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Jornal das Oficinas 205

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Logo ohne Slogan.pdf 1 19/12/1

jornaldasoficinas.com | JORNAL INDEPENDENTE DA MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE VEÍCULOS LIGEIROS E PESADOS | DIRETOR | João Vieira

205

C

Fevereiro 2023 Y

PERIODICIDADE | MENSAL

ANO XVIII | 3 EUROS

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IMPACTO DA INFLAÇão NO AFTERMARKET

O QUE MUDA

NO PÓS-VENDA? Pág. 06

Campanha E-Mobility

Pág. 14 \\ Tornar a mobilidade mais

ecológica e sustentável deve constituir a

nova viabilidade que permita ao setor dos

transportes crescer. A mobilidade deve

basear-se num sistema de transportes

multimodal

Competição Melhor

Mecatrónico

Pág. 18 \\ Nesta edição revelamos quatro

dos finalistas da Competição Melhor

Mecatrónico 2023, que marcarão presença

no Salão expoMECÂNICA, nos dias 14 a 16

de abril, para disputar a grande Final

Paulo Torres

Pág. 32 \\ É com sentimento de orgulho

que Paulo Torres nos conta a evolução

positiva que tem marcado o percurso

da Vieira & Freitas na distribuição

de peças auto há mais de 35 anos

António Mateus

Pág. 36 \\ António Mateus, responsável

de vendas da TMD Friction Portugal, explica

as razões do crescimento das marcas

que comercializa e porque estão alguns

holofotes apontados ao nosso país

Richard Izquierdo

Pág. 40 \\ Fundada em 1973, a Lizarte

comemora este ano o 50º aniversário,

Richard Izquierdo, Diretor de Marketing,

explicou-nos a forma como a empresa

opera em todos os mercados onde marca

presença

GS Yuasa Academy

Pág. 56 \\ A GS Yuasa lançou a sua

plataforma de formação online de baterias

GS Yuasa Academy. Para ter acesso

a todos os cursos grátis basta registar-se

com o código “Yuasa pt”

Aplicação de massas

Pág. 58 \\ Para preparar a superfície,

antes da aplicação das tintas

de acabamento, é necessário utilizar

massa adequada para a correção

de irregularidades na chapa do veículo

Reduzir despesas

na oficina

Pág. 62 \\ Quando se procura reduzir as

despesas na oficina e ao mesmo tempo

manter a qualidade do serviço que se

presta, é de extrema importância realizar

o controlo das despesas diretas e indiretas

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Inovação Confiabilidade Sustentabilidade Alta Performance

In

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Alta Performance


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Editorial

205

Fevereiro 2023

Folha de Serviço..........................................................04

DESTAQUE

Inflação no Aftermarket...........................................06

CAMPANHA

E-Mobility.........................................................................14

COMPETIÇÃO

Melhor Mecatrónico 2023.......................................18

ATUalidadE

Apresentação Estudo ACAP................................. 22

NOTÍCIAS

Empresas.........................................................................26

Produto.............................................................................50

ENTREVISTAS

Paulo Torres.................................................................... 32

António Mateus............................................................36

Richard Izquierdo.........................................................40

Hakima Hasnaoui........................................................44

OFICINA DO MÊS

APM – Auto Pedro Mecânica................................48

EMPRESA

GS Yuasa Academy....................................................56

TÉCNICA & SERVIÇO

Aplicação de massas.................................................58

GESTÃO

Reduzir despesas........................................................62

ATENÇÃO

aoS NÚMEROS

Para muitos proprietários de oficinas, a contabilidade e aquilo que a esta diz respeito é

algo que está certo, mas apenas para contabilistas. Reconhecem a importância de uma

contabilidade organizada, mas não lhe dão a devida atenção. A demografia dos proprietários

de oficinas ajuda-nos a perceber esta realidade. A maioria são técnicos em primeiro

lugar e empresários em segundo. Por todo o país, a história por detrás da maioria

das oficinas envolverá um bom técnico cujos conhecimentos fundamentais se baseiam

na reparação de veículos e que de repente, passou a ser proprietário de uma oficina. Não se pode gerir

uma oficina quando se está por baixo de um veículo, perante o mercado cada vez mais competitivo de

hoje em dia. O proprietário da oficina tem de se adaptar à gestão do negócio em vez de ser o negócio

a geri-lo a ele.

É claro que o negócio é a reparação de veículos e a experiência da maioria dos proprietários ou gestores

de oficinas é nesta área. No entanto, é sua responsabilidade, e não do seu contabilista, controlar e gerir

os seus números. Ter a capacidade de refletir a saúde e a robustez do seu negócio em qualquer altura ou

num período específico é crucial para o seu sucesso. O seu contabilista apenas o aconselhará sobre as

informações a fornecer. Tudo na sua oficina dependerá da qualidade dessa informação e da exatidão desses

números. Os números e a contabilidade só são úteis se forem utilizados como um meio para atingir

um fim, um catalisador para mudar comportamentos, processos e atitude, a fim de mudar a direção do

negócio para um melhor desempenho financeiro no futuro.

Em suma, é crucial compreender os números, especialmente os indicadores-chave de desempenho (KPI),

que informam rapidamente em que medida o negócio se encontra bem ou não. Na realidade, sem ter um

conhecimento sólido de onde vêm os números e o que eles mostram, o proprietário da oficina não pode

sequer começar a discutir a situação financeira da empresa com o seu contabilista.

Embora os termos “KPI” ou “métricas” possam fazer-nos pensar em algo complexo, o certo é que se

baseiam em valores e dados que a oficina gere no seu dia a dia, e conhecê-los facilitará o seu controlo e

gestão. As métricas permitem à oficina conhecer os seus pontos fortes e detetar áreas a melhorar, além

de proporcionar uma visão mais abrangente do ponto em que se encontra e, portanto, maior controlo

e melhor capacidade de reação. Desta forma, se analisarmos que aspetos poderão ser mais relevantes

numa oficina de reparação, o primeiro deles será, sem dúvida, a faturação. Assim, um bom KPI será o

número de vendas mensais, o que nos poderá levar, por exemplo, a monitorizar os orçamentos realizados

e os aceites, para podermos realizar uma análise comparativa. Outros indicadores chave na oficina serão

a produtividade, que mede o nível de atividade produtiva do tempo da oficina; a eficiência operacional;

margens sobre vendas; eficiência geral da oficina e tempos de ciclo. Conhecer a taxa de fidelização de

clientes, inclusivamente, qual poderia ser o melhor horário de atendimento, monitorizando as horas e

o número de clientes que entram em cada intervalo, poderiam ser outros KPIs interessantes para o seu

negócio.

Procure controlar os seus KPI diariamente, semanalmente e mensalmente e tudo o resto irá funcionar

por si só.

JOÃO VIEIRA | Diretor

DIRETOR JOÃO VIEIRA joao.vieira@apcomunicacao.com // DIRETOR COMERCIAL MÁRIO CARMO mario.carmo@apcomunicacao.com // GESTOR DE CLIENTES PAULO FRANCO paulo.franco@apcomunicacao.com

// JORNALISTA JOANA MENDES joana.mendes@apcomunicacao.com // WEBMASTER ANTÓNIO VALENTE // ARTE HÉLIO FALCÃO // SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E CONTABILIDADE financeiro@apcomunicacao.com

// PERIODICIDADE Mensal // ASSINATURAS assinaturas@apcomunicacao.com // SEDE DA REDAÇÃO Bela Vista Office Estrada de Paço de Arcos, 66 2735 - 336 Cacém // TEL. +351 219 288 052 // GPS 38º45’51.12”N

- 9º18’22.61”W // © Copyright Nos termos legais em vigor, é totalmente interdita a utilização ou a reprodução desta publicação, no seu todo ou em parte, sem a autorização prévia e por escrito do JORNAL DAS OFICINAS

// IMPRESSÃO LISGRÁFICA - IMPRESSÃO E ARTES GRÁFICAS, S.A. Estrada Consiglieri Pedroso, 90 2730 - 053 Barcarena Tel. 214 345 400 // N.º DE REGISTO NA ERC 124.782 // DEPÓSITO LEGAL n.º: 201.608/03

TIRAGEM 10.000 exemplares

www.apcomunicacao.com

Parceiro em Espanha

EDIÇÃO AP COMUNICAÇÃO // PROPRIEDADE JOÃO VIEIRA // EMAIL GERAL@APCOMUNICACAO.COM

CONSULTE O ESTATUTO EDITORIAL NO SITE WWW.JORNALDASOFICINAS.COM

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 3


FOLHA

DE SERVIÇO

IPSIS

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PAULO TORRES,

DIRETOR-GERAL DA VIEIRA

& FREITAS

AS PLATAFORMAS COM TECDOC

TÊM SIDO MUITO FACILITADORAS

DO NOSSO RAMO, MAS TAMBÉM

ALGO COMPLICADORAS, PORQUE

METADE DAS DEVOLUÇÕES QUE

TEMOS SÃO ORIGINADAS POR

ERROS DE EQUIVALÊNCIAS, POR

CRUZAMENTOS NO CATÁLOGO E

NAS PLATAFORMAS MAL FEITOS

PELOS CLIENTES

COMPETIÇÃO MM 2023 JÁ TEM FINALISTAS

SEMÁFORO

Com a publicação do 3º questionário terminou

a 1ª fase da Competição “Melhor Mecatrónico

2023” by Jornal das Oficinas em

parceria com a ATEC, tendo sido apurados os oito

finalistas que irão disputar a final nos dias 14, 15 e

16 de abril, na expoMECÂNICA.

Ao longo dos últimos meses, mais de 200 candidatos

responderam às várias questões colocadas online no

site do evento. As expetativas, quer em termos de

adesão, quer no que toca à qualidade das respostas

aos questionários foram largamente superadas.

Este ano, a Grande Final tem como atrativo ser disputada

no decorrer do salão expoMECÂNICA. Com

um stand de 200 m 2 situado no Pavilhão 3, os visitantes

do certame terão oportunidade de ver ao vivo

o desempenho dos concorrentes, e assim ficarem a

conhecer melhor a profissão de Mecatrónico Automóvel.

Aos finalistas cabe agora prepararem-se o

melhor possível para superarem as provas e conquistarem

o ambicionado troféu. As provas, elaboradas

pela equipa de formadores de Mecatrónica Automóvel

da ATEC, têm o carácter de aferição de competências

práticas e teóricas. Para conhecer os finalistas

basta visitar o site www.melhormecatronico.pt

RICHARD IZQUIERDO

DIRETOR DE MARKETING

DA LIZARTE

EXISTE UM FATOR QUE PODE

ESTAR A PROMOVER UMA

UTILIZAÇÃO CRESCENTE DE PEÇAS

RECONSTRUÍDAS: TER UMA PEÇA

COM UMA RELAÇÃO QUALIDADE/

PREÇO INFERIOR A UMA PEÇA

ORIGINAL PERMITE POUPANÇAS

NA REPARAÇÃO, E ISTO NUM

AMBIENTE ECONÓMICO COMO

O ATUAL, PESA MUITO

HAKIMA HASNAOUI

DIRETORA EXPORTAÇÃO EUROL

SE A DIMINUIÇÃO DO CONSUMO

DE LUBRIFICANTES NA INDÚSTRIA

AUTOMÓVEL É ESPERADA,

EXISTEM OUTROS PAÍSES EM

DESENVOLVIMENTO ONDE

SEGMENTOS COMO A INDÚSTRIA

E A MINERAÇÃO EXIGEM VOLUMES

DE LUBRIFICANTES GRANDIOSOS

Conjuntura exige apoios mais rápidos

Já está no terreno o pacote de apoios

destinado ao combate à inflação por parte

das empresas, mas os fundos efetivamente

recebidos pelas empresas até ao momento

são praticamente residuais. A lentidão

com que o dinheiro dos apoios chega aos

cofres das empresas continua a levar os

empresários ao desespero. Não basta o

Governo dizer que vai dar apoios, porque

daí até haver efeitos práticos dessa

decisão (o dinheiro chegar às empresas)

vai uma distância enorme. A indústria

que consome intensivamente energia

(gás e eletricidade), por exemplo, vive

uma situação desesperante. Há empresas

que viram as faturas sofrer um aumento

superior a 600%. Crónicos problemas

de burocracia e ineficiência dos serviços

públicos que lidam com estes apoios são

uma das razões.

Esperança de crescimento para 2023

Perspetivar o futuro é algo que deve

sempre ser feito, tanto na vida como

nos negócios, de modo a acautelar,

programar e preparar da melhor forma

o que aí vem. No início de cada ano,

estas perspetivas são comuns e, para não

fugir à regra, a imprensa auscultou os

decisores económicos para perceber como

antecipam um 2023 envolto em tanta

incerteza. Da guerra da Ucrânia à inflação,

passando pela escalada das taxas de juro,

entre tantas outras preocupações, sobra

o otimismo, a resiliência e a esperança

num futuro que permita um virar de

página nas dificuldades recentes. Todos

devemos ter esperança que seja o ano em

que o país cresça de forma sustentada e

robusta, que se aproveite a extraordinária

onda de fundos europeus para reforçar o

investimento e aumentar a produtividade

e competitividade.

Fórum DPAI/ACAP 2023

A DPAI/ACAP anunciou a realização de

um grande evento para o aftermaket, a

decorrer no dia 23 de novembro de 2023.

Denominado “Fórum DPAI”, pretende ser o

ponto de encontro para análise do setor e

debate de ideias de todos os profissionais do

aftermarket.

A DPAI/ACAP tem trabalhado cada vez

mais na informação estatística e estudos de

mercado, tendo profissionais especializados

a executar essa informação. “Achamos

que estava a chegar o momento que

devíamos organizar um Fórum maior e mais

abrangente, sempre a pensar na continuidade

sustentável do nosso setor. É por isso muito

importante a realização de um grande evento,

com todos os níveis do aftermarket envolvidos

de forma a ser aliciante para todos participar

e que possa ser um ponto de referência a nível

de informação e partilha para o futuro”, refere

Joaquim Candeias, presidente da DPAI.

4 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


EM BUSCA DO CONTROLE

Todos os anos, passamos mais de 38.000 horas fazendo testes em estrada de

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DestAQUE

INFLAÇÃO NO AFTERMARKET

O QUE MUDA

NO PÓS-VENDA?

ENTRÁMOS EM 2023 CERTOS DE QUE UM DOS GRANDES DESAFIOS PARA ESTE ANO SERÁ A ESCALADA

DA INFLAÇÃO, QUE JÁ ESTÁ A TER EFEITOS DIRETOS NA SOCIEDADE EM GERAL E CUJO IMPACTO TAMBÉM

SE REFLETE NO AFTERMARKET. PERANTE ISTO, O QUE PODE ACONTECER NO NOSSO SETOR? IRÃO

AS VISITAS ÀS OFICINAS DIMINUIR? PODEM FABRICANTES E DISTRIBUIDORES REDEFINIR ESTRATÉGIAS

NESTE MOMENTO? COM A AJUDA DE ALGUNS RESPONSÁVEIS DE EMPRESAS DO SETOR, VAMOS RESPONDER

A ESTAS E A OUTRAS QUESTÕES AO LONGO DESTE ARTIGO


AS MEDIDAS A TOMAR PARA COMBATER

A INFLAÇÃO NÃO ESTÃO PROPRIAMENTE

AO ALCANCE DAS OFICINAS. RESTA

NÃO DAR ORÇAMENTOS COM PRAZOS

DE VALIDADE LONGOS, NEM ASSUMIR

COMPROMISSOS COM TABELAS DE

PREÇO A LONGO PRAZO


INFLAÇÃO

NO AFTERMARKET

PARA JÁ NÃO EXISTEM DADOS QUE NOS INDIQUEM QUANDO

É QUE A TAXA DE INFLAÇÃO PÁRA DE SUBIR. SE POR UM LADO NOS EUA

A TAXA DE INFLAÇÃO DÁ INDICaçÕES DE JÁ TER COMEÇADO A BAIXAR,

A VERDADE É QUE NA EUROPA ISSO NÃO ACONTECE

Para percebermos melhor

este fenómeno, é

necessário recuarmos

um pouco no tempo

e olharmos para o cenário

global que fez

mudar o mundo. É verdade, tudo

começou com a pandemia: muitos

trabalhadores de várias áreas ficaram

em casa e o elevado volume de

empresas paradas levou à disrupção

das cadeias de abastecimento e ao

congestionamento do transporte

marítimo internacional de forma

transversal um pouco por todos os

setores. A isto, juntou-se, há quase

um ano, a guerra na Ucrânia, que

fez disparar os preços da energia e

da comida. A diminuição da oferta

de bens e serviços aliada a um

aumento da disponibilidade para

comprar após os confinamentos foi

o mote para intensificar a inflação.

Mas, afinal, o que é a inflação?

A verdade é que, apesar de ser um

termo que ouvimos cada vez com

maior frequência, pode ainda não ser

totalmente claro para todos nós. De

uma forma simples, a inflação ocorre

quando se verifica um aumento

geral dos preços dos bens e serviços,

fazendo com que, por exemplo, com

dez euros, se compre hoje menos do

que se comprava ontem. Por outras

palavras, quer dizer que a inflação

reduz o valor da moeda ao longo do

tempo. Neste cálculo de aumento

médio dos preços, que é feito pelo

Eurostat todos os meses, são tidos

em conta todos os bens e serviços

consumidos pelas famílias, desde

os produtos alimentares, aos bens

duradouros, como o vestuário e eletrodomésticos,

assim como serviços

como o cabeleireiro, os seguros ou a

renda de casa. O Gabinete de Estatísticas

da União Europeia reúne um

cabaz de compras que compreende,

em média, cerca de 700 bens e serviços

– o Índice Harmonizado de

Preços no Consumidor (IHPC) – e

compara-lhes o preço mensalmente,

sendo que a taxa de inflação homóloga

é o preço do cabaz completo

num determinado mês, comparado

com o preço no mesmo mês do ano

anterior. Cada produto tem o seu

peso (uma ponderação), dependendo

de quanto as famílias gastam, em

média, nesse produto. O café, por

exemplo, tem um peso de 0,4%, ou

seja, qualquer variação no seu preço

não terá grande impacto no cálculo

global. Isto permite perceber a variação

da despesa média das famílias

na zona euro e acompanhar a evolução

dos preços na economia. Serve

também de base para que o Banco

Central Europeu tome decisões, de

forma a manter a estabilidade de

preços. O ideal é que a taxa de inflação

seja baixa, estável e previsível, na

ordem dos 2%.

O que causa a inflação?

Há três motivos que levam a que a

inflação se intensifique: Primeiro,

quando a procura é maior do que a

oferta, o aumento dos preços é inevitável.

Havendo mais disponibilidade

para comprar, há um aumento súbito

da procura que geralmente não é

acompanhado pela oferta. O mesmo

quando há uma rutura nas cadeiras

de abastecimento, o que origina

quebras na produção e, portanto,

menos oferta disponível. Segundo, o

aumento dos custos de produção. Se

o custo das matérias-primas aumenta,

se as empresas têm de pagar mais

impostos ou se têm mais dívidas,

os produtores têm de refletir esses

custos nos preços ao consumidor e a

inflação sobe. Por fim, quando existe

mais dinheiro a circular, a população

está mais disponível para gastar e os

preços sobem.

Recentemente as taxas de inflação

registaram aumentos significativos

muito devido à subida acentuada

dos preços dos produtos energéticos

e dos produtos alimentares, desde

finais de 2021. A atual inflação, que

é um evento mundial, deve-se a três

fatores: Aos apoios financeiros e

fiscais que foram colocados na economia

durante a pandemia; à forte

subida dos preços da energia, provocada

pela transição energética e

agravada pela guerra na Ucrânia, que

se reflete nos preços de outros produtos

e serviços; à política «Zero Covid»

na China e à guerra na Ucrânia

que causou uma rutura nas cadeias

de abastecimento.

8 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


Que problemas traz

a inflação?

Devemos preocupar-nos com a inflação

porque, desde logo, implica que

seja preciso hoje mais dinheiro para

comprar os mesmos bens e serviços

de ontem. Isto provoca uma redução

do poder de compra dos consumidores,

uma vez que habitualmente os

salários não acompanham a subida

dos preços, assim como um adiamento

de decisões de investimento

por parte das empresas, pois o contexto

está mais incerto.

A inflação dificulta a atividade económica

porque reduz a previsibilidade

necessária às transações e à celebração

de contratos, e acarreta acréscimos de

custos, nomeadamente com atualizações

mais frequentes de preços. Por

regra, é um fenómeno temporário que

surge quando as economias transitam

de um período de contração para um

momento de expansão. É temporário,

desde que os preços reduzam quando

a oferta alcança a procura. Ainda assim,

esta é uma realidade completamente

nova para muitos gestores, que

nunca se viram a braços com tal situação

durante as suas carreiras profissionais.

O fenómeno é controlado

pelos bancos centrais, que acalmam a

procura com o aumento das taxas de

juro, para reduzir o consumo e estabilizar

os preços.

Impacto no Aftermarket

No aftermarket, assim como noutras

atividades económicas, o aumento

do preço das matérias-primas, produtos

e custos operacionais estão

gradualmente a fazer sentir-se no

preço das peças. O custo médio irá

continuar a aumentar muito por culpa

da incerteza com a situação que se

vive na Ucrânia mas também, e não

menos importante, da resposta do

Banco Central Europeu à crescente

inflação que temos vindo a testemunhar.

Ainda assim, este é um fenómeno

complexo para o qual não há

respostas simples e cuja resposta do

mercado não poderá ser de retração,

sob pena de todos nos ressentirmos.

Apesar de este crescimento da inflação

e consequente perda do poder de

compra poder, eventualmente, levar

muitos consumidores a procurar

produtos que têm um foco exclusivo

no fator preço, acreditamos que os

profissionais consciencializados procurarão

sempre os produtos que lhes

dão confiança no desempenho eficaz

do seu trabalho.

Este foi, precisamente, o tema do

Podcast «Dar voz ao Aftermarket»

by Jornal das Oficinas, onde ouvimos

vários responsáveis de empresas

ligadas à distribuição de peças e às

oficinas, para perceber qual poderá

ser a amplitude do problema que

temos pela frente e o que pode ser

feito por cada um dos «players» para

minimizar o impacto da inflação no

setor do pós-venda.

Num mercado extremamente competitivo,

onde o preço (ainda) é a variável

mais importante do negócio, quisemos

saber como se lida com estes aumentos

de preços que têm obrigatoriamente

de ser transmitidos aos clientes e

como é que se reorienta a estratégia

comercial de maneira a sobreviver

aos ciclos mais difíceis da economia.

Isabel Basto, COO de Aftermarket

do Grupo Nors, conta que em 2022

“tivemos mais do que uma subida do

preçário” e que “foram tempos difíceis

UM DOS aspetos MAIS SÉRIOS DESTE aumento DO CUSTO MÉDIO

PRENDE-SE COM O CONSUMIDOR E COM A FORMA COMO ESTE PODE

VIR A SER PROFUNDAMENTE afetaDO, FRUTO DO DECRÉSCIMO

NA SUA CAPACIDADE FINANCEIRA

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 9


INFLAÇÃO

NO AFTERMARKET

O CUSTO MÉDIO DAS PEÇAS IRÁ CONTINUAR A auMENTAR MUITO POR CULPA

DA INCERTEZA COM A SITUAÇÃO QUE SE VIVE NA UCRÂNIA, MAS TAMBÉM

À RESPOSTA DO BANCO CENTRAL EUROPEU À CRESCENTE INFLAÇÃO

e conturbados, até porque havia muitos

«players» no mercado que nem

sempre alteravam o preço ao mesmo

tempo, o que causava algum ruído no

setor, porque não era claro a que preço

estávamos a fornecer a mesma peça”.

No entanto, não havia outra solução,

entende, pois “como para todos os

negócios, as peças aumentam devido

ao custo da energia, dos salários, das

matérias primas, dos juros e isto terá

um impacto na rentabilidade do setor

uma vez que estes aumentos têm que

ser passados aos clientes”.

Também Manuel Félix, diretor geral

da Euromais, nota que a maior parte

dos distribuidores não está a refletir

a 100% os aumentos de preços que

foram transmitidos na cadeia, dado

que “se alguém tem uma determinada

peça em stock, que entrou a

10 euros, não há uma repercussão

imediata desse aumento de preço

nos clientes. O que está a ser feito é

absorver uma parte do aumento da

inflação na margem”, explica, alertando

que “há limites e não podemos

abdicar da nossa margem, porque no

final do mês é preciso pagar os salários,

a água, a luz e as despesas e gerar

algum retorno ao nosso acionista!”.

Ainda assim, considera que atualmente

o setor se ressente, sobretudo,

“da perda do poder de compra que as

pessoas estão a ter pelo aumento dos

custos em todas as áreas”.

Pouco a fazer

Partilhada por todos é a opinião de

Manuel Pena, o responsável da rede

de oficinas CGA, que diz que “não há

grande coisa que os fabricantes possam

fazer”, perante este cenário, “porque

estão reféns do próprio aumento

de custos das matérias primas”. Nuno

Reis, administrador da Redeinnov,

diz mesmo que “somos mais espetadores

atentos do que atores, neste

contexto. São muitos os fatores que

influenciam a inflação, sobre os quais

não temos nenhum controlo, portanto,

aquilo que poderemos fazer é

adaptarmo-nos a este contexto, que é

altamente exigente e muito dinâmico.

Temos de procurar a máxima eficiência

nas nossas empresas, de maneira

a corresponder da melhor forma aos

desafios que o mercado nos apresenta”,

defende. Em termos de estratégia,

comenta, esta “não se altera com estas

questões mais conjunturais. A política

comercial tem-se mantido estável,

bastante bem definida e consolidada

ao longo dos anos e aquilo que temos

vindo a alterar é uma questão mais

operacional no dia a dia. Temos tido

um foco muito grande não em mais

stock, mas em melhor stock. Diria

que, em tempos mais exigentes, o

principal é que as empresas continuem

a olhar para elas e que percebam

o que podem fazer melhor todos

os dias em áreas críticas como a financeira

e a económica, para que possam

ser competitivas comercialmente. A

dica é manter o foco nos fundamentos

do negócio, apesar de todas estas distrações

e de todos estes desafios que

vão aparecendo no dia a dia”, remata.

Isabel Basto adverte para a necessidade

de “contenção dos gastos operacionais

e, principalmente, de diminuir

a exposição ao risco das taxas de

juro variáveis”. De há alguns anos a

esta parte, o Grupo Nors tem investido

significativamente no negócio

de aftermarket, nomeadamente em

termos tecnológicos e em termos de

processos, o que, para a COO, “hoje

permite-nos conhecer melhor o nosso

cliente, pois estamos melhor preparados

para gerir estes períodos de

inflação, se tivermos os meios para

saber melhor aquilo que o nosso

cliente precisa”, argumenta.

Por seu turno, o diretor-geral da Euromais,

Manuel Félix, afirma que, por

esta altura, “toda a gente deve parar

e analisar muito bem aquilo que está

a fazer e mesmo que não tenham formação,

devem falar com quem de direito,

com contabilistas, fazer cursos

online, formações especificamente

em gestão de oficinas… os proprietários

devem olhar para o seu negócio,

porque é nestes momentos que se

definem as boas e as más empresas!”,

alerta. Com outra perspetiva, Manuel

Pena, da CGA, considera que cada

caso é um caso e declara que “não temos

a veleidade de dar conselhos às

outras empresas, seguimos o nosso

caminho. Estamos a falar de estruturas,

em muitos casos, diferenciadas

da nossa, o que se aplica à nossa realidade

pode não se aplicar à realidade

de outras empresas. O que é bom para

nós não é bom para eles, é complicado

fazer esse tipo de julgamento”, diz ao

Jornal das Oficinas.

Manuel Pena defende que “nestas fases

de crise, normalmente não há muitas

coisas que se possam alterar radicalmente,

porque normalmente vai

criar nos clientes algumas questões e

desconfianças”. A seu ver, “a gestão tem

que ser feita sempre antecipadamente,

já pensando que os ciclos da economia

10 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


são variáveis. O que fazemos todos os

dias na Auto Delta, é pensar em todos

os cenários, bons e maus, e estruturamos

a empresa para tal. Ou seja, na

realidade, esta acaba por ser uma situação

já perfeitamente identificada”.

A Auto Delta, que tem mais de 40 anos

de existência, “sempre foi conhecida

por ter muito stock e variedade. Para

nós, no contexto atual, é excelente,

porque acabamos por ter antecipado

a questão, e conseguimos fornecer os

nossos clientes. Aumentamos regularmente

a nossa capacidade de stock,

de maneira a poder ter sempre mais

soluções e mais opções para os nossos

clientes. Já estamos a trabalhar antecipadamente

e estamos perfeitamente

confortáveis nesta situação”, salienta.

Manter competitividade

e nível de serviço

Gerir o equilíbrio entre ser competitivo

e manter o nível de serviço tem

sido outro dos grandes desafios da

inflação. Com os custos do transporte

a subir expressivamente, os transportadores

já aumentaram preços e isso

significa custos agravados para os distribuidores

que habitualmente fazem

quatro, seis ou oito entregas diárias.

“É o grande dilema na cabeça de muitos

gestores. O nível de serviço em que

as empresas estão a entrar para conquistar

mercado, entregando seis ou

dez vezes ao dia, sem qualquer organização

ou regra, vai ser algo para que

a médio prazo, as empresas vão ter

que olhar. Os salários estão a aumentar,

o preço dos carros está a aumentar,

o preço do combustível, a manutenção

dos carros… e eu não consigo

perceber como é que há empresas que

conseguem continuar a ter margens

razoáveis para sobreviverem quando

entram numa política de «pombo

correio», que vão logo a correr para

entregar as peças aos clientes”, questiona-se

o diretor-geral da Euromais.

Para Manuel Félix, duas entregas por

dia “é mais do que suficiente para

qualquer oficina, mas estamos numa

loucura em que as empresas acham

que porque entregam dez vezes ao

dia, vendem mais. Honestamente, na

nossa empresa preferimos não vender

mais e ter as coisas organizadas e saber

que somos rentáveis”.

No Grupo Nors, garante Isabel Basto,

“não conseguimos diminuir o nível de

serviço que prestamos ao nosso cliente,

até porque a procura não diminuiu,

aumentou. Desde sempre que

temos um nível de serviço de acordo

com o segmento de cliente e temo-nos

orgulhado da confiança que dá ao

cliente”, afirma. Contudo, a responsável

sabe que, além dos custos financeiros,

há também custos ambientais

pesados no que toca à pegada de carbono

da empresa. Enquanto membro

do fórum «Automotive Aftermarket

Sustainability», a convite da ACAP

com a CLEPA e com a FIGIEFA, Isabel

Basto confirma que “temos que

medir a nossa pegada de carbono e o

número de entregas que fazemos, as-

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FAZER MAIS COM MENOS, PARA QUE A SUA PROPOSTA DE valor SEJA

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INFLAÇÃO

NO AFTERMARKET

A MÉDIO PRAZO, OS EFEITOS DIRETOS DA ATUAL TAXA DE INFLAÇÃO,

SÃO A REDUÇÃO DO CONSUMO CAUSADA PELA PERDA DO PODER

DE COMPRA DOS CONSUMIDORES E A PERDA DE CAPACIDADE

FINANCEIRA DAS EMPRESAS


SE A OFICINA PRETENDE MANTER A COMPETITIVIDADE AO NÍVEL

DE PREÇOS, SEM COMPROMETER O NÍVEL DE SERVIÇO, TEM DE TER

MUITOS CUIDADOS NOS CUSTOS OPERACIONAIS DA EMPRESA

sim como o tipo de embalagens que

usamos, se quisermos continuar a ter

um mundo onde viver. Iremos trabalhar

neste sentido”, promete.

“O bARATO sai caro”

Com menos rendimento disponível,

as famílias terão mais dificuldade

em fazer face a despesas inesperadas,

nomeadamente com os automóveis.

Porém, os nossos interlocutores do

Podcast «Impacto da Inflação no

Aftermarket» concordam que este “é

um setor que, aparentemente, vive

bem com a crise económica”, como

refere Isabel Basto, que acrescenta

que “quem precisa do automóvel vai

continuar a usá-lo e vai haver procura

da reparação automóvel. Com a

recessão económica, o consumidor

adiará a compra de um carro novo e,

assim, tem mais cuidado em preservar

o carro que tem atualmente”. O facto

de se ter verificado, em 2022, um

grande crescimento na compra de

viaturas usadas importadas pode,

na opinião da COO, “ser um sinal

positivo para um aumento na procura

do setor do aftermarket”.

Também para Manuel Félix, o impacto

na atividade oficinal “não será

altamente preocupante”, mas poderá

traduzir-se no adiamento das reparações

ou no “resvalamento de produtos

de marcas premium, que são mais

caras, para segundas linhas, que são

mais económicas. Eu não acredito

que as pessoas vão deixar de reparar

o seu automóvel. Nós, portugueses,

temos uma ligação muito forte ao

automóvel, mas se calhar as oficinas

vão ter de começar a adaptar as suas

margens à realidade e, com isso, a não

repercussão do aumento de preços na

totalidade no preço das peças”, indica.

A subida dos preços devido à inflação,

para Manuel Pena, tem, “normalmente,

um efeito positivo”, pois este setor,

em particular a parte oficinal, abraça

“um contraciclo. É verdade que as peças

aumentam, que existe um custo

e que algumas famílias terão dificuldades

em reparar, mas há mais gente

a querer manter o carro, ou seja, na

realidade o mercado em crise no nosso

setor autocompensa-se. Seguramente,

vamos sentir um crescimento

da reparação, porque há menos venda

de automóveis novos”, comenta.

Já Nuno Reis, da Redeinnov, mostra-se

preocupado com a pressão que

as oficinas irão sentir, pois considera

que, em Portugal, o automóvel é

“um bem de primeira necessidade

e as pessoas não têm alternativas e

não podem prescindir dele”. Prevê

que surgirá pressão para que a oficina

“possa facilitar os pagamentos e

encontrar soluções para financiar as

reparações mais caras”, além de pressão

para encontrar “peças de menor

qualidade e por reparadores de menor

qualidade, que possam oferecer

um preço que à partida lhes parece

mais barato”, dois fatores desafiantes

que pesam negativamente na

atividade económica, alerta, usando

mesmo a expressão bem conhecida

pelo povo português que “o barato

sai caro”. Ainda assim, entende que

“infelizmente, quando as pessoas

não têm, não têm. Se for preciso fazer

uma reparação de 300 euros que

não têm, não há outra solução que

não optar pelo preço e por reduzir o

investimento. É evidente que a médio

prazo é uma má decisão, mas

dificilmente posso criticar alguém

que tenha pensado fazer um determinado

investimento e tem que fazer

um investimento diferente e menos

bom. Mas sim, isso vai trazer essas

consequências. Em ciclos de menor

atividade económica já assistimos a

alguma procura de peças mais baratas,

que a curto prazo parecem uma

ótima solução, mas que a médio prazo

são uma péssima solução”, afirma.

Mesmo face a inflação, é preciso frisar

que o setor do pós-venda automóvel é

um mercado resiliente, que se vê a braços

com dificuldades desde 2020. Primeiro

a pandemia, depois a guerra em

2022, que abanaram, mas não fizeram

cair os empresários, que souberam dar

a volta por cima, pelo que há que olhar

de forma positiva para o futuro próximo.

Passados estes três últimos anos,

com todos os problemas que houve,

aprendemos que a Resiliência Humana

tem uma força extraordinária.

Na opinião de Nuno Reis, “os desafios

são permanentes. Não me parece que

2022 tenha sido um mau ano em termos

de resultados económicos para a

maior parte das empresas (e ao final

do dia é isso que nos importa!), portanto,

acho que 2023 vai ser um ano

difícil, mas com outros desafios, nomeadamente

este, da questão económica”.

Manuel Pena também não teme

a situação: “As crises financeiras são

positivas para o aftermarket automóvel.

Temos um pequeno contraciclo, é

uma situação regular”, conclui.

É nestes momentos que as empresas

têm de se reinventar, fazer mais com

menos, apoiar os seus clientes com

mais serviço com mais apoio à sua atividade

para que a nossa proposta de valor

seja maior e melhor acompanhando o

natural aumento de preços. l

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 13


PATROCINADORES >

MOBILIDADE SUSTENTÁVEL

UMA TRANSIÇÃO

IRREVERSÍVEL

Imagem © Opel 2021


TORNAR A MOBILIDADE MAIS ECOLÓGICA E SUSTENTÁVEL DEVE CONSTITUIR A NOVA VIABILIDADE

QUE PERMITA AO SETOR DOS TRANSPORTES CRESCER. A MOBILIDADE DEVE BASEAR-SE NUM

SISTEMA DE TRANSPORTES MULTIMODAL EFICIENTE E INTERLIGADO, TANTO PARA PASSAGEIROS

COMO PARA MERCADORIAS, OTIMIZADO POR UMA ABUNDANTE INFRAESTRUTURA DE

CARREGAMENTO E REABASTECIMENTO DE VEÍCULOS DE EMISSÕES NULAS

Esta evolução não deve deixar ninguém

para trás, sendo crucial que a mobilidade

esteja disponível e a preços acessíveis a

todos. Em termos gerais, temos de mudar

o paradigma existente de mudança

sobre mudança para um de transformação fundamental.

O Pacto Ecológico Europeu apela a uma redução

de 90% das emissões de gases com efeito de

estufa provenientes dos transportes, para que a UE

se torne uma economia com impacto neutro no clima

até 2050. Para alcançar esta mudança sistémica,

é necessário tornar todos os modos de transporte

mais sustentáveis e criar os incentivos adequados

para impulsionar a transição, o que implica que

todas as alavancas políticas devem ser acionadas,

nomeadamente:

l Medidas destinadas a reduzir significativamente a

atual dependência dos combustíveis fósseis;

l Ações decisivas para transferir mais atividade para

os modos de transporte mais sustentáveis;

l Internalização dos custos externos, através da

aplicação dos princípios do «poluidor-pagador» e

do «utilizador-pagador», nomeadamente através

da tarifação do carbono e de mecanismos de tributação

das infraestruturas.

Tendo em conta a análise apresentada no documento

da Comissão Europeia são definidos vários

marcos para nortear o caminho do sistema de

transportes europeu para alcançar os objetivos de

mobilidade sustentável, inteligente e resiliente, indicando,

assim, o nível de ambição necessário para

as políticas futuras, a saber:

Até 2030:

l Pelo menos 30 milhões de veículos de emissões

nulas estarão em funcionamento nas estradas europeias

l 100 cidades europeias terão impacto neutro no

clima

l

Haverá o dobro dos comboios de alta velocidade

l As viagens coletivas programadas de menos de

500 km devem ser neutras em termos de carbono

na UE

l A mobilidade automatizada será implantada em

grande escala

Até 2035:

l As aeronaves de grande porte de emissões zero estarão

prontas para o mercado

Até 2050:

l Quase todos os automóveis, vans, autocarros, assim

como os veículos pesados novos serão de emissões

zero;

l O tráfego ferroviário de mercadorias duplicará;

l O tráfego ferroviário de alta velocidade triplicará;

l A rede transeuropeia de transportes (RTE-T)

multimodal, equipada para transportes sustentáveis

e inteligentes com conectividade de alta velocidade

estará operacional para a rede global.

O ecossistema de carregamento VE

O desenvolvimento da e-mobilidade representa

uma oportunidade que as empresas devem aproveitar,

preparando o futuro a partir de hoje. A chave

está em adotar modelos de negócios viáveis que

lhes permitem diferenciar-se da concorrência, num

mercado cada vez mais competitivo. O calcanhar de

Aquiles do mercado de VE encontra-se na infra-estrutura

de carregamento, sendo esta uma via crucial

para explorar, a fim de obter uma vantagem competitiva.

Avaliar quem pode captar novos valores gerados

por este mercado é crítico. De facto, os modelos de

negócio e os cenários de desenvolvimento são constantemente

alterados, sendo difícil prever retornos

financeiros e económicos para os intervenientes no

mercado. Na realidade, a complexidade da infra-estrutura

de carregamento dos VE, incentiva todos os

intervenientes a criar novos negócios para desenvolver

soluções inovadoras. Como a penetração de

VE aumenta e a infra-estrutura expande-se, duas

questões-chave tornam-se importantes para as empresas

ativas neste campo:

l Quando investir: Quando irá acontecer “o ponto

de viragem” para as vendas de VE tornarem o mer-

cado de VE mais atrativo e permitir a industrialização

total?

l Onde investir: que parte da cadeia de valor irá

concentrar a maior parte do valor e permitir as margens

mais elevadas?

A atual mudança de mobilidade empurra as empresas

e condutores para a mudança ao longo da cadeia

de valor da eletrificação, para rever as suas estratégias

de investimento e para transformar os seus negócios

através de fusões e aquisições. O imperativo

de transformação torna-se ainda mais forte à medida

que a complexidade do ecossistema aumenta.

Tendências que estão a mudar a mobilidade

A E-Mobility generalizou-se e está a experimentar

um grande impulso, apesar das elevadas discrepâncias

geográficas, a tendência é a acelerar. As quatro

grandes tendências que estão a mudar a mobilidade

são: conectividade; condução autónoma; partilha de

serviços e mobilidade elétrica.

O acesso às infra-estruturas de carregamento de VE

será em breve a única barreira que resta, para desbloquear

o potencial de e-mobilidade. Interesse crescente

dos fabricantes de automóveis, como a Toyota,

Volvo ou Renault, associado à queda dos preços das

baterias estão próximos de comercializar VE a um

preço mais competitivo, ainda que estes permaneçam

significativamente mais caros do que os veículos

com motor de combustão interna (ICE) sem subsídios

governamentais. Muitos condutores ainda têm

preconceitos relativamente aos VE, por causa da autonomia

e do ainda reduzido número de postos de

carregamento A cadeia de valor do VE é suscetível

de evoluir ainda mais à medida que o mercado se

expande e o número de empresas ativas no terreno

aumenta.

Embora seja evidente que os modelos de negócio

da e-mobilidade requerem gerir um ecossistema

complexo, nenhuma empresa se destaca ainda entre

fabricantes de automóveis, empresas de serviços

públicos e petrolíferas. Os fabricantes de automóveis

e alguns players estão melhor posicionados para

apoiar modelos comerciais específicos, servindo

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 15


assim alguns segmentos de clientes

melhor do que outros, graças à sua

capacidade para aceder aos dados dos

utilizadores.

As petrolíferas são definitivamente as

organizações mais ameaçadas e devem

transformar-se rapidamente para capturar

uma parte importante do mercado

de carregamento dos VE para não

desaparecer. Vão ter de compreender

as preferências dos clientes, utilizando

as bases de dados para saber as suas

necessidades e as suas ligações com os

prestadores de serviços. O domínio do

digital e dos dados é fundamental para

vencer neste mercado de fornecimento

de energia para carregamento de VE.

O digital traz oportunidades às empresas

para adaptarem os seus modelo de

negócio.

Novos cenários de e-mobilidade

A condução autónoma, digitalização e

eletrificação estão a evoluir a partir de

novas tecnologias, novos operadores

no mercado, e novas abordagens por

parte de agentes tradicionais da indústria.

Com as crescentes preocupações

ambientais e os objetivos dos ESG, a

procura dos consumidores por veículos

eléctricos (VE) estão a tornar-se

mais comum. Os construtores de automóveis

estão a aumentar a produção

de VE, ou planos para converter linhas

inteiras de veículos de passageiros e/ou

comerciais de ICE para VE. Como resultado,

o mercado de baterias VE está

a crescer e a procura está a acelerar,

com a sustentabilidade e a disponibilidade

de matéria-prima como principais

desafios.

Os veículos também requerem quantidades

cada vez maiores de software,

e os OEMs estão a mudar para uma

abordagem de Veículo Definido por

Software (SDV), onde os veículos são

construídos em torno de plataformas

de software. A digitalização e o software

tornaram-se diferenciadores,

pressionando OEMs e fornecedores a

desenvolver novos produtos e serviços

baseados em software, e até modelos

empresariais de software inovadores.

Embora a escassez de semicondutores

continue a ter impacto nos fabricantes

automóveis, também apresenta a

oportunidade de repensar estratégias

a curto e longo prazo.

Mobilidade partilhada

A mobilidade partilhada, ou quando os veículos são partilhados entre indivíduos ao

longo do tempo ou em conjunto entre vários passageiros, parece ter vindo para para

ficar. Veja-se, por exemplo, o seguinte:

l Os condutores europeus acumularam

mais de 15 mil milhões de

viagens de mobilidade em 2019,

com receitas que atingiram 130 mil

milhões de dólares. Até 2030, as receitas

totais da mobilidade poderão

aumentar para entre 450 mil milhões

e 860 mil milhões de dólares,

representando 80 a 90 por cento das

despesas dos consumidores em mobilidade

partilhada.

l Com uma taxa de crescimento

anual de mais de 200 por cento de

2018 a 2019 em receitas anuais de

viagens, o mercado de mobilidade

partilhada deverá gerar até 90 mil

milhões de dólares em 2030.

l Cinquenta e seis por cento dos

consumidores atuais estão dispostos

a substituir as viagens efetuadas em

veículos privados por futuros veículos

autónomos partilhados. Em

resultado da potencial canibalização

da utilização de veículos privados e

do fornecimento de uma opção de

mobilidade partilhada mais acessível

do que o transporte público

atual, as receitas dos táxis e TVDE’s

poderão atingir mais de 400 mil

milhões de dólares em 2030, dependendo

da forma como os regulamentos

e tecnologias relacionadas se

desenvolvem.

Como os consumidores exigem modos

de viagem convenientes, rentáveis

e sustentáveis nas zonas urbanas,

a mobilidade partilhada está a

aumentar. De acordo com uma análise

McKinsey dos relatórios anuais,

o número de viagens e-hailing triplicou

de 5,5 triliões em 2018 para 16,5

triliões em 2021. Durante a última

década, a mobilidade partilhada tornou-se

também um campo atraente

para os investidores. Desde 2012, investidores

privados, empresas tecnológicas,

e outros, investiram mais de

100 biliões de dólares para empresas

de mobilidade partilhada. As cidades

têm como objetivo reduzir as

emissões para enfrentar a crise climática,

e esta década pode assistir a

uma mudança ainda mais dramática

para formas de viajar flexíveis, partilhadas

e sustentáveis. Mais de 150

cidades estão atualmente a trabalhar

para introduzir medidas destinadas

a reduzir a utilização de veículos privados,

conclui a análise McKinsey.

Os automóveis particulares de passageiros

são convenientes, mas também

podem ser ineficientes. Por

exemplo, a frota de automóveis de

passageiros da Alemanha é de cerca

de 50 milhões de veículos, que poderiam

potencialmente fornecer cerca

de 250 milhões de lugares. Com

mais de 80 milhões de pessoas na

Alemanha, isto poderia teoricamente

satisfazer as necessidades de mobilidade

da população. Mas estudos

mostram que os veículos particulares

permanecem estacionados cerca

de 95% do tempo e transportam frequentemente

um pequeno número

de pessoas. (Na Europa, uma média

de 1,2 a 1,9 pessoas ocupam carros

de passageiros que viajam em zonas

urbanas). Isto leva a uma utilização

média de menos de 2% de toda a capacidade

de lugares para veículos.

Devido a isto, as ruas das cidades

estão frequentemente a transbordar

de tráfego, o que reduz ainda mais a

utilização eficaz do sistema de mobilidade.

Três tendências que moldam a

mobilidade partilhada

Dos robo-táxis e robo-shuttles aos

e-bikes partilhados, os gastos em

serviços de mobilidade partilhada

poderão crescer rapidamente durante

a próxima década, com profundas

implicações para os decisores políticos,

empresas privadas, e consumidores.

Três tendências principais

estão por detrás do crescimento da

mobilidade partilhada.

A primeira é uma transição potencial

de utilização individual para a

utilização conjunta de veículos. O

ritmo vertiginoso da urbanização

significa que o congestionamento é

um desafio permanente nas zonas

urbanas. Os passageiros poderiam

preferir andar com outros porque é

rentável (com várias pessoas a dividir

a conta) e conveniente (uma vez

que o ridesharing proporciona um

serviço porta-a-porta e os consumidores

não conduzem). Além disso,

as cidades que trabalham para reduzir

a utilização de veículos privados

estão a promulgar regulamentos

mais rigorosos e a fornecer incentivos

para a utilização da mobilidade

partilhada. Os líderes das cidades

estão a estabelecer zonas sem carros,

a cobrar para entrar com os carros

nas cidades, a reduzir os lugares de

estacionamento e a aumentar as tarifas

de estacionamento. A transição

para modos de viagem mais sustentáveis,

flexíveis e agrupados poderia

proporcionar benefícios ambientais,

reduzir o tráfego e minimizar a utilização

ineficiente das estradas.

A segunda tendência é uma possível

mudança dos modos de mobilidade,

em que os consumidores fazem

a sua própria condução para serem

conduzidos - por exemplo, com

veículos autónomos partilhados. O

lançamento comercial de robotáxis

e robots de transporte poderia dar

aos consumidores opções mais acessíveis

para viagens ponto-a-ponto.

Isto poderia tornar desnecessária a

posse de um carro para uns, enquanto

para outros, reduzir o quanto utilizam

os seus carros.

Uma terceira grande tendência poderia

envolver a mudança da utilização

de veículos maiores para

veículos mais pequenos. Muitos

consumidores em áreas com muita

gente estão a ter dificuldade em

encontrar estacionamento e já não

16 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


PATROCINADORES >

querem stress e confusão no tráfego

durante as suas deslocações diárias.

A investigação realizada a um vasto

número de condutores mostrou que

quase 70% declaram estar dispostos

a utilizar veículos de micro-mobilidade

para o transporte pendular.

Isto sugere que cada vez mais trabalhadores

estão a considerar utilizar

veículos mais pequenos e formas de

transporte mais sustentáveis.

O interesse dos consumidores pela

mobilidade partilhada floresceu

após a pandemia global COVID-19,

com muitos condutores a valorizar

as viagens higiénicas, sustentáveis e

flexíveis. Mais de 90 cidades adotaram

políticas que apoiam indiretamente

a micromobilidade, tais como

a construção maciça de infra-estruturas

para o ciclismo. Os avanços

na tecnologia irão provavelmente

melhorar ainda mais a experiência

do consumidor, por exemplo, ao

permitir viajar através de distâncias

maiores. Em 2030, o mercado da

micromobilidade partilhada poderá

atingir 50 a 90 mil milhões de dólares,

um aumento de cerca de 40 por

cento por ano entre 2019 e 2030. A

micromobilidade partilhada poderia

representar cerca de 10% do mercado

global de mobilidade partilhada

em 2030.

Uma vez que os consumidores que

partilham automóveis têm de conduzir

eles próprios, têm menos liberdade

do que se estivessem num

veículo autónomo. Os utilizadores

de automóveis partilhados têm de

encontrar estacionamento, e muitas

vezes têm de ultrapassar as lacunas

do primeiro e do último quilómetro

(ou seja, os desafios que se colocam

a partir do local onde apanham o

seu carro, e depois chegar do ponto

de entrega ao destino final). Ainda

assim, alguns consumidores podem

apreciar a maior flexibilidade que a

partilha de carro oferece em relação

à posse do carro. Os operadores de

mobilidade com frotas puramente

elétricas descobriram recentemente

que as cidades que regulamentam

rigorosamente as emissões são mercados

atrativos.

Transporte rodoviário inteligente e conveniente

Salvaguardar uma indústria próspera e competitiva

Um dos quatro pilares principais

do Manifesto ACEA 2019-2024,

que procura fomentar a colaboração

entre a indústria automóvel e os

decisores políticos da UE, é tornar

o transporte rodoviário inteligente e

conveniente. O principal objetivo é

estabelecer firmemente a UE como

líder mundial em soluções de mobilidade

inovadoras e orientadas para

o consumidor.

O que a indústria automóvel

oferece:

l Um volume de negócios que representa

mais de 7% do PIB da UE.

l Emprego direto e indireto para

13,8 milhões de europeus (6,1%

da população empregada da UE) e

mais de 11% do emprego total da indústria

transformadora da UE (3,5

milhões de empregos).

l Cerca de 428 mil milhões de euros

em contribuições fiscais só nos estados

membros da UE

l As exportações geram um excedente

comercial de 84,4 mil milhões

de euros por ano para a União Europeia.

l O investimento mais forte do mundo

em I&D automóvel, no valor de

57,4 mil milhões de euros por ano ou

28% da despesa total de I&D da UE.

l 37,2% de todos os pedidos de patentes

são relacionados com veículos

desde 2011, colocando a Europa

à frente da China (3%), Japão (13%)

e Estados Unidos (33,7%).

l Soluções específicas e flexíveis

para cada realidade de mobilidade.

No caso de utilização dos transportes,

correspondendo às características

únicas de cada uma das muitas

áreas urbanas da Europa.

l Uma oferta cada vez mais ampla e

diversificada de veículos com emissões

zero e baixas (ZLEVs).

l Veículos que emitirão continuamente

menos poluentes, intensificando

a sua contribuição para cidades

mais limpas e um ambiente

mais saudável.

l Tecnologia de segurança ativa de

ponta para veículos, melhorada por

sistemas automatizados, que podem

ajudar a evitar a ocorrência de acidentes.

l Melhor comunicação com os cidadãos

sobre uma condução segura e

uma utilização mais eficaz dos elementos

de segurança já disponíveis

nos seus veículos.

l Uma ampla escolha de diferentes

tipos de veículos, através de vários

segmentos de preços, fornecendo

soluções adequadas para diferentes

orçamentos.

l Investimento contínuo em novos

serviços de mobilidade, incluindo

partilha de carros, ridesharing e

conceitos logísticos inovadores.

O que a Europa deve fazer

l Lançamento de iniciativas emblemáticas

europeias centradas na inovação

da mobilidade que reúnem

universidades, centros de investigação

e atores de toda a cadeia de valor

automóvel.

l Eliminar os obstáculos regulamentares

à implantação (transfronteiriça)

de novas tecnologias de mobilidade.

l Permitir a implantação rápida da

infra-estrutura de comunicações digitais

necessári para complementar

as infra-estruturas de transporte e

rodoviárias existentes.

l Permitir a inovação em novos modelos

empresariais de mobilidade

impulsionados por dados, bem como

soluções de transporte partilhado.

l Adotar uma abordagem “centrada

no consumidor”, adotando políticas

de mobilidade e transporte que respondam

às mudanças de hábitos e

necessidades dos consumidores.

l Elaborar um plano abrangente

para a transição para a mobilidade

com baixas e zero emissões, como

já foi feito na China e nos Estados

Unidos da América.

l Recolher e analisar dados sobre

acidentes a nível da UE para ter

uma base de conhecimentos mais

sólida para a escolha de outras medidas

de segurança.

l Criar condições de mercado adequadas

e favoráveis para a aceitação

dos ZLEV em todos os estados

membros através de incentivos financeiros

e não financeiros, tornando

os veículos mais limpos acessíveis

a todos os níveis da sociedade.

l As novas regras e regulamentos

não devem ter um impacto negativo

na liberdade de mobilidade das pessoas

com meios limitados.

l Impor tecnologias específicas apenas

limita a escolha e restringe a

inovação; a Europa só prosperará se

as pessoas tiverem mais escolha em

vez de menos.

l Abordar a incerteza dos consumidores,

combatendo a crescente

manta de retalhos de restrições de

acesso aos veículos urbanos, e a sua

falta de coerência com as regras do

mercado interno da UE.

O DESENVOLVIMENTO DA E-MOBILIDADE REPRESENTA

UMA OPORTUNIDADE QUE as EMPRESAS DEVEM

APROveitar, PREPARANDO O FUTURO. A CHAVE ESTÁ

EM ADOtar MODELOS DE NEGÓCIOS VIÁVEIS QUE LHES

PERMITEM DIFERENCIAR-SE DA CONCORRÊNCIA

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 17


FINALISTAS CONHECIDOS

COMPETIÇÃO MELHOR MECATRÓNICO 2023

NESTA EDIÇÃO REVELAMOS QUATRO DOS FINALISTAS DA COMPETIÇÃO MELHOR

MECATRÓNICO 2023, QUE MARCARÃO PRESENÇA NO SALÃO EXPOMECÂNICA,

NOS DIAS 14 A 16 DE ABRIL, PARA DISPUTAR A GRANDE FINAL. NA PRÓXIMA

EDIÇÃO IREMOS APRESENTAR OS RESTANTES FINALISTAS


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“ Esta edição da

Competição Melhor

MeCAtrónico tem tudo

para correr bem”

Armando Coutinho tem quarenta e seis anos de

idade, vive em Lisboa e trabalha na Mercauto Santogal,

em Sete Rios, um concessionário oficial da

Mercedes-Benz

Fez o Curso de Mecatrónica Automóvel na Casa

Pia de Lisboa, Colégio de Pina Manique, com uma

duração e quatro anos, tendo terminado em 1992.

Começou a trabalhar inicialmente num concessionário

da Ford, cerca de oito anos, e está há vinte

e dois anos na Mercauto de Sete-Rios. Não teve

ninguém que o inspirasse a seguir a profissão, mas

desde cedo percebeu que era o que queria fazer.

Em criança, sempre que via alguém com o capô

de um automóvel aberto, lá estava sempre a observar

atentamente. “Sempre soube que queria ser

mecatrónico de automóveis, fazer carreira nesta

área. O que me atraiu foi a paixão que sempre tive

pelo mundo automóvel, pela tecnologia em constante

desenvolvimento do setor”, refere Armando

Coutinho. Para se manter atualizado com as novas

tecnologias frequenta as formações que são

disponibilizadas pela Mercedes-Benz, e-learnings

e presenciais. Tenta também, sempre que possível,

fazer formações dadas por empresas externas

à marca para adquirir outro tipo de conhecimentos

relativos a outras marcas de automóveis. O

equilíbrio entre a vida profissional e pessoal nem

sempre é fácil, pois a maior parte dos dias da semana

trabalha cerca de onze a doze horas diárias.

“Penso que todo o mecatrónico, tem aquela avaria

mais complicada, que enquanto não a resolve sempre

nos “persegue”, mesmo em casa”, diz.

Quando não está a trabalhar, convive com a família,

pratica BTT e tenta ir ao ginásio, sempre que

possível, de forma a manter algum equilíbrio na

vida. No geral sente-se satisfeito com a profissão,

gosta imenso do que faz e do desafio constante da

profissão de mecatrónico automóvel. Continua a

ver esta profissão como uma área em constante desenvolvimento,

que necessita de uma adaptação

constante “Hoje em dia executamos reparações

em praticamente todo tipo de viaturas, desde

os PHEV aos EV, futuramente estes últimos em

maior percentagem. Cada vez mais, existe uma

maior necessidade de especialização dos técnicos

para acompanhar a evolução da indústria do sector

automóvel, só assim, é possível garantir um

trabalho de qualidade e valorização da profissão”,

sublinha.

Decidiu concorrer à Competição Melhor Mecatrónico

para testar o seu nível de conhecimentos e

também como um desafio pessoal, “sair da minha

área de conforto e adquirir novas experiências/

conhecimentos”. Considera que o nível de preparação

dos concorrentes é cada vez maior, assim

como o grau de dificuldade das provas. Por isso

acredita que esta edição vai uma vez mais superar

as expetativas de todos, mesmo em relação ao espaço

envolvente onde o concurso irá decorrer. “O

facto da Competição decorrer no salão expoME-

CÂNICA, será um desafio acrescido, tanto para os

concorrentes como para a organização, algo nunca

feito em Portugal. Tem tudo para correr bem.

Certamente, todos os concorrentes e organização,

vão dar o seu melhor e dignificar a profissão de

mecatrónico automóvel”, conclui Armando Coutinho.

João Miguel Luís

“ Os benefícios,

divulgação, e

credibilização desta

Competição, ajuda na

evolução do setor”

João Miguel Passarinho Luís tem 46 Anos, mora

no concelho de Odivelas e há quinze anos que desenvolve

o projeto oficinal Miguel & Luísa Auto

Lda. como fundador e parte integrante dos quadros

da empresa como Mecatrónico

Dentro do meio oficinal, João Luís já tem um percurso

longo, pois desde tenra idade que frequenta as

oficinas, pois o seu pai era bate-chapas, e desde sempre

acompanhou a evolução oficinal bem de perto.

Como profissional, a sua etapa começou entre 1997

e 2001, quando se tornou orçamentista e chefe de

oficina, tendo começado a efetuar o seu percurso de

formação eletrónica, bem como os primeiros passos

a nível de diagnóstico automóvel. A sua principal

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 19


inspiração foi sempre o desafio em encontrar solução

para novos problemas, e assim que a revolução

a nível tecnológico começou e as dificuldades sentidas

pelos profissionais do setor a partir de 1998 se

instalaram, despoletou em si uma vontade cada vez

maior de saber mais e entrar nesse novo mundo do

OBD e das normas Euro e sistemas de antipoluição

estabelecidas na altura. Desde criança que a curiosidade

de saber como funciona o acompanhou. Legos

e desmantelar pequenos carros de brincar eram o

seu hobbie. “Lembro-me perfeitamente, que a partir

do secundário, e como tinha a possibilidade de

estar dentro do meio oficinal, a minha curiosidade

aguçou e fez-me começar a aprender com os mecânicos

da altura a profissão que hoje executo com

todo o orgulho”, refere João Luís.

O seu percurso, para além das inúmeras formações

que já efetuou e continua a efetuar até hoje, para

poder acompanhar a evolução tecnológica e digital

do automóvel, passou por trabalhar na oficina

do seu pai durante toda a infância e adolescência.

Numa certa etapa abraçou outros projetos, tendo

trabalhado na Sociedade Portuguesa de Reboques

e na BMW, Auto Fialho de Almeida, até que em

2007 resolveu criar o seu projeto pessoal, a M. &

L Auto Lda. Tem como referência profissional uma

formação contínua e meticulosa, assim como a

aposta em meios tecnológicos para poder acompanhar

não só os novos sistemas eletrónicos como o

ADAS, sistemas de antipoluição cada vez mais sofisticados

ou a eletrificação dos veículos, mas também

a evolução do mercado a nível de produtos de

origem e aftermarket. “A minha dedicação a esta

profissão, é sem sombra de dúvida de corpo e alma,

posso confessar que já sonhei com várias resoluções

de problemas de algumas viaturas”, frisou.

Para João Luís, esta é uma profissão que exige

dedicação e sacrifício, e salienta que na maior parte

das vezes ainda é vista de lado e negligenciada.

“O trabalho que desempenho é para proteger a

vida dos condutores e aumentar o conforto de todos

aos quais me é permitido resolver as avarias e

desgaste dos seus automóveis. Tenho a responsabilidade

de colocar a proteção ativa de cada viatura

em segurança máxima, pois tenho a noção que sou

responsável pela vida das pessoas a quem efetuo a

reparação das suas viaturas”, sublinha. “Esta dedicação

acaba por nos desgastar e ter um impacto no

nosso seio familiar, pois temos que dedicar muito

do nosso tempo em prol da segurança de outros, e

da nossa própria convicção e autoestima, mas com

o desenrolar da idade e da experiência profissional

acabamos por conseguir conciliar melhor o tempo

dedicado a família”, acrescenta João Luís. Como

seria de esperar, também tem o seu escape, e o

motociclismo há já muitos anos que o acompanha

nesse processo de exteriorizar a sua adrenalina,

bem como a sensação de liberdade que lhe traz.

Tal como qualquer relacionamento, e como já referiu

anteriormente, “a dedicação é a base fundamental.

A satisfação de exercer esta profissão, ocorre em

cada momento em que o serviço executado é motivo

para nosso orgulho e a satisfação do nosso cliente

que nos confiou a vida dele, e dos que irão circular

com ele na sua viatura”. Para João Luís, a profissão

de mecatrónico automóvel deveria ser mais valorizada,

até porque a sua continuação é uma incógnita,

muito porque as novas gerações não veem a mesma

como uma profissão a seguir, e em sua opinião, este

facto deve-se à falta de valorização, desgaste prematuro,

e ao grau de dificuldade da mesma em prol de

um rendimento abaixo de outras profissões que hoje

se encontram no top do mercado, como as profissões

digitais e tecnológicas. “Mas acredito que esta

profissão irá vingar no futuro pois terá que haver

sempre meios de transporte, e terá que haver sempre

quem lhes efetue a sua manutenção. A evolução

tecnológica será sempre um desafio para todos nós

mecatrónicos, mas acho que será sempre um motivo

também para o desenvolvimento de competências

inerentes à profissão”, assegura.

Na sua opinião, a Competição Melhor Mecatrónico,

para além de demonstrar que existem excelentes

profissionais em Portugal, tem a capacidade de

os motivar para serem ainda melhores. “A minha

participação advém não só do reconhecimento de

competências, bem como é uma forma de satisfação

pessoal pela qualidade como decorre, e me

proporcionar uma vontade imensa de me superar

a mim próprio, e claro ser valorizado na profissão

a qual já dediquei uma parte da minha vida”, enaltece.

“As finais são para ganhar, e como por mérito

aqui cheguei, vou tentar ao máximo o melhor

desempenho possível, de preferência o primeiro

lugar, sei que não será fácil, mas não será para

mim nem para nenhum dos colegas de profissão

que irão disputar comigo o tão cobiçado pódio”,

acrescenta. O facto da Competição se realizar na

expoMECÂNICA, para além de ser uma montra

para todos os participantes, acima de tudo irá ser

um prestígio para todos os profissionais que executam

com orgulho e mérito a profissão Mecatrónico

Automóvel. Por isso, João Luís acredita que esta

exposição e credibilidade se irá refletir na confiança

depositada em todos os profissionais do ramo.

“Os benefícios, divulgação, e credibilização desta

Competição, acima de tudo ajuda para que o estigma

da descredibilização da profissão se espraie, e

que a mesma seja divulgada, reconhecida e remunerada

como merece. Só eventos como este podem

chegar a uma fatia enorme de mercado, e sociedade

em geral. O dinamismo destes eventos também

acaba por lançar o Jornal das Oficinas como uma

referência , não só no mercado Aftermarket, como

também uma referência para os profissionais de

reparação do sector automóvel. Que venha Abril, e

que o evento seja um sucesso”, conclui.

Joel Marques

“ A minha perspetiva

nesta edição é vencer e

fazer bom networking

com todos os

concorrentes”

Joel Marques tem 30 anos, mora em São Julião do

Tojal em Loures e trabalha na oficina multimarca

JMS Auto, onde tem o gosto diário de ser o gerente

da mesma

Joel Marques nasceu numa família ligada ao ramo

automóvel, o que, desde jovem, o fez despertar a

curiosidade sobre os automóveis. O pai foi mecânico

na Citroën e tinha uma oficina com o seu irmão,

onde desde miúdo, depois da escola, passava o dia

20 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


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com eles a aprender. O início de carreira foi na oficina

da família, de onde mais tarde decidiu sair para

a Midas, com apenas dezoito anos. Dois anos mais

tarde, voltou para junto da família e fez várias formações

de especialização na área. Aos vinte e três

anos, iniciou o projeto JMS Auto (em 2016), onde

desempenha as funções de gerente e neste momento

são sete apaixonados pelo setor e pela empresa.

Sempre adorou a tecnologia e os automóveis, e o

que mais lhe desperta interesse e curiosidade são

os desafios diários que a mesma apresenta. Frequenta

regularmente vários cursos sobre as novas

tecnologias desde a mecânica à eletrónica automóvel.

Sempre que surgem oportunidades para acompanhar

as novas tendências faz por estar atualizado.

No entanto, ultimamente com o crescimento

da JMS Auto, tem direcionado a sua formação

para gestão de recursos humanos.

No início da JMS Auto teve que dedicar mais tempo

ao projeto “mas o que me torna mais equilibrado é

a minha mulher e parceira de negócio. Começámos

este projeto juntos e com o tempo a família cresceu

e conseguimos lidar com os desafios que nos deparámos

e separar o trabalho da família”, sublinha.

De momento não tem nenhum hobby e nos tempos

livres lê e pesquisa sobre várias tendências e novas

ideias para o seu negócio. Fica com uma enorme

satisfação sempre que a equipa conquista as metas

propostas. “No entanto, reconheço que, como empreendedor,

quero sempre mais e mais. Desde que

tenha saúde, procurarei sempre fazer melhor”, afirma.

No futuro acredita que a necessidade de formar

e encaminhar novas gerações para este setor tem

de ser o foco, pois “todos sentimos a enorme falta

de mão-de-obra qualificada e as empresas têm de

se focar em ter boas políticas de recursos humanos

para capturar e reter talento”, realça.

A decisão de participar na Competição partiu

de uma brincadeira, mas como é extremamente

competitivo, confessa que irá fazer tudo para levar

o prémio para a JMS Auto. “A minha perspetiva

nesta edição é conquistar o primeiro lugar e

fazer bom networking com todos os concorrentes.

Considero que este novo formato pode trazer

benefícios para a divulgação e credibilização da

profissão Mecatrónico Automóvel. Precisamos

de mais eventos como este para cativar as novas

gerações a verem que esta profissão é divertida.

Penso que até faria sentido existir um vídeo para

posteriormente o mesmo ser divulgado nas escolas

profissionais de mecatrónica, de modo que os

jovens consigam entender que é um setor aliciante.

Para nós que fazemos a prova, até será divertido

a pressão extra”, conclui.

Jorge Jesus

“ Participo pela

possibilidade de

aprendizagem e troca

de conhecimentos”

Jorge Jesus tem 34 anos e vive em Maria Vinagre

concelho de Aljezur, Algarve. Trabalha na Auto

Marreiros, uma oficina independente multimarca

O percurso de Jorge Jesus até chegar a mecatrónico

automóvel foi o normal. Fez o 12º ano e depois

foi para a universidade estudar Engenharia Mecânica

que concluiu em 2010. Depois disso ainda

procurou alguns trabalhos na área da engenharia,

nomeadamente nas marcas, mas como na altura

se vivia uma crise em Portugal, foi complicado arranjar

emprego e decidiu então começar a trabalhar

na oficina dos seus pais, a Auto Marreiros, e

a aprender mais mecânica prática e a frequentar

cursos de mecânica. “O meu pai foi a fonte de inspiração

para seguir esta profissão, pois ele começou

com 12 anos nesta área a aprender, montando

depois o seu próprio negocio e eu sempre o via a

trabalhar, a mexer nos carros a desmontar motores

desde pequenino e sempre fui curioso com o que

ele fazia e me ensinava e comecei desde muito cedo

a ter o bichinho da mecânica”, refere Jorge Jesus.

Desde pequeno que sabia o que queria na vida e

sempre teve a intenção de ser mecânico “lembro-

-me de os meus professores no 9º ano me perguntarem

o que queria ser, a área que queria seguir, e

eu sempre lhes respondia que ia tirar engenharia

mecânica e depois especializar-me na mecânica

automóvel. O que mais me atraiu e continua a

atrair é a constante evolução dos carros e o aprender

todos os dias coisa novas nesta área”, sublinha.

Para acompanhar a evolução tecnológica dos veículos

tem feito muitas formações na área da eletrónica

e tenta estar sempre atualizado com as novidades

do mercado, com o material que sai e com

as novas motorizações que vão surgindo. “Procuro

sempre mais formações e mais conhecimento,

apesar de no Algarve ser um pouco difícil existir

formações a nível de eletrónica tento sempre frequentar

formações e realizar cursos online para

obter mais conhecimentos, pois os carros estão em

constante evolução e nós mecatrónicos temos que

estar sempre atualizados. Nem sempre consegue

equilibrar a vida pessoal com a profissional, pois é

uma profissão que ocupa muito tempo, mas existe

uma grande compreensão da sua parceira e tenta o

máximo para equilibrar as duas partes. Nos tempos

livres aproveita para estar com a família e ainda

faz serviço de bombeiro voluntário nos Bombeiros

de Aljezur.

Todos os dias sente satisfação a desempenhar o seu

trabalho e realizado pela profissão que escolheu.

Quanto ao futuro da profissão, acha que vai ser

muito mais exigente derivado aos veículos elétricos,

terá de existir mais formações e mais informação

disponível mas sempre em constante evolução.

“Penso que o futuro da mecatrónica irá ser muito

diferente, pois com a chegada dos carros elétricos

o mercado automóvel mudou bastante e com o fim

previsto dos carro a combustão tudo irá mudar, o

mercado automóvel, as peças, a manutenção e isso

irá obrigar as oficinas a mudar”, afirma.

Inscreveu-se no Melhor Mecatrónico Automóvel

2023, não pela competição em si, mas pela possibilidade

de aprendizagem e troca de conhecimentos.

Espero que seja um evento muito bom e

consiga tirar o maior partido do mesmo a nível de

conhecimento e aprendizagem pois é o mais importante

da competição. “Penso que a ser realizada

no decorrer do salão expoMECÂNICA é uma mais

valia, pois assim podemos divulgar ainda mais as

nossas profissões e quem sabe atrair os mais novos

para esta profissão, pois hoje em dia o mercado

está cada vez mais exigente e existe muita falta de

mão de obra.

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 21


ATUALIDADE

DPAI/ACAP APRESENTA ESTUDO SOBRE O AFTERMARKET

ANTECIPAR AS EVOLUÇÕES

DO MERCADO!

A DPAI/ACAP APRESENTOU UM ESTUDO PIONEIRO SOBRE O PRESENTE E O FUTURO DO AFTERMARKET EM PORTUGAL. FAZ

UMA ANÁLISE REALISTA DO SETOR DO PÓS-VENDA INDEPENDENTE NA ATUALIDADE E IDENTIFICA OS DESAFIOS E MEDIDAS

TENDENTES A UMA MAIOR COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS, NUM MERCADO EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO

22 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


A DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE OPERAÇÕES E DO NÚMERO

DE HORAS DE MÃO-DE-OBRA DO AFTERMARKET, COMO CONSEQUÊNCIA

DO AVANÇO DA ELETRIFICAçãO DOS AUTOMÓVEIS, REFLETE-SE

NO VOLUME DE NEGÓCIOS PRESTADO

O

s resultados do estudo, desenvolvido

por uma equipa de investigadores

do ISEG – Executive Education,

e promovido pela DPAI/ACAP, foram apresentados

pelo Professor Zorro Mendes, Presidente do

Departamento de Economia do ISEG, pela Dra.

Rita Alemão, Professora convidada do ISEG e por

Francisco Nunes, Professor Auxiliar do ISEG.

Os temas em destaque foram a Caracterização

do Sector do Aftermarket Automóvel em Portugal

e do perfil do consumidor; Evolução futura

da procura dirigida ao pós-venda, em função das

inovações tecnológicas no sector automóvel e das

alterações nas preferências dos clientes; e as Consequências

da evolução futura da procura, nas estratégias

futuras do canal independente do Aftermarket

Automóvel.

Objetivos do Estudo

Os objetivos do Estudo foi caracterizar a situação

atual do canal independente do aftermarket automóvel

em Portugal e a procura a ele dirigida; perspetivar

a evolução futura da procura dirigida ao

canal independente do aftermarket em função das

inovações tecnológicas no setor automóvel e das

alterações nas preferências dos clientes; e ainda

avaliar as consequências destas mudanças nas estratégias

futuras do canal independente do aftermarket

automóvel. A estrutura do Estudo teve por

base as principais empresas do canal independente

e os aspetos relevantes da sua exploração, designadamente

a segmentação entre peças novas e peças

usadas, assim como os diversos canais de contacto

com os clientes. O Estudo teve em conta a caracterização

da procura dirigida ao canal independente

e a valorização do serviço pelo consumidor, assim

como o impacto da eletrificação no aftermarket.

Foi também considerada a regulamentação europeia

com impacto no pós-venda, nomeadamente o

acesso aos dados dos veículos, a cibersegurança, a

cláusula de reparação, a codificação das peças de

reposição e o MVBER.

Centros Auto e Reparadores

Independentes

O inquérito sobre o estado atual do setor dos serviços

do aftermarket automóvel foi dirigido às

empresas que representam os Centros Auto / Fast

Fit (cerca de ¼ da amostra) e os Reparadores Independentes

Multimarcas (cerca de ¾ da amostra).

Para este conjunto de oficinas, as peças novas OE

representam 25%, enquanto as peças novas IAM

70% e as peças usadas 6%. Em termos de expetativas,

cerca de 50% das empresas acham que a quota

de mercado do aftermarket independente IAM

face à do OE vai aumentar nos próximos anos. E

80% das empresas consideram que o uso de peças

novas IAM deverá aumentar ou manter-se no futuro

perfil de exploração. Em relação às peças usadas,

é apenas nos reparadores independentes que

a expetativa de aumento é maioritária (54% destas

empresas esperam um aumento das compras/

vendas de peças usadas). Com credibilização e garantias,

esta perceção poderá indiciar uma maior

atenção do setor ao uso de peças usadas nas suas

atividades. Cerca de ¼ da faturação em peças novas

IAM é empregue em veículos novos, com idade

até 3 anos, que procuram os serviços do canal

independente do aftermarket. De um modo mais

desagregado, relativamente às peças novas IAM, é

notório o otimismo numa evolução mais intensa

da sua utilização nos centros-auto/fast fit (75%),

o que poderá ser um indicador do reforço estratégico

na fileira peças-serviços deste segmento do

aftermarket independente. Nos reparadores independentes

também se coloca a primazia na evolução

das peças novas IAM, embora de forma muito

mais moderada.

Mercado paralelo é uma preocupação

Existe uma preocupação de que o peso da economia

paralela no negócio da manutenção e reparação

seja igual ou superior a 30% da atividade real

do setor, opinião revelada por 56% das empresas.

Os reparadores independentes têm mais vincada

esta perceção do que os centros-auto/fast fit. Em

relação aos canais de contacto com o cliente, perceciona-se

um ambiente generalizado de digitalização

do mercado, na natureza logística das operações

de encomenda de peças: 2/3 dos pedidos

de peças no canal independente são já realizadas

via online. Os grossistas de peças lideram logisticamente

no canal online, seguidos dos reparadores

independentes.

Confiança na oficina

Os clientes mantêm o seu apreço pelas características

que tradicionalmente valorizam no aftermarket,

designadamente o bom compromisso

qualidade/preço do serviço e da confiança na oficina,

mas tendem a valorizar cada vez mais o tempo

gasto na reparação/manutenção, a proximidade

geográfica da oficina e a manutenção da mobilidade

enquanto estão privados do automóvel.

Quanto ao uso de peças usadas, a recomendação

CONSUMIDORES/CLIENTES

DO AFTERMARKET

O Estudo incluiu um inquérito a 721 consumidores/clientes do

aftermarket, tendo respondido 63% homens e 37% mulheres;

62% com menos de 30 anos, 30% entre os 30 e os 50 anos e

8% com mais de 50 anos; 84% dos inquiridos eram de zonas

urbanas e 16% de zonas rurais.

6 em cada 10

Pessoas escolhem as oficinas independentes para reparar/

manter a sua viatura

7 em cada 10

Pessoas possuidoras de uma viatura de marca generalista

preferem reparar/manter a sua viatura nas oficinas

independentes

5 em cada 10

Pessoas possuidoras de uma viatura de marca premium

preferem reparar/manter a sua viatura nas oficinas

independentes

7 em cada 10

Pessoas com menos de 30 anos preferem as oficinas

independentes

4 em cada 10

Pessoas com mais de 50 anos preferem as oficinas

independentes

8 em cada 10

Pessoas têm um custo de reparação/manutenção anual

inferior a 400 €

Em função da idade da viatura, a percentagem do parque

intervencionado pelas oficinas independentes é de:

39% nas viaturas até 3 anos

54% nas viaturas entre 3 e 8 anos

72% nas viaturas com mais de 8 anos

A transição entre a assistência feita na marca e a passagem

para os reparadores independentes ocorre entre os 3 e 4 anos

da viatura ou, em média, até aos 85.000 Km.

AS GRANDES LINHAS

DE FORÇA PARA O FUTURO DO CANAL

INDEPENDENTE DO AFTERMARKET

1 Conjugar os serviços de manutenção/reparação aos veículos

de combustão com a entrada gradual dos serviços de

manutenção/reparação aos VE

2 Investir na formação dos colaboradores, capacitando-os para

a manutenção/reparação dos VE

3 Garantir a mobilidade dos clientes durante o tempo da

manutenção/reparação dos seus veículos

4 Aproveitar a eletrificação dos veículos para aumentar a

contribuição do setor para a sustentabilidade ambiental

5 Pressionar as autoridades competentes no sentido da criação

de legislação que permita a existência de uma concorrência

justa e aberta entre todos os palyers do aftermarket

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 23


DPAI/ACAP

Responsáveis do Estudo sobre o Presente e o Futuro do Aftermarket

independente em Portugal (da esquera para a direita): Francisco Nunes,

Professor Auxiliar do ISEG, Dra. Rita Alemão, Professora convidada do

ISEG e Professor Zorro Mendes, Presidente do Departamento de

Economia do ISEG

ALTERAÇÃO NO VOLUME DE EMPREGO

A diminuição do emprego no aftermarket, entre 2020 e 2036, atinge os 11%, no cenário

mediano, esperando-se que a maioria desta diminuição ocorra nos concessionários de marca

e nos centros-auto/fast fit. No caso dos reparadores independentes, poderá até registar-se

um ligeiro aumento do emprego, em consequência da transferência de clientela com veículos

a combustão envelhecidos, que deverá ir abandonando os concessionários de marca e os

centros-auto/fast fit. Em face desta situação, os reparadores independentes não podem

descansar numa aparente segurança que os clientes dos veículos a combustão ainda lhes

proporcionarão nos próximos anos. Terão de se ir preparando para as mudanças que, mais

tarde ou mais cedo, chegarão às suas oficinas. Para tal, deverão: manter uma tipologia

generalista, procurando um mix entre a assistência aos veículos a combustão (que ainda serão

os seus principais clientes por vários anos) e a assistência aos VE (que começarão a entrar

gradualmente na sua carteira de clientes); antecipar constantemente as evoluções do seu

trabalho e do mercado, e melhorar a informação e o acolhimento prestado aos seus clientes.

OS CLIENTES MANTÊM O SEU apreço PELAS CARACTERÍSTICas

QUE TRADICIONALMENTE VALORIZAM NO AFTERMARKET,

DESIGNADAMENTE O BOM COMPROMISSO QUALIDADE/preço

DO SERVIÇO E DA CONFIANÇA NA OFICINA

para as empresas do canal independente

do aftermarket é a alteração da

atual situação de um peso residual

destas no negócio do aftermarket,

desenvolvendo uma aposta na oferta

de peças usadas, dada a elevada

disposição do grosso dos clientes que

constituem o seu mercado futuro (os

clientes com menos de 30 anos hoje e

que, na sua grande maioria, possuem

marcas generalistas) para adquirir

este tipo de peças. A sustentabilidade

ambiental para a qual o setor

do aftermarket deve contribuir de

uma forma cada vez mais acrescida,

é outra razão que também justifica

a maior atenção a dar às peças usadas.

Em relação à aquisição de peças

online parece haver alguma desconfiança

por parte dos clientes, a qual

perdurará para o futuro, uma vez que

é extensiva a todas as idades e a todos

os tipos de automóveis. Desconfiança

essa que não é tão elevada para os

detentores de automóveis de marca

premium, onde quase um terço admite

a aquisição de peças online.

Diminuição das operações

Vai acontecer a diminuição do número

total de operações do aftermarket,

decorrente da eletrificação dos veículos,

a qual ocorre fundamentalmente

à custa das reparações (onde se regista

uma diminuição de 12%, no cenário

mediano), as quais são menos

necessárias nos veículos elétricos (os

componentes de um VE são menos e

necessitam de menos reparações do

que os componentes de um veículo a

combustão). A diminuição do número

de operações e do número de horas

de mão-de-obra do aftermarket,

como consequência do avanço da

eletrificação dos automóveis, reflete-se

no volume de negócios, o qual

diminui tanto mais quanto mais rápida

for a penetração dos VE, sendo

que, no cenário mediano, a diminuição

é de cerca de 6%. Esta tendência

de evolução é confirmada por um

estudo da Delloite, segundo o qual

as receitas dos “serviços pós-venda”

tenderão a diminuir 39%, entre 2018

e 2035, para um grupo de 5 países

europeus (Alemanha, França, Reino

Unido, Espanha e Itália). Estas

previsões são efetuadas aos preços

atuais, pelo que a previsível diminuição

dos volumes de negócios poderá

ser atenuada por um aumento dos

preços. l

ALTERAÇÃO DA COMPOSIÇÃO

DO VOLUME DE NEGÓCIOS

Cerca de 3% do volume de negócios do setor transfere-se dos concessionários de marca para os

reparadores independentes, devido ao elevado peso que os veículos a combustão continuarão

a ter no parque automóvel, veículos esses que terão uma idade média cada vez mais elevada e

cuja manutenção e reparação se deslocará dos concessionários de marca para os reparadores

independentes. Em 2020, apenas 0,1% do volume de negócios dos reparadores independentes

era proveniente do VE, enquanto que 99,3% (a quase totalidade) era proveniente dos veículos

a combustão. Mas em 2036 e no cenário mediano, os VE já representam 9,4% do volume de

negócios e os veículos a combustão diminuem o seu peso para 82,2% do volume de negócios.

É uma alteração lenta, mas que deverá acelerar na década de 2040, com o fim da vida útil de

muitos dos veículos a combustão, que serão inevitavelmente substituídos por VE.

CUSTO MÉDIO anuaL DA REPARAÇÃO/

MANUTENÇÃO

O custo médio anual da reparação/manutenção nos reparadores independentes é de 350 €,

sendo que, quanto a quem repara a sua viatura nos reparadores independentes:

3 em cada 10 dizem gastar até 200 €

5 em cada 10 dizem gastar entre 200€ e 400€

1,5 em cada 10 dizem gastar entre 400€ e 600€

0,5 em cada 10 dizem gastar mais de 600€

A qualidade esperada do serviço, a idoneidade e transparência da oficina e a confiança são os

fatores mais valorizados pelos consumidores na hora de escolher onde manter/reparar a sua

viatura. Nos reparadores independentes, é igualmente valorizado o preço do serviço prestado.

24 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


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NOTÍCIAS // DINÂMICA DO SETOR ESCREVE ‐SE DE A A Z

Empresas

A

expoMECÂNICA acelera e segue para a realização

da maior feira de sempre. A 8.ª edição

do Salão, agora com periodicidade bienal,

a realizar 14 a 16 de abril, na Exponor - Feira

Internacional do Porto, expande a área expositiva

para mais um pavilhão (8.000 metros quadrados)

e dá resposta à crescente procura do mercado ibérico.

Os excelentes resultados alcançados na edição

de 2021, não obstante o contexto ainda pandémico,

e o interesse das empresas espanholas no certame

português reforçam os planos de uma internacionalização

sustentada do expoMECÂNICA. «Estamos

a dar resposta a um mercado mais amplo, sobretudo

o espanhol, fruto da alteração da periocidade

da feira e da ampliação do espaço para mais um

pavilhão», refere José Manuel Costa, diretor-geral

da Kikai Eventos, organizador do certame. Nesta

8.ª edição, caberá mais uma vez à Kikai, conduzir

os destinos do aftermaket nacional à grande feira

da Península Ibérica. O Salão continua a escrever

a sua história de sucesso, alavancada na confiança

e no reconhecimento de todo o tecido empresarial.

Muitos expositores (180 empresas) já se posicionam

na linha da frente (80% da área reservada) e garantem

um lugar num dos quatro pavilhões disponíveis

EXPOMECÂNICA EXPANDE ÁREA EXPOSITIVA

A MAIOR EDIÇÃO DE SEMPRE

(24.000 m 2 ) na Exponor, em Matosinhos. A edição

deste ano mantém a linha de crescimento, acrescentando

oito mil metros quadrados à área expositiva.

Quem não é visto, não é lembrado

Torna-se “fulcral” nesta altura, mais do que em

qualquer outro momento, as empresas marcarem

presença no acontecimento mais importante do setor

do aftermaket ao nível nacional. «Quem abraça

connosco esta oitava edição usufruirá da possibilidade

de reforçar a sua presença no mercado. Quem

não participa tem que pensar que vai estar ausente

da montra mais representativa do setor - onde tudo

acontece - quatro anos, pois a próxima só acontecerá

em 2025. Quem não é visto, não é lembrado»,

reforça Sónia Rodrigues, a diretora-comercial da

KiKai. A cada nova edição, a Organização acrescenta

ao evento muito mais do que um número.

«Vamos muito mais além de uma feira tradicional»,

refere o diretor-geral, explicando que é importante

que o Salão se «reinvente e explore novas abordagens».

O objetivo é proporcionar a melhor experiência,

através de iniciativas que cativem a presença

dos profissionais nos dias do evento. «Estamos

muito comprometidos em marcar a diferença. Queremos

surpreender com ideias novas a cada edição.

Todas as iniciativas que estamos a preparar pretendem

proporcionar dinâmica e mais valias a quem

participa e nos visita», concretiza.

Grande Final do “Melhor Mecatrónico

2023” disputa-se na feira

Até à abertura de portas, de 14 a 16 de abril, a expoMECÂNICA

2023 receberá contributos para

tornar ainda mais imparável a dinâmica da feira,

sustentada, como já tem vindo a ser habitual, no

seu leque de atividades paralelas. A formação assume,

mais uma vez, na edição de abril, um carácter

«contínuo e ininterrupto» ao longo dos três dias do

certame, bem como os espaços de debate sobre os

principais temas e preocupações do setor. Uma das

iniciativas patrocinadas pela feira e já em agenda

é a competição dedicada à mecatrónica. A grande

final da competição “O Melhor Mecatrónico 2023”

by Jornal das Oficinas, em parceria com a ATEC, vai

disputar-se no expoMECÂNICA. Os visitantes terão

oportunidade de ver ao vivo o desempenho dos

concorrentes, e assim ficarem a conhecer melhor

a profissão de mecatrónico automóvel. O objetivo

passa por divulgar a profissão, valorizando-a.

26 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


FÓRUM DPAI/ACAP 2023:

UM EVENTO PARA O AFTERMARKET

DPAI/ACAP | A DPAI/ACAP anunciou a realização de um evento para o aftermaket, a decorrer no

dia 23 de novembro de 2023. Denominado “Fórum DPAI”, tem o Jornal das Oficinas como Media Partner,

e pretende ser o ponto de encontro para análise do setor e debate de ideias de todos os profissionais do

aftermarket. No seguimento dos Fóruns realizados anualmente pela DPAI/ACAP, foi decidido pelas várias

Comissões avançar este ano com um Fórum diferente, mais abrangente e aberto a todos players do setor e

outros interessados em temas dedicados ao afermarket. O Fórum DPAI ainda não tem o programa definido,

assim como o local de realização, que poderá ser em Lisboa ou no Porto. Ao longo do ano, a DPAI irá revelar

um conjunto de informações sobre o programa do evento, nomeadamente o local de realização, os temas

em debate e os oradores convidados. As expetativas são grandes, e a organização espera a participação de

várias centenas de pessoas. “Queremos fazer algo diferente e envolvente para todo o setor. Todos os níveis

do aftermarket vão estar envolvidos de forma a ser aliciante para todos participar e que possa ser um ponto

de referência a nível de informação e partilha para o futuro”, assegurou este responsável.

DISTINGUIDA PELA EMPLOYERS INSTITUTE

AKZONOBEL | A AkzoNobel foi classificada como Melhor Empregadora Europeia pelo

Top Employers Institute pelo segundo ano consecutivo. Na última revisão de benchmark, a

empresa foi reconhecida em oito países – Brasil, China, França, Alemanha, Holanda, Suécia,

Reino Unido e Estados Unidos. A AkzoNobel qualifica-se assim como Melhor Empregador

Europeu porque cinco dos países certificados estão localizados na Europa. Todos os anos, o

Top Employers Institute certifica organizações que têm as pessoas em primeiro lugar devido

às suas políticas de Recursos Humanos. A pesquisa abrange seis domínios de RH compostos

por 20 tópicos, incluindo estratégia de pessoas, ambiente de trabalho, aquisição de talentos,

aprendizagens, inclusão e bem-estar. A AkzoNobel realizou várias iniciativas voltadas para as

pessoas em 2022, projetadas especificamente para ajudar os seus funcionários a prosperar e

a desenvolverem as suas capacidades. Concentra-se em várias áreas-chave para garantir que

continua a criar um ambiente diverso e inclusivo que respeita as diferenças culturais e que

oferece oportunidades de desenvolvimento pessoal.

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www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 27


NOTÍCIAS

EMPRESAS

23 ANOS DE SUCESSOS

RPL CLIMA | Já lá vão 23 anos que a RPL Clima, uma empresa

dedicada à climatização Automóvel, abriu portas por terras

algarvias. Ao longo do seu percurso, tornou-se uma empresa

sólida, moderna, permanentemente atualizada e uma referência

na sua área de atuação “Foram muitos os obstáculos superados,

mas também objetivos atingidos e, entre altos e baixos, houve

sempre espaço para conquistas. Todavia, quando se reconhece

sucesso é imprescindível reconhecer, também, quem esteve ao

nosso lado através de parcerias vencedoras. Um caminho trilhado

pela capacidade de trabalho de todos aqueles que diariamente

contribuem para um serviço de excelência e que nos permitem

ocupar um lugar de referência no ramo automóvel. Vivemos tempos

de mudança, porém comprometemo-nos a ir mais além e a

superar novos desafios com a certeza que sempre nos caracterizou:

continuar a trabalhar com a ambição de um futuro melhor”, referiu

Rui Lopes, Diretor Geral da RLP Clima.

TECALLIANCE LANÇA

PROGRAMA DE PARCERIAS

PARA MERCADO PÓS-VENDA

A

TecAlliance, lançou o Programa de Parcerias TecAlliance. A iniciativa apoia fornecedores de software

e consultores que distribuam, integrem e recomendem produtos e soluções TecAlliance

para ajudar empresas a crescer e vingar no mercado internacional do pós-venda automóvel.

Ao longo de quase 30 anos, os produtos e soluções TecAlliance têm ajudado agentes do mercado

do pós-venda automóvel - fabricantes de peça, concessionárias, oficinas, operadores de frotas -

a expandir os seus negócios através do recurso ao poder da normalização dos dados. Por todo o

mundo, fornecedores de software e consultores auxiliam os clientes TecAlliance a tirarem o máximo

partido das soluções. Este novo Programa de Parcerias TecAlliance foi pensado para impulsionar o

crescimento de atuais e novos parceiros, ajudando-os a na aquisição de novas competências, permitindo-lhes

crescer mais rapidamente e a faturarem mais.

OTIMIZA WEBSITE PARA CLIENTES B2C

FIRST STOP | entrou em 2023 com uma novidade direcionado ao setor B2C, melhorou a versão do seu website, com páginas

atualizadas, informações sobre a rede e oficinas e implementação de um novo catálogo de pneus. A nova plataforma permitirá a partir

de agora, aos clientes, a possibilidade de consultar preços, comprar pneus, efetuar serviços de manutenção automóvel e agendar um

horário no seu Ponto de Venda, através da nova agenda de marcações online. Um serviço fácil e rápido que irá otimizar a resposta da

marca e a satisfação do cliente. Estas funcionalidades serão lançadas de forma faseada, ao longo deste ano. Num primeiro momento, a

apresentação do renovado website, seguindo-se a fase número dois com a ativação da Agenda Online, onde os clientes poderão marcar

uma data e hora na sua oficina de eleição. Para a terceira e quarta fase, estão previstos, respetivamente, a implementação da possibilidade

de comprar pneus e respetivos serviços online e por fim, serão adicionadas as opções de manutenção automóvel, ampliando

constantemente a oferta de acordo com os serviços prestados e disponíveis por cada uma das oficinas da rede First Stop.

ENI SUSTAINABLE MOBILITY

A NOVA APOSTA SUSTENTÁVEL

ENI | desenvolveu a Eni Sustainable Mobility, a sua nova

empresa dedicada à mobilidade sustentável. A empresa está verticalmente

integrada ao longo de toda a cadeia de valor, reunindo

serviços e produtos que suportam a transição energética e aceleram

o caminho para zero emissões ao longo de todo o seu ciclo

de vida. A Eni Sustainable Mobility desenvolverá a biorefinação,

o biometano e a venda de produtos e serviços de mobilidade em

Itália e no estrangeiro, num caminho que permitirá evoluir para

uma empresa multi-serviços e multi-energia. A empresa incorpora

ativos existentes na biorefinação e no biometano, incluindo as

biorefinarias de Veneza e Gela, e desenvolverá novos projetos,

incluindo os de Livorno e Pengerang na Malásia, que estão

atualmente em avaliação. A Eni Sustainable Mobility incorporará

também uma rede de mais de 5.000 postos de abastecimento na

Europa para comercializar e distribuir vários produtos energéticos,

entre os quais hidrogénio e eletricidade, bem como combustíveis

de origem orgânica, incluindo biometano e HVO (Óleo Vegetal

Hidrogenado), a adicionar a outros produtos para mobilidade

como o betume, lubrificantes e combustíveis.

28 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


NORAUTO

COMPENSA

COLABORADORES

DEVIDO À INFLAÇÃO

A

Norauto

decidiu atribuir um prémio extraordinário,

de até 400 euros, aos seus colaboradores como

forma de mitigar os impactos da inflação nos rendimentos

no mês de dezembro, através de um cartão pré-

-pago para ser utilizado numa rede retalhista e vem complementar

os tradicionais jantares de natal das equipas e

os cabazes de Natal. Paralelamente a este apoio imediato

e para fazer face ao período de inflação atual, a empresa

preparou o PAC Norauto, um Plano de Apoio ao Colaborador,

que prevê apoios específicos e especializados em

situações de dificuldade, sendo estes apoios sempre analisados

de forma individualizada. Atualmente a empresa

já disponibiliza seguro de vida, seguro de saúde, consultas

de psicologia a todos os colaboradores e fruta gratuita nas

áreas sociais. Além destas medidas, o pacote de benefícios

extra-salariais para 2023 será reforçado com “day-off ” no

dia de aniversário, ou seja mais dia de folga que contribuirá

para uma maior conciliação com a vida familiar.

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TUDO PELA REPARAÇÃO AUTOMÓVEL

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FACILITA A ORGANIZAÇÃO

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TOTALMENTE PERSONALIZÁVEL


NOTÍCIAS

EMPRESAS

PISCAPISCA.PT

CONQUISTA LUGAR NO MERCADO

COM PRÉMIO CINCO ESTRELAS

Com apenas dois anos de vida, a plataforma PiscaPisca.pt voltou a ser

reconhecida com o Prémio Cinco Estrelas, na categoria de plataforma

de classificados. Num ano em que a marca se consolidou no mercado

automóvel, destaca-se o caminho feito focado na experiência do consumidor

e na melhoria da mesma. O PiscaPisca.pt conquistou um lugar no mercado,

onde é mais que uma plataforma de compra e venda de automóveis usados, já

que se diferencia por ser uma ferramenta inovadora e credível - a atribuição

do Prémio Cinco Estrelas vem reforçar este posicionamento que tem ajudado

a trazer mais credibilidade para esta linha de negócio através, por exemplo,

de carros certificados e distribuidores certificados pelo Banco Credibom. Lançada

em 2020, a plataforma PiscaPisca.pt aproxima-se do seu terceiro ano

de vida com grandes planos. A consolidação dos bons resultados dos últimos

dois anos permite encontrar novos caminhos e responder a novos desafios. O

foco no cliente será sempre uma prioridade da marca e a estratégia de crescimento

continuará assente na inovação e numa user experience cada vez mais

otimizada.

PRETENDE SER AINDA MAIS

SUSTENTÁVEL EM 2023

BASF | Para preservar o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, a BASF

afirma estar comprometida durante o ano de 2023 em ser mais eficiente com os recursos

necessários ao exercício da sua atividade, criando uma química para um futuro sustentável.

A eficiência nos processos, assim como a redução das emissões de CO2 e a poupança

energética são os principais objetivos para este ano 2023. Graças aos seus produtos

e à mais alta tecnologia ecoeficiente, os seus clientes também são protagonistas da

mudança. A R-M realizou durante o ano 2022, um dos lançamentos mais completos até

ao momento, com uma renovação de portfólio de produtos que se destaca pela notável

redução de energia graças à rapidez nos tempos de processo e excelente acabamento.

Além disso, com a linha eSense e AGILIS, a R-M contribui para a redução de emissões de

CO2 nas oficinas, produzindo assim a menor quantidade de resíduos possível e permitindo

que as oficinas se certifiquem como Oficina Sustentável.

ABRE PORTAS EM BRAGA PELA PRIMEIRA VEZ

MIDAS | A MIDAS estreou-se em Braga, com a sua 2ª oficina em regime de franquia em Portugal, sob gestão

do Grupo Maintarget, S.A. A nova oficina fica situada numa das mais importantes zonas comerciais da cidade,

o Shopping Nova Arcada. A escolha desta localização segue a linha da estratégia de proximidade em que a

marca aposta no nosso país e o seu objetivo de assegurar uma resposta rápida e atenta às necessidades dos

seus clientes. Com uma equipa de técnicos especializados, uma estrutura ampla, moderna e equipada com as

mais avançadas ferramentas de manutenção automóvel, a Midas Braga Nova Arcada assegura aos condutores

bracarenses e às suas viaturas um serviço de qualidade superior. Para celebrar a abertura, a Midas Braga, vai

presentear os visitantes com uma oferta de diagnóstico em 80 pontos e 20% de desconto em revisões, peças e

vários serviços. Para facilitar e agilizar todo o processo, cada cliente poderá fazer o agendamento online.

30 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


BILAPEÇAS

FAZ PARTE DA FAMÍLIA NEXUS SHOP

A

KRAUTLI PORTUGAL continua a investir

e a dinamizar o conceito N!SHOP com os

seus parceiros. Desta vez chegou a Vila Real

com a adesão da BILAPEÇAS. Localizada na “Corte

de Trás-os-Montes”, é uma empresa jovem dedicada

ao retalho de peças auto, com a visão e dinamismo

essenciais para proporcionar aos seus clientes soluções

chave na evolução e profissionalização das

oficinas do futuro. A BILAPEÇAS tem assim, abandeirada

pela NEXUS, ao seu dispor para desenvolvimento,

dois conceitos oficinais: NEXUS AUTO

(premium) e Profissional Plus (modular) com uma

forte componente de formação e apoio técnico qualificado

assim como um conjunto de soluções de

fidelização construíveis à medida dos seus clientes.

Com esta adesão, a Krautli Portugal continua a fortalecer

a sua posição de fornecedor de soluções de

elevado valor acrescentado.

COMEMORA EXCELENTES

RESULTADOS ANUAIS

NO EGIPTO

DIPART | esteve no Egipto com mais de 70 participantes.

Neste congresso, a empresa quis comemorar os excelentes

resultados dos últimos dois anos, bem como valorizar

as inúmeras ações realizadas junto dos seus parceiros e

fornecedores. Os 70 participantes, partiram de Madrid e

Barcelona com destino a Aswan, a primeira paragem da

viagem, onde deram inicio ao cruzeiro no Nilo. Iniciaram o

primeiro dia, no templo de Philae, dedicado à deusa Ísis,

e para terminar o dia, um passeio pelas falucas. Nos dias

seguintes, puderam visitar templos tão famosos como Abu

Simbel, em Edfu o Templo de Deus Horus (um dos mais belos

e mais bem preservados) datado do ano 237 aC, em Luxor

o dedicado ao Deus do sol Amon Ra e ao templo de Karnak,

a necrópole de Tebas sem esquecer o Vale dos Reis, entre

muitos outros. Uma vez no Cairo, entre todas as riquezas

que a cidade oferece, visitaram a Necrópole de Gizé, onde

estão localizadas as Pirâmides dos faraós da IV dinastia:

Quéops, Kefren e Micerinos e as famosa Esfinge que guarda a

necrópole e representa o Rei Kefren.

FUTURMOTIVE – EXPO AND TALKS ESTÁ DE REGRESSO EM NOVEMBRO

De 16 a 18 de novembro de 2023, em Bolonha, vai realizar-se a Futurmotive – Expo and Talks, o novo certame organizado pela Autopromotec. O evento

vai coincidir com o E-Charge, um acontecimento dedicado à indústria do carregamento de veículos elétricos, infraestruturas e mobilidade elétrica. A nova

sinergia entre o E-Charge e a Futurmotive vem reforçar a oferta de ambos os eventos: a proposta E-Charge, focada no mundo da produção e distribuição

de sistemas de carregamento para veículos elétricos e dedicada a técnicos, instaladores, designers, fornecedores de serviços, administrações públicas,

serviços públicos, investidores e utilizadores finais, integra-se com os setores e com os públicos a que a Futurmotive se dirige. O próximo salão Autopromotec

será assim o local ideal para transmitir informação e apresentar soluções, tecnologias e produtos inovadores relacionados com a nova geração de

materiais e energia e com a interligação homem-máquina para a manutenção informatizada automóvel, para a transição energética sustentável do ponto

de vista económico, ecológico e social.

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REVISÃO DE PEÇAS ELETRÓNICAS

PREÇO ACESSÍVEL E SUSTENTÁVEL

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 31

WWW.RACTRONICOS.PT


Entrevista

PAULO TORRES, DIRETOR-GERAL DA VIEIRA & FREITAS

NUNCA DEMOS UM

PASSO PARA TRÁS

É COM SENTIMENTO DE ORGULHO QUE PAULO TORRES NOS CONTA

A EVOLUÇÃO POSITIVA QUE TEM MARCADO O PERCURSO

DA VIEIRA & FREITAS NA DISTRIBUIÇÃO DE PEÇAS AUTO HÁ MAIS

DE 35 ANOS. RECENTEMENTE, A EMPRESA DE BRAGA MUDOU-SE

PARA NOVAS INSTALAÇÕES, NO PARQUE INDUSTRIAL DE CELEIRÓS,

COM 5.000 M 2 DE CAPACIDADE DE STOCK, PARA MAIS DE 50 MIL

REFERÊNCIAS, MUITAS DELAS DE EQUIPAMENTO ORIGINAL

Especialista em peças elétricas e eletrónicas –

também conhecidas como «Special Parts»

ou Peças Difíceis – a Vieira & Freitas está em

pleno processo de transição para um novo espaço

que lhe vem trazer ainda mais eficiência e rapidez ao

negócio. As novas instalações situam-se no Parque

Industrial de Celeirós, em Braga, numa localização

mais próxima das saídas da cidade, o que permite

que os transportadores cheguem um pouco mais

tarde, oferecendo mais tempo à empresa para

preparar as encomendas do dia a dia.

O espaço com 5 mil metros quadrados de área albergará

mais de 50 mil referências em stock e passará

a contar com um sistema informático de gestão

de armazém completamente novo, que localiza

os produtos por estantes, através de códigos de

barras, para que as encomendas sejam executadas

no próprio dia em que entram. Trata-se de um investimento

superior a dois milhões de euros, todo

feito com capitais próprios. Para já, como nos con-

ta o diretor-geral, Paulo Torres, o processo “ainda

está a ser afinado” e apesar de, temporariamente,

estarem a operar em dois armazéns, os clientes

têm compreendido que esta fase de adaptação trará

à empresa uma nova dinâmica.

«Special PARTS»

Com o número de referências a aumentar, quisemos

saber se também está nos planos da Vieira &

Freitas alargar as gamas de produtos que comercializa.

Paulo Torres é perentório na resposta: “Já

temos muitas peças relacionadas com a mecânica,

que vieram atrás da eletrónica, da gestão de motor…

temos ar condicionado, turbocompressores…

mas não temos – nem iremos ter num curto espaço

de tempo – calços de travão, nem discos de

embraiagem ou outras peças de mecânica”. Esse

mercado, considera, “tem belíssimos players, que

são muito fortes, e nós gostamos de estar como

complementares, somos fornecedores de peças

ALÉM DA PRESTAÇÃO FINANCEIRA,

PAULO TORRES DESTACA AS DISTINÇÕES

DA VIEIRA & FREITAS COMO PME EXCELÊNCIA, UM

PRÉMIO QUE, EM TREZE EDIÇÕES,

FOI CONQUISTADO ONZE VEZES

32 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


PAULO TORRES

ESPECIALISTA EM PEÇAS ELÉTRICAS E ELETRÓNICAS, tamBÉM

CONHECIDAS COMO «SPECIAL PARTS», A VIEIRA & FREITAS ESTÁ

EM PLENO PROCESSO DE TRANSIÇÃO PARA UM NOVO ESPAÇO

especializadas e vamos manter-nos

nessa nossa linha que é termos as

peças difíceis. Custa muito dinheiro

tê-las em stock, não têm muita rotação,

mas temos que as ter!”, declara.

A marca própria foi um projeto que

lançaram, “há muito tempo” nas peças

de motor de arranque, conta, mas

neste momento não está ativa, pois a

seu ver, “o mercado português é pequeno,

não justifica fazer coisas em

grande número e para ter marca própria

é preciso ter volume”. Mantêm,

por isso, a parceria há mais de 40

anos com a Meat & Doria, assim como

com a HC-CARGO, “duas marcas de

referência”, que são os principais fornecedores

da Vieira & Freitas. Porém,

devido às falhas de peças recorrentes

no mercado nos últimos anos, a empresa

tem optado por trabalhar com

“muitos fornecedores distintos e vários

para a mesma peça”, de forma a

garantir o stock. Uma das novidades

no portefólio da Vieira & Freitas é a

gama de cabos de carga para veículos

elétricos, que o diretor-geral classifica

como “um primeiro passinho para

ver o que irá ser este mercado”, que,

diz, está convencido de que não será o

futuro da mobilidade e, neste ponto,

ainda “não é um negócio importante”.

Sempre a crescer

Para muitos, o auge da pandemia foi

difícil de gerir e provocou mesmo

alguns «trambolhões» nos resultados

anuais. No entanto, na Vieira &

Freitas, Paulo Torres congratula-se de

ter passado praticamente incólume à

crise, afirmando que “nunca demos

um passo para trás. Tem sido sempre

a andar para a frente, temos crescido

todos os anos. Não caímos em 2020,

nem em 2021. Subimos 4% em 2020,

voltámos a subir 18% em 2021 e agora

mais 10%, pois procurámos não

dar passos maior que a perna”, revela,

apontando um volume de faturação

em 2022 próximo dos 14 milhões de

euros.

A equipa também aumentou, tendo

atualmente mais de 40 colaboradores.

Além da prestação financeira,

Paulo Torres também destaca as distinções

da Vieira & Freitas como PME

Excelência, um prémio que, em treze

edições, foi conquistado onze vezes:

“à primeira não concorremos, porque

nem sequer sabíamos da sua existência,

só falhámos um ano porque ultrapassámos

o limite, tínhamos uma

situação patrimonial elevada. Creio

que em todos os setores não deve haver

muitas empresas com esses onze

prémios”, diz, notoriamente satisfeito.

Devoluções e logística

A renovação que ocorre nas instalações

físicas, acontece simultaneamente

na «casa digital» da Vieira &

Freitas, que neste momento dispõe

de duas plataformas B2B, uma antiga

e outra nova. “A antiga é muito

fácil de trabalhar para quem saiba

as referências que quer, não tem

catálogos associados, basta meter a

referência para fazer a encomenda.

A nova já tem TecDoc”, afirma Paulo

Torres, que é da opinião que “estas

plataformas com TecDoc têm sido

muito facilitadoras do nosso ramo,

mas também algo complicadoras,

porque metade das devoluções que

temos são originadas por erros de

equivalências, por cruzamentos no

catálogo e nas plataformas mal feitos

pelos clientes”, aponta.

O responsável nota que há cada vez

menos técnicos de call center e isso

dificulta a correta identificação das

peças, levando a um “aumento colossal

nas devoluções de artigos e àquilo

que alguns colegas chamam de «logística

inversa»”.

Na Vieira & Freitas, diz, “temos bons

técnicos, com muitos anos de prática”.

Mas nem isso impede que aconteçam

erros, devido aos intermináveis cruzamentos

de referências na plataforma:

“Se colocar uma referência original, a

plataforma dá-lhe dez referências, de

dez marcas diferentes. Se clicar numa

delas, o sistema torna a converter

noutras referências e determinada

altura aparece uma peça que não é

indicada. Onde também há erros colossais

é na identificação por matrícula…

isso eventualmente funciona em

travões, em discos de embraiagem,

34 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


mas nas peças elétricas e eletrónicas

é muito complicado”, refere.

A logística da empresa é feita essencialmente

com transportadores afetos

ao ramo, que recolhem encomendas

ao fim do dia e ao fim da manhã,

sendo cada encomenda enviada pelo

transportador que o cliente escolhe.

O custo da logística é tido em conta

pela Vieira & Freitas, pois “é um peso

grande e com a subida do preço dos

combustíveis, obviamente que se tem

de refletir no preço da peça”, afirma

Paulo Torres.

ção de vender diretamente a algumas

oficinas o material elétrico, que por

norma não estava em stock no retalhista,

“são clientes históricos e que

continuam a existir, pois não temos

em todo o país grandes retalhistas

que sejam grandes clientes da Vieira

& Freitas. Temos muitos sítios onde

o retalhista só compra meia dúzia

de coisas e não faria sentido a nossa

empresa não vender às grandes oficinas

da zona, senão deixaria de estar

representado naquela zona”, argumenta

defendendo que “a Vieira &

lha de peças que havia há um ano,

as marcas continuam a ter uma lista

de pendentes grande. Para trás ficaram

as iniciativas de formações para

clientes, muito por falta de adesão

dos parceiros.

Numa altura em que se assiste ao fenómeno

da concentração do negócio

no setor, o diretor-geral da Vieira &

Freitas considera que “embora possa

haver fusão de energias e de sistemas,

penso que as empresas se vão

manter com a mesma identidade,

com as mesmas equipas. Acho que é

do têm de atingir objetivos de finais

de ano. Vendem peças quase ao preço

de custo, mas isso sempre existiu. A

verdade é que os comerciantes estão

cá para ganhar dinheiro. Ou ganham

e estão no mercado, ou não ganham

e morrem, ou… não ganham e têm

outras fontes de rendimento”, atira.

Aproxima-se a expoMECÂNICA

e, uma vez mais, a empresa não irá

faltar, pois trata-se de “um evento

socialmente importante”. Ainda que

não vão lá com intenção de procurar

novos clientes é o momento ideal para

AS NOVAS INSTALAÇÕES COM 5 MIL METROS QUADRADOS DE ÁREA

ALBERGAM MAIS DE 50 MIL REFERÊNCIAS EM STOCK E CONTAM COM UM

SISTEMA INFORMÁTICO DE GESTÃO DE ARMAZÉM COMPLETAMENTE NOVO

Para o nosso entrevistado, a questão

das entregas foi desencadeada pela

concorrência nos grandes centros

urbanos: “As oficinas começaram a

selecionar os seus fornecedores de

retalho pela velocidade de entrega

da peça e há já quem tenha rotas ou

faça entregas quatro vezes ao dia.

Nós entregamos duas vezes ao dia,

para as zonas que temos, porque de

Leiria para baixo já só entregamos

uma vez por dia”. Com mais de 3.800

fichas de clientes abertas, a Vieira &

Freitas não vende apenas para o retalho,

uma vez que mantém a tradi-

Freitas não é um grande grossista, é

um grande retalhista. 90% das encomendas

que nós executamos são de

uma peça”.

Mercado atual

Sobre a subida do preço das peças,

Paulo Torres comenta que não deteta

“que tenha sido grave. Se calhar

as tabelas subiram mais um bocado

do que nos anos anteriores, mas nós

trabalhamos com o preço de custo

da peça e acrescentamos a nossa

margem”. O que o responsável nota

é que, apesar de já não haver a fa-

um investimento financeiro que não

vai alterar em nada o mercado. Obviamente,

vai criar um player mais

forte, mas não penso que a ideia seja

alterar ou afrontar o mercado. Se calhar

vão passar a ser apetecíveis para

grandes grupos internacionais. Já dá

um bolo que pode interessar a mercados

maiores”, defende.

Para Paulo Torres, a entrada dos distribuidores

espanhóis no mercado

português não é uma novidade e, a

seu ver, “pode criar situações de desequilíbrio

em preços de produtos de

grande rotação, especialmente quan-

“conversar in loco com os parceiros,

é um convívio! Só há dois grandes

eventos para o aftermarket: a expo-

MECÂNICA e a Gala TOP 100 do

Jornal das Oficinas, que acho que é de

manter e apostar, pois são das poucas

oportunidades em que «saímos da

toca».

Estamos todo o dia a trabalhar e a

dada altura nem conhecemos parceiros,

nem estamos com os nossos concorrentes

para trocarmos umas impressões

sobre o mercado. Este ramo

é muito absorvente”, finaliza. l

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 35


Entrevista

ANTÓNIO MATEUS, RESPONSÁVEL TMD FRICTION PORTUGAL

TEMOS ALGUNS HOLOFOTES

APONTADOS AO NOSSO PAÍS

COM UM CRESCIMENTO DE 17,5% VERIFICADO EM 2022, FACE A 2021, A TMD FRICTION PORTUGAL PROCURA

MANTER A SUA PENETRAÇÃO NO NOSSO MERCADO, JOGANDO NA ESTABILIDADE. ANTÓNIO MATEUS, O

RESPONSÁVEL DE VENDAS DA EMPRESA EM PORTUGAL, EXPLICA AS RAZÕES DESTE CRESCIMENTO E

PORQUE ESTÃO ALGUNS HOLOFOTES APONTADOS AO NOSSO PAÍS

A

TMD Friction (fabricante das marcas Textar,

Pagid, Don e Mintext) está a posicionar-se

como um especialista em fricção na

área do atrito, ou seja, pastilhas e discos de travão.

Ao contrário de muitos concorrentes que cobrem

uma vasta gama de componentes de sistemas de

travagem, mas que apenas trabalham com soluções

padrão no setor dos produtos de fricção, a TMD

Friction tem vindo a desenvolver as suas próprias

formulações de fricção para aplicações específicas

há mais de 100 anos. Isto permite-lhe fornecer

pastilhas de travão feitas à medida de acordo com

as especificações do equipamento original e desenvolver

soluções de fricção para o futuro da mobilidade.

Nas suas instalações de I&D criou cerca de

50.000 formulações de fricção só nas últimas três

décadas. O know-how e experiência adquiridos

com o equipamento original também contribuem

para a sua oferta de marca para o pós-venda, co-

brindo todas as exigências dos diferentes mercados

e segmentos de veículos.

Para os distribuidores, trabalhar com a TMD Friction

como especialista em fricção significa encontrar

as soluções certas para todas as necessidades

dos seus clientes de hoje e de amanhã. E para que

os distribuidores tenham uma escolha alargada,

oferece uma carteira de marcas em diferentes categorias

de preços e serviços. Por um lado, com a

marca premium Textar, disponibiliza pastilhas de

travão aftermarket que são perfeitamente adaptadas

aos sistemas de travagem que equipam os diversos

veículos em circulação. Por exemplo, uma

pastilha de travão para um BMW Série 3 deve ter

uma composição diferente da do VW Golf. Por outro

lado, também oferece soluções mais económicas,

como a marca Don, que está disponível tanto

para os segmentos de automóveis de passageiros

como de camiões. Ao fazê-lo, está a ter em conta

o atual crescimento do parque de veículos mais

antigos. “No segmento premium e para veículos

mais novos, oferecemos uma excelente gama de

produtos com a marca Textar. Mas com esta marca,

não faremos uma venda para um veículo antigo,

porque o preço da peça sobressalente não seria

proporcional ao valor do veículo. Respondemos a

isso e lançámos a Don há quatro anos. O produto

é uma alternativa sólida com bom desempenho,

mas custa significativamente menos. Há anos que

operamos com sucesso com a marca no setor dos

camiões e agora também queremos aumentar significativamente

a nossa quota de mercado no segmento

de veículos ligeiros”, afirma António Mateus,

responsável da TMD Friction Portugal.

Além disso, também fornece a marca Mintex, oferecendo

aos clientes um produto que colmata a lacuna

entre o segmento de orçamento e o segmento

premium. A marca Bendix dirige-se a oficinas

MANTER O NÍVEL DE PENETRAÇÃO ATUAL E ESTABILIZAR O MERCADO,

PARA EVENTUALMENTE ACRESCENTAR MAIS UMA OU OUTRA MARCA AO

PORTFÓLIO, SÃO OS OBJETIVOS DE ANTÓNIO MATEUS PARA 2023

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 37


ANTÓNIO MATEUS

A TMD FRICTION PORTUGAL DISPONIBILIZA UM SERVIÇO ABRANGENTE

QUE INCLUI FORMAÇÃO TÉCNICA, SERVIÇO TÉCNICO ao CLIENTE,

materiais DE MARKETING E PROMOÇÃO

conscientes da qualidade que se concentram

em veículos de média e alta

classe. Tudo isto está disponível para

os distribuidores a partir de uma

única fonte, com todas as marcas

TMD Friction a beneficiar das parcerias

com fabricantes de veículos,

para os quais desenvolve as soluções

de fricção adequadas de acordo com

requisitos específicos dos novos modelos

de veículos.

Bendix regressa em força

Em 2021 a TMD Friction iniciou a

comercialização da marca Bendix em

Portugal, com António Mateus aos

comandos da operação. Dois anos

decorridos, o resultado não podia ser

melhor, conforme começa por referir

este responsável. “O balanço da presença

da Bendix no nosso mercado é

muito positivo, ainda que, de entre

os quatro distribuidores selecionados,

haja visivelmente velocidades

diferentes. No entanto, a análise e

solução desta questão será vista mais

tarde. Para já, o que nos interessa é

que o segundo nível da distribuição

(distribuidores locais e regionais)

está a apostar muito e bem na marca.”

Com uma distribuição sólida e verticalizada,

a Bendix vai continuar a

fazer o seu percurso no mercado português,

disponibilizando uma gama

com um total de 2.500 referências,

que inclui pastilhas, discos, maxilas,

tambores, indicadores de desgaste e

kits. O objetivo é voltar a posicionar-

-se como uma marca líder em fricção

na área do atrito, como aconteceu

nos anos 2006 / 2007.

Relativamente às restantes marcas

comercializadas pela TMD Friction

em Portugal, António Mateus revela

que “o desempenho da Textar tem

sido muito bom. A Pagid - que tem

uma parceria para a distribuição com

a Hella - bastante razoável e a Mintex

estável. Quanto à Don, funciona

razoavelmente em pesados, mas em

ligeiros há que fazer um relançamento,

uma vez que o lançamento feito

em 2018/19 foi interrompido pela

pandemia. Cada marca e setor de

atividade (ligeiros ou pesados) têm

os seus distribuidores perfeitamente

identificados, não havendo, por isso,

uma grande canibalização da distribuição.”

Apoio à distribuição

A TMD Friction Portugal sempre

investiu em ações de marketing para

os distribuidores e voltará a fazê-lo,

seja em lazer puro, seja em visitas a

fábricas, seja num simples convívio.

Mas sempre com o objetivo de alicerçar

as relações humanas com os seus

clientes. Merchandising, essencialmente

no ponto de venda, e campanhas

realizadas em conjunto com os

distribuidores, serão incrementadas

durante o ano, assim como as ações

de formação. “Desde que um distribuidor

identifica uma necessidade de

formação, terá ao seu dispor a possibilidade

de fazer as ações que julgue

necessárias. E poderemos ainda fazer

o “follow-on” junto das oficinas. Estamos

bem preparados nesta área”,

sublinha António Mateus.

As encomendas das várias marcas

vêm todas do armazém central da

Alemanha, localizado entre Leverkusen

e Essen, e o tempo médio da entrega

dos pedidos é de uma semana

e meia a duas semanas, no máximo.

Já todo mercado está habituado e

o abastecimento decorre com toda

a regularidade. Para incrementar a

notoriedade das marcas no mercado,

António Mateus irá comunicar

de um modo tripartido. “Enquanto

a Textar está em velocidade de cruzeiro,

a Bendix está numa fase de arranque

forte. Ambas vão necessitar

de um apoio ao nível do distribuidor

e de suporte comunicacional nos

meios tradicionais. As marcas Mintex

e Don deverão ter suporte técnico

e visibilidade do ponto de venda,

estando previsto algumas ações promocionais

utilizando internet e redes

sociais”, deu conta o responsável.

Manter o nível de penetração atual

e estabilizar o mercado, para eventualmente

acrescentar mais uma ou

outra marca ao portfólio, são os objetivos

de António Mateus para 2023.

Quanto a investimentos, Bendix e

Textar terão um apoio de marketing

em consonância com aquilo que a

TMD Friction pretende para o futuro.

Relativamente à marca Bendix,

cuja distribuição está essencialmente

focada na verticalização, tem por objetivo

chegar a 25 – 30 % da Textar.

“É forte e agressivo, mas parece-nos

alcançável, uma vez que o nome da

marca e a estratégia escolhida o irão

permitir, caso não haja nenhuma

perturbação na distribuição”, afirma

António Mateus.

Questionado sobre os desafios que

se colocam à TMD Friction Portugal

nos próximos anos, afirma:

“Parece-me que já ficou claro que a

questão principal se prende com a

distribuição. Não só devido ao nível

de concentração que estamos a assistir,

como (pela primeira vez ao longo

de alguns anos) pelo vislumbrar de

alguma agonia por parte da distribuição

menos preparada. Não é sem

reparo que eu noto, como nunca, que

existe uma tentativa de parte da distribuição

fazer investimentos muito

à custa do fornecedor. Aquilo a que

chamamos de “gente a mais no setor”

é uma realidade e, brevemente,

teremos menos “players”, mas seguramente

mais fortes e preparados”,

conclui. l

38 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


ASSOCIAÇÃO

NACIONAL

DO RAMO

AUTOMÓVEL

ASSOCIAÇÃO

NACIONAL

DO RAMO

AUTOMÓVEL

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Ibérica

Radio

Vigo


Entrevista

RICHARD IZQUIERDO

DIRETOR DE MARKETING DA LIZARTE

O QUE NOS

DIFERENCIA

É O NOSSO

MODELO

DE NEGÓCIO


FUNDADA EM 1973, A LIZARTE COMEMORA ESTE ANO O 50º ANIVERSÁRIO E É UMA REFERÊNCIA

NA REMANUFATURA DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO PARA O AFTERMARKET AUTOMÓVEL.

PARA SABERMOS MAIS SOBRE A HISTÓRIA DESTA EMPRESA DE NAVARRA, ESTIVEMOS À CONVERSA

COM O DIRETOR DE MARKETING RICHARD IZQUIERDO, QUE NOS EXPLICOU A FORMA COMO OPERA

EM TODOS OS MERCADOS ONDE MARCA PRESENÇA

Lizarte é uma empresa com história. Comemora

este ano meio século de vida e os responsáveis

estão orgulhosos do percurso traçado ao longos

destas cinco décadas. Trata-se um fabricante

de peças remanufaturadas para o setor do pós-

-venda automóvel e oferece um catálogo muito

amplo, que inclui direções, bombas de direção,

compressores de ar condicionado e sistemas de

injeção diesel (injetores e bombas de injeção).

A Lizarte tem sede em Navarra, no noroeste de

Espanha, e uma força de trabalho de 90 pessoas.

Conta ainda com uma delegação comercial

em Barcelona e vários acordos com armazéns

reguladores nos mercados estratégicos, Ibéria

(Espanha e Portugal), França e Alemanha. Tem

como missão contribuir para a mobilidade sus-

NESTES 50 ANOS, A LIZARTE PASSOU DA RECONSTRUÇÃO DE LOTES DE

DIREÇÕES MECÂNICAS ADQUIRIDAS EM LEILÕES PARA TONAR-SE NUMA

REFERÊNCIA EUROPEIA NA REMANUFATURA DE SISTEMAS DE DIREÇÃO

tentável com produtos remanufaturados de alta

qualidade e um serviço que se pretende destacar,

levado a cabo por uma equipa comprometida, inovadora

e com vocação de excelência.

O aumento dos preços das matérias-primas e

dos transportes está na ordem do dia, pelo que

se impunha questionar o nosso entrevistado pelo

impacto que este fenómeno está a ter na atividade

da Lizarte. Richard Izquierdo confirma que

teve influência, pois “é óbvio que todos os custos

e despesas subiram nos últimos tempos e acabaram

por afetar sobremaneira o preço final dos

produtos que remanufaturamos. 2022 foi um ano

muito complicado e na tentativa de mantermos as

nossas margens operacionais e sobretudo o nosso

nível de serviço, tivemos de repercutir uma parte

desses aumentos no mercado. Apesar de tudo, entendemos

que a qualidade dos nossos produtos e

serviço permitiram manter a confiança dos nossos

clientes, o que acaba por ser um motivo de orgulho

para nós”, analisa.

Sobre a empresa, Izquierdo refere que “o que nos

diferencia fundamentalmente é o nosso modelo de

negócio, pois somos uma empresa que se dedica

à remanufatura, ou seja, mediante um meticuloso

processo de engenharia inversa, devolvemos ao

mercado um produto que já tinha chegado ao fim

da sua vida útil, preparando-o para uma segunda

vida e com o nível de qualidade do produto original

ou até superior”. Os controlos de qualidade

da empresa são avaliados por vários sistemas de

gestão, como a ISO 9001 (focado sobretudo na satisfação

do cliente) ou a ITAF 16949 (certificado

específico do setor automotive que aborda a melhoria

contínua, a prevenção de defeitos, a redução

de desvios e de resíduos da cadeia de fornecimento).

“Para cumprir estes estritos objetivos de

qualidade, dispomos de distintos bancos de diagnóstico

que nos permitem verificar que os nossos

produtos cumprem com as especificações técnicas

do produto original”, diz o diretor de marketing,

explicando que atualmente, o núcleo do negócio da

Lizarte “são os sistemas de direção (cremalheiras

de direção e bombas de assistência). Dispomos de

um dos mais extensos catálogos da Europa nesta

categoria de produtos, com uma taxa de serviço

que ronda os 94%. O nosso catálogo é completado

posteriormente com sistemas de injeção diesel reconstruídos

(injetores, injetores/bomba, bombas

VP e common-rail) e ainda compressores de ar

condicionado”, conta.

Em constante inovação e a testar novas soluções,

a Lizarte lançou recentemente no mercado um

produto que tem como premissa ajudar os mecânicos

a instalar as peças da marca, “estamos na

fase inicial (para já só em Espanha) de um serviço

técnico remoto para a instalação segura dos nossos

produtos mecatrónicos (desenvolvidos sob a marca

Lizarte ON!). Com este serviço remoto, a oficina é

assessorada desde o início da reparação, evitando,

de uma forma proativa, qualquer dúvida que surja

na instalação das nossas peças”, explica Izquierdo.

A marca Lizarte ON! já é uma «benchmark» da

empresa, uma vez que assume grande importância

no volume de vendas global. “Atualmente

dispomos de 300 referências no catálogo da marca

Lizarte ON! (EPS e EHPS), que cobrem mais de

4.600 modelos de veículos dos principais mercawww.jornaldasoficinas.com

Fevereiro I 2023 41


RICHARD IZQUIERDO

A LIZARTE ORGULHA-SE DE trabalHAR COM OS MELHORES

DISTRIBUIDORES DE PEÇAS NOS PRINCIPAIS MERCADOS EUROPEUS,

SENDO UMA MARCA RECONHECIDA PELO SEU COMPROMISSO COM

A SUSTENTABILIDADE

dos europeus e a taxa de crescimento

ronda os 20% a cada ano. Este crescimento

exponencial permite que a

nossa gama de produtos mecatrónicos

(Lizarte ON!) represente 25% do

total de vendas da empresa e continuamos

a crescer”, garante o nosso

interlocutor.

Preocupações ambientais

e veículos modernos

As preocupações ambientais não escapam

à Lizarte e o departamento de

Qualidade da empresa lidera e dá várias

sugestões para a redução de resíduos

ou utilização de materiais sustentáveis.

“Destaco neste particular

a reutilização daqueles componentes

que são descartados durante o nosso

processo de remanufatura (elementos

em plástico, tampas). Temos

acordos com vários fornecedores,

empresas gestoras de resíduos, que

nos ajudam a livrar-nos destes materiais,

e dispomos mesmo, nas nossas

instalações, de uma compactadora

de cartão que permite a cada ano dar

uma segunda vida às toneladas de

cartão que utilizamos diariamente”,

revela, considerando que “podemos

concluir que o nosso compromisso

com o conceito de economia circular

a partir da reutilização de materiais

vai mais além da remanufatura dos

nossos produtos”.

Tendo produtos de elevada qualidade

com referências para milhares de

veículos, questionamos que desafios

enfrentam os produtos reconstruídos

quando são utilizados em veículos

mais modernos, com Richard

Izquierdo a ser perentório: “o maior

desafio técnico que enfrentamos

como empresa reconstrutora é assegurar

a correta comunicação dos

elementos do veículo com o sistema

de direção. As nossas cremalheiras

de direção e as bombas de assistência

elétrica são um elemento crítico

na segurança do veículo, por isso o

conhecimento que devemos ter desse

tipo de produtos tem de ser de nível

máximo, mais ainda, tendo em conta

que não somos os fabricantes do

produto original. Assim, o nosso desafio

é gigante e requer conhecimento

permanente da tecnologia, mas os

números e o sucesso nos mercados

onde trabalhamos são a nossa melhor

montra”.

42 Setembro I 2022 www.jornaldasoficinas.com


Já no que diz respeito à internet e

às redes sociais, aproveitamos para

falar sobre a estratégia de comunicação

da empresa com os seus clientes.

Richard Izquierdo descreve a Lizarte

como “uma empresa que sempre

apostou e continua a apostar na

comunicação, tanto a nível interno

como externo. A nossa estratégia

de comunicação é omnicanal e inclui

tanto suportes físicos (revistas,

feiras, catálogos...), como digitais

(páginas web, redes sociais próprias

e setoriais). O setor do pós-venda

automóvel é muito recetivo e comunicativo,

pelo que a comunicação é

um elemento chave para poder diferenciá-lo.

E nós, na Lizarte, sabemos

isso muito bem, por isso apostamos

numa estratégia de comunicação

permanente com os nossos mercados”,

refere.

A importância

de estar presente

Como empresa referência no mercado

onde exerce, é fundamental estar

presente em feiras internacionais e,

em específico, na Automechanika de

Frankfurt, onde nos encontrámos na

última edição: “Já havia falado convosco

sobre isto lá e reafirmo, a última

edição da Automechanika deu

prioridade à qualidade dos contactos

em detrimento da quantidade dos

mesmos. Termos preparado previamente

a feira, fazendo reuniões com

tempo, levou-nos a concluir que a

presença foi proveitosa para a Lizarte.

Por isso considero fundamental

estar lá, tanto nas feiras internacionais

como nas locais, mas escolhendo

muito bem onde se vai marcar

presença, definindo o objetivo de

cada feira e o retorno do investimento

(medindo, sempre que possível,

o ratio de conversão em vendas face

às novas oportunidades de negócio

que surgem sempre nestes eventos).

Importantes também são os eventos

de associativismo, tendência sempre

presente na estratégia da Lizarte.

Fazemos parte de várias associações

locais, nacionais e internacionais,

dentro e fora do setor do após-venda.

Recentemente assistimos à jornada

sobre liderança organizada pela en-

REDaRSE, uma associação composta

por várias empresas locais (de Navarra),

entre elas a Lizarte, que têm

como ponto em comum o facto de

serem empresas comprometidas do

ponto de vista ambiental, social ou

de gestão transparente. Queremos

aprender boas práticas de outras empresas

e ensinar as nossas”, remata.

Chegar à mó de cima não é fácil, mas

mais difícil ainda é continuar a crescer

e Izquierdo não tem dúvidas de que é

preciso “capacidade para desenvolver

novas referências de elevada procura,

crescimento no desenvolvimento e

venda de produtos mecatrónicos,

atendimento diferenciado em termos

de disponibilidade de produto e taxa

de serviço de entrega”. Para encarar

o futuro de uma forma risonha,

conta-nos, “o principal desafio é

a adaptação do nosso portefólio

de produto às novas tipologias de

veículos que vão chegando ao parque

automóvel circulante, veículos

elétricos, fuel cell a hidrogénio, novos

protocolos de comunicação e

a ampliação permanente do nosso

conhecimento sobre estes produtos

para poder assessorar de forma integral,

tanto os nossos clientes como os

distribuidores ou as oficinas, facilitando-lhes

a venda e a instalação dos

nossos produtos”, afirma.

Para 2023, e apesar do período de

incerteza que se vive a nível global,

a Lizarte vai continuar a apostar

numa estratégia de crescimento com

os clientes (atuais e novos) e no desenvolvimento

contínuo de novas referências

que sejam procuradas pelos

mercados onde tem maior presença.

“Queremos consolidar o nosso serviço

remoto para ajudar as oficinas de

uma forma proativa com a instalação

dos nossos produtos mecatrónicos,

produtos esses que serão um dos pilares

da empresa em 2023 e nos anos

vindouros”, conclui. l

A LIZARTE E O MERCADO PORTUGUÊS

A Lizarte está presente no mercado português

desde 2016 e desde aí o volume de negócio

subiu quase 300%, apoiando-se numa

estratégia comercial e de marketing bem

definida que permitiu fechar acordos com

distribuidores de primeiro nível. “O nosso

núcleo de negócio em Portugal centra-se na

comercialização dos sistemas de direção, até

porque é um segmento de produto que goza de

grande prestígio em Espanha, e consideramos,

tal como aconteceu, que nos abriu as portas

dos principais clientes de uma forma muito

ágil”, refere Richard Izquierdo.

Em Portugal, a empresa trabalha com uma

dezena de distribuidores e todos estão a

conseguir desempenhos de alto nível: “De

qualquer forma, entendo que o seu desempenho

vai sempre depender diretamente do apoio

que nós podemos oferecer como fornecedores.

Em Portugal oferecemos os nossos produtos

a distribuidores que trabalham, não só com

os nossos, mas com outros. Para nós é muito

importante que os nossos clientes tenham, em

primeiro lugar, uma presença de destaque na

sua zona de influência. Segundo, que mostrem

proatividade em nos pedir tudo aquilo que os

seus clientes lhes pedem a eles o que é algo que

valorizamos de forma muito positiva, porque

encaixa na filosofia da nossa empresa”, explica,

garantindo que é política da casa não deixar

“ninguém para trás. Quando chegamos a acordo

com um novo distribuidor, oferecemos-lhe toda

a ajuda necessária para começar a vender os

nossos produtos aos seus clientes. Este processo

inclui uma formação inicial genérica sobre os

produtos, assim como uma formação sobre

gestão. Também ajudamos no marketing e

comunicação a fim de potenciar ao máximo a

presença dos produtos Lizarte junto dos seus

clientes”.

Para Richard Izquierdo, a vantagem

fundamental em utilizar componentes Lizarte

é resumida numa só frase: “damos apoio

permanente ao nosso cliente distribuidor

em todo o processo de venda dos produtos, e

como consequência disso, a oficina tem apoio

permanente tanto do seu fornecedor habitual

como do fabricante, que no caso somos nós”. O

mesmo responsável assegura que a Lizarte já é

uma marca conhecida no mercado português,

mas o seu grande objetivo é que se torne

também numa marca reconhecida: “Queremos

continuar a crescer não só com os nossos

clientes atuais, mas também com novos, e para

tal devemos ir aumentando progressivamente

a presença em todos os canais existentes,

meios de comunicação, feiras e por aí fora”.

A terminar, Izquierdo falou ainda sobre o

que está a condicionar de forma positiva e

negativa o mercado das peças reconstruídas

em Portugal: “Existe um fator que pode estar

a promover uma utilização crescente de peças

reconstruídas: ter uma peça com uma relação

qualidade/preço inferior a uma peça original

permite poupanças na reparação, e isto num

ambiente económico como o atual, pesa muito.

Da mesma forma, o parque de veículos na

Europa está a envelhecer, e isso pesa bastante

quando se pensa numa reparação que envolve

uma despesa mais elevada. Desta forma, o

produto reconstruído acaba por ter aqui a sua

grande oportunidade. Para terminar, gostaria

de pensar que o conhecimento por parte

dos distribuidores, oficinas e cliente final, do

impacto ambiental positivo que o «consumo»

de produtos reconstruídos supõe, pode marcar

a diferença na opção de compra num futuro a

curto prazo”.

O PERCURSO DE 50 ANOS DE HISTÓRIA PERMITIU À LIZARTE

CONQUISTAR UMA Forte PRESENÇA NO MERCADO IBÉRICO E HOJE

O GRANDE OBJETIVO É SER RECONHECIDA COMO FABRICANTE

DE QUALIDADE DE topo EM PEÇAS REMANUFATURADAS

www.jornaldasoficinas.com Setembro I 22 43


Entrevista

HAKIMA HASNAOUI, DIRETORA EXPORTAÇÃO EUROL

QUEREMOS SER UM

FORNECEDOR ÚNICO

PARA OS NOSSOS

DISTRIBUIDORES

A EMPRESA NEERLANDESA DE LUBRIFICANTES EUROL ESTÁ EM PORTUGAL DESDE 2009, ONDE TEM

REGISTADO CRESCIMENTOS QUE CHAMAM A ATENÇÃO DO MERCADO. COM VÁRIAS NOVIDADES EM CARTEIRA,

O JORNAL DAS OFICINAS QUESTIONOU A DIRETORA COMERCIAL DE EXPORTAÇÕES DA MARCA PARA A

EUROPA, HAKIMA HASNAOUI, QUE NOS EXPLICOU O QUE A EUROL PRETENDE FAZER, INVESTIR, LANÇAR E

PROMOVER NOS ANOS VINDOUROS

Eurol é, atualmente, o maior fabricante independente

de lubrificantes dos Países Baixos, mas até

atingir este estatuto foram necessários mais de 40

anos de histórias e peripécias. Hakima Hasnaoui

explica que a empresa familiar arrancou em 1977,

quando Johan Pfeiffer criou a empresa e a marca

Eurol na localidade neerlandesa de Nijverdal. Na

primeira fase da sua história, a Eurol vendia apenas

lubrificantes para motos, no entanto, graças a

uma engenhosa campanha de marketing e de vários

sucessos alcançados no motociclismo, a marca

foi crescendo rapidamente no seu mercado natal.

Nos anos 80, o leque de produtos foi-se alargando e

passou a incluir outros segmentos, como o automóvel,

a indústria, os pesados e a agricultura. Na década

de 90, a empresa começou, então, a produzir os

seus próprios produtos. Graças a isso e a instalações

de I&D exclusivas, a Eurol podia, assim, garantir

uma melhor e mais constante qualidade de tudo o

que vendia. Atualmente, tem a sede e opera em Nijverdal

e Almelo, a duas horas do maior porto da Europa,

Roterdão. Em maio de 2022, abriu o primeiro

escritório fora dos Países Baixos, na África do Sul. O

objetivo é expandir a presença nos países da África

Austral e responder de forma rápida às exigências

locais, mas a Europa continua a ser o mercado mãe

da Eurol, e Portugal um país de elevada importância

para a empresa. O Jornal das Oficinas sentou-se

à mesa com Hakima Hasnaoui, que nos falou um

pouco do presente da empresa, sem nunca esquecer

o passado, mas apontando sempre ao futuro.

Crescimento em TODOS os sentidos

Recentemente inaugurou uma nova sede nos Países

Baixos e foi precisamente por este tópico que

começámos a conversa. “Abrimos o novo armazém

logístico, o Eurol XL, em Almelo em maio. Trata-se

de um armazém totalmente automatizado

que apelidámos de «dark warehouse» e que tem

capacidade para 15 mil paletes. O edifício está

localizado ao lado do terminal de contentores e

está dotado de um excelente acesso ribeirinho e

rodoviário”, conta Hakima Hasnaoui.

Recentemente, a marca mudou a imagem corpo-

44 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


LANÇAMOS O CONCEITO EUROL SERVICE POINT PARA AJUDARMOS AS

OFICINAS A RETIRAREM MAIORES PROVEITOS DOS SEUS LUBRIFICANTES.

O GRANDE OBJETIVO PARA PORTUGAL É OFERECER AOS NOSSOS

DISTRIBUIDORES A MESMA FORMAÇÃO TÉCNICA INTENSIVA QUE

REALIZAMOS NOS PAÍSES BAIXOS, DIZ HAKIMA HASNAOUI


HAKIMA HASNAOUI

RECENTEMENTE INAUGUROU UMA NOVA SEDE NOS PAÍSES BAIXOS.

TRATA-SE DE UM ARMAZÉM totalmeNTE AUTOMATIZADO APELIDADO

DE «DARK WAREHOUSE» E QUE TEM CAPACIDADE PARA 15 MIL PALETES

rativa, pois pretende “desempenhar

um papel de liderança quando se trata

de lubrificantes que contribuem

para melhores performances, uma

menor pegada ecológica e para criar

melhores oportunidades de negócio”.

Quanto a isso, a mesma responsável

garante que a nova imagem “tem

um logótipo mais fresco, que combina

da melhor forma com o ADN

da Eurol. Foi uma alteração subtil

para não perder a sua essência. A

própria legibilidade foi melhorada

e ganhou uma tonalidade de azul

mais escura, que lhe dá mais contraste.

Além disso, o Eurol Wave, as

cores e a tipografia foram adaptadas.

Assim, mantém todos os elementos

reconhecíveis da identidade corporativa

da nossa marca”. No seguimento

do «restyling» do logótipo, a

Eurol também alterou o seu slogan:

“A promessa da marca «Quality is in

our Nature» [a Qualidade está na

nossa Natureza], foi alterada para

«Powering Performance» [Desempenho

Potencializado], o que está

perfeitamente alinhado com as nossas

ambições. O novo slogan passa a

estar ao lado do logótipo e significa,

em poucas palavras, tudo aquilo que

a Eurol representa”, garante.

Uma gama completa

A conversa muda de rumo e segue o

caminho dos aumentos dos preços,

tanto das matérias-primas como do

transporte. Hakima Hasnaoui admite

que “esta situação tem sido um

grande desafio para todas as marcas

de lubrificantes um pouco por todo

o mundo. O que se observa é uma

mudança de comportamento por

parte dos clientes. Por causa do aumento

de preços, o cliente final tende

a atrasar a manutenção do seu automóvel,

e com a Covid-19, estão mais

pessoas a trabalhar em casa, logo

utilizam menos os seus carros. Isto é

o que os nossos parceiros Eurol têm

vindo a observar nos seus mercados

locais, dificultando a sua operação.

Felizmente são parceiros dedicados

e vemos que se esforçam para tentar

impulsionar ainda mais a marca, por

isso estamos satisfeitos”.

A Eurol oferece ao mercado uma

ampla gama de lubrificantes, massas

consistentes, aditivos para combustível

e produtos agentes de limpeza.

“Basicamente, queremos ser

um fornecedor único para os nossos

distribuidores um pouco por todo o

mundo. Assim, oferecemos ao setor

automóvel, todo um leque de produtos

lubrificantes em embalagens mais

pequenas (250ML, 500 ML, 1L, 4L,

5L, 6L e 10L) para o retalho, e depois

grandes embalagens a granel (60L,

210L, IBC 1000L). Para desenvolvimento

e produção da nossa gama

premium, utilizamos apenas óleos

básicos e aditivos de primeira linha.

A nossa fábrica tem certificação ISO

9001, uma norma reconhecida internacionalmente

na gestão da qualidade.

Testamos todos os nossos lubrificantes

de forma minuciosa num

laboratório interno antes de iniciarmos

as vendas para todo o mundo”,

explica a mesma responsável.

“No que diz respeito a novidades,

lançamos a Eurol Speciality Racing

Line [Linha Especializada de Competição],

que se destina apenas ao

desporto motorizado. Esta gama está

perfeitamente alinhada com as ambições

de diferentes eventos motorizados,

como o Rali Dakar, por exemplo,

de forma a tornarem-se ainda

mais verdes”, continua Hakima Hasnaoui,

que não perde tempo para nos

falar da nova geração de lubrificantes

(Low SAPS) para o setor automóvel.

“A Eurol disponibiliza também um

leque muito vasto de produtos Low

SAPS, com baixos teores de cinzas

[significa que o óleo tem na sua

composição baixas concentrações de

enxofre e fósforo], a mais recente

tendência para sistemas de pós-tratamento

de gases de escape, como

catalisadores e filtros de partículas.

Estes produtos têm ainda melhor

impacto ambiental”, refere.

Na verdade, uma boa parte dos produtos

da marca neerlandesa ajudam a

reduzir a pegada ecológica: “A última

geração de óleos de motor de baixas

emissões, por exemplo, foi desenvolvida

com o foco na economia de

combustível, para intervalos de manu-

46 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


em todas as oficinas. A Bag in Box é

totalmente sustentável, uma vez que

contém 89% menos de plástico em

comparação com uma embalagem

normal. Além disso, o volume de resíduos

é reduzido em mais de 90%.

Após a utilização, o papelão da embalagem

e o saco de plástico no interior,

podem ser reciclados separadamente.

Em países onde as medidas ambientais

são mais apertadas, percebemos

que esta Bag in Box é um sucesso. Os

A EUROL

EM PORTUGAL

A Eurol chegou a Portugal em 2009,

mercado onde trabalha “principalmente

com distribuidores de peças de reposição

automóvel que cobrem todo o país. Ao

longo dos últimos anos assistimos a um

crescimento da distribuição da Eurol no

mercado português, todavia acreditamos

que é possível crescer ainda mais, não só

A EUROL OFERECE AO MERCADO UMA AMPLA GAMA DE LUBRIFICANTES,

ADITIVOS E MASSAS. BASICAMENTE, QUER SER UM FORNECEDOR ÚNICO

PARA OS SEUS DISTRIBUIDORES UM POUCO POR toDO O MUNDO

tenção mais prolongados e dispõe de

propriedades de lubrificação de longa

duração. Tudo isto minimiza o desgaste

e o envelhecimento, ao mesmo tempo

que prolonga a vida do motor. Os

nossos produtos Eurol Speciality, são

isentos de microplásticos e de parafinas

de cloro, são seguros e ambientalmente

amigáveis. Mas há mais, temos

uma gama de óleos de motor específica

para veículos clássicos que se chama

Eurol Supreme Classic. Trata-se de um

óleo fortificado com zinco ou o chamado

ZDDP. Este composto de fósforo-

-zinco fornece proteção adicional a estes

motores mais antigos. Os veículos

clássicos são um segmento pequeno,

mas muito importante para os entusiastas

destes veículos, ao mesmo tempo

que complementa a restante gama

de produtos da Eurol Lubricants.

Para promover e para dar a conhecer

os seus lubrificantes, Hakima Hasnaoui

explica que a marca tem uma

estratégia simples: “Como queremos

estar numa posição de liderança na

indústria automóvel mundial, é preciso

marcar presença em determinados

eventos, assim estivemos na

Automechanika em Frankfurt e Dubai,

fomos ao Rali Dakar como patrocinadora

da Toyota Gazoo Racing

Team, tudo isto ajuda a criar a notoriedade

global da marca, mas não só.

Utilizamos estas provas desportivas

para testar e desenvolver novos produtos,

como aconteceu com a tecnologia

SYNGIS e agora com a Eurol

Speciality Racing, que foi desenvolvida

com a ajuda das principais equipas

do desporto motorizado, para se

poderem criar propriedades lubrificantes

inovadoras, que acabam por

ser introduzidas, posteriormente,

nos nossos produtos do dia-a-dia”.

Eurol Service Point

Sendo uma empresa de grande dimensão,

já tem o seu próprio conceito

oficinal, o Eurol Service Point,

baseado no apoio dos lubrificantes.

O nível de serviço de cada Eurol Service

Point depende de país para país,

“mas basicamente fornecemos visibilidade,

partilha de conhecimento,

apoio de marketing e aconselhamento

sobre os produtos. É também uma

boa ajuda para oficinas de maiores

dimensões”, diz. “Este conceito oficinal

pode ser complementado pela

aplicação Oil Advisor que ajuda a

procurar lubrificantes e acaba por

ser uma ferramenta de conveniência

para os mecânicos obterem, 24 horas

por dia, sete dias por semana, um

conselho rápido no local de trabalho.

Para já, fornecemos apenas conselhos

sobre óleos, mas no futuro adicionaremos

mais funcionalidades”,

remata.

Como empresa inovadora, lançou

em julho de 2020 o «famoso» Bag

in Box, embalagem com 20 litros de

capacidade. “Com este conceito, a

marca oferece facilidade de utilização,

sustentabilidade e profissionalismo

clientes apreciam este conceito inovador”,

explica a responsável.

Com o crescimento do mercado de

carros elétricos, prevê-se uma diminuição

do consumo de lubrificantes.

Mas a Eurol está atenta e, “a desenvolver

uma linha de produtos dedicados

aos EV. Com exceção do óleo

de motor, os veículos elétricos ainda

exigem fluídos, como óleos de travão,

massas várias e outros produtos de

manutenção. Mas se a diminuição do

consumo de lubrificantes na indústria

automóvel é esperada, existem outros

países em desenvolvimento onde segmentos

como a indústria e a mineração

exigem volumes de lubrificantes

grandiosos. O novo escritório na

África Austral, vai desempenhar um

enorme papel nesta questão”.

Com uma gama com mais de 600 diferentes

tipos de produtos que resultam

em lubrificantes de alta qualidade,

a Eurol oferece ainda ao mercado

apoio em atividades de marketing,

formação técnica com um consultor

de óleos e resultados comprovados

em várias provas motorizadas, como

o Rali Dakar. Para o futuro, o grande

foco é precisamente “a expansão para

os países da África Austral. Possuímos

ainda uma equipa de pessoas que promovem

novos negócios, dedicando-se

ao estudo do mercado. Atualmente,

a Eurol está ativa em 93 países, mas

o objetivo é aumentar este número e

chegar aos 100 já em 2023”, conclui a

mesma responsável. l

no segmento automóvel, mas também

no segmento dos transportes e indústria”,

comenta.

“Em Portugal temos três distribuidores

da nossa marca, pelo que temos uma

cobertura totalmente nacional, por isso

tentamos dar todo o apoio que esses

distribuidores necessitam. Pretendemos

organizar formações frequentes sobre

as últimas tendências de lubrificantes,

lançamos recentemente o conceito Eurol

Service Point para ajudarmos, através

dele, as oficinas a retirarem maiores

proveitos dos seus lubrificantes. O grande

objetivo para Portugal é oferecer aos

nossos distribuidores a mesma formação

técnica intensiva que realizamos nos

Países Baixos”, afirma Hasnaoui.

“Ao utilizarem lubrificantes Eurol, têm

acesso a uma gama ultracompleta de

produtos de alta qualidade, o que permite

ao dono da oficina nivelar melhor os

preços e gerar mais receita. Depois a

Eurol dá todo o apoio de visibilidade,

publicidade e presença da marca no

local, para reforçar o sucesso”, diz Hakima

Hasnaoui.

Para 2023, o objetivo passa por diversificar

a base de dados de clientes, explorar

outros segmentos como os Transportes,

a Indústria, a Agricultura e os Motociclos.

A marca tem, para já, uma forte presença

apenas no segmento automóvel.

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 47


Oficina

do Mês

APM - AUTO PEDRO MECÂNICO

A MINHA PUBLICIDADE

É A QUALIDADE!


CRIADA EM 2004 POR PEDRO CUNHA, A APM É O ESPELHO DA PERSONALIDADE

DO SEU FUNDADOR. PERFECIONISTA, METICULOSO E EXIGENTE, PEDRO CUNHA TEM COMO LEMA

“O QUE EU NÃO QUERO PARA MIM, NÃO QUERO PARA O MEU CLIENTE”

Apenas com 13 anos de idade, Pedro Cunha

começou a trabalhar numa conceituada

oficina multimarca, na zona de Ovar, de

onde é natural. Aos 21 anos foi trabalhar para um

concessionário Opel onde aprendeu e consolidou

os seus conhecimentos de mecânica e aos 24 anos

decidiu constituir uma empresa e começar a trabalhar

por conta própria. Primeiro num pequeno

armazém, nas traseiras de sua casa, e mais tarde,

em 2010, num novo espaço, que também se tornou

pequeno, tendo decidido avançar em 2015 com a

aquisição do edifício onde hoje se encontra, com

uma área de 700 m2.

Equipada com cinco elevadores, várias máquinas

de diagnóstico, de ar condicionado e ferramentas

especiais, a APM garante atualmente um serviço

de manutenção e reparação automóvel completo,

para qualquer tipo de viatura. “O último investimento

que fizemos foi numa estação de serviço,

com pórtico de lavagem automático, pois faço

questões de entregar os carros lavados aos clientes,

qualquer que seja o tipo de serviço prestado”,

refere Pedro Cunha. Para além dos serviços de mecânia

e de chapa e pintura, que são realizados por

um parceiro de confiança, a APM também monta

pneus Falken, um serviço que tem tido uma procura

crescente e que resulta do acordo efetuado com

a AB Tyre há mais de quatro anos. Possui também

carros de substituição, que considera ser uma mais

valia, pelo que está previsto aumentar a frota com

mais duas viaturas.

Todo o trabalho desenvolvido na APM tem como

objetivo a satisfação total do cliente. “Digo muitas

vezes que não quero ser conhecido pela oficina

mais barata, mas sim pela qualidade do serviço

prestado. Para minimizar falhas, apenas trabalho

com marcas aftermarket premium ou de origem”,

enfatiza Pedro Cunha. A Humberpeças é o principal

fornecedor desde o início “Conheço o Sr. Humberto

Lopes, gerente da Humberpeças, há mais de

vinte anos e tenho a maior consideração e estima

pelo seu trabalho. Tive sempre o seu apoio e colaboração

ao longo do meu percurso profissional e a

parceria que mantemos tem sido essencial para o

crescimento da APM”, enaltece Pedro Cunha.

Para este responsável “As peças low coast apenas

dão problemas e quando o cliente pede para montarmos

o mais barato prefiro não fazer o trabalho.

Se todas as oficinas trabalhassem assim, tenho a

certeza que o mercado não seria a guerra que é

atualmente”, afirma. Embora tivesse integrado

uma rede oficinal durante três anos, a experiência

não foi positiva e decidiu abandonar o projeto para

se manter independente, pois conforme afirma “A

minha marca sou eu e não gosto de ser confundido

com uma insígnia que representa outra maneira de

trabalhar”.

APM – AUTO PEDRO MECÂNICO

Gerente Pedro Cunha

Morada Av. 16 de Maio, Lote 7

Zona Industrial de Ovar 3880-102 Ovar

Telefone 917 843 960

Email pcunhareparacoes1980@gmail.com

Site www.facebook.com/autopedromecanico/

Reconhecimento merecido

A APM foi a vencedora da categoria Melhor Oficina

Independente da Revista TOP 100, uma distinção

que encheu de orgulho Pedro Cunha e que

veio confirmar o excelente percurso e desempenho

da oficina. Para este responsável “Esta distinção é

a prova como as estratégias utilizadas resultaram

e um motivo de orgulho para todos os elementos

da equipa que, cada qual à sua maneira, contribuem

para que esta distinção seja uma realidade”.

Pedro Cunha realça “o facto de ser um troféu muito

importante quando falamos da construção da

reputação da empresa no nosso mercado. Vamos

continuar a implementar a estratégia que definimos,

desenvolvendo o nosso negócio em parceria

com os nossos clientes, de forma a que consigamos

ser cada vez mais, um parceiro de referência para

os nossos clientes”. Embora considere as novas tecnologias

importantes para comunicar, designadamente

a internet e as redes sociais, Pedro Cunha

ainda não utiliza muito estas ferramentas, já que

tem apostado mais no relacionamento pessoal com

os clientes e no passa palavra, pois como afirma “a

qualidade do serviço que presto é a melhor publicidade

que posso fazer da minha oficina”. Por outro

lado, tem apoiado como patrocinador várias coletividades

da região, nomeadamente algumas equipas

de canoagem e patinagem.

Projetos para o futuro

Com uma média de quinze viaturas a entrar diariamente

na oficina, o ritmo de trabalho mantém-se

muito elevado e Pedro Cunha sente a necessidade

de mais apoio na área da gestão e da oficina, mas a

conjuntura atual não tem ajudado a fazer grandes

reestruturações e investimentos, conforme nos disse:

“Antes da pandemia pensei em adquirir um terreno

para criar um centro de colisão, onde ia instalar

uma oficina de mecânica, outra de repintura,

uma estação de serviço e um stand, tudo integrado

no mesmo espaço, mas ouvi alguns conselhos e

decidi não avançar. No entanto não está posto de

parte, e logo que a situação melhore estou pronto

para avançar com o projeto”, refere. O trabalho oficinal

é o que mais gosta de fazer, por isso, nunca

vai deixar de estar presente a acompanhar todos

os trabalhos que são prestados às viaturas que entram

nas instalações “Quando um colaborador não

consegue resolver uma avaria, não o deixo avançar

com o serviço enquanto eu não tiver uma solução

para resolver o problema. Prefiro que fique parado

a aguardar as minhas instruções, em vez de continuar

com o serviço e o trabalho ficar mal feito”,

afirma Pedro Cunha.

Relativamente à formação, depois de um período

de interregno devido à pandemia, o objetivo é voltar

este ano a apostar forte em ações de formação,

com o apoio da Humberpeças e das associações do

setor, até porque tem tido muitos convites nesse

sentido. Com uma equipa de sete profissionais que

tem mantido nos últimos anos e uma carteira de

clientes fiéis, Pedro Cunha encara o futuro com

otimismos e espera que o seu filho dê continuidade

ao negócio que está bem consolidado, sendo reconhecido

na zona como uma oficina de referência

na manutenção e reparação automóvel. l

O TROFÉU MELHOR OFICINA TOP 100 CONQUISTADO PELA APM É A PROVA

COMO AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS RESULTARAM E UM MOTIVO DE

ORGULHO PARA TODOS OS ELEMENTOS DA EQUIPA QUE CONTRIBUIRAM

PARA QUE ESTA DISTINÇÃO SEJA UMA REALIDADE

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 49


NOTÍCIAS // PEÇAS E EQUIPAMENTOS À MEDIDA DE CADA NEGÓCIO

Produto

O

estado da capacidade da bateria de um veículo

elétrico é um fator crucial no valor da

viatura, por isso a DEKRA lançou um teste

rápido de bateria para VE. O processo patenteado

foi validado pela RWTH Aachen University e também

por diversos fabricantes de veículos, após a realização

de testes de validação. Por regra, o teste real

não excede quinze minutos para fornecer um valor

preciso para o estado de conservação de uma bateria.

“Como a bateria representa uma grande parte

do valor total de um veículo elétrico, o seu estado

de conservação é um fator decisivo”, diz a DEKRA.

O teste é baseado na medição das características da

bateria durante um test drive muito curto. Basta

uma breve aceleração ao longo de 100 metros, durante

a qual os dados são lidos através do interface

de diagnóstico integrado

know-how está na bASE de dados

O know-how essencial está na capacidade de interpretar

os valores medidos. O processo é apoiado por

uma base de dados altamente sofisticada e um algoritmo

extremamente complexo. Os dados principais

são determinados antecipadamente para cada

tipo de veículo, com base em test drives sob uma

DEKRA DISPÕE DE TESTE RÁPIDO DE BATERIAS PARA VE

RESULTADOS PRECISOS EM 15 MINUTOS

ampla gama de condições. A isto segue-se uma estruturação

e uma maior complexidade de cálculos,

em parte com a ajuda da inteligência artificial, que é

designada processo de ‘parametrização’. No teste, os

resultados da medição são avaliados com base nesses

parâmetros específicos.

100 modelos disponíveis

100 modelos de veículos estarão brevemente disponíveis.

Atualmente, a lista de veículos para os quais

a DEKRA pode realizar um teste rápido inclui mais

de 70 modelos de volume de vários fabricantes a nível

mundial. Espera-se que a procura pela verificação

do estado de conservação de baterias de veículos

eletrificados cresça nos próximos anos. Graças aos

apoios governamentais, centenas de milhares de

veículos com baterias ou acionamentos híbridos

estão a entrar agora no mercado. Assim que mudam

de mãos, a saúde das suas baterias torna-se

um fator altamente relevante na determinação do

seu valor. “Particularmente na gestão de veículos

usados, a determinação precisa e rápida do estado

de conservação é extremamente importante para

que o processo seja transparente e seguro. Com

outros métodos, o processo geralmente leva pelo

menos várias horas; às vezes dias – incluindo ciclos

de carga e descarga demorados. Portanto, a grande

vantagem é que a DEKRA consegue fornecer uma

avaliação altamente fiável num tempo muito curto.

Em resumo: O teste rápido de bateria patenteado

da DEKRA proporciona uma forma rápida e fiável

de determinar o estado de conservação de uma bateria

de tração num veículo eletrificado.

50 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


ESTENDE GARANTIAS

NOS PNEUMÁTICOS E AMORTECEDORES

Pro4Matic | A Pro4Matic iniciou 2023 cheia de boas notícias e com um novo lema “Novo Ano, Nova Linha,

Nova Garantia, Novo Preço”. O que é que isto quer dizer? A partir de fevereiro, todos os Pneumáticos e Amortecedores

Pneumáticos têm cinco anos de garantia. “Acreditamos que podemos fazer sempre mais e melhor pelos

nossos clientes, assim, apresentamos a nova gama de produtos oferecendo cinco anos de Garantia em todos os

Pneumáticos e Amortecedores Pneumáticos”, referiu Nuno Durão, Administrador da Pro4Matic. O objetivo da

empresa, é que mesmo após uma reparação, seja mantido o comportamento e o conforto da condução originais.

Fabricadas com material de alta qualidade e resistente à corrosão, as molas pneumáticas da Pro4matic têm uma

longa vida útil e são altamente resistentes a elementos externos. Além disso, podem ser facilmente removidas e

instaladas devido à sua geometria personalizada e precisa.

RENDIDO À BATERIA VARTA PROMOTIVE AGM

Grupo Hegelmann | O fornecedor alemão de serviços de transporte internacional,

escolheu a bateria VARTA ProMotive AGM da Clarios para a sua frota de camiões.

O Grupo Hegelmann cobre rotas de transporte rodoviário por todo o mundo, desde o Algarve

até à fronteira com a China. Com sede na Alemanha, o grupo possui 5.000 veículos

e trabalha com mais de 550 parceiros logísticos para construir uma das maiores frotas

logísticas da Europa, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos. Através de uma série de

testes, a empresa quis encontrar a melhor solução de bateria para os seus camiões modernos.

A VARTA ProMotive AGM, da Clarios, foi a escolhida. As caraterísticas superiores

da VARTA ProMotive AGM e sua fiabilidade foram fatores decisivos. Além disso, também

é importante considerar que o perfil do camionista profissional mudou bastante nos

últimos anos: hoje em dia, os condutores passam até sete noites por semana dentro dos

veículos. É por isso que eles são equipados com uma variedade de recursos de hotel,

desde televisores até ar-condicionado. A VARTA ProMotive AGM fornece energia para

todas essas funções de conforto até quando o motor está desligado.

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UMA REFERÊNCIA IBÉRICA

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Notícias

Produto

GARANTE PANOS LIMPOS

todos OS DIAS NA OFICINA

Mewa | Todos os dias, a limpeza de ferramentas, máquinas

e instalações de produção na indústria, nas oficinas de

automóveis e nas empresas artesanais é assegurada pelos

panos de limpeza da Mewa. A empresa alemã assume o serviço

completo: recolha, lavagem, manutenção e devolução dos

panos. Ainda há muitas oficinas e fábricas a utilizar produtos

descartáveis. Esta solução não é sustentável nem económica.

A Mewa oferece uma alternativa amiga do ambiente:

disponibiliza panos de limpeza em Textilsharing, a partilha de

têxteis. Os robustos panos de limpeza ultra-absorventes podem

ser lavados e reutilizados até 50 vezes. Textilsharing significa

ter panos limpos à mão sempre que necessário. Não é preciso

comprá-los. Este workflow completo de um sistema de ciclo

fechado, como o de panos de limpeza da Mewa, apresenta um

melhor equilíbrio ecológico do que as soluções descartáveis

como toalhitas ou papel. Em comparação com a utilização de

papel, a limpeza com um pano da Mewa faz-se em menos 35

% do tempo.

AUTOZITÂNIA E BRAGALIS

FAZEM APOSTA

NOS LUBRIFICANTES REPSOL

A

Autozitânia e a Bragalis aumentaram o seu portfólio de lubrificantes, ao adicionaram a marca

REPSOL. Assim, passam a disponibilizar aos seus parceiros e clientes, soluções de reconhecida

qualidade em lubrificantes de motor, caixas de velocidades e transmissões. Nesta que é uma

novidade para o Aftermarket Auto, o Grupo Autozitânia tem já disponíveis as gamas de lubrificantes

para motor Master, Leader e Elite, bem como as gamas Navigator e Automator para caixas de velocidades

e transmissões. A REPSOL está presente em mais de 90 países, com unidades de produção em

Espanha, México, Indonésia e Singapura onde são produzidos Lubrificantes com os mais altos padrões

de qualidade.

RENOVA taÇA ESPORTS CUP

NGK | Após o sucesso da sua primeira Taça Esports

em 2022, a NGK SPARK PLUG anunciou a renovação do

torneio em 2023. O concurso terá lugar nos primeiros três

meses do novo ano e oferecerá aos seguidores dos meios

de comunicação social da empresa, bem como aos jogadores

e mecânicos da “Geração Z”, uma nova visão sobre o

maior especialista mundial em ignição e sensores. A Taça

Esports reforça ainda mais o envolvimento da empresa

em jogos online e estará aberta a todos os jogadores com

mais de 16 anos e terá lugar na secção “RaceRoom” da

plataforma de jogos Steam. Quatro corridas de qualificação

serão realizadas em versões virtuais de alguns dos

circuitos mais emblemáticos do mundo, e os pilotos mais

rápidos terão a oportunidade participar na grande final

que terá lugar na mundialmente famosa Nürburgring

Nordschleife, na Alemanha, a 16 de Março de 2023. O

vencedor global receberá dois bilhetes VIP e alojamento

para uma prova internacional de enduro perto do seu

local de residência.

JUNTA-SE À FAMÍLIA

da autoZITÂNIA E BRAGALIS

PLUSLINE | A Autozitânia e a Bragalis, quiseram entrar

em grande em 2023 e aumentaram a gama de alternadores e

motores de arranque, com a introdução da marca PLUSLINE,

dando seguimento à sua estratégia de aumento de portfólio

com produtos de qualidade reconhecida. Os alternadores e

motores de arranque PLUSLINE são produtos com qualidade

OE, testados em plataforma Motoplat e distinguem-se pela

variedade de gamas existentes, tais como: Selected, Original e

Pro, estando já disponíveis na Autozitânia e Bragalis. A PlusLine

é uma marca PSH (Pos Service Holland), empresa líder no

fabrico de alternadores e motores de arranque, contando com

mais de 20 anos de experiência na produção de componentes

para automóveis.

52 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


APRESENTA VANTAGENS

DOS CARREGADORES YCX

Yuasa | Os carregadores YCX da YUASA são o complemento essencial para a durabilidade

das baterias. Têm a capacidade de fazer com que as baterias durem mais tempo, reduzindo

a necessidade de substituição. Para além disso, estão preparados para oferecer uma solução

mais inteligente do que a maioria das unidades de carregamento incorporadas, especialmente

quando as baterias são armazenadas sazonalmente. Os carregadores YCX carregam as baterias

mais rapidamente graças a uma maior potência do que outros modelos semelhantes. O processo

de carregamento e manutenção totalmente automático de sete ou nove etapas, foi aperfeiçoado

pelos engenheiros da GS Yuasa para um tratamento inigualável das baterias. Têm ótimo

desempenho de carregamento para baterias convencionais de chumbo-ácido, start-stop, EFB,

AGM, lítio e gel. As caraterísticas de segurança foram melhoradas, incluindo proteção contra

curto-circuito, sobrecarga e inversão de polaridade para maior paz de espírito.

REFORÇA PANÓPLIA DE PRODUTOS

KROFTools | Sempre com o objetivo de oferecer os melhores equipamentos, a KROFTools

adicionou novos produtos ao seu portefólio. Destaque para máquina de impacto 1/2” 1600NM, com

mecanismo de duplo martelo de alto desempenho. O ar é conduzido através da parte inferior do punho

que é moldado ergonomicamente para melhor manuseamento e funcionamento. Por sua vez, a máquina

de impacto 1/2” 1200NM tem um design compacto para áreas de acesso restrito, mecanismo de martelo

único de alto desempenho, múltiplas configurações de aperto e desaperto apenas com ajuste de uma

mão. De referir também o extrator 5ª velocidade Ford, um método rápido e simples de remover a quinta

mudança nas transmissões Ford de tração frontal antes de efetuar reparações internas. O colarinho

bipartido e a manga de retenção garantem uma localização adequada. Aplica-se no Ford Fiesta com

caixa de velocidades IB5, no modelos Focus Mk1, Mk2, Mk3 e nas Transit FWD e Transit Connect - todos os

modelos com caixa de 5 velocidades.

ZAPHIRO ADICIONA AO PORTFÓLIO DE VERNIZES

NOVA LINHA COSMOS

A

Zaphiro adicionou ao seu catálogo uma nova gama de vernizes: Cosmos. Esta nova linha de polimento é

especialmente desenvolvida para o uso em máquinas roto-orbitais. A principal vantagem deste sistema de

polimento roto-orbital, em relação a outros do mercado, é que uma temperatura mais baixa é gerada no

polimento das peças, que se traduz num acabamento profissional, estelar e também com menos tendência ao aparecimento

de hologramas. O novo sistema de polimento apresenta uma série de boinas e polidores projetados para

trabalharem em conjunto fornecendo um melhor acabamento. O sistema ZAPHIRO Cosmos baseia-se na utilização

de dois tipos de polimento. Em primeiro lugar, encontramos o verniz Neptuno Polishing Cut, considerado o

primeiro passo deste inovador sistema de polimento. Para resultados ainda melhores, a ZAPHIRO recomenda usar

o segundo passo deste sistema de polimento: o verniz de acabamento Saturno Polishing Finish. Este combina um

corte extremamente fino com grande poder de acabamento, projetado para ser usado em conjunto com o Saturno

Foam Pad para garantir um acabamento impecável, com a eliminação de danos em comparação com outros sistemas

de polimento tradicionais.

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www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 53


Notícias

Produto

LANÇA NOVO LUBRIFICANTE

PARA PESADOS

Cepsa | A Cepsa lançou o TRACTION PRO FE 5W30, um lubrificante 100%

sintético de nova geração e de muito alto desempenho para motores diesel

pesados e veículos comerciais recentes que exigem um óleo de baixa viscosidade

(SAE 5W-30) e perfil API FA-4. Este novo lubrificante da Cepsa permite

uma economia significativa de combustível em comparação com o óleo SAE

15W40 (mais de 1%), contribuindo assim para a redução das emissões de CO2

e para a sustentabilidade ambiental. O seu reduzido teor de cinzas (SAPS) torna

este lubrificante adequado para motores Euro VI e anteriores, sendo também

compatível com sistemas de pós-tratamento de gases de escape (DPF/SCR/

EGR), incluindo filtros de partículas. O TRACTION PRO FE 5W30 pode ainda ser

utilizado em motores a gás (GNC) e em motores a biodiesel, em conformidade

com o período de muda indicado no manual do veículo.

BILSTEIN DESENVOLVE

SUSPENSÃO PARA VW MULTIVAN T7

A

Bilstein

desenvolveu uma suspensão EVO S coilover para a última geração de carrinhas

VW T7 caracterizadas por um design soberbo. Os elementos característicos são a frente

larga com pára-choques pintado e um pára-brisas fortemente inclinado, bem como a

baixa altura do veículo. A nova suspensão permite regular a altura da carrinha de forma quase

instantânea. Testada no banco de ensaios e nos testes de condução Bilstein em todo o mundo

em várias qualidades de estrada, a suspensão estabiliza a carroçaria para maior desempenho

e conforto. A nova suspensão coilover eleva visualmente a VW T7 a um novo nível à primeira

vista, baixando a carrinha até 50mm (varia dependendo da variante do equipamento e do motor).

Esta medida de afinação sublinha o aspeto dinâmico da nova VW T7. A suspensão EVO

S apresenta-se como mais potente e ao mesmo tempo mais harmoniosa do que a suspensão

padrão, devido à sua regulação amortecedora que foi conseguida ao longo de inúmeras horas

de trabalho.

AUMENTA PORTFÓLIO COM

COMPRESSORES DE PARAFUSO RTA

PCC | A PCC, iniciou 2023 cheia de novidades! É oficial, passaram a

comercializar a nova gama de compressores de parafuso RTA da PUSKA.

Os novos compressores de parafuso PUSKA RTA combinam experiência e

inovação. A fiabilidade reconhecida e o seu parafuso de última geração

estão no centro das principais características da gama de compressores de

ar comprimido RTA da PUSKA. Alto rendimento e tamanho reduzido. Uma

combinação muito útil quando o compressor de ar tem de ser instalado

junto à área de trabalho, ou a área de trabalho é pequena. A nova gama

de compressores PUSKA, esta disponível em quatro variantes de potência:

5,5, 7,5, 11 e 15 kW com uma pressão entre 8 e 13 bar.

MAXIGRAS COMPLEX EP É A NOVA APOSTA DA OLIPES

Olipes | Para a lubrificação dos eixos, cubos de rodas, extremidades das barras transversais, rótulas, juntas em U e eixos

dos braços de controlo, a Olipes criou a Maxigras Complex EP, uma massa azul classificada pela Associação Americana de

Fabricantes de Massas Lubrificantes (NLGI) sob os padrões GC-LB. “Para as empresas de transportes é essencial que os veículos

pesados mantenham um funcionamento eficiente durante todo o ano. Os gestores das frotas sabem que é vital que se garanta

continuamente o máximo rendimento do veículo, para desta forma otimizarem a eficiência, a rentabilidade e a competitividade

dos seus negócios. E para tal, a massa lubrificante é um componente-chave, e ainda mais quando se trabalha em condições

ambientais tão duras como as que se verificam no Inverno, onde são necessárias massas que suportem fortes cargas e ofereçam

uma excelente fluência a frio”, explicou Fernando Díaz, codiretor geral executivo da Olipes. A Maxigras Complex EP é uma massa

consistente de cor azul, especialmente desenvolvida em colaboração com os principais fabricantes de rolamentos para ser

aplicada em veículos industriais.

54 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


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@liquimolyiberia

RENOVA IDENTIDADE CORPORATIVA

CEMA BATERIAs | renovou a sua identidade corporativa com o lançamento de um

novo logotipo que reflete toda a idiossincrasia da empresa e abre um novo caminho com

uma imagem renovada que mostra a sua faceta mais internacional e profissional. A empresa

lança esta nova imagem aproveitando também a notícia que já avançou há alguns meses em

referência à sua nova localização através da construção de um complexo industrial de 6.000

m 2 numa das mais vigorosas zonas industriais da Andaluzia, situada em Alcalá de Guadaíra

(Sevilha). Após quase nove anos desde a sua fundação, CEMA Baterias optou por um visual

mais moderno sem perder os seus valores de marca, tais como proximidade, coragem, dinamismo

e, acima de tudo, o seu aspeto mais internacional. Este é um compromisso totalmente

fundamental tendo em conta as numerosas novidades que a CEMA Baterias incluiu para os

seus clientes neste início de 2023, entre elas, o lançamento da sua própria plataforma B2B,

onde os clientes podem ver a rastreabilidade da sua encomenda a todo o momento.

Gosta de beber

um bom vinho

num copo sujo?

O óleo novo

também prefere

um motor limpo.

PREMIADO NOS LINGXUAN AWARDS

Brembo Sensify | o sistema de travagem inteligente pioneiro da Brembo, recebeu

um prémio de ouro da categoria “chassis forward-looking” por ocasião da 7ª Cerimónia

de Prémios Lingxuan. Os Prémios Lingxuan (nomeadamente o Prémio da Indústria de

Peças Automóveis da China) têm como objetivo encorajar empresas mais proeminentes

e intervenientes na indústria de peças para automóveis e oferecer aos fabricantes de

automóveis um cenário centrado na tecnologia da cadeia de fornecimento. Brembo Sensify

evoluiu naturalmente da herança e do know-how da Brembo. Combina a atual carteira de

produtos Brembo de pinças, discos e materiais de frição com tecnologia digital e inteligência

artificial para criar uma plataforma flexível e evolutiva que inclui software, algoritmos

de previsão e gestão de dados para controlar o sistema de travagem digitalmente, e

personalizar individualmente a resposta de travagem para aumentar o prazer de condução.

A limpeza interna LIQUI MOLY é fundamental

para qualquer motor. Limpa o seu interior

e remove depósitos, sujidade e borras de

óleo. Só assim o óleo de motor novo pode

desenvolver todo o seu potencial.

Vantagens: o motor limpo funciona com

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de forma mais silenciosa e com menor

consumo e emissões poluentes.

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AJUDA-O!

A GS Yuasa, o fabricante líder mundial de baterias, lançou

a sua plataforma de formação online de baterias da GS

Yuasa Academy. Para ter acesso a todos os cursos grátis

basta registar-se com o código “Yuasa pt”

Academy: academy.gs-yuasa.eu

Corporate website: www.gs-yuasa.eu

Com mais de 20 cursos de formação detalhados, a GS Yuasa Academy oferece os

melhores conselhos práticos que cobrem cada passo da “viagem” de uma bateria,

desde a saída da prateleira, passando pela manutenção, até ao fim da sua vida

útil. Concebidos para os técnicos das oficinas, os cursos baseados em módulos

proporcionam conhecimentos valiosos e competências práticas. A formação é ministrada

no formato de vídeos dinâmicos que incluem uma vasta gama de tópicos

relacionados, desde aplicações e tecnologias apropriadas até testes de baterias e

gestão de garantias.

Há vários questionários ao longo da formação para que os utilizadores possam

refletir sobre a sua aprendizagem e testar os seus conhecimentos à medida que

progridem. Após completar cada curso, o utilizador receberá um certificado que deve

ser impresso como prova de certificação nesse campo.

A adesão gratuita aos cursos

da GS Yuasa Academy melhora

a capacidade de resposta das oficinas que

instalam baterias


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Registe-se

com o código:

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Adesão gratuita

A adesão gratuita aos cursos da GS Yuasa Academy melhora a capacidade de resposta das oficinas

que instalam baterias. Foi desenvolvido para ajudar as empresas a crescer, melhorando o serviço ao

cliente, reduzindo as devoluções de garantia e maximizando o potencial do negócio das baterias.

Com oradores motivadores e gráficos claros para facilitar a aprendizagem, a GS Yuasa Academy

apresenta também as gamas de baterias Yuasa disponíveis no mercado, incluindo as suas principais

características e benefícios, processos de fabrico, informação de especificação de rotulagem e o que

diferencia estas gamas da concorrência. Há várias perguntas de escolha múltipla ao longo do curso,

para que as pessoas possam refletir sobre a sua aprendizagem e verificar a sua compreensão à medida

que vão avançando.

Comece a aprender on-line em www.academy.gs-yuasa.eu/es

Um caminho de aprendizagem estruturado

O programa apresentado pela GS Yuasa Academy tem mais de 20 cursos certificados adaptados a

diferentes funções e áreas de trabalho. Os utilizadores, sejam eles técnicos de oficina ou executivos de

vendas, podem estar confiantes de que o nível de aprendizagem será o adequado para eles. No final do

percurso de aprendizagem, os utilizadores sentir-se-ão mais confiantes nos seus conhecimentos, como

aplicá-los no seu trabalho e como fornecer o melhor serviço ao cliente.

Os cursos da plataforma, todos ministrados em formato de vídeo dinâmico, fornecem o mesmo nível

de informação e experiência que a formação ministrada num ambiente mais tradicional e podem ser

iniciados e interrompidos em qualquer dispositivo em qualquer altura.

W W W . A C A D E M Y . G S - Y U A S A . E U


TéCNICA

&Serviço

PARTICULARIDADES DA APLICAÇÃO DE MASSAS

COM AS MÃOS NA MASSA

DEPOIS DA REPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE DAS PEÇas DE UM VEÍCULO, POR Parte DO Bate-CHAPas,

É INEVITÁVEL QUE FIQUEM PEQUENAS IRREGULARIDADES E ONDULAÇÕES. PARA PREPARAR

A SUPERFÍCIE, ANTES DA APLICAÇÃO DAS tintas DE acaBAMENTO, É NECESSÁRIO UTILIZAR

UM PRODUTO QUE A PREENCHA. A MASSA DE POLIÉSTER, GRAÇas ÀS SUAS CARACTERÍSTICAS,

É ADEQUADA PARA A CORREÇÃO DESTAS IRREGULARIDADES

A

massa é uma tinta, em pasta

ou creme, de grande consistência,

utilizada com o objetivo

de preencher imperfeições superficiais.

Dado que a aplicação de

massa é a operação de fronteira entre

as áreas de carroçaria e pintura, as

massas podem ser aplicadas tanto

pelo bate-chapas como pelo pintor,

de acordo com a organização da

oficina. Se for o pintor a aplicá-las,

pode tornar visível a correta conformação

do metal, contribuindo para

a qualidade da reparação. Inserido

na repintura de automóveis, um dos

produtos mais económicos é a massa

de poliéster, se o compararmos com

outros, como o verniz ou a tinta. Apesar

disso, uma boa escolha da massa

e a sua correta aplicação influenciam

significativamente os tempos totais

do pintor, com a consequente melhoria

da rentabilidade.

CARACTERísticas e processo de

TRABALHO

Aderência

Deve apresentar uma boa aderência

ao substrato no qual se vai aplicar

(metal ou plástico) e, de igual modo,

proporcioná-la aos produtos de pintura

que sejam aplicados sobre ela

(primários e aparelhos). Os fabricantes

indicam nas suas fichas técnicas

os substratos com os quais cada massa

é compatível. Em qualquer caso, é

sempre importante realizar um bom

lixamento como preparação da superfície

antes da sua aplicação. Não

só é necessário reduzir os rebordos

das pinturas anteriores, para evitar

que um possível relevo seja a primeira

causa do desprendimento da

pintura, como também se deve lixar

o interior da área reparada pelo bate-chapas,

para facilitar a fixação da

massa. Como em todas as aplicações

de produtos de pintura, uma correta

limpeza da superfície na qual será

aplicada massa é outro ponto crucial,

que irá facilitar a aderência.

Mistura

Dado que a massa de poliéster é um

produto de dois componentes, tem

de ser misturada com um catalisador,

composto por peróxido de benzoílo,

que inicia a reação de secagem.

É necessário que o catalisador se

espalhe por toda a massa, garantindo

que a mistura é homogénea. Para

facilitar este passo, o catalisador

possui uma cor muito diferente da cor

da massa, geralmente avermelhada,

de tal modo que uma mistura de

cor uniforme, sem manchas nem

riscos de cor diferente, indica que se

misturou bem. A dose de catalisador

deve ser a adequada (habitualmente

de 3% a 4%). Um excesso de catalisador

irá provocar uma mancha avermelhada

(o denominado defeito de

desbotadura), enquanto a sua escassez

implicará uma falta de secagem

que dificulta o lixamento. Durante

a mistura, deve exercer-se pressão

para evitar que o ar se acumule no

seu interior e que posteriormente

saia, provocando cavidades.

UMA BOA ESCOLHA DA MASSA E A SUA CORRETA APLICAÇÃO

INFLUENCIAM SIGNIFICATIVAMENTE OS TEMPOS TOTAIS DO PINTOR,

COM A CONSEQUENTE MELHORIA DA RENTABILIDADE

58 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


Colaboração CESVIMAP

www.cesvimap.com


TÉCNICA

&SERVIÇO

COMO EM TODAS AS APLICAÇÕES DE PRODUTOS DE PINTURA,

UMA CORRETA LIMPEZA DA SUPERFÍCIE NA QUAL SERÁ APLICADA

MASSA É OUTRO PONTO CRUCIAL, QUE IRÁ FACILITAR A ADERÊNCIA

Aplicação

Desde o momento no qual se realiza

a mistura, há um tempo de aplicação

com espátula, em que ainda

é possível espalhar o produto antes

que endureça. Este é o tempo de duração

da mistura. A forma correta

de aplicação consiste em espalhá-la

em camadas finas com uma espátula

flexível, que se adapte bem à superfície,

efetuando passagens uniformes

e cruzadas, exercendo uma ligeira

pressão de uma extremidade à outra

da superfície reparada para que não

fiquem bolhas. O ângulo da espátula,

relativamente à superfície da peça,

deve ser muito reduzido (cerca de

20°). É conveniente aplicar a quantidade

certa, dado que o excesso deverá

ser lixado posteriormente, o que

implica um aumento do tempo de

trabalho e um custo desnecessário.

Secagem

A reação química exotérmica, que começou

com a mistura do catalisador

com a massa, produz cada vez mais

calor e a dureza da mastsa aumenta.

Os fabricantes indicam nas respetivas

fichas técnicas um tempo de secagem

de referência para uma temperatura

de 20 °C. Esse processo pode ser mais

rápido caso a temperatura seja superior,

e inversamente, uma temperatura

inferior torna-o mais lento. Infra-

vermelhos ou calor em estufa podem

reduzir estes tempos. No geral, a secagem

não é um tempo contemplado

pelas tabelas e tarifários, já que estes

preveem sempre tempos de trabalho

do operário. Portanto, estes períodos

de secagem são adequados para a realização

de outras operações, como a

pesquisa da cor.

Lixamento da massa

Se compararmos com o metal ou o

plástico, a conformação fina é simples,

sendo apenas necessário desgastar

através de abrasão. A superfície

é lixada para obter as formas

desejadas da peça, até obter o nivelamento,

curvatura e arestas requeridas.

Para o lixamento, a massa deve

estar suficientemente endurecida,

mas não deve passar demasiado tempo

até ter início, pois uma secagem

excessiva irá aumentar a sua dureza

e o esforço para a lixar. O lixamento

da massa será realizado a seco, manualmente

ou à máquina, mas em

nenhum caso com água, já que a sua

natureza higroscópica faz com que

absorva humidade, que mais tarde

pode aparecer na forma de defeitos.

Durante este processo, deve-se passar

a mão repetidamente para verificar

o estado da superfície. Se não for

ótimo, será necessário realizar novas

aplicações de massa até deixar a superfície

em perfeitas condições para

a aplicação dos produtos de pintura

que se seguem.

PASSOS posteriores

Quanto aos produtos que se podem

aplicar sobre elas, há que ter em

conta que nunca devem receber cor

diretamente, pois ocorreriam perdas

de brilho e imperfeições. Por isso,

deve-se aplicar sempre um aparelho

para selar a zona em que foi aplicada

massa.

60 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com


A CORRETA SELEÇÃO E APLICAção DE MASSAS SERÁ A BASE PARA UMA

REPARAção DE QUALIDADE, GARANTINDO A RENTABILIDADE DOS TEMPOS

E SEM APARECIMENTO DE DEFEITOS

Alterações dimensionais

Outra propriedade exigida à massa

é que as alterações dimensionais

provocadas pela dilatação, originada

pelas diferenças de temperatura, têm

de ser mínimas, de modo a que não

contraia ou inche com o tempo. Para

isso, a secagem deve ser completa, de

modo a que a massa não perca volume

e as camadas de pintura posteriores

se afundem com ela.

Resistência aos esforços

A massa deve suportar as vibrações do

motor e da rodagem, estando sujeita

a esforços de compressão e tração.

Devido à sua natureza, a massa de

poliéster tem muito bom comportamento

quanto à compressão, mas não

tão bom em relação à tração, sobretudo

se tiver sido aplicada em camadas

espessas. Este ponto fraco pode fazer

com que a massa, e também as tintas

aplicadas, fissurem. Embora dependa

do tipo de massa, uma referência comum

é evitar uma espessura superior

a meio milímetro (500 mícrones),

uma vez lixada. Caso sejam necessárias

espessuras superiores, é possível

utilizar, previamente, massas especiais,

sejam de fibra de vidro ou de

epóxi. Se, ainda assim, forem necessárias

espessuras superiores, poderá

ser previamente necessária uma liga

metálica de enchimento.

Seleção da massa

Todas as marcas de tinta possuem

referências diferentes de massa nos

respetivos catálogos. Os principais

ingredientes da massa de poliéster

são sempre resinas, às quais foram

adicionadas cargas de talco. Uma

maior carga de talco proporciona

uma maior espessura, ao passo que

uma maior proporção de resina resulta

em massas mais finas e cremosas,

fáceis de espalhar e com menor

aparecimento de poros. Na atualidade,

o talco está a ser substituído por

microesferas de plástico, que conferem

consistência à massa, ao mesmo

tempo que facilitam o seu lixamento

e reduzem a absorção das camadas

subsequentes. São as denominadas

massas leves ou de baixa densidade.

Existe uma vasta gama de massas,

segundo a sua natureza, forma de secagem

ou substrato sobre o qual são

aplicadas:

l Universal

l Fina

l Galvanizadas e zincadas

l Massas leves, de baixa densidade

l Específicas para plásticos

l Reforçadas com fibra de vidro

l Massas lentas para grandes superfícies

l À pistola

l De secagem por ultravioleta

A correta seleção e aplicação da massa

será a base para uma reparação de

qualidade, garantindo a rentabilidade

dos tempos e sem o aparecimento

de defeitos. l

www.jornaldasoficinas.com Fevereiro I 2023 61


Gestão

to da sua existência passam por esta

fase. É tão necessária como a atividade

comercial, apesar de, à partida,

nunca gostarmos de deixar de trabalhar

com clientes, seja devido aos

vínculos emocionais ou pelo receio de

estarmos equivocados.

COMO REDUZIR DESPESAS NA OFICINA

QUANDO SE PROCURA REDUZIR AS DESPESAS NA OFICINA E AO MESMO

TEMPO MANTER A QUALIDADE DO SERVIÇO QUE SE PRESTA, É DE EXTREMA

IMPORTÂNCIA REALIZAR O CONTROLO DAS DESPESAS DIRETAS E INDIRETAS

Isso não implica deixar de investir,

dado que será sempre necessário

fazê-lo para se ser competitivo no

mercado e disponibilizar o melhor

serviço ao cliente. Existem algumas

estratégias que podem ser implementadas

para se reduzirem os custos na

oficina sem afetar o serviço. É possível

maximizar os recursos, ganhar em

termos de rentabilidade e reduzir os

custos gerais da nossa oficina, seguindo

estas diretrizes:

CONTROLAR

AS DESPESAS

Automatização de tarefas

Através de um software de gestão,

poderemos saber diariamente, num

relance, as tarefas abertas e o tempo

dedicado a cada operação. Maximizaremos

a rentabilidade e trabalharemos

de forma mais ordenada, proporcionando

ao cliente um serviço de

atendimento com qualidade.

Estudar o custo energético

Esta pode ser uma excelente forma

de ajudar na redução dos custos sem

sacrificar a qualidade. Todas as empresas,

tanto as grandes como as pequenas,

podem estudar os seus custos

energéticos. Na contabilização

anual podemos estar a falar de uma

grande quantia de dinheiro na qual

nem sequer tinham reparado.

Volume de pedidos

Podem ser feitos pedidos de maiores

quantidades aos fornecedores para se

reduzir a frequência das encomendas

e se conseguir maiores descontos. Isto,

estando sempre consciente de que esse

volume corresponde realmente às necessidades

da sua oficina.

Encontrar fornecedores

mais económicos

A oficina pode conseguir melhores

resultados se trabalhar com fornecedores

menos dispendiosos e que não

afetem a marca, o serviço ou o produto.

Compare periodicamente a possibilidade

de criar uma nova rede de

fornecedores.

Eliminação de clientes

não rentáveis

Se o cliente não lhe permite ter margem

e é difícil ter alguma rentabilidade,

está na hora de colocar a hipótese

de deixar de trabalhar com o mesmo.

Todas as empresas nalgum momen-

Externalizar tarefas

Como responsáveis de um negócio,

por vezes, tentamos fazer tudo nós

próprios. Não nos apercebemos que

alguns procedimentos retiram muito

tempo aos trabalhos que acrescentam

valor ao nosso serviço ou ajudam às

vendas. Assim, sem nos darmos conta,

no final estamos a ganhar menos de

forma indireta. Podemos subcontratar

a execução de processos que ocupam

muito tempo e não conferem valor ao

nosso serviço.

Reduzir os incumprimentos

de pAGAmento

Não cobrar ou cobrar com atraso pode

sair-nos muito caro. Proponha aos

clientes a opção de pagarem a prestações

e cobre juros ou taxas por pagamentos

em atraso aos clientes que

tenham contas pendentes. Os problemas

de liquidez podem inclusivamente

fazer com que um negócio feche,

mesmo sendo rentável em termos contabilísticos.

Agir rapidamente

Logo que se tenham algumas estratégias

para reduzir as despesas na oficina

e estejam detalhadamente estruturadas,

só resta implementá-las de forma

rápida, na medida do possível. Assim,

consegue-se avaliar, em seguida, se o

plano é acertado ou não. E, em todo o

caso, quanto mais rápido se atue mais

margem se disporá para melhorar a

estratégia e testar novas técnicas que

ajudem a ter uma oficina rentável com

um serviço impecável. l

EXISTEM ALGUMAS ESTRATÉGIAS QUE PODEM SER IMPLEMENTADAS

PARA SE REDUZIREM OS CUSTOS NA OFICINA SEM AFETAR O SERVIÇO

62 Fevereiro I 2023 www.jornaldasoficinas.com

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