol Amon Ra e ao templo de Karnak,
a necrópole de Tebas sem esquecer o Vale dos Reis, entre
muitos outros. Uma vez no Cairo, entre todas as riquezas
que a cidade oferece, visitaram a Necrópole de Gizé, onde
estão localizadas as Pirâmides dos faraós da IV dinastia:
Quéops, Kefren e Micerinos e as famosa Esfinge que guarda a
necrópole e representa o Rei Kefren.
FUTURMOTIVE – EXPO AND TALKS ESTÁ DE REGRESSO EM NOVEMBRO
De 16 a 18 de novembro de 2023, em Bolonha, vai realizar-se a Futurmotive – Expo and Talks, o novo certame organizado pela Autopromotec. O evento
vai coincidir com o E-Charge, um acontecimento dedicado à indústria do carregamento de veículos elétricos, infraestruturas e mobilidade elétrica. A nova
sinergia entre o E-Charge e a Futurmotive vem reforçar a oferta de ambos os eventos: a proposta E-Charge, focada no mundo da produção e distribuição
de sistemas de carregamento para veículos elétricos e dedicada a técnicos, instaladores, designers, fornecedores de serviços, administrações públicas,
serviços públicos, investidores e utilizadores finais, integra-se com os setores e com os públicos a que a Futurmotive se dirige. O próximo salão Autopromotec
será assim o local ideal para transmitir informação e apresentar soluções, tecnologias e produtos inovadores relacionados com a nova geração de
materiais e energia e com a interligação homem-máquina para a manutenção informatizada automóvel, para a transição energética sustentável do ponto
de vista económico, ecológico e social.
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REVISÃO DE PEÇAS ELETRÓNICAS
PREÇO ACESSÍVEL E SUSTENTÁVEL
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 31
WWW.RACTRONICOS.PT
Entrevista
PAULO TORRES, DIRETOR-GERAL DA VIEIRA & FREITAS
NUNCA DEMOS UM
PASSO PARA TRÁS
É COM SENTIMENTO DE ORGULHO QUE PAULO TORRES NOS CONTA
A EVOLUÇÃO POSITIVA QUE TEM MARCADO O PERCURSO
DA VIEIRA & FREITAS NA DISTRIBUIÇÃO DE PEÇAS AUTO HÁ MAIS
DE 35 ANOS. RECENTEMENTE, A EMPRESA DE BRAGA MUDOU-SE
PARA NOVAS INSTALAÇÕES, NO PARQUE INDUSTRIAL DE CELEIRÓS,
COM 5.000 M 2 DE CAPACIDADE DE STOCK, PARA MAIS DE 50 MIL
REFERÊNCIAS, MUITAS DELAS DE EQUIPAMENTO ORIGINAL
Especialista em peças elétricas e eletrónicas –
também conhecidas como «Special Parts»
ou Peças Difíceis – a Vieira & Freitas está em
pleno processo de transição para um novo espaço
que lhe vem trazer ainda mais eficiência e rapidez ao
negócio. As novas instalações situam-se no Parque
Industrial de Celeirós, em Braga, numa localização
mais próxima das saídas da cidade, o que permite
que os transportadores cheguem um pouco mais
tarde, oferecendo mais tempo à empresa para
preparar as encomendas do dia a dia.
O espaço com 5 mil metros quadrados de área albergará
mais de 50 mil referências em stock e passará
a contar com um sistema informático de gestão
de armazém completamente novo, que localiza
os produtos por estantes, através de códigos de
barras, para que as encomendas sejam executadas
no próprio dia em que entram. Trata-se de um investimento
superior a dois milhões de euros, todo
feito com capitais próprios. Para já, como nos con-
ta o diretor-geral, Paulo Torres, o processo “ainda
está a ser afinado” e apesar de, temporariamente,
estarem a operar em dois armazéns, os clientes
têm compreendido que esta fase de adaptação trará
à empresa uma nova dinâmica.
«Special PARTS»
Com o número de referências a aumentar, quisemos
saber se também está nos planos da Vieira &
Freitas alargar as gamas de produtos que comercializa.
Paulo Torres é perentório na resposta: “Já
temos muitas peças relacionadas com a mecânica,
que vieram atrás da eletrónica, da gestão de motor…
temos ar condicionado, turbocompressores…
mas não temos – nem iremos ter num curto espaço
de tempo – calços de travão, nem discos de
embraiagem ou outras peças de mecânica”. Esse
mercado, considera, “tem belíssimos players, que
são muito fortes, e nós gostamos de estar como
complementares, somos fornecedores de peças
ALÉM DA PRESTAÇÃO FINANCEIRA,
PAULO TORRES DESTACA AS DISTINÇÕES
DA VIEIRA & FREITAS COMO PME EXCELÊNCIA, UM
PRÉMIO QUE, EM TREZE EDIÇÕES,
FOI CONQUISTADO ONZE VEZES
32 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
PAULO TORRES
ESPECIALISTA EM PEÇAS ELÉTRICAS E ELETRÓNICAS, tamBÉM
CONHECIDAS COMO «SPECIAL PARTS», A VIEIRA & FREITAS ESTÁ
EM PLENO PROCESSO DE TRANSIÇÃO PARA UM NOVO ESPAÇO
especializadas e vamos manter-nos
nessa nossa linha que é termos as
peças difíceis. Custa muito dinheiro
tê-las em stock, não têm muita rotação,
mas temos que as ter!”, declara.
A marca própria foi um projeto que
lançaram, “há muito tempo” nas peças
de motor de arranque, conta, mas
neste momento não está ativa, pois a
seu ver, “o mercado português é pequeno,
não justifica fazer coisas em
grande número e para ter marca própria
é preciso ter volume”. Mantêm,
por isso, a parceria há mais de 40
anos com a Meat & Doria, assim como
com a HC-CARGO, “duas marcas de
referência”, que são os principais fornecedores
da Vieira & Freitas. Porém,
devido às falhas de peças recorrentes
no mercado nos últimos anos, a empresa
tem optado por trabalhar com
“muitos fornecedores distintos e vários
para a mesma peça”, de forma a
garantir o stock. Uma das novidades
no portefólio da Vieira & Freitas é a
gama de cabos de carga para veículos
elétricos, que o diretor-geral classifica
como “um primeiro passinho para
ver o que irá ser este mercado”, que,
diz, está convencido de que não será o
futuro da mobilidade e, neste ponto,
ainda “não é um negócio importante”.
Sempre a crescer
Para muitos, o auge da pandemia foi
difícil de gerir e provocou mesmo
alguns «trambolhões» nos resultados
anuais. No entanto, na Vieira &
Freitas, Paulo Torres congratula-se de
ter passado praticamente incólume à
crise, afirmando que “nunca demos
um passo para trás. Tem sido sempre
a andar para a frente, temos crescido
todos os anos. Não caímos em 2020,
nem em 2021. Subimos 4% em 2020,
voltámos a subir 18% em 2021 e agora
mais 10%, pois procurámos não
dar passos maior que a perna”, revela,
apontando um volume de faturação
em 2022 próximo dos 14 milhões de
euros.
A equipa também aumentou, tendo
atualmente mais de 40 colaboradores.
Além da prestação financeira,
Paulo Torres também destaca as distinções
da Vieira & Freitas como PME
Excelência, um prémio que, em treze
edições, foi conquistado onze vezes:
“à primeira não concorremos, porque
nem sequer sabíamos da sua existência,
só falhámos um ano porque ultrapassámos
o limite, tínhamos uma
situação patrimonial elevada. Creio
que em todos os setores não deve haver
muitas empresas com esses onze
prémios”, diz, notoriamente satisfeito.
Devoluções e logística
A renovação que ocorre nas instalações
físicas, acontece simultaneamente
na «casa digital» da Vieira &
Freitas, que neste momento dispõe
de duas plataformas B2B, uma antiga
e outra nova. “A antiga é muito
fácil de trabalhar para quem saiba
as referências que quer, não tem
catálogos associados, basta meter a
referência para fazer a encomenda.
A nova já tem TecDoc”, afirma Paulo
Torres, que é da opinião que “estas
plataformas com TecDoc têm sido
muito facilitadoras do nosso ramo,
mas também algo complicadoras,
porque metade das devoluções que
temos são originadas por erros de
equivalências, por cruzamentos no
catálogo e nas plataformas mal feitos
pelos clientes”, aponta.
O responsável nota que há cada vez
menos técnicos de call center e isso
dificulta a correta identificação das
peças, levando a um “aumento colossal
nas devoluções de artigos e àquilo
que alguns colegas chamam de «logística
inversa»”.
Na Vieira & Freitas, diz, “temos bons
técnicos, com muitos anos de prática”.
Mas nem isso impede que aconteçam
erros, devido aos intermináveis cruzamentos
de referências na plataforma:
“Se colocar uma referência original, a
plataforma dá-lhe dez referências, de
dez marcas diferentes. Se clicar numa
delas, o sistema torna a converter
noutras referências e determinada
altura aparece uma peça que não é
indicada. Onde também há erros colossais
é na identificação por matrícula…
isso eventualmente funciona em
travões, em discos de embraiagem,
34 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
mas nas peças elétricas e eletrónicas
é muito complicado”, refere.
A logística da empresa é feita essencialmente
com transportadores afetos
ao ramo, que recolhem encomendas
ao fim do dia e ao fim da manhã,
sendo cada encomenda enviada pelo
transportador que o cliente escolhe.
O custo da logística é tido em conta
pela Vieira & Freitas, pois “é um peso
grande e com a subida do preço dos
combustíveis, obviamente que se tem
de refletir no preço da peça”, afirma
Paulo Torres.
ção de vender diretamente a algumas
oficinas o material elétrico, que por
norma não estava em stock no retalhista,
“são clientes históricos e que
continuam a existir, pois não temos
em todo o país grandes retalhistas
que sejam grandes clientes da Vieira
& Freitas. Temos muitos sítios onde
o retalhista só compra meia dúzia
de coisas e não faria sentido a nossa
empresa não vender às grandes oficinas
da zona, senão deixaria de estar
representado naquela zona”, argumenta
defendendo que “a Vieira &
lha de peças que havia há um ano,
as marcas continuam a ter uma lista
de pendentes grande. Para trás ficaram
as iniciativas de formações para
clientes, muito por falta de adesão
dos parceiros.
Numa altura em que se assiste ao fenómeno
da concentração do negócio
no setor, o diretor-geral da Vieira &
Freitas considera que “embora possa
haver fusão de energias e de sistemas,
penso que as empresas se vão
manter com a mesma identidade,
com as mesmas equipas. Acho que é
do têm de atingir objetivos de finais
de ano. Vendem peças quase ao preço
de custo, mas isso sempre existiu. A
verdade é que os comerciantes estão
cá para ganhar dinheiro. Ou ganham
e estão no mercado, ou não ganham
e morrem, ou… não ganham e têm
outras fontes de rendimento”, atira.
Aproxima-se a expoMECÂNICA
e, uma vez mais, a empresa não irá
faltar, pois trata-se de “um evento
socialmente importante”. Ainda que
não vão lá com intenção de procurar
novos clientes é o momento ideal para
AS NOVAS INSTALAÇÕES COM 5 MIL METROS QUADRADOS DE ÁREA
ALBERGAM MAIS DE 50 MIL REFERÊNCIAS EM STOCK E CONTAM COM UM
SISTEMA INFORMÁTICO DE GESTÃO DE ARMAZÉM COMPLETAMENTE NOVO
Para o nosso entrevistado, a questão
das entregas foi desencadeada pela
concorrência nos grandes centros
urbanos: “As oficinas começaram a
selecionar os seus fornecedores de
retalho pela velocidade de entrega
da peça e há já quem tenha rotas ou
faça entregas quatro vezes ao dia.
Nós entregamos duas vezes ao dia,
para as zonas que temos, porque de
Leiria para baixo já só entregamos
uma vez por dia”. Com mais de 3.800
fichas de clientes abertas, a Vieira &
Freitas não vende apenas para o retalho,
uma vez que mantém a tradi-
Freitas não é um grande grossista, é
um grande retalhista. 90% das encomendas
que nós executamos são de
uma peça”.
Mercado atual
Sobre a subida do preço das peças,
Paulo Torres comenta que não deteta
“que tenha sido grave. Se calhar
as tabelas subiram mais um bocado
do que nos anos anteriores, mas nós
trabalhamos com o preço de custo
da peça e acrescentamos a nossa
margem”. O que o responsável nota
é que, apesar de já não haver a fa-
um investimento financeiro que não
vai alterar em nada o mercado. Obviamente,
vai criar um player mais
forte, mas não penso que a ideia seja
alterar ou afrontar o mercado. Se calhar
vão passar a ser apetecíveis para
grandes grupos internacionais. Já dá
um bolo que pode interessar a mercados
maiores”, defende.
Para Paulo Torres, a entrada dos distribuidores
espanhóis no mercado
português não é uma novidade e, a
seu ver, “pode criar situações de desequilíbrio
em preços de produtos de
grande rotação, especialmente quan-
“conversar in loco com os parceiros,
é um convívio! Só há dois grandes
eventos para o aftermarket: a expo-
MECÂNICA e a Gala TOP 100 do
Jornal das Oficinas, que acho que é de
manter e apostar, pois são das poucas
oportunidades em que «saímos da
toca».
Estamos todo o dia a trabalhar e a
dada altura nem conhecemos parceiros,
nem estamos com os nossos concorrentes
para trocarmos umas impressões
sobre o mercado. Este ramo
é muito absorvente”, finaliza. l
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 35
Entrevista
ANTÓNIO MATEUS, RESPONSÁVEL TMD FRICTION PORTUGAL
TEMOS ALGUNS HOLOFOTES
APONTADOS AO NOSSO PAÍS
COM UM CRESCIMENTO DE 17,5% VERIFICADO EM 2022, FACE A 2021, A TMD FRICTION PORTUGAL PROCURA
MANTER A SUA PENETRAÇÃO NO NOSSO MERCADO, JOGANDO NA ESTABILIDADE. ANTÓNIO MATEUS, O
RESPONSÁVEL DE VENDAS DA EMPRESA EM PORTUGAL, EXPLICA AS RAZÕES DESTE CRESCIMENTO E
PORQUE ESTÃO ALGUNS HOLOFOTES APONTADOS AO NOSSO PAÍS
A
TMD Friction (fabricante das marcas Textar,
Pagid, Don e Mintext) está a posicionar-se
como um especialista em fricção na
área do atrito, ou seja, pastilhas e discos de travão.
Ao contrário de muitos concorrentes que cobrem
uma vasta gama de componentes de sistemas de
travagem, mas que apenas trabalham com soluções
padrão no setor dos produtos de fricção, a TMD
Friction tem vindo a desenvolver as suas próprias
formulações de fricção para aplicações específicas
há mais de 100 anos. Isto permite-lhe fornecer
pastilhas de travão feitas à medida de acordo com
as especificações do equipamento original e desenvolver
soluções de fricção para o futuro da mobilidade.
Nas suas instalações de I&D criou cerca de
50.000 formulações de fricção só nas últimas três
décadas. O know-how e experiência adquiridos
com o equipamento original também contribuem
para a sua oferta de marca para o pós-venda, co-
brindo todas as exigências dos diferentes mercados
e segmentos de veículos.
Para os distribuidores, trabalhar com a TMD Friction
como especialista em fricção significa encontrar
as soluções certas para todas as necessidades
dos seus clientes de hoje e de amanhã. E para que
os distribuidores tenham uma escolha alargada,
oferece uma carteira de marcas em diferentes categorias
de preços e serviços. Por um lado, com a
marca premium Textar, disponibiliza pastilhas de
travão aftermarket que são perfeitamente adaptadas
aos sistemas de travagem que equipam os diversos
veículos em circulação. Por exemplo, uma
pastilha de travão para um BMW Série 3 deve ter
uma composição diferente da do VW Golf. Por outro
lado, também oferece soluções mais económicas,
como a marca Don, que está disponível tanto
para os segmentos de automóveis de passageiros
como de camiões. Ao fazê-lo, está a ter em conta
o atual crescimento do parque de veículos mais
antigos. “No segmento premium e para veículos
mais novos, oferecemos uma excelente gama de
produtos com a marca Textar. Mas com esta marca,
não faremos uma venda para um veículo antigo,
porque o preço da peça sobressalente não seria
proporcional ao valor do veículo. Respondemos a
isso e lançámos a Don há quatro anos. O produto
é uma alternativa sólida com bom desempenho,
mas custa significativamente menos. Há anos que
operamos com sucesso com a marca no setor dos
camiões e agora também queremos aumentar significativamente
a nossa quota de mercado no segmento
de veículos ligeiros”, afirma António Mateus,
responsável da TMD Friction Portugal.
Além disso, também fornece a marca Mintex, oferecendo
aos clientes um produto que colmata a lacuna
entre o segmento de orçamento e o segmento
premium. A marca Bendix dirige-se a oficinas
MANTER O NÍVEL DE PENETRAÇÃO ATUAL E ESTABILIZAR O MERCADO,
PARA EVENTUALMENTE ACRESCENTAR MAIS UMA OU OUTRA MARCA AO
PORTFÓLIO, SÃO OS OBJETIVOS DE ANTÓNIO MATEUS PARA 2023
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 37
ANTÓNIO MATEUS
A TMD FRICTION PORTUGAL DISPONIBILIZA UM SERVIÇO ABRANGENTE
QUE INCLUI FORMAÇÃO TÉCNICA, SERVIÇO TÉCNICO ao CLIENTE,
materiais DE MARKETING E PROMOÇÃO
conscientes da qualidade que se concentram
em veículos de média e alta
classe. Tudo isto está disponível para
os distribuidores a partir de uma
única fonte, com todas as marcas
TMD Friction a beneficiar das parcerias
com fabricantes de veículos,
para os quais desenvolve as soluções
de fricção adequadas de acordo com
requisitos específicos dos novos modelos
de veículos.
Bendix regressa em força
Em 2021 a TMD Friction iniciou a
comercialização da marca Bendix em
Portugal, com António Mateus aos
comandos da operação. Dois anos
decorridos, o resultado não podia ser
melhor, conforme começa por referir
este responsável. “O balanço da presença
da Bendix no nosso mercado é
muito positivo, ainda que, de entre
os quatro distribuidores selecionados,
haja visivelmente velocidades
diferentes. No entanto, a análise e
solução desta questão será vista mais
tarde. Para já, o que nos interessa é
que o segundo nível da distribuição
(distribuidores locais e regionais)
está a apostar muito e bem na marca.”
Com uma distribuição sólida e verticalizada,
a Bendix vai continuar a
fazer o seu percurso no mercado português,
disponibilizando uma gama
com um total de 2.500 referências,
que inclui pastilhas, discos, maxilas,
tambores, indicadores de desgaste e
kits. O objetivo é voltar a posicionar-
-se como uma marca líder em fricção
na área do atrito, como aconteceu
nos anos 2006 / 2007.
Relativamente às restantes marcas
comercializadas pela TMD Friction
em Portugal, António Mateus revela
que “o desempenho da Textar tem
sido muito bom. A Pagid - que tem
uma parceria para a distribuição com
a Hella - bastante razoável e a Mintex
estável. Quanto à Don, funciona
razoavelmente em pesados, mas em
ligeiros há que fazer um relançamento,
uma vez que o lançamento feito
em 2018/19 foi interrompido pela
pandemia. Cada marca e setor de
atividade (ligeiros ou pesados) têm
os seus distribuidores perfeitamente
identificados, não havendo, por isso,
uma grande canibalização da distribuição.”
Apoio à distribuição
A TMD Friction Portugal sempre
investiu em ações de marketing para
os distribuidores e voltará a fazê-lo,
seja em lazer puro, seja em visitas a
fábricas, seja num simples convívio.
Mas sempre com o objetivo de alicerçar
as relações humanas com os seus
clientes. Merchandising, essencialmente
no ponto de venda, e campanhas
realizadas em conjunto com os
distribuidores, serão incrementadas
durante o ano, assim como as ações
de formação. “Desde que um distribuidor
identifica uma necessidade de
formação, terá ao seu dispor a possibilidade
de fazer as ações que julgue
necessárias. E poderemos ainda fazer
o “follow-on” junto das oficinas. Estamos
bem preparados nesta área”,
sublinha António Mateus.
As encomendas das várias marcas
vêm todas do armazém central da
Alemanha, localizado entre Leverkusen
e Essen, e o tempo médio da entrega
dos pedidos é de uma semana
e meia a duas semanas, no máximo.
Já todo mercado está habituado e
o abastecimento decorre com toda
a regularidade. Para incrementar a
notoriedade das marcas no mercado,
António Mateus irá comunicar
de um modo tripartido. “Enquanto
a Textar está em velocidade de cruzeiro,
a Bendix está numa fase de arranque
forte. Ambas vão necessitar
de um apoio ao nível do distribuidor
e de suporte comunicacional nos
meios tradicionais. As marcas Mintex
e Don deverão ter suporte técnico
e visibilidade do ponto de venda,
estando previsto algumas ações promocionais
utilizando internet e redes
sociais”, deu conta o responsável.
Manter o nível de penetração atual
e estabilizar o mercado, para eventualmente
acrescentar mais uma ou
outra marca ao portfólio, são os objetivos
de António Mateus para 2023.
Quanto a investimentos, Bendix e
Textar terão um apoio de marketing
em consonância com aquilo que a
TMD Friction pretende para o futuro.
Relativamente à marca Bendix,
cuja distribuição está essencialmente
focada na verticalização, tem por objetivo
chegar a 25 – 30 % da Textar.
“É forte e agressivo, mas parece-nos
alcançável, uma vez que o nome da
marca e a estratégia escolhida o irão
permitir, caso não haja nenhuma
perturbação na distribuição”, afirma
António Mateus.
Questionado sobre os desafios que
se colocam à TMD Friction Portugal
nos próximos anos, afirma:
“Parece-me que já ficou claro que a
questão principal se prende com a
distribuição. Não só devido ao nível
de concentração que estamos a assistir,
como (pela primeira vez ao longo
de alguns anos) pelo vislumbrar de
alguma agonia por parte da distribuição
menos preparada. Não é sem
reparo que eu noto, como nunca, que
existe uma tentativa de parte da distribuição
fazer investimentos muito
à custa do fornecedor. Aquilo a que
chamamos de “gente a mais no setor”
é uma realidade e, brevemente,
teremos menos “players”, mas seguramente
mais fortes e preparados”,
conclui. l
38 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
ASSOCIAÇÃO
NACIONAL
DO RAMO
AUTOMÓVEL
ASSOCIAÇÃO
NACIONAL
DO RAMO
AUTOMÓVEL
.com
Ibérica
Radio
Vigo
Entrevista
RICHARD IZQUIERDO
DIRETOR DE MARKETING DA LIZARTE
O QUE NOS
DIFERENCIA
É O NOSSO
MODELO
DE NEGÓCIO
FUNDADA EM 1973, A LIZARTE COMEMORA ESTE ANO O 50º ANIVERSÁRIO E É UMA REFERÊNCIA
NA REMANUFATURA DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO PARA O AFTERMARKET AUTOMÓVEL.
PARA SABERMOS MAIS SOBRE A HISTÓRIA DESTA EMPRESA DE NAVARRA, ESTIVEMOS À CONVERSA
COM O DIRETOR DE MARKETING RICHARD IZQUIERDO, QUE NOS EXPLICOU A FORMA COMO OPERA
EM TODOS OS MERCADOS ONDE MARCA PRESENÇA
Lizarte é uma empresa com história. Comemora
este ano meio século de vida e os responsáveis
estão orgulhosos do percurso traçado ao longos
destas cinco décadas. Trata-se um fabricante
de peças remanufaturadas para o setor do pós-
-venda automóvel e oferece um catálogo muito
amplo, que inclui direções, bombas de direção,
compressores de ar condicionado e sistemas de
injeção diesel (injetores e bombas de injeção).
A Lizarte tem sede em Navarra, no noroeste de
Espanha, e uma força de trabalho de 90 pessoas.
Conta ainda com uma delegação comercial
em Barcelona e vários acordos com armazéns
reguladores nos mercados estratégicos, Ibéria
(Espanha e Portugal), França e Alemanha. Tem
como missão contribuir para a mobilidade sus-
NESTES 50 ANOS, A LIZARTE PASSOU DA RECONSTRUÇÃO DE LOTES DE
DIREÇÕES MECÂNICAS ADQUIRIDAS EM LEILÕES PARA TONAR-SE NUMA
REFERÊNCIA EUROPEIA NA REMANUFATURA DE SISTEMAS DE DIREÇÃO
tentável com produtos remanufaturados de alta
qualidade e um serviço que se pretende destacar,
levado a cabo por uma equipa comprometida, inovadora
e com vocação de excelência.
O aumento dos preços das matérias-primas e
dos transportes está na ordem do dia, pelo que
se impunha questionar o nosso entrevistado pelo
impacto que este fenómeno está a ter na atividade
da Lizarte. Richard Izquierdo confirma que
teve influência, pois “é óbvio que todos os custos
e despesas subiram nos últimos tempos e acabaram
por afetar sobremaneira o preço final dos
produtos que remanufaturamos. 2022 foi um ano
muito complicado e na tentativa de mantermos as
nossas margens operacionais e sobretudo o nosso
nível de serviço, tivemos de repercutir uma parte
desses aumentos no mercado. Apesar de tudo, entendemos
que a qualidade dos nossos produtos e
serviço permitiram manter a confiança dos nossos
clientes, o que acaba por ser um motivo de orgulho
para nós”, analisa.
Sobre a empresa, Izquierdo refere que “o que nos
diferencia fundamentalmente é o nosso modelo de
negócio, pois somos uma empresa que se dedica
à remanufatura, ou seja, mediante um meticuloso
processo de engenharia inversa, devolvemos ao
mercado um produto que já tinha chegado ao fim
da sua vida útil, preparando-o para uma segunda
vida e com o nível de qualidade do produto original
ou até superior”. Os controlos de qualidade
da empresa são avaliados por vários sistemas de
gestão, como a ISO 9001 (focado sobretudo na satisfação
do cliente) ou a ITAF 16949 (certificado
específico do setor automotive que aborda a melhoria
contínua, a prevenção de defeitos, a redução
de desvios e de resíduos da cadeia de fornecimento).
“Para cumprir estes estritos objetivos de
qualidade, dispomos de distintos bancos de diagnóstico
que nos permitem verificar que os nossos
produtos cumprem com as especificações técnicas
do produto original”, diz o diretor de marketing,
explicando que atualmente, o núcleo do negócio da
Lizarte “são os sistemas de direção (cremalheiras
de direção e bombas de assistência). Dispomos de
um dos mais extensos catálogos da Europa nesta
categoria de produtos, com uma taxa de serviço
que ronda os 94%. O nosso catálogo é completado
posteriormente com sistemas de injeção diesel reconstruídos
(injetores, injetores/bomba, bombas
VP e common-rail) e ainda compressores de ar
condicionado”, conta.
Em constante inovação e a testar novas soluções,
a Lizarte lançou recentemente no mercado um
produto que tem como premissa ajudar os mecânicos
a instalar as peças da marca, “estamos na
fase inicial (para já só em Espanha) de um serviço
técnico remoto para a instalação segura dos nossos
produtos mecatrónicos (desenvolvidos sob a marca
Lizarte ON!). Com este serviço remoto, a oficina é
assessorada desde o início da reparação, evitando,
de uma forma proativa, qualquer dúvida que surja
na instalação das nossas peças”, explica Izquierdo.
A marca Lizarte ON! já é uma «benchmark» da
empresa, uma vez que assume grande importância
no volume de vendas global. “Atualmente
dispomos de 300 referências no catálogo da marca
Lizarte ON! (EPS e EHPS), que cobrem mais de
4.600 modelos de veículos dos principais mercawww.jornaldasoficinas.com
Fevereiro I 2023 41
RICHARD IZQUIERDO
A LIZARTE ORGULHA-SE DE trabalHAR COM OS MELHORES
DISTRIBUIDORES DE PEÇAS NOS PRINCIPAIS MERCADOS EUROPEUS,
SENDO UMA MARCA RECONHECIDA PELO SEU COMPROMISSO COM
A SUSTENTABILIDADE
dos europeus e a taxa de crescimento
ronda os 20% a cada ano. Este crescimento
exponencial permite que a
nossa gama de produtos mecatrónicos
(Lizarte ON!) represente 25% do
total de vendas da empresa e continuamos
a crescer”, garante o nosso
interlocutor.
Preocupações ambientais
e veículos modernos
As preocupações ambientais não escapam
à Lizarte e o departamento de
Qualidade da empresa lidera e dá várias
sugestões para a redução de resíduos
ou utilização de materiais sustentáveis.
“Destaco neste particular
a reutilização daqueles componentes
que são descartados durante o nosso
processo de remanufatura (elementos
em plástico, tampas). Temos
acordos com vários fornecedores,
empresas gestoras de resíduos, que
nos ajudam a livrar-nos destes materiais,
e dispomos mesmo, nas nossas
instalações, de uma compactadora
de cartão que permite a cada ano dar
uma segunda vida às toneladas de
cartão que utilizamos diariamente”,
revela, considerando que “podemos
concluir que o nosso compromisso
com o conceito de economia circular
a partir da reutilização de materiais
vai mais além da remanufatura dos
nossos produtos”.
Tendo produtos de elevada qualidade
com referências para milhares de
veículos, questionamos que desafios
enfrentam os produtos reconstruídos
quando são utilizados em veículos
mais modernos, com Richard
Izquierdo a ser perentório: “o maior
desafio técnico que enfrentamos
como empresa reconstrutora é assegurar
a correta comunicação dos
elementos do veículo com o sistema
de direção. As nossas cremalheiras
de direção e as bombas de assistência
elétrica são um elemento crítico
na segurança do veículo, por isso o
conhecimento que devemos ter desse
tipo de produtos tem de ser de nível
máximo, mais ainda, tendo em conta
que não somos os fabricantes do
produto original. Assim, o nosso desafio
é gigante e requer conhecimento
permanente da tecnologia, mas os
números e o sucesso nos mercados
onde trabalhamos são a nossa melhor
montra”.
42 Setembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com
Já no que diz respeito à internet e
às redes sociais, aproveitamos para
falar sobre a estratégia de comunicação
da empresa com os seus clientes.
Richard Izquierdo descreve a Lizarte
como “uma empresa que sempre
apostou e continua a apostar na
comunicação, tanto a nível interno
como externo. A nossa estratégia
de comunicação é omnicanal e inclui
tanto suportes físicos (revistas,
feiras, catálogos...), como digitais
(páginas web, redes sociais próprias
e setoriais). O setor do pós-venda
automóvel é muito recetivo e comunicativo,
pelo que a comunicação é
um elemento chave para poder diferenciá-lo.
E nós, na Lizarte, sabemos
isso muito bem, por isso apostamos
numa estratégia de comunicação
permanente com os nossos mercados”,
refere.
A importância
de estar presente
Como empresa referência no mercado
onde exerce, é fundamental estar
presente em feiras internacionais e,
em específico, na Automechanika de
Frankfurt, onde nos encontrámos na
última edição: “Já havia falado convosco
sobre isto lá e reafirmo, a última
edição da Automechanika deu
prioridade à qualidade dos contactos
em detrimento da quantidade dos
mesmos. Termos preparado previamente
a feira, fazendo reuniões com
tempo, levou-nos a concluir que a
presença foi proveitosa para a Lizarte.
Por isso considero fundamental
estar lá, tanto nas feiras internacionais
como nas locais, mas escolhendo
muito bem onde se vai marcar
presença, definindo o objetivo de
cada feira e o retorno do investimento
(medindo, sempre que possível,
o ratio de conversão em vendas face
às novas oportunidades de negócio
que surgem sempre nestes eventos).
Importantes também são os eventos
de associativismo, tendência sempre
presente na estratégia da Lizarte.
Fazemos parte de várias associações
locais, nacionais e internacionais,
dentro e fora do setor do após-venda.
Recentemente assistimos à jornada
sobre liderança organizada pela en-
REDaRSE, uma associação composta
por várias empresas locais (de Navarra),
entre elas a Lizarte, que têm
como ponto em comum o facto de
serem empresas comprometidas do
ponto de vista ambiental, social ou
de gestão transparente. Queremos
aprender boas práticas de outras empresas
e ensinar as nossas”, remata.
Chegar à mó de cima não é fácil, mas
mais difícil ainda é continuar a crescer
e Izquierdo não tem dúvidas de que é
preciso “capacidade para desenvolver
novas referências de elevada procura,
crescimento no desenvolvimento e
venda de produtos mecatrónicos,
atendimento diferenciado em termos
de disponibilidade de produto e taxa
de serviço de entrega”. Para encarar
o futuro de uma forma risonha,
conta-nos, “o principal desafio é
a adaptação do nosso portefólio
de produto às novas tipologias de
veículos que vão chegando ao parque
automóvel circulante, veículos
elétricos, fuel cell a hidrogénio, novos
protocolos de comunicação e
a ampliação permanente do nosso
conhecimento sobre estes produtos
para poder assessorar de forma integral,
tanto os nossos clientes como os
distribuidores ou as oficinas, facilitando-lhes
a venda e a instalação dos
nossos produtos”, afirma.
Para 2023, e apesar do período de
incerteza que se vive a nível global,
a Lizarte vai continuar a apostar
numa estratégia de crescimento com
os clientes (atuais e novos) e no desenvolvimento
contínuo de novas referências
que sejam procuradas pelos
mercados onde tem maior presença.
“Queremos consolidar o nosso serviço
remoto para ajudar as oficinas de
uma forma proativa com a instalação
dos nossos produtos mecatrónicos,
produtos esses que serão um dos pilares
da empresa em 2023 e nos anos
vindouros”, conclui. l
A LIZARTE E O MERCADO PORTUGUÊS
A Lizarte está presente no mercado português
desde 2016 e desde aí o volume de negócio
subiu quase 300%, apoiando-se numa
estratégia comercial e de marketing bem
definida que permitiu fechar acordos com
distribuidores de primeiro nível. “O nosso
núcleo de negócio em Portugal centra-se na
comercialização dos sistemas de direção, até
porque é um segmento de produto que goza de
grande prestígio em Espanha, e consideramos,
tal como aconteceu, que nos abriu as portas
dos principais clientes de uma forma muito
ágil”, refere Richard Izquierdo.
Em Portugal, a empresa trabalha com uma
dezena de distribuidores e todos estão a
conseguir desempenhos de alto nível: “De
qualquer forma, entendo que o seu desempenho
vai sempre depender diretamente do apoio
que nós podemos oferecer como fornecedores.
Em Portugal oferecemos os nossos produtos
a distribuidores que trabalham, não só com
os nossos, mas com outros. Para nós é muito
importante que os nossos clientes tenham, em
primeiro lugar, uma presença de destaque na
sua zona de influência. Segundo, que mostrem
proatividade em nos pedir tudo aquilo que os
seus clientes lhes pedem a eles o que é algo que
valorizamos de forma muito positiva, porque
encaixa na filosofia da nossa empresa”, explica,
garantindo que é política da casa não deixar
“ninguém para trás. Quando chegamos a acordo
com um novo distribuidor, oferecemos-lhe toda
a ajuda necessária para começar a vender os
nossos produtos aos seus clientes. Este processo
inclui uma formação inicial genérica sobre os
produtos, assim como uma formação sobre
gestão. Também ajudamos no marketing e
comunicação a fim de potenciar ao máximo a
presença dos produtos Lizarte junto dos seus
clientes”.
Para Richard Izquierdo, a vantagem
fundamental em utilizar componentes Lizarte
é resumida numa só frase: “damos apoio
permanente ao nosso cliente distribuidor
em todo o processo de venda dos produtos, e
como consequência disso, a oficina tem apoio
permanente tanto do seu fornecedor habitual
como do fabricante, que no caso somos nós”. O
mesmo responsável assegura que a Lizarte já é
uma marca conhecida no mercado português,
mas o seu grande objetivo é que se torne
também numa marca reconhecida: “Queremos
continuar a crescer não só com os nossos
clientes atuais, mas também com novos, e para
tal devemos ir aumentando progressivamente
a presença em todos os canais existentes,
meios de comunicação, feiras e por aí fora”.
A terminar, Izquierdo falou ainda sobre o
que está a condicionar de forma positiva e
negativa o mercado das peças reconstruídas
em Portugal: “Existe um fator que pode estar
a promover uma utilização crescente de peças
reconstruídas: ter uma peça com uma relação
qualidade/preço inferior a uma peça original
permite poupanças na reparação, e isto num
ambiente económico como o atual, pesa muito.
Da mesma forma, o parque de veículos na
Europa está a envelhecer, e isso pesa bastante
quando se pensa numa reparação que envolve
uma despesa mais elevada. Desta forma, o
produto reconstruído acaba por ter aqui a sua
grande oportunidade. Para terminar, gostaria
de pensar que o conhecimento por parte
dos distribuidores, oficinas e cliente final, do
impacto ambiental positivo que o «consumo»
de produtos reconstruídos supõe, pode marcar
a diferença na opção de compra num futuro a
curto prazo”.
O PERCURSO DE 50 ANOS DE HISTÓRIA PERMITIU À LIZARTE
CONQUISTAR UMA Forte PRESENÇA NO MERCADO IBÉRICO E HOJE
O GRANDE OBJETIVO É SER RECONHECIDA COMO FABRICANTE
DE QUALIDADE DE topo EM PEÇAS REMANUFATURADAS
www.jornaldasoficinas.com Setembro I 22 43
Entrevista
HAKIMA HASNAOUI, DIRETORA EXPORTAÇÃO EUROL
QUEREMOS SER UM
FORNECEDOR ÚNICO
PARA OS NOSSOS
DISTRIBUIDORES
A EMPRESA NEERLANDESA DE LUBRIFICANTES EUROL ESTÁ EM PORTUGAL DESDE 2009, ONDE TEM
REGISTADO CRESCIMENTOS QUE CHAMAM A ATENÇÃO DO MERCADO. COM VÁRIAS NOVIDADES EM CARTEIRA,
O JORNAL DAS OFICINAS QUESTIONOU A DIRETORA COMERCIAL DE EXPORTAÇÕES DA MARCA PARA A
EUROPA, HAKIMA HASNAOUI, QUE NOS EXPLICOU O QUE A EUROL PRETENDE FAZER, INVESTIR, LANÇAR E
PROMOVER NOS ANOS VINDOUROS
Eurol é, atualmente, o maior fabricante independente
de lubrificantes dos Países Baixos, mas até
atingir este estatuto foram necessários mais de 40
anos de histórias e peripécias. Hakima Hasnaoui
explica que a empresa familiar arrancou em 1977,
quando Johan Pfeiffer criou a empresa e a marca
Eurol na localidade neerlandesa de Nijverdal. Na
primeira fase da sua história, a Eurol vendia apenas
lubrificantes para motos, no entanto, graças a
uma engenhosa campanha de marketing e de vários
sucessos alcançados no motociclismo, a marca
foi crescendo rapidamente no seu mercado natal.
Nos anos 80, o leque de produtos foi-se alargando e
passou a incluir outros segmentos, como o automóvel,
a indústria, os pesados e a agricultura. Na década
de 90, a empresa começou, então, a produzir os
seus próprios produtos. Graças a isso e a instalações
de I&D exclusivas, a Eurol podia, assim, garantir
uma melhor e mais constante qualidade de tudo o
que vendia. Atualmente, tem a sede e opera em Nijverdal
e Almelo, a duas horas do maior porto da Europa,
Roterdão. Em maio de 2022, abriu o primeiro
escritório fora dos Países Baixos, na África do Sul. O
objetivo é expandir a presença nos países da África
Austral e responder de forma rápida às exigências
locais, mas a Europa continua a ser o mercado mãe
da Eurol, e Portugal um país de elevada importância
para a empresa. O Jornal das Oficinas sentou-se
à mesa com Hakima Hasnaoui, que nos falou um
pouco do presente da empresa, sem nunca esquecer
o passado, mas apontando sempre ao futuro.
Crescimento em TODOS os sentidos
Recentemente inaugurou uma nova sede nos Países
Baixos e foi precisamente por este tópico que
começámos a conversa. “Abrimos o novo armazém
logístico, o Eurol XL, em Almelo em maio. Trata-se
de um armazém totalmente automatizado
que apelidámos de «dark warehouse» e que tem
capacidade para 15 mil paletes. O edifício está
localizado ao lado do terminal de contentores e
está dotado de um excelente acesso ribeirinho e
rodoviário”, conta Hakima Hasnaoui.
Recentemente, a marca mudou a imagem corpo-
44 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
LANÇAMOS O CONCEITO EUROL SERVICE POINT PARA AJUDARMOS AS
OFICINAS A RETIRAREM MAIORES PROVEITOS DOS SEUS LUBRIFICANTES.
O GRANDE OBJETIVO PARA PORTUGAL É OFERECER AOS NOSSOS
DISTRIBUIDORES A MESMA FORMAÇÃO TÉCNICA INTENSIVA QUE
REALIZAMOS NOS PAÍSES BAIXOS, DIZ HAKIMA HASNAOUI
HAKIMA HASNAOUI
RECENTEMENTE INAUGUROU UMA NOVA SEDE NOS PAÍSES BAIXOS.
TRATA-SE DE UM ARMAZÉM totalmeNTE AUTOMATIZADO APELIDADO
DE «DARK WAREHOUSE» E QUE TEM CAPACIDADE PARA 15 MIL PALETES
rativa, pois pretende “desempenhar
um papel de liderança quando se trata
de lubrificantes que contribuem
para melhores performances, uma
menor pegada ecológica e para criar
melhores oportunidades de negócio”.
Quanto a isso, a mesma responsável
garante que a nova imagem “tem
um logótipo mais fresco, que combina
da melhor forma com o ADN
da Eurol. Foi uma alteração subtil
para não perder a sua essência. A
própria legibilidade foi melhorada
e ganhou uma tonalidade de azul
mais escura, que lhe dá mais contraste.
Além disso, o Eurol Wave, as
cores e a tipografia foram adaptadas.
Assim, mantém todos os elementos
reconhecíveis da identidade corporativa
da nossa marca”. No seguimento
do «restyling» do logótipo, a
Eurol também alterou o seu slogan:
“A promessa da marca «Quality is in
our Nature» [a Qualidade está na
nossa Natureza], foi alterada para
«Powering Performance» [Desempenho
Potencializado], o que está
perfeitamente alinhado com as nossas
ambições. O novo slogan passa a
estar ao lado do logótipo e significa,
em poucas palavras, tudo aquilo que
a Eurol representa”, garante.
Uma gama completa
A conversa muda de rumo e segue o
caminho dos aumentos dos preços,
tanto das matérias-primas como do
transporte. Hakima Hasnaoui admite
que “esta situação tem sido um
grande desafio para todas as marcas
de lubrificantes um pouco por todo
o mundo. O que se observa é uma
mudança de comportamento por
parte dos clientes. Por causa do aumento
de preços, o cliente final tende
a atrasar a manutenção do seu automóvel,
e com a Covid-19, estão mais
pessoas a trabalhar em casa, logo
utilizam menos os seus carros. Isto é
o que os nossos parceiros Eurol têm
vindo a observar nos seus mercados
locais, dificultando a sua operação.
Felizmente são parceiros dedicados
e vemos que se esforçam para tentar
impulsionar ainda mais a marca, por
isso estamos satisfeitos”.
A Eurol oferece ao mercado uma
ampla gama de lubrificantes, massas
consistentes, aditivos para combustível
e produtos agentes de limpeza.
“Basicamente, queremos ser
um fornecedor único para os nossos
distribuidores um pouco por todo o
mundo. Assim, oferecemos ao setor
automóvel, todo um leque de produtos
lubrificantes em embalagens mais
pequenas (250ML, 500 ML, 1L, 4L,
5L, 6L e 10L) para o retalho, e depois
grandes embalagens a granel (60L,
210L, IBC 1000L). Para desenvolvimento
e produção da nossa gama
premium, utilizamos apenas óleos
básicos e aditivos de primeira linha.
A nossa fábrica tem certificação ISO
9001, uma norma reconhecida internacionalmente
na gestão da qualidade.
Testamos todos os nossos lubrificantes
de forma minuciosa num
laboratório interno antes de iniciarmos
as vendas para todo o mundo”,
explica a mesma responsável.
“No que diz respeito a novidades,
lançamos a Eurol Speciality Racing
Line [Linha Especializada de Competição],
que se destina apenas ao
desporto motorizado. Esta gama está
perfeitamente alinhada com as ambições
de diferentes eventos motorizados,
como o Rali Dakar, por exemplo,
de forma a tornarem-se ainda
mais verdes”, continua Hakima Hasnaoui,
que não perde tempo para nos
falar da nova geração de lubrificantes
(Low SAPS) para o setor automóvel.
“A Eurol disponibiliza também um
leque muito vasto de produtos Low
SAPS, com baixos teores de cinzas
[significa que o óleo tem na sua
composição baixas concentrações de
enxofre e fósforo], a mais recente
tendência para sistemas de pós-tratamento
de gases de escape, como
catalisadores e filtros de partículas.
Estes produtos têm ainda melhor
impacto ambiental”, refere.
Na verdade, uma boa parte dos produtos
da marca neerlandesa ajudam a
reduzir a pegada ecológica: “A última
geração de óleos de motor de baixas
emissões, por exemplo, foi desenvolvida
com o foco na economia de
combustível, para intervalos de manu-
46 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
em todas as oficinas. A Bag in Box é
totalmente sustentável, uma vez que
contém 89% menos de plástico em
comparação com uma embalagem
normal. Além disso, o volume de resíduos
é reduzido em mais de 90%.
Após a utilização, o papelão da embalagem
e o saco de plástico no interior,
podem ser reciclados separadamente.
Em países onde as medidas ambientais
são mais apertadas, percebemos
que esta Bag in Box é um sucesso. Os
A EUROL
EM PORTUGAL
A Eurol chegou a Portugal em 2009,
mercado onde trabalha “principalmente
com distribuidores de peças de reposição
automóvel que cobrem todo o país. Ao
longo dos últimos anos assistimos a um
crescimento da distribuição da Eurol no
mercado português, todavia acreditamos
que é possível crescer ainda mais, não só
A EUROL OFERECE AO MERCADO UMA AMPLA GAMA DE LUBRIFICANTES,
ADITIVOS E MASSAS. BASICAMENTE, QUER SER UM FORNECEDOR ÚNICO
PARA OS SEUS DISTRIBUIDORES UM POUCO POR toDO O MUNDO
tenção mais prolongados e dispõe de
propriedades de lubrificação de longa
duração. Tudo isto minimiza o desgaste
e o envelhecimento, ao mesmo tempo
que prolonga a vida do motor. Os
nossos produtos Eurol Speciality, são
isentos de microplásticos e de parafinas
de cloro, são seguros e ambientalmente
amigáveis. Mas há mais, temos
uma gama de óleos de motor específica
para veículos clássicos que se chama
Eurol Supreme Classic. Trata-se de um
óleo fortificado com zinco ou o chamado
ZDDP. Este composto de fósforo-
-zinco fornece proteção adicional a estes
motores mais antigos. Os veículos
clássicos são um segmento pequeno,
mas muito importante para os entusiastas
destes veículos, ao mesmo tempo
que complementa a restante gama
de produtos da Eurol Lubricants.
Para promover e para dar a conhecer
os seus lubrificantes, Hakima Hasnaoui
explica que a marca tem uma
estratégia simples: “Como queremos
estar numa posição de liderança na
indústria automóvel mundial, é preciso
marcar presença em determinados
eventos, assim estivemos na
Automechanika em Frankfurt e Dubai,
fomos ao Rali Dakar como patrocinadora
da Toyota Gazoo Racing
Team, tudo isto ajuda a criar a notoriedade
global da marca, mas não só.
Utilizamos estas provas desportivas
para testar e desenvolver novos produtos,
como aconteceu com a tecnologia
SYNGIS e agora com a Eurol
Speciality Racing, que foi desenvolvida
com a ajuda das principais equipas
do desporto motorizado, para se
poderem criar propriedades lubrificantes
inovadoras, que acabam por
ser introduzidas, posteriormente,
nos nossos produtos do dia-a-dia”.
Eurol Service Point
Sendo uma empresa de grande dimensão,
já tem o seu próprio conceito
oficinal, o Eurol Service Point,
baseado no apoio dos lubrificantes.
O nível de serviço de cada Eurol Service
Point depende de país para país,
“mas basicamente fornecemos visibilidade,
partilha de conhecimento,
apoio de marketing e aconselhamento
sobre os produtos. É também uma
boa ajuda para oficinas de maiores
dimensões”, diz. “Este conceito oficinal
pode ser complementado pela
aplicação Oil Advisor que ajuda a
procurar lubrificantes e acaba por
ser uma ferramenta de conveniência
para os mecânicos obterem, 24 horas
por dia, sete dias por semana, um
conselho rápido no local de trabalho.
Para já, fornecemos apenas conselhos
sobre óleos, mas no futuro adicionaremos
mais funcionalidades”,
remata.
Como empresa inovadora, lançou
em julho de 2020 o «famoso» Bag
in Box, embalagem com 20 litros de
capacidade. “Com este conceito, a
marca oferece facilidade de utilização,
sustentabilidade e profissionalismo
clientes apreciam este conceito inovador”,
explica a responsável.
Com o crescimento do mercado de
carros elétricos, prevê-se uma diminuição
do consumo de lubrificantes.
Mas a Eurol está atenta e, “a desenvolver
uma linha de produtos dedicados
aos EV. Com exceção do óleo
de motor, os veículos elétricos ainda
exigem fluídos, como óleos de travão,
massas várias e outros produtos de
manutenção. Mas se a diminuição do
consumo de lubrificantes na indústria
automóvel é esperada, existem outros
países em desenvolvimento onde segmentos
como a indústria e a mineração
exigem volumes de lubrificantes
grandiosos. O novo escritório na
África Austral, vai desempenhar um
enorme papel nesta questão”.
Com uma gama com mais de 600 diferentes
tipos de produtos que resultam
em lubrificantes de alta qualidade,
a Eurol oferece ainda ao mercado
apoio em atividades de marketing,
formação técnica com um consultor
de óleos e resultados comprovados
em várias provas motorizadas, como
o Rali Dakar. Para o futuro, o grande
foco é precisamente “a expansão para
os países da África Austral. Possuímos
ainda uma equipa de pessoas que promovem
novos negócios, dedicando-se
ao estudo do mercado. Atualmente,
a Eurol está ativa em 93 países, mas
o objetivo é aumentar este número e
chegar aos 100 já em 2023”, conclui a
mesma responsável. l
no segmento automóvel, mas também
no segmento dos transportes e indústria”,
comenta.
“Em Portugal temos três distribuidores
da nossa marca, pelo que temos uma
cobertura totalmente nacional, por isso
tentamos dar todo o apoio que esses
distribuidores necessitam. Pretendemos
organizar formações frequentes sobre
as últimas tendências de lubrificantes,
lançamos recentemente o conceito Eurol
Service Point para ajudarmos, através
dele, as oficinas a retirarem maiores
proveitos dos seus lubrificantes. O grande
objetivo para Portugal é oferecer aos
nossos distribuidores a mesma formação
técnica intensiva que realizamos nos
Países Baixos”, afirma Hasnaoui.
“Ao utilizarem lubrificantes Eurol, têm
acesso a uma gama ultracompleta de
produtos de alta qualidade, o que permite
ao dono da oficina nivelar melhor os
preços e gerar mais receita. Depois a
Eurol dá todo o apoio de visibilidade,
publicidade e presença da marca no
local, para reforçar o sucesso”, diz Hakima
Hasnaoui.
Para 2023, o objetivo passa por diversificar
a base de dados de clientes, explorar
outros segmentos como os Transportes,
a Indústria, a Agricultura e os Motociclos.
A marca tem, para já, uma forte presença
apenas no segmento automóvel.
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 47
Oficina
do Mês
APM - AUTO PEDRO MECÂNICO
A MINHA PUBLICIDADE
É A QUALIDADE!
CRIADA EM 2004 POR PEDRO CUNHA, A APM É O ESPELHO DA PERSONALIDADE
DO SEU FUNDADOR. PERFECIONISTA, METICULOSO E EXIGENTE, PEDRO CUNHA TEM COMO LEMA
“O QUE EU NÃO QUERO PARA MIM, NÃO QUERO PARA O MEU CLIENTE”
Apenas com 13 anos de idade, Pedro Cunha
começou a trabalhar numa conceituada
oficina multimarca, na zona de Ovar, de
onde é natural. Aos 21 anos foi trabalhar para um
concessionário Opel onde aprendeu e consolidou
os seus conhecimentos de mecânica e aos 24 anos
decidiu constituir uma empresa e começar a trabalhar
por conta própria. Primeiro num pequeno
armazém, nas traseiras de sua casa, e mais tarde,
em 2010, num novo espaço, que também se tornou
pequeno, tendo decidido avançar em 2015 com a
aquisição do edifício onde hoje se encontra, com
uma área de 700 m2.
Equipada com cinco elevadores, várias máquinas
de diagnóstico, de ar condicionado e ferramentas
especiais, a APM garante atualmente um serviço
de manutenção e reparação automóvel completo,
para qualquer tipo de viatura. “O último investimento
que fizemos foi numa estação de serviço,
com pórtico de lavagem automático, pois faço
questões de entregar os carros lavados aos clientes,
qualquer que seja o tipo de serviço prestado”,
refere Pedro Cunha. Para além dos serviços de mecânia
e de chapa e pintura, que são realizados por
um parceiro de confiança, a APM também monta
pneus Falken, um serviço que tem tido uma procura
crescente e que resulta do acordo efetuado com
a AB Tyre há mais de quatro anos. Possui também
carros de substituição, que considera ser uma mais
valia, pelo que está previsto aumentar a frota com
mais duas viaturas.
Todo o trabalho desenvolvido na APM tem como
objetivo a satisfação total do cliente. “Digo muitas
vezes que não quero ser conhecido pela oficina
mais barata, mas sim pela qualidade do serviço
prestado. Para minimizar falhas, apenas trabalho
com marcas aftermarket premium ou de origem”,
enfatiza Pedro Cunha. A Humberpeças é o principal
fornecedor desde o início “Conheço o Sr. Humberto
Lopes, gerente da Humberpeças, há mais de
vinte anos e tenho a maior consideração e estima
pelo seu trabalho. Tive sempre o seu apoio e colaboração
ao longo do meu percurso profissional e a
parceria que mantemos tem sido essencial para o
crescimento da APM”, enaltece Pedro Cunha.
Para este responsável “As peças low coast apenas
dão problemas e quando o cliente pede para montarmos
o mais barato prefiro não fazer o trabalho.
Se todas as oficinas trabalhassem assim, tenho a
certeza que o mercado não seria a guerra que é
atualmente”, afirma. Embora tivesse integrado
uma rede oficinal durante três anos, a experiência
não foi positiva e decidiu abandonar o projeto para
se manter independente, pois conforme afirma “A
minha marca sou eu e não gosto de ser confundido
com uma insígnia que representa outra maneira de
trabalhar”.
APM – AUTO PEDRO MECÂNICO
Gerente Pedro Cunha
Morada Av. 16 de Maio, Lote 7
Zona Industrial de Ovar 3880-102 Ovar
Telefone 917 843 960
Email pcunhareparacoes1980@gmail.com
Site www.facebook.com/autopedromecanico/
Reconhecimento merecido
A APM foi a vencedora da categoria Melhor Oficina
Independente da Revista TOP 100, uma distinção
que encheu de orgulho Pedro Cunha e que
veio confirmar o excelente percurso e desempenho
da oficina. Para este responsável “Esta distinção é
a prova como as estratégias utilizadas resultaram
e um motivo de orgulho para todos os elementos
da equipa que, cada qual à sua maneira, contribuem
para que esta distinção seja uma realidade”.
Pedro Cunha realça “o facto de ser um troféu muito
importante quando falamos da construção da
reputação da empresa no nosso mercado. Vamos
continuar a implementar a estratégia que definimos,
desenvolvendo o nosso negócio em parceria
com os nossos clientes, de forma a que consigamos
ser cada vez mais, um parceiro de referência para
os nossos clientes”. Embora considere as novas tecnologias
importantes para comunicar, designadamente
a internet e as redes sociais, Pedro Cunha
ainda não utiliza muito estas ferramentas, já que
tem apostado mais no relacionamento pessoal com
os clientes e no passa palavra, pois como afirma “a
qualidade do serviço que presto é a melhor publicidade
que posso fazer da minha oficina”. Por outro
lado, tem apoiado como patrocinador várias coletividades
da região, nomeadamente algumas equipas
de canoagem e patinagem.
Projetos para o futuro
Com uma média de quinze viaturas a entrar diariamente
na oficina, o ritmo de trabalho mantém-se
muito elevado e Pedro Cunha sente a necessidade
de mais apoio na área da gestão e da oficina, mas a
conjuntura atual não tem ajudado a fazer grandes
reestruturações e investimentos, conforme nos disse:
“Antes da pandemia pensei em adquirir um terreno
para criar um centro de colisão, onde ia instalar
uma oficina de mecânica, outra de repintura,
uma estação de serviço e um stand, tudo integrado
no mesmo espaço, mas ouvi alguns conselhos e
decidi não avançar. No entanto não está posto de
parte, e logo que a situação melhore estou pronto
para avançar com o projeto”, refere. O trabalho oficinal
é o que mais gosta de fazer, por isso, nunca
vai deixar de estar presente a acompanhar todos
os trabalhos que são prestados às viaturas que entram
nas instalações “Quando um colaborador não
consegue resolver uma avaria, não o deixo avançar
com o serviço enquanto eu não tiver uma solução
para resolver o problema. Prefiro que fique parado
a aguardar as minhas instruções, em vez de continuar
com o serviço e o trabalho ficar mal feito”,
afirma Pedro Cunha.
Relativamente à formação, depois de um período
de interregno devido à pandemia, o objetivo é voltar
este ano a apostar forte em ações de formação,
com o apoio da Humberpeças e das associações do
setor, até porque tem tido muitos convites nesse
sentido. Com uma equipa de sete profissionais que
tem mantido nos últimos anos e uma carteira de
clientes fiéis, Pedro Cunha encara o futuro com
otimismos e espera que o seu filho dê continuidade
ao negócio que está bem consolidado, sendo reconhecido
na zona como uma oficina de referência
na manutenção e reparação automóvel. l
O TROFÉU MELHOR OFICINA TOP 100 CONQUISTADO PELA APM É A PROVA
COMO AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS RESULTARAM E UM MOTIVO DE
ORGULHO PARA TODOS OS ELEMENTOS DA EQUIPA QUE CONTRIBUIRAM
PARA QUE ESTA DISTINÇÃO SEJA UMA REALIDADE
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 49
NOTÍCIAS // PEÇAS E EQUIPAMENTOS À MEDIDA DE CADA NEGÓCIO
Produto
O
estado da capacidade da bateria de um veículo
elétrico é um fator crucial no valor da
viatura, por isso a DEKRA lançou um teste
rápido de bateria para VE. O processo patenteado
foi validado pela RWTH Aachen University e também
por diversos fabricantes de veículos, após a realização
de testes de validação. Por regra, o teste real
não excede quinze minutos para fornecer um valor
preciso para o estado de conservação de uma bateria.
“Como a bateria representa uma grande parte
do valor total de um veículo elétrico, o seu estado
de conservação é um fator decisivo”, diz a DEKRA.
O teste é baseado na medição das características da
bateria durante um test drive muito curto. Basta
uma breve aceleração ao longo de 100 metros, durante
a qual os dados são lidos através do interface
de diagnóstico integrado
know-how está na bASE de dados
O know-how essencial está na capacidade de interpretar
os valores medidos. O processo é apoiado por
uma base de dados altamente sofisticada e um algoritmo
extremamente complexo. Os dados principais
são determinados antecipadamente para cada
tipo de veículo, com base em test drives sob uma
DEKRA DISPÕE DE TESTE RÁPIDO DE BATERIAS PARA VE
RESULTADOS PRECISOS EM 15 MINUTOS
ampla gama de condições. A isto segue-se uma estruturação
e uma maior complexidade de cálculos,
em parte com a ajuda da inteligência artificial, que é
designada processo de ‘parametrização’. No teste, os
resultados da medição são avaliados com base nesses
parâmetros específicos.
100 modelos disponíveis
100 modelos de veículos estarão brevemente disponíveis.
Atualmente, a lista de veículos para os quais
a DEKRA pode realizar um teste rápido inclui mais
de 70 modelos de volume de vários fabricantes a nível
mundial. Espera-se que a procura pela verificação
do estado de conservação de baterias de veículos
eletrificados cresça nos próximos anos. Graças aos
apoios governamentais, centenas de milhares de
veículos com baterias ou acionamentos híbridos
estão a entrar agora no mercado. Assim que mudam
de mãos, a saúde das suas baterias torna-se
um fator altamente relevante na determinação do
seu valor. “Particularmente na gestão de veículos
usados, a determinação precisa e rápida do estado
de conservação é extremamente importante para
que o processo seja transparente e seguro. Com
outros métodos, o processo geralmente leva pelo
menos várias horas; às vezes dias – incluindo ciclos
de carga e descarga demorados. Portanto, a grande
vantagem é que a DEKRA consegue fornecer uma
avaliação altamente fiável num tempo muito curto.
Em resumo: O teste rápido de bateria patenteado
da DEKRA proporciona uma forma rápida e fiável
de determinar o estado de conservação de uma bateria
de tração num veículo eletrificado.
50 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
ESTENDE GARANTIAS
NOS PNEUMÁTICOS E AMORTECEDORES
Pro4Matic | A Pro4Matic iniciou 2023 cheia de boas notícias e com um novo lema “Novo Ano, Nova Linha,
Nova Garantia, Novo Preço”. O que é que isto quer dizer? A partir de fevereiro, todos os Pneumáticos e Amortecedores
Pneumáticos têm cinco anos de garantia. “Acreditamos que podemos fazer sempre mais e melhor pelos
nossos clientes, assim, apresentamos a nova gama de produtos oferecendo cinco anos de Garantia em todos os
Pneumáticos e Amortecedores Pneumáticos”, referiu Nuno Durão, Administrador da Pro4Matic. O objetivo da
empresa, é que mesmo após uma reparação, seja mantido o comportamento e o conforto da condução originais.
Fabricadas com material de alta qualidade e resistente à corrosão, as molas pneumáticas da Pro4matic têm uma
longa vida útil e são altamente resistentes a elementos externos. Além disso, podem ser facilmente removidas e
instaladas devido à sua geometria personalizada e precisa.
RENDIDO À BATERIA VARTA PROMOTIVE AGM
Grupo Hegelmann | O fornecedor alemão de serviços de transporte internacional,
escolheu a bateria VARTA ProMotive AGM da Clarios para a sua frota de camiões.
O Grupo Hegelmann cobre rotas de transporte rodoviário por todo o mundo, desde o Algarve
até à fronteira com a China. Com sede na Alemanha, o grupo possui 5.000 veículos
e trabalha com mais de 550 parceiros logísticos para construir uma das maiores frotas
logísticas da Europa, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos. Através de uma série de
testes, a empresa quis encontrar a melhor solução de bateria para os seus camiões modernos.
A VARTA ProMotive AGM, da Clarios, foi a escolhida. As caraterísticas superiores
da VARTA ProMotive AGM e sua fiabilidade foram fatores decisivos. Além disso, também
é importante considerar que o perfil do camionista profissional mudou bastante nos
últimos anos: hoje em dia, os condutores passam até sete noites por semana dentro dos
veículos. É por isso que eles são equipados com uma variedade de recursos de hotel,
desde televisores até ar-condicionado. A VARTA ProMotive AGM fornece energia para
todas essas funções de conforto até quando o motor está desligado.
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Notícias
Produto
GARANTE PANOS LIMPOS
todos OS DIAS NA OFICINA
Mewa | Todos os dias, a limpeza de ferramentas, máquinas
e instalações de produção na indústria, nas oficinas de
automóveis e nas empresas artesanais é assegurada pelos
panos de limpeza da Mewa. A empresa alemã assume o serviço
completo: recolha, lavagem, manutenção e devolução dos
panos. Ainda há muitas oficinas e fábricas a utilizar produtos
descartáveis. Esta solução não é sustentável nem económica.
A Mewa oferece uma alternativa amiga do ambiente:
disponibiliza panos de limpeza em Textilsharing, a partilha de
têxteis. Os robustos panos de limpeza ultra-absorventes podem
ser lavados e reutilizados até 50 vezes. Textilsharing significa
ter panos limpos à mão sempre que necessário. Não é preciso
comprá-los. Este workflow completo de um sistema de ciclo
fechado, como o de panos de limpeza da Mewa, apresenta um
melhor equilíbrio ecológico do que as soluções descartáveis
como toalhitas ou papel. Em comparação com a utilização de
papel, a limpeza com um pano da Mewa faz-se em menos 35
% do tempo.
AUTOZITÂNIA E BRAGALIS
FAZEM APOSTA
NOS LUBRIFICANTES REPSOL
A
Autozitânia e a Bragalis aumentaram o seu portfólio de lubrificantes, ao adicionaram a marca
REPSOL. Assim, passam a disponibilizar aos seus parceiros e clientes, soluções de reconhecida
qualidade em lubrificantes de motor, caixas de velocidades e transmissões. Nesta que é uma
novidade para o Aftermarket Auto, o Grupo Autozitânia tem já disponíveis as gamas de lubrificantes
para motor Master, Leader e Elite, bem como as gamas Navigator e Automator para caixas de velocidades
e transmissões. A REPSOL está presente em mais de 90 países, com unidades de produção em
Espanha, México, Indonésia e Singapura onde são produzidos Lubrificantes com os mais altos padrões
de qualidade.
RENOVA taÇA ESPORTS CUP
NGK | Após o sucesso da sua primeira Taça Esports
em 2022, a NGK SPARK PLUG anunciou a renovação do
torneio em 2023. O concurso terá lugar nos primeiros três
meses do novo ano e oferecerá aos seguidores dos meios
de comunicação social da empresa, bem como aos jogadores
e mecânicos da “Geração Z”, uma nova visão sobre o
maior especialista mundial em ignição e sensores. A Taça
Esports reforça ainda mais o envolvimento da empresa
em jogos online e estará aberta a todos os jogadores com
mais de 16 anos e terá lugar na secção “RaceRoom” da
plataforma de jogos Steam. Quatro corridas de qualificação
serão realizadas em versões virtuais de alguns dos
circuitos mais emblemáticos do mundo, e os pilotos mais
rápidos terão a oportunidade participar na grande final
que terá lugar na mundialmente famosa Nürburgring
Nordschleife, na Alemanha, a 16 de Março de 2023. O
vencedor global receberá dois bilhetes VIP e alojamento
para uma prova internacional de enduro perto do seu
local de residência.
JUNTA-SE À FAMÍLIA
da autoZITÂNIA E BRAGALIS
PLUSLINE | A Autozitânia e a Bragalis, quiseram entrar
em grande em 2023 e aumentaram a gama de alternadores e
motores de arranque, com a introdução da marca PLUSLINE,
dando seguimento à sua estratégia de aumento de portfólio
com produtos de qualidade reconhecida. Os alternadores e
motores de arranque PLUSLINE são produtos com qualidade
OE, testados em plataforma Motoplat e distinguem-se pela
variedade de gamas existentes, tais como: Selected, Original e
Pro, estando já disponíveis na Autozitânia e Bragalis. A PlusLine
é uma marca PSH (Pos Service Holland), empresa líder no
fabrico de alternadores e motores de arranque, contando com
mais de 20 anos de experiência na produção de componentes
para automóveis.
52 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
APRESENTA VANTAGENS
DOS CARREGADORES YCX
Yuasa | Os carregadores YCX da YUASA são o complemento essencial para a durabilidade
das baterias. Têm a capacidade de fazer com que as baterias durem mais tempo, reduzindo
a necessidade de substituição. Para além disso, estão preparados para oferecer uma solução
mais inteligente do que a maioria das unidades de carregamento incorporadas, especialmente
quando as baterias são armazenadas sazonalmente. Os carregadores YCX carregam as baterias
mais rapidamente graças a uma maior potência do que outros modelos semelhantes. O processo
de carregamento e manutenção totalmente automático de sete ou nove etapas, foi aperfeiçoado
pelos engenheiros da GS Yuasa para um tratamento inigualável das baterias. Têm ótimo
desempenho de carregamento para baterias convencionais de chumbo-ácido, start-stop, EFB,
AGM, lítio e gel. As caraterísticas de segurança foram melhoradas, incluindo proteção contra
curto-circuito, sobrecarga e inversão de polaridade para maior paz de espírito.
REFORÇA PANÓPLIA DE PRODUTOS
KROFTools | Sempre com o objetivo de oferecer os melhores equipamentos, a KROFTools
adicionou novos produtos ao seu portefólio. Destaque para máquina de impacto 1/2” 1600NM, com
mecanismo de duplo martelo de alto desempenho. O ar é conduzido através da parte inferior do punho
que é moldado ergonomicamente para melhor manuseamento e funcionamento. Por sua vez, a máquina
de impacto 1/2” 1200NM tem um design compacto para áreas de acesso restrito, mecanismo de martelo
único de alto desempenho, múltiplas configurações de aperto e desaperto apenas com ajuste de uma
mão. De referir também o extrator 5ª velocidade Ford, um método rápido e simples de remover a quinta
mudança nas transmissões Ford de tração frontal antes de efetuar reparações internas. O colarinho
bipartido e a manga de retenção garantem uma localização adequada. Aplica-se no Ford Fiesta com
caixa de velocidades IB5, no modelos Focus Mk1, Mk2, Mk3 e nas Transit FWD e Transit Connect - todos os
modelos com caixa de 5 velocidades.
ZAPHIRO ADICIONA AO PORTFÓLIO DE VERNIZES
NOVA LINHA COSMOS
A
Zaphiro adicionou ao seu catálogo uma nova gama de vernizes: Cosmos. Esta nova linha de polimento é
especialmente desenvolvida para o uso em máquinas roto-orbitais. A principal vantagem deste sistema de
polimento roto-orbital, em relação a outros do mercado, é que uma temperatura mais baixa é gerada no
polimento das peças, que se traduz num acabamento profissional, estelar e também com menos tendência ao aparecimento
de hologramas. O novo sistema de polimento apresenta uma série de boinas e polidores projetados para
trabalharem em conjunto fornecendo um melhor acabamento. O sistema ZAPHIRO Cosmos baseia-se na utilização
de dois tipos de polimento. Em primeiro lugar, encontramos o verniz Neptuno Polishing Cut, considerado o
primeiro passo deste inovador sistema de polimento. Para resultados ainda melhores, a ZAPHIRO recomenda usar
o segundo passo deste sistema de polimento: o verniz de acabamento Saturno Polishing Finish. Este combina um
corte extremamente fino com grande poder de acabamento, projetado para ser usado em conjunto com o Saturno
Foam Pad para garantir um acabamento impecável, com a eliminação de danos em comparação com outros sistemas
de polimento tradicionais.
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www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 53
Notícias
Produto
LANÇA NOVO LUBRIFICANTE
PARA PESADOS
Cepsa | A Cepsa lançou o TRACTION PRO FE 5W30, um lubrificante 100%
sintético de nova geração e de muito alto desempenho para motores diesel
pesados e veículos comerciais recentes que exigem um óleo de baixa viscosidade
(SAE 5W-30) e perfil API FA-4. Este novo lubrificante da Cepsa permite
uma economia significativa de combustível em comparação com o óleo SAE
15W40 (mais de 1%), contribuindo assim para a redução das emissões de CO2
e para a sustentabilidade ambiental. O seu reduzido teor de cinzas (SAPS) torna
este lubrificante adequado para motores Euro VI e anteriores, sendo também
compatível com sistemas de pós-tratamento de gases de escape (DPF/SCR/
EGR), incluindo filtros de partículas. O TRACTION PRO FE 5W30 pode ainda ser
utilizado em motores a gás (GNC) e em motores a biodiesel, em conformidade
com o período de muda indicado no manual do veículo.
BILSTEIN DESENVOLVE
SUSPENSÃO PARA VW MULTIVAN T7
A
Bilstein
desenvolveu uma suspensão EVO S coilover para a última geração de carrinhas
VW T7 caracterizadas por um design soberbo. Os elementos característicos são a frente
larga com pára-choques pintado e um pára-brisas fortemente inclinado, bem como a
baixa altura do veículo. A nova suspensão permite regular a altura da carrinha de forma quase
instantânea. Testada no banco de ensaios e nos testes de condução Bilstein em todo o mundo
em várias qualidades de estrada, a suspensão estabiliza a carroçaria para maior desempenho
e conforto. A nova suspensão coilover eleva visualmente a VW T7 a um novo nível à primeira
vista, baixando a carrinha até 50mm (varia dependendo da variante do equipamento e do motor).
Esta medida de afinação sublinha o aspeto dinâmico da nova VW T7. A suspensão EVO
S apresenta-se como mais potente e ao mesmo tempo mais harmoniosa do que a suspensão
padrão, devido à sua regulação amortecedora que foi conseguida ao longo de inúmeras horas
de trabalho.
AUMENTA PORTFÓLIO COM
COMPRESSORES DE PARAFUSO RTA
PCC | A PCC, iniciou 2023 cheia de novidades! É oficial, passaram a
comercializar a nova gama de compressores de parafuso RTA da PUSKA.
Os novos compressores de parafuso PUSKA RTA combinam experiência e
inovação. A fiabilidade reconhecida e o seu parafuso de última geração
estão no centro das principais características da gama de compressores de
ar comprimido RTA da PUSKA. Alto rendimento e tamanho reduzido. Uma
combinação muito útil quando o compressor de ar tem de ser instalado
junto à área de trabalho, ou a área de trabalho é pequena. A nova gama
de compressores PUSKA, esta disponível em quatro variantes de potência:
5,5, 7,5, 11 e 15 kW com uma pressão entre 8 e 13 bar.
MAXIGRAS COMPLEX EP É A NOVA APOSTA DA OLIPES
Olipes | Para a lubrificação dos eixos, cubos de rodas, extremidades das barras transversais, rótulas, juntas em U e eixos
dos braços de controlo, a Olipes criou a Maxigras Complex EP, uma massa azul classificada pela Associação Americana de
Fabricantes de Massas Lubrificantes (NLGI) sob os padrões GC-LB. “Para as empresas de transportes é essencial que os veículos
pesados mantenham um funcionamento eficiente durante todo o ano. Os gestores das frotas sabem que é vital que se garanta
continuamente o máximo rendimento do veículo, para desta forma otimizarem a eficiência, a rentabilidade e a competitividade
dos seus negócios. E para tal, a massa lubrificante é um componente-chave, e ainda mais quando se trabalha em condições
ambientais tão duras como as que se verificam no Inverno, onde são necessárias massas que suportem fortes cargas e ofereçam
uma excelente fluência a frio”, explicou Fernando Díaz, codiretor geral executivo da Olipes. A Maxigras Complex EP é uma massa
consistente de cor azul, especialmente desenvolvida em colaboração com os principais fabricantes de rolamentos para ser
aplicada em veículos industriais.
54 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
www.liqui-moly.com
@liquimoly
@liquimolyiberia
RENOVA IDENTIDADE CORPORATIVA
CEMA BATERIAs | renovou a sua identidade corporativa com o lançamento de um
novo logotipo que reflete toda a idiossincrasia da empresa e abre um novo caminho com
uma imagem renovada que mostra a sua faceta mais internacional e profissional. A empresa
lança esta nova imagem aproveitando também a notícia que já avançou há alguns meses em
referência à sua nova localização através da construção de um complexo industrial de 6.000
m 2 numa das mais vigorosas zonas industriais da Andaluzia, situada em Alcalá de Guadaíra
(Sevilha). Após quase nove anos desde a sua fundação, CEMA Baterias optou por um visual
mais moderno sem perder os seus valores de marca, tais como proximidade, coragem, dinamismo
e, acima de tudo, o seu aspeto mais internacional. Este é um compromisso totalmente
fundamental tendo em conta as numerosas novidades que a CEMA Baterias incluiu para os
seus clientes neste início de 2023, entre elas, o lançamento da sua própria plataforma B2B,
onde os clientes podem ver a rastreabilidade da sua encomenda a todo o momento.
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um prémio de ouro da categoria “chassis forward-looking” por ocasião da 7ª Cerimónia
de Prémios Lingxuan. Os Prémios Lingxuan (nomeadamente o Prémio da Indústria de
Peças Automóveis da China) têm como objetivo encorajar empresas mais proeminentes
e intervenientes na indústria de peças para automóveis e oferecer aos fabricantes de
automóveis um cenário centrado na tecnologia da cadeia de fornecimento. Brembo Sensify
evoluiu naturalmente da herança e do know-how da Brembo. Combina a atual carteira de
produtos Brembo de pinças, discos e materiais de frição com tecnologia digital e inteligência
artificial para criar uma plataforma flexível e evolutiva que inclui software, algoritmos
de previsão e gestão de dados para controlar o sistema de travagem digitalmente, e
personalizar individualmente a resposta de travagem para aumentar o prazer de condução.
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desde a saída da prateleira, passando pela manutenção, até ao fim da sua vida
útil. Concebidos para os técnicos das oficinas, os cursos baseados em módulos
proporcionam conhecimentos valiosos e competências práticas. A formação é ministrada
no formato de vídeos dinâmicos que incluem uma vasta gama de tópicos
relacionados, desde aplicações e tecnologias apropriadas até testes de baterias e
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refletir sobre a sua aprendizagem e testar os seus conhecimentos à medida que
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Adesão gratuita
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que instalam baterias. Foi desenvolvido para ajudar as empresas a crescer, melhorando o serviço ao
cliente, reduzindo as devoluções de garantia e maximizando o potencial do negócio das baterias.
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diferencia estas gamas da concorrência. Há várias perguntas de escolha múltipla ao longo do curso,
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Um caminho de aprendizagem estruturado
O programa apresentado pela GS Yuasa Academy tem mais de 20 cursos certificados adaptados a
diferentes funções e áreas de trabalho. Os utilizadores, sejam eles técnicos de oficina ou executivos de
vendas, podem estar confiantes de que o nível de aprendizagem será o adequado para eles. No final do
percurso de aprendizagem, os utilizadores sentir-se-ão mais confiantes nos seus conhecimentos, como
aplicá-los no seu trabalho e como fornecer o melhor serviço ao cliente.
Os cursos da plataforma, todos ministrados em formato de vídeo dinâmico, fornecem o mesmo nível
de informação e experiência que a formação ministrada num ambiente mais tradicional e podem ser
iniciados e interrompidos em qualquer dispositivo em qualquer altura.
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TéCNICA
&Serviço
PARTICULARIDADES DA APLICAÇÃO DE MASSAS
COM AS MÃOS NA MASSA
DEPOIS DA REPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE DAS PEÇas DE UM VEÍCULO, POR Parte DO Bate-CHAPas,
É INEVITÁVEL QUE FIQUEM PEQUENAS IRREGULARIDADES E ONDULAÇÕES. PARA PREPARAR
A SUPERFÍCIE, ANTES DA APLICAÇÃO DAS tintas DE acaBAMENTO, É NECESSÁRIO UTILIZAR
UM PRODUTO QUE A PREENCHA. A MASSA DE POLIÉSTER, GRAÇas ÀS SUAS CARACTERÍSTICAS,
É ADEQUADA PARA A CORREÇÃO DESTAS IRREGULARIDADES
A
massa é uma tinta, em pasta
ou creme, de grande consistência,
utilizada com o objetivo
de preencher imperfeições superficiais.
Dado que a aplicação de
massa é a operação de fronteira entre
as áreas de carroçaria e pintura, as
massas podem ser aplicadas tanto
pelo bate-chapas como pelo pintor,
de acordo com a organização da
oficina. Se for o pintor a aplicá-las,
pode tornar visível a correta conformação
do metal, contribuindo para
a qualidade da reparação. Inserido
na repintura de automóveis, um dos
produtos mais económicos é a massa
de poliéster, se o compararmos com
outros, como o verniz ou a tinta. Apesar
disso, uma boa escolha da massa
e a sua correta aplicação influenciam
significativamente os tempos totais
do pintor, com a consequente melhoria
da rentabilidade.
CARACTERísticas e processo de
TRABALHO
Aderência
Deve apresentar uma boa aderência
ao substrato no qual se vai aplicar
(metal ou plástico) e, de igual modo,
proporcioná-la aos produtos de pintura
que sejam aplicados sobre ela
(primários e aparelhos). Os fabricantes
indicam nas suas fichas técnicas
os substratos com os quais cada massa
é compatível. Em qualquer caso, é
sempre importante realizar um bom
lixamento como preparação da superfície
antes da sua aplicação. Não
só é necessário reduzir os rebordos
das pinturas anteriores, para evitar
que um possível relevo seja a primeira
causa do desprendimento da
pintura, como também se deve lixar
o interior da área reparada pelo bate-chapas,
para facilitar a fixação da
massa. Como em todas as aplicações
de produtos de pintura, uma correta
limpeza da superfície na qual será
aplicada massa é outro ponto crucial,
que irá facilitar a aderência.
Mistura
Dado que a massa de poliéster é um
produto de dois componentes, tem
de ser misturada com um catalisador,
composto por peróxido de benzoílo,
que inicia a reação de secagem.
É necessário que o catalisador se
espalhe por toda a massa, garantindo
que a mistura é homogénea. Para
facilitar este passo, o catalisador
possui uma cor muito diferente da cor
da massa, geralmente avermelhada,
de tal modo que uma mistura de
cor uniforme, sem manchas nem
riscos de cor diferente, indica que se
misturou bem. A dose de catalisador
deve ser a adequada (habitualmente
de 3% a 4%). Um excesso de catalisador
irá provocar uma mancha avermelhada
(o denominado defeito de
desbotadura), enquanto a sua escassez
implicará uma falta de secagem
que dificulta o lixamento. Durante
a mistura, deve exercer-se pressão
para evitar que o ar se acumule no
seu interior e que posteriormente
saia, provocando cavidades.
UMA BOA ESCOLHA DA MASSA E A SUA CORRETA APLICAÇÃO
INFLUENCIAM SIGNIFICATIVAMENTE OS TEMPOS TOTAIS DO PINTOR,
COM A CONSEQUENTE MELHORIA DA RENTABILIDADE
58 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
Colaboração CESVIMAP
www.cesvimap.com
TÉCNICA
&SERVIÇO
COMO EM TODAS AS APLICAÇÕES DE PRODUTOS DE PINTURA,
UMA CORRETA LIMPEZA DA SUPERFÍCIE NA QUAL SERÁ APLICADA
MASSA É OUTRO PONTO CRUCIAL, QUE IRÁ FACILITAR A ADERÊNCIA
Aplicação
Desde o momento no qual se realiza
a mistura, há um tempo de aplicação
com espátula, em que ainda
é possível espalhar o produto antes
que endureça. Este é o tempo de duração
da mistura. A forma correta
de aplicação consiste em espalhá-la
em camadas finas com uma espátula
flexível, que se adapte bem à superfície,
efetuando passagens uniformes
e cruzadas, exercendo uma ligeira
pressão de uma extremidade à outra
da superfície reparada para que não
fiquem bolhas. O ângulo da espátula,
relativamente à superfície da peça,
deve ser muito reduzido (cerca de
20°). É conveniente aplicar a quantidade
certa, dado que o excesso deverá
ser lixado posteriormente, o que
implica um aumento do tempo de
trabalho e um custo desnecessário.
Secagem
A reação química exotérmica, que começou
com a mistura do catalisador
com a massa, produz cada vez mais
calor e a dureza da mastsa aumenta.
Os fabricantes indicam nas respetivas
fichas técnicas um tempo de secagem
de referência para uma temperatura
de 20 °C. Esse processo pode ser mais
rápido caso a temperatura seja superior,
e inversamente, uma temperatura
inferior torna-o mais lento. Infra-
vermelhos ou calor em estufa podem
reduzir estes tempos. No geral, a secagem
não é um tempo contemplado
pelas tabelas e tarifários, já que estes
preveem sempre tempos de trabalho
do operário. Portanto, estes períodos
de secagem são adequados para a realização
de outras operações, como a
pesquisa da cor.
Lixamento da massa
Se compararmos com o metal ou o
plástico, a conformação fina é simples,
sendo apenas necessário desgastar
através de abrasão. A superfície
é lixada para obter as formas
desejadas da peça, até obter o nivelamento,
curvatura e arestas requeridas.
Para o lixamento, a massa deve
estar suficientemente endurecida,
mas não deve passar demasiado tempo
até ter início, pois uma secagem
excessiva irá aumentar a sua dureza
e o esforço para a lixar. O lixamento
da massa será realizado a seco, manualmente
ou à máquina, mas em
nenhum caso com água, já que a sua
natureza higroscópica faz com que
absorva humidade, que mais tarde
pode aparecer na forma de defeitos.
Durante este processo, deve-se passar
a mão repetidamente para verificar
o estado da superfície. Se não for
ótimo, será necessário realizar novas
aplicações de massa até deixar a superfície
em perfeitas condições para
a aplicação dos produtos de pintura
que se seguem.
PASSOS posteriores
Quanto aos produtos que se podem
aplicar sobre elas, há que ter em
conta que nunca devem receber cor
diretamente, pois ocorreriam perdas
de brilho e imperfeições. Por isso,
deve-se aplicar sempre um aparelho
para selar a zona em que foi aplicada
massa.
60 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com
A CORRETA SELEÇÃO E APLICAção DE MASSAS SERÁ A BASE PARA UMA
REPARAção DE QUALIDADE, GARANTINDO A RENTABILIDADE DOS TEMPOS
E SEM APARECIMENTO DE DEFEITOS
Alterações dimensionais
Outra propriedade exigida à massa
é que as alterações dimensionais
provocadas pela dilatação, originada
pelas diferenças de temperatura, têm
de ser mínimas, de modo a que não
contraia ou inche com o tempo. Para
isso, a secagem deve ser completa, de
modo a que a massa não perca volume
e as camadas de pintura posteriores
se afundem com ela.
Resistência aos esforços
A massa deve suportar as vibrações do
motor e da rodagem, estando sujeita
a esforços de compressão e tração.
Devido à sua natureza, a massa de
poliéster tem muito bom comportamento
quanto à compressão, mas não
tão bom em relação à tração, sobretudo
se tiver sido aplicada em camadas
espessas. Este ponto fraco pode fazer
com que a massa, e também as tintas
aplicadas, fissurem. Embora dependa
do tipo de massa, uma referência comum
é evitar uma espessura superior
a meio milímetro (500 mícrones),
uma vez lixada. Caso sejam necessárias
espessuras superiores, é possível
utilizar, previamente, massas especiais,
sejam de fibra de vidro ou de
epóxi. Se, ainda assim, forem necessárias
espessuras superiores, poderá
ser previamente necessária uma liga
metálica de enchimento.
Seleção da massa
Todas as marcas de tinta possuem
referências diferentes de massa nos
respetivos catálogos. Os principais
ingredientes da massa de poliéster
são sempre resinas, às quais foram
adicionadas cargas de talco. Uma
maior carga de talco proporciona
uma maior espessura, ao passo que
uma maior proporção de resina resulta
em massas mais finas e cremosas,
fáceis de espalhar e com menor
aparecimento de poros. Na atualidade,
o talco está a ser substituído por
microesferas de plástico, que conferem
consistência à massa, ao mesmo
tempo que facilitam o seu lixamento
e reduzem a absorção das camadas
subsequentes. São as denominadas
massas leves ou de baixa densidade.
Existe uma vasta gama de massas,
segundo a sua natureza, forma de secagem
ou substrato sobre o qual são
aplicadas:
l Universal
l Fina
l Galvanizadas e zincadas
l Massas leves, de baixa densidade
l Específicas para plásticos
l Reforçadas com fibra de vidro
l Massas lentas para grandes superfícies
l À pistola
l De secagem por ultravioleta
A correta seleção e aplicação da massa
será a base para uma reparação de
qualidade, garantindo a rentabilidade
dos tempos e sem o aparecimento
de defeitos. l
www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 61
Gestão
to da sua existência passam por esta
fase. É tão necessária como a atividade
comercial, apesar de, à partida,
nunca gostarmos de deixar de trabalhar
com clientes, seja devido aos
vínculos emocionais ou pelo receio de
estarmos equivocados.
COMO REDUZIR DESPESAS NA OFICINA
QUANDO SE PROCURA REDUZIR AS DESPESAS NA OFICINA E AO MESMO
TEMPO MANTER A QUALIDADE DO SERVIÇO QUE SE PRESTA, É DE EXTREMA
IMPORTÂNCIA REALIZAR O CONTROLO DAS DESPESAS DIRETAS E INDIRETAS
Isso não implica deixar de investir,
dado que será sempre necessário
fazê-lo para se ser competitivo no
mercado e disponibilizar o melhor
serviço ao cliente. Existem algumas
estratégias que podem ser implementadas
para se reduzirem os custos na
oficina sem afetar o serviço. É possível
maximizar os recursos, ganhar em
termos de rentabilidade e reduzir os
custos gerais da nossa oficina, seguindo
estas diretrizes:
CONTROLAR
AS DESPESAS
Automatização de tarefas
Através de um software de gestão,
poderemos saber diariamente, num
relance, as tarefas abertas e o tempo
dedicado a cada operação. Maximizaremos
a rentabilidade e trabalharemos
de forma mais ordenada, proporcionando
ao cliente um serviço de
atendimento com qualidade.
Estudar o custo energético
Esta pode ser uma excelente forma
de ajudar na redução dos custos sem
sacrificar a qualidade. Todas as empresas,
tanto as grandes como as pequenas,
podem estudar os seus custos
energéticos. Na contabilização
anual podemos estar a falar de uma
grande quantia de dinheiro na qual
nem sequer tinham reparado.
Volume de pedidos
Podem ser feitos pedidos de maiores
quantidades aos fornecedores para se
reduzir a frequência das encomendas
e se conseguir maiores descontos. Isto,
estando sempre consciente de que esse
volume corresponde realmente às necessidades
da sua oficina.
Encontrar fornecedores
mais económicos
A oficina pode conseguir melhores
resultados se trabalhar com fornecedores
menos dispendiosos e que não
afetem a marca, o serviço ou o produto.
Compare periodicamente a possibilidade
de criar uma nova rede de
fornecedores.
Eliminação de clientes
não rentáveis
Se o cliente não lhe permite ter margem
e é difícil ter alguma rentabilidade,
está na hora de colocar a hipótese
de deixar de trabalhar com o mesmo.
Todas as empresas nalgum momen-
Externalizar tarefas
Como responsáveis de um negócio,
por vezes, tentamos fazer tudo nós
próprios. Não nos apercebemos que
alguns procedimentos retiram muito
tempo aos trabalhos que acrescentam
valor ao nosso serviço ou ajudam às
vendas. Assim, sem nos darmos conta,
no final estamos a ganhar menos de
forma indireta. Podemos subcontratar
a execução de processos que ocupam
muito tempo e não conferem valor ao
nosso serviço.
Reduzir os incumprimentos
de pAGAmento
Não cobrar ou cobrar com atraso pode
sair-nos muito caro. Proponha aos
clientes a opção de pagarem a prestações
e cobre juros ou taxas por pagamentos
em atraso aos clientes que
tenham contas pendentes. Os problemas
de liquidez podem inclusivamente
fazer com que um negócio feche,
mesmo sendo rentável em termos contabilísticos.
Agir rapidamente
Logo que se tenham algumas estratégias
para reduzir as despesas na oficina
e estejam detalhadamente estruturadas,
só resta implementá-las de forma
rápida, na medida do possível. Assim,
consegue-se avaliar, em seguida, se o
plano é acertado ou não. E, em todo o
caso, quanto mais rápido se atue mais
margem se disporá para melhorar a
estratégia e testar novas técnicas que
ajudem a ter uma oficina rentável com
um serviço impecável. l
EXISTEM ALGUMAS ESTRATÉGIAS QUE PODEM SER IMPLEMENTADAS
PARA SE REDUZIREM OS CUSTOS NA OFICINA SEM AFETAR O SERVIÇO
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