Jornal das Oficinas 205
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jornal<strong>das</strong>oficinas.com | JORNAL INDEPENDENTE DA MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE VEÍCULOS LIGEIROS E PESADOS | DIRETOR | João Vieira<br />
<strong>205</strong><br />
C<br />
Fevereiro 2023 Y<br />
PERIODICIDADE | MENSAL<br />
ANO XVIII | 3 EUROS<br />
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IMPACTO DA INFLAÇão NO AFTERMARKET<br />
O QUE MUDA<br />
NO PÓS-VENDA? Pág. 06<br />
Campanha E-Mobility<br />
Pág. 14 \\ Tornar a mobilidade mais<br />
ecológica e sustentável deve constituir a<br />
nova viabilidade que permita ao setor dos<br />
transportes crescer. A mobilidade deve<br />
basear-se num sistema de transportes<br />
multimodal<br />
Competição Melhor<br />
Mecatrónico<br />
Pág. 18 \\ Nesta edição revelamos quatro<br />
dos finalistas da Competição Melhor<br />
Mecatrónico 2023, que marcarão presença<br />
no Salão expoMECÂNICA, nos dias 14 a 16<br />
de abril, para disputar a grande Final<br />
Paulo Torres<br />
Pág. 32 \\ É com sentimento de orgulho<br />
que Paulo Torres nos conta a evolução<br />
positiva que tem marcado o percurso<br />
da Vieira & Freitas na distribuição<br />
de peças auto há mais de 35 anos<br />
António Mateus<br />
Pág. 36 \\ António Mateus, responsável<br />
de ven<strong>das</strong> da TMD Friction Portugal, explica<br />
as razões do crescimento <strong>das</strong> marcas<br />
que comercializa e porque estão alguns<br />
holofotes apontados ao nosso país<br />
Richard Izquierdo<br />
Pág. 40 \\ Fundada em 1973, a Lizarte<br />
comemora este ano o 50º aniversário,<br />
Richard Izquierdo, Diretor de Marketing,<br />
explicou-nos a forma como a empresa<br />
opera em todos os mercados onde marca<br />
presença<br />
GS Yuasa Academy<br />
Pág. 56 \\ A GS Yuasa lançou a sua<br />
plataforma de formação online de baterias<br />
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com o código “Yuasa pt”<br />
Aplicação de massas<br />
Pág. 58 \\ Para preparar a superfície,<br />
antes da aplicação <strong>das</strong> tintas<br />
de acabamento, é necessário utilizar<br />
massa adequada para a correção<br />
de irregularidades na chapa do veículo<br />
Reduzir despesas<br />
na oficina<br />
Pág. 62 \\ Quando se procura reduzir as<br />
despesas na oficina e ao mesmo tempo<br />
manter a qualidade do serviço que se<br />
presta, é de extrema importância realizar<br />
o controlo <strong>das</strong> despesas diretas e indiretas<br />
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C riando o futuro – o caminho da Exide:<br />
Criando futuro - o caminho da Exide<br />
C – Exide:<br />
Inovação Confiabilidade<br />
Inovação Confiabilidade Sustentabilidade Alta Performance<br />
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Editorial<br />
<strong>205</strong><br />
Fevereiro 2023<br />
Folha de Serviço..........................................................04<br />
DESTAQUE<br />
Inflação no Aftermarket...........................................06<br />
CAMPANHA<br />
E-Mobility.........................................................................14<br />
COMPETIÇÃO<br />
Melhor Mecatrónico 2023.......................................18<br />
ATUalidadE<br />
Apresentação Estudo ACAP................................. 22<br />
NOTÍCIAS<br />
Empresas.........................................................................26<br />
Produto.............................................................................50<br />
ENTREVISTAS<br />
Paulo Torres.................................................................... 32<br />
António Mateus............................................................36<br />
Richard Izquierdo.........................................................40<br />
Hakima Hasnaoui........................................................44<br />
OFICINA DO MÊS<br />
APM – Auto Pedro Mecânica................................48<br />
EMPRESA<br />
GS Yuasa Academy....................................................56<br />
TÉCNICA & SERVIÇO<br />
Aplicação de massas.................................................58<br />
GESTÃO<br />
Reduzir despesas........................................................62<br />
ATENÇÃO<br />
aoS NÚMEROS<br />
Para muitos proprietários de oficinas, a contabilidade e aquilo que a esta diz respeito é<br />
algo que está certo, mas apenas para contabilistas. Reconhecem a importância de uma<br />
contabilidade organizada, mas não lhe dão a devida atenção. A demografia dos proprietários<br />
de oficinas ajuda-nos a perceber esta realidade. A maioria são técnicos em primeiro<br />
lugar e empresários em segundo. Por todo o país, a história por detrás da maioria<br />
<strong>das</strong> oficinas envolverá um bom técnico cujos conhecimentos fundamentais se baseiam<br />
na reparação de veículos e que de repente, passou a ser proprietário de uma oficina. Não se pode gerir<br />
uma oficina quando se está por baixo de um veículo, perante o mercado cada vez mais competitivo de<br />
hoje em dia. O proprietário da oficina tem de se adaptar à gestão do negócio em vez de ser o negócio<br />
a geri-lo a ele.<br />
É claro que o negócio é a reparação de veículos e a experiência da maioria dos proprietários ou gestores<br />
de oficinas é nesta área. No entanto, é sua responsabilidade, e não do seu contabilista, controlar e gerir<br />
os seus números. Ter a capacidade de refletir a saúde e a robustez do seu negócio em qualquer altura ou<br />
num período específico é crucial para o seu sucesso. O seu contabilista apenas o aconselhará sobre as<br />
informações a fornecer. Tudo na sua oficina dependerá da qualidade dessa informação e da exatidão desses<br />
números. Os números e a contabilidade só são úteis se forem utilizados como um meio para atingir<br />
um fim, um catalisador para mudar comportamentos, processos e atitude, a fim de mudar a direção do<br />
negócio para um melhor desempenho financeiro no futuro.<br />
Em suma, é crucial compreender os números, especialmente os indicadores-chave de desempenho (KPI),<br />
que informam rapidamente em que medida o negócio se encontra bem ou não. Na realidade, sem ter um<br />
conhecimento sólido de onde vêm os números e o que eles mostram, o proprietário da oficina não pode<br />
sequer começar a discutir a situação financeira da empresa com o seu contabilista.<br />
Embora os termos “KPI” ou “métricas” possam fazer-nos pensar em algo complexo, o certo é que se<br />
baseiam em valores e dados que a oficina gere no seu dia a dia, e conhecê-los facilitará o seu controlo e<br />
gestão. As métricas permitem à oficina conhecer os seus pontos fortes e detetar áreas a melhorar, além<br />
de proporcionar uma visão mais abrangente do ponto em que se encontra e, portanto, maior controlo<br />
e melhor capacidade de reação. Desta forma, se analisarmos que aspetos poderão ser mais relevantes<br />
numa oficina de reparação, o primeiro deles será, sem dúvida, a faturação. Assim, um bom KPI será o<br />
número de ven<strong>das</strong> mensais, o que nos poderá levar, por exemplo, a monitorizar os orçamentos realizados<br />
e os aceites, para podermos realizar uma análise comparativa. Outros indicadores chave na oficina serão<br />
a produtividade, que mede o nível de atividade produtiva do tempo da oficina; a eficiência operacional;<br />
margens sobre ven<strong>das</strong>; eficiência geral da oficina e tempos de ciclo. Conhecer a taxa de fidelização de<br />
clientes, inclusivamente, qual poderia ser o melhor horário de atendimento, monitorizando as horas e<br />
o número de clientes que entram em cada intervalo, poderiam ser outros KPIs interessantes para o seu<br />
negócio.<br />
Procure controlar os seus KPI diariamente, semanalmente e mensalmente e tudo o resto irá funcionar<br />
por si só.<br />
JOÃO VIEIRA | Diretor<br />
DIRETOR JOÃO VIEIRA joao.vieira@apcomunicacao.com // DIRETOR COMERCIAL MÁRIO CARMO mario.carmo@apcomunicacao.com // GESTOR DE CLIENTES PAULO FRANCO paulo.franco@apcomunicacao.com<br />
// JORNALISTA JOANA MENDES joana.mendes@apcomunicacao.com // WEBMASTER ANTÓNIO VALENTE // ARTE HÉLIO FALCÃO // SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS E CONTABILIDADE financeiro@apcomunicacao.com<br />
// PERIODICIDADE Mensal // ASSINATURAS assinaturas@apcomunicacao.com // SEDE DA REDAÇÃO Bela Vista Office Estrada de Paço de Arcos, 66 2735 - 336 Cacém // TEL. +351 219 288 052 // GPS 38º45’51.12”N<br />
- 9º18’22.61”W // © Copyright Nos termos legais em vigor, é totalmente interdita a utilização ou a reprodução desta publicação, no seu todo ou em parte, sem a autorização prévia e por escrito do JORNAL DAS OFICINAS<br />
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TIRAGEM 10.000 exemplares<br />
www.apcomunicacao.com<br />
Parceiro em Espanha<br />
EDIÇÃO AP COMUNICAÇÃO // PROPRIEDADE JOÃO VIEIRA // EMAIL GERAL@APCOMUNICACAO.COM<br />
CONSULTE O ESTATUTO EDITORIAL NO SITE WWW.JORNALDASOFICINAS.COM<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 3
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PAULO TORRES,<br />
DIRETOR-GERAL DA VIEIRA<br />
& FREITAS<br />
AS PLATAFORMAS COM TECDOC<br />
TÊM SIDO MUITO FACILITADORAS<br />
DO NOSSO RAMO, MAS TAMBÉM<br />
ALGO COMPLICADORAS, PORQUE<br />
METADE DAS DEVOLUÇÕES QUE<br />
TEMOS SÃO ORIGINADAS POR<br />
ERROS DE EQUIVALÊNCIAS, POR<br />
CRUZAMENTOS NO CATÁLOGO E<br />
NAS PLATAFORMAS MAL FEITOS<br />
PELOS CLIENTES<br />
COMPETIÇÃO MM 2023 JÁ TEM FINALISTAS<br />
SEMÁFORO<br />
Com a publicação do 3º questionário terminou<br />
a 1ª fase da Competição “Melhor Mecatrónico<br />
2023” by <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> em<br />
parceria com a ATEC, tendo sido apurados os oito<br />
finalistas que irão disputar a final nos dias 14, 15 e<br />
16 de abril, na expoMECÂNICA.<br />
Ao longo dos últimos meses, mais de 200 candidatos<br />
responderam às várias questões coloca<strong>das</strong> online no<br />
site do evento. As expetativas, quer em termos de<br />
adesão, quer no que toca à qualidade <strong>das</strong> respostas<br />
aos questionários foram largamente supera<strong>das</strong>.<br />
Este ano, a Grande Final tem como atrativo ser disputada<br />
no decorrer do salão expoMECÂNICA. Com<br />
um stand de 200 m 2 situado no Pavilhão 3, os visitantes<br />
do certame terão oportunidade de ver ao vivo<br />
o desempenho dos concorrentes, e assim ficarem a<br />
conhecer melhor a profissão de Mecatrónico Automóvel.<br />
Aos finalistas cabe agora prepararem-se o<br />
melhor possível para superarem as provas e conquistarem<br />
o ambicionado troféu. As provas, elabora<strong>das</strong><br />
pela equipa de formadores de Mecatrónica Automóvel<br />
da ATEC, têm o carácter de aferição de competências<br />
práticas e teóricas. Para conhecer os finalistas<br />
basta visitar o site www.melhormecatronico.pt<br />
RICHARD IZQUIERDO<br />
DIRETOR DE MARKETING<br />
DA LIZARTE<br />
EXISTE UM FATOR QUE PODE<br />
ESTAR A PROMOVER UMA<br />
UTILIZAÇÃO CRESCENTE DE PEÇAS<br />
RECONSTRUÍDAS: TER UMA PEÇA<br />
COM UMA RELAÇÃO QUALIDADE/<br />
PREÇO INFERIOR A UMA PEÇA<br />
ORIGINAL PERMITE POUPANÇAS<br />
NA REPARAÇÃO, E ISTO NUM<br />
AMBIENTE ECONÓMICO COMO<br />
O ATUAL, PESA MUITO<br />
HAKIMA HASNAOUI<br />
DIRETORA EXPORTAÇÃO EUROL<br />
SE A DIMINUIÇÃO DO CONSUMO<br />
DE LUBRIFICANTES NA INDÚSTRIA<br />
AUTOMÓVEL É ESPERADA,<br />
EXISTEM OUTROS PAÍSES EM<br />
DESENVOLVIMENTO ONDE<br />
SEGMENTOS COMO A INDÚSTRIA<br />
E A MINERAÇÃO EXIGEM VOLUMES<br />
DE LUBRIFICANTES GRANDIOSOS<br />
Conjuntura exige apoios mais rápidos<br />
Já está no terreno o pacote de apoios<br />
destinado ao combate à inflação por parte<br />
<strong>das</strong> empresas, mas os fundos efetivamente<br />
recebidos pelas empresas até ao momento<br />
são praticamente residuais. A lentidão<br />
com que o dinheiro dos apoios chega aos<br />
cofres <strong>das</strong> empresas continua a levar os<br />
empresários ao desespero. Não basta o<br />
Governo dizer que vai dar apoios, porque<br />
daí até haver efeitos práticos dessa<br />
decisão (o dinheiro chegar às empresas)<br />
vai uma distância enorme. A indústria<br />
que consome intensivamente energia<br />
(gás e eletricidade), por exemplo, vive<br />
uma situação desesperante. Há empresas<br />
que viram as faturas sofrer um aumento<br />
superior a 600%. Crónicos problemas<br />
de burocracia e ineficiência dos serviços<br />
públicos que lidam com estes apoios são<br />
uma <strong>das</strong> razões.<br />
Esperança de crescimento para 2023<br />
Perspetivar o futuro é algo que deve<br />
sempre ser feito, tanto na vida como<br />
nos negócios, de modo a acautelar,<br />
programar e preparar da melhor forma<br />
o que aí vem. No início de cada ano,<br />
estas perspetivas são comuns e, para não<br />
fugir à regra, a imprensa auscultou os<br />
decisores económicos para perceber como<br />
antecipam um 2023 envolto em tanta<br />
incerteza. Da guerra da Ucrânia à inflação,<br />
passando pela escalada <strong>das</strong> taxas de juro,<br />
entre tantas outras preocupações, sobra<br />
o otimismo, a resiliência e a esperança<br />
num futuro que permita um virar de<br />
página nas dificuldades recentes. Todos<br />
devemos ter esperança que seja o ano em<br />
que o país cresça de forma sustentada e<br />
robusta, que se aproveite a extraordinária<br />
onda de fundos europeus para reforçar o<br />
investimento e aumentar a produtividade<br />
e competitividade.<br />
Fórum DPAI/ACAP 2023<br />
A DPAI/ACAP anunciou a realização de<br />
um grande evento para o aftermaket, a<br />
decorrer no dia 23 de novembro de 2023.<br />
Denominado “Fórum DPAI”, pretende ser o<br />
ponto de encontro para análise do setor e<br />
debate de ideias de todos os profissionais do<br />
aftermarket.<br />
A DPAI/ACAP tem trabalhado cada vez<br />
mais na informação estatística e estudos de<br />
mercado, tendo profissionais especializados<br />
a executar essa informação. “Achamos<br />
que estava a chegar o momento que<br />
devíamos organizar um Fórum maior e mais<br />
abrangente, sempre a pensar na continuidade<br />
sustentável do nosso setor. É por isso muito<br />
importante a realização de um grande evento,<br />
com todos os níveis do aftermarket envolvidos<br />
de forma a ser aliciante para todos participar<br />
e que possa ser um ponto de referência a nível<br />
de informação e partilha para o futuro”, refere<br />
Joaquim Candeias, presidente da DPAI.<br />
4 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
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DestAQUE<br />
INFLAÇÃO NO AFTERMARKET<br />
O QUE MUDA<br />
NO PÓS-VENDA?<br />
ENTRÁMOS EM 2023 CERTOS DE QUE UM DOS GRANDES DESAFIOS PARA ESTE ANO SERÁ A ESCALADA<br />
DA INFLAÇÃO, QUE JÁ ESTÁ A TER EFEITOS DIRETOS NA SOCIEDADE EM GERAL E CUJO IMPACTO TAMBÉM<br />
SE REFLETE NO AFTERMARKET. PERANTE ISTO, O QUE PODE ACONTECER NO NOSSO SETOR? IRÃO<br />
AS VISITAS ÀS OFICINAS DIMINUIR? PODEM FABRICANTES E DISTRIBUIDORES REDEFINIR ESTRATÉGIAS<br />
NESTE MOMENTO? COM A AJUDA DE ALGUNS RESPONSÁVEIS DE EMPRESAS DO SETOR, VAMOS RESPONDER<br />
A ESTAS E A OUTRAS QUESTÕES AO LONGO DESTE ARTIGO
AS MEDIDAS A TOMAR PARA COMBATER<br />
A INFLAÇÃO NÃO ESTÃO PROPRIAMENTE<br />
AO ALCANCE DAS OFICINAS. RESTA<br />
NÃO DAR ORÇAMENTOS COM PRAZOS<br />
DE VALIDADE LONGOS, NEM ASSUMIR<br />
COMPROMISSOS COM TABELAS DE<br />
PREÇO A LONGO PRAZO
INFLAÇÃO<br />
NO AFTERMARKET<br />
PARA JÁ NÃO EXISTEM DADOS QUE NOS INDIQUEM QUANDO<br />
É QUE A TAXA DE INFLAÇÃO PÁRA DE SUBIR. SE POR UM LADO NOS EUA<br />
A TAXA DE INFLAÇÃO DÁ INDICaçÕES DE JÁ TER COMEÇADO A BAIXAR,<br />
A VERDADE É QUE NA EUROPA ISSO NÃO ACONTECE<br />
Para percebermos melhor<br />
este fenómeno, é<br />
necessário recuarmos<br />
um pouco no tempo<br />
e olharmos para o cenário<br />
global que fez<br />
mudar o mundo. É verdade, tudo<br />
começou com a pandemia: muitos<br />
trabalhadores de várias áreas ficaram<br />
em casa e o elevado volume de<br />
empresas para<strong>das</strong> levou à disrupção<br />
<strong>das</strong> cadeias de abastecimento e ao<br />
congestionamento do transporte<br />
marítimo internacional de forma<br />
transversal um pouco por todos os<br />
setores. A isto, juntou-se, há quase<br />
um ano, a guerra na Ucrânia, que<br />
fez disparar os preços da energia e<br />
da comida. A diminuição da oferta<br />
de bens e serviços aliada a um<br />
aumento da disponibilidade para<br />
comprar após os confinamentos foi<br />
o mote para intensificar a inflação.<br />
Mas, afinal, o que é a inflação?<br />
A verdade é que, apesar de ser um<br />
termo que ouvimos cada vez com<br />
maior frequência, pode ainda não ser<br />
totalmente claro para todos nós. De<br />
uma forma simples, a inflação ocorre<br />
quando se verifica um aumento<br />
geral dos preços dos bens e serviços,<br />
fazendo com que, por exemplo, com<br />
dez euros, se compre hoje menos do<br />
que se comprava ontem. Por outras<br />
palavras, quer dizer que a inflação<br />
reduz o valor da moeda ao longo do<br />
tempo. Neste cálculo de aumento<br />
médio dos preços, que é feito pelo<br />
Eurostat todos os meses, são tidos<br />
em conta todos os bens e serviços<br />
consumidos pelas famílias, desde<br />
os produtos alimentares, aos bens<br />
duradouros, como o vestuário e eletrodomésticos,<br />
assim como serviços<br />
como o cabeleireiro, os seguros ou a<br />
renda de casa. O Gabinete de Estatísticas<br />
da União Europeia reúne um<br />
cabaz de compras que compreende,<br />
em média, cerca de 700 bens e serviços<br />
– o Índice Harmonizado de<br />
Preços no Consumidor (IHPC) – e<br />
compara-lhes o preço mensalmente,<br />
sendo que a taxa de inflação homóloga<br />
é o preço do cabaz completo<br />
num determinado mês, comparado<br />
com o preço no mesmo mês do ano<br />
anterior. Cada produto tem o seu<br />
peso (uma ponderação), dependendo<br />
de quanto as famílias gastam, em<br />
média, nesse produto. O café, por<br />
exemplo, tem um peso de 0,4%, ou<br />
seja, qualquer variação no seu preço<br />
não terá grande impacto no cálculo<br />
global. Isto permite perceber a variação<br />
da despesa média <strong>das</strong> famílias<br />
na zona euro e acompanhar a evolução<br />
dos preços na economia. Serve<br />
também de base para que o Banco<br />
Central Europeu tome decisões, de<br />
forma a manter a estabilidade de<br />
preços. O ideal é que a taxa de inflação<br />
seja baixa, estável e previsível, na<br />
ordem dos 2%.<br />
O que causa a inflação?<br />
Há três motivos que levam a que a<br />
inflação se intensifique: Primeiro,<br />
quando a procura é maior do que a<br />
oferta, o aumento dos preços é inevitável.<br />
Havendo mais disponibilidade<br />
para comprar, há um aumento súbito<br />
da procura que geralmente não é<br />
acompanhado pela oferta. O mesmo<br />
quando há uma rutura nas cadeiras<br />
de abastecimento, o que origina<br />
quebras na produção e, portanto,<br />
menos oferta disponível. Segundo, o<br />
aumento dos custos de produção. Se<br />
o custo <strong>das</strong> matérias-primas aumenta,<br />
se as empresas têm de pagar mais<br />
impostos ou se têm mais dívi<strong>das</strong>,<br />
os produtores têm de refletir esses<br />
custos nos preços ao consumidor e a<br />
inflação sobe. Por fim, quando existe<br />
mais dinheiro a circular, a população<br />
está mais disponível para gastar e os<br />
preços sobem.<br />
Recentemente as taxas de inflação<br />
registaram aumentos significativos<br />
muito devido à subida acentuada<br />
dos preços dos produtos energéticos<br />
e dos produtos alimentares, desde<br />
finais de 2021. A atual inflação, que<br />
é um evento mundial, deve-se a três<br />
fatores: Aos apoios financeiros e<br />
fiscais que foram colocados na economia<br />
durante a pandemia; à forte<br />
subida dos preços da energia, provocada<br />
pela transição energética e<br />
agravada pela guerra na Ucrânia, que<br />
se reflete nos preços de outros produtos<br />
e serviços; à política «Zero Covid»<br />
na China e à guerra na Ucrânia<br />
que causou uma rutura nas cadeias<br />
de abastecimento.<br />
8 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
Que problemas traz<br />
a inflação?<br />
Devemos preocupar-nos com a inflação<br />
porque, desde logo, implica que<br />
seja preciso hoje mais dinheiro para<br />
comprar os mesmos bens e serviços<br />
de ontem. Isto provoca uma redução<br />
do poder de compra dos consumidores,<br />
uma vez que habitualmente os<br />
salários não acompanham a subida<br />
dos preços, assim como um adiamento<br />
de decisões de investimento<br />
por parte <strong>das</strong> empresas, pois o contexto<br />
está mais incerto.<br />
A inflação dificulta a atividade económica<br />
porque reduz a previsibilidade<br />
necessária às transações e à celebração<br />
de contratos, e acarreta acréscimos de<br />
custos, nomeadamente com atualizações<br />
mais frequentes de preços. Por<br />
regra, é um fenómeno temporário que<br />
surge quando as economias transitam<br />
de um período de contração para um<br />
momento de expansão. É temporário,<br />
desde que os preços reduzam quando<br />
a oferta alcança a procura. Ainda assim,<br />
esta é uma realidade completamente<br />
nova para muitos gestores, que<br />
nunca se viram a braços com tal situação<br />
durante as suas carreiras profissionais.<br />
O fenómeno é controlado<br />
pelos bancos centrais, que acalmam a<br />
procura com o aumento <strong>das</strong> taxas de<br />
juro, para reduzir o consumo e estabilizar<br />
os preços.<br />
Impacto no Aftermarket<br />
No aftermarket, assim como noutras<br />
atividades económicas, o aumento<br />
do preço <strong>das</strong> matérias-primas, produtos<br />
e custos operacionais estão<br />
gradualmente a fazer sentir-se no<br />
preço <strong>das</strong> peças. O custo médio irá<br />
continuar a aumentar muito por culpa<br />
da incerteza com a situação que se<br />
vive na Ucrânia mas também, e não<br />
menos importante, da resposta do<br />
Banco Central Europeu à crescente<br />
inflação que temos vindo a testemunhar.<br />
Ainda assim, este é um fenómeno<br />
complexo para o qual não há<br />
respostas simples e cuja resposta do<br />
mercado não poderá ser de retração,<br />
sob pena de todos nos ressentirmos.<br />
Apesar de este crescimento da inflação<br />
e consequente perda do poder de<br />
compra poder, eventualmente, levar<br />
muitos consumidores a procurar<br />
produtos que têm um foco exclusivo<br />
no fator preço, acreditamos que os<br />
profissionais consciencializados procurarão<br />
sempre os produtos que lhes<br />
dão confiança no desempenho eficaz<br />
do seu trabalho.<br />
Este foi, precisamente, o tema do<br />
Podcast «Dar voz ao Aftermarket»<br />
by <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>, onde ouvimos<br />
vários responsáveis de empresas<br />
liga<strong>das</strong> à distribuição de peças e às<br />
oficinas, para perceber qual poderá<br />
ser a amplitude do problema que<br />
temos pela frente e o que pode ser<br />
feito por cada um dos «players» para<br />
minimizar o impacto da inflação no<br />
setor do pós-venda.<br />
Num mercado extremamente competitivo,<br />
onde o preço (ainda) é a variável<br />
mais importante do negócio, quisemos<br />
saber como se lida com estes aumentos<br />
de preços que têm obrigatoriamente<br />
de ser transmitidos aos clientes e<br />
como é que se reorienta a estratégia<br />
comercial de maneira a sobreviver<br />
aos ciclos mais difíceis da economia.<br />
Isabel Basto, COO de Aftermarket<br />
do Grupo Nors, conta que em 2022<br />
“tivemos mais do que uma subida do<br />
preçário” e que “foram tempos difíceis<br />
UM DOS aspetos MAIS SÉRIOS DESTE aumento DO CUSTO MÉDIO<br />
PRENDE-SE COM O CONSUMIDOR E COM A FORMA COMO ESTE PODE<br />
VIR A SER PROFUNDAMENTE afetaDO, FRUTO DO DECRÉSCIMO<br />
NA SUA CAPACIDADE FINANCEIRA<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 9
INFLAÇÃO<br />
NO AFTERMARKET<br />
O CUSTO MÉDIO DAS PEÇAS IRÁ CONTINUAR A auMENTAR MUITO POR CULPA<br />
DA INCERTEZA COM A SITUAÇÃO QUE SE VIVE NA UCRÂNIA, MAS TAMBÉM<br />
À RESPOSTA DO BANCO CENTRAL EUROPEU À CRESCENTE INFLAÇÃO<br />
e conturbados, até porque havia muitos<br />
«players» no mercado que nem<br />
sempre alteravam o preço ao mesmo<br />
tempo, o que causava algum ruído no<br />
setor, porque não era claro a que preço<br />
estávamos a fornecer a mesma peça”.<br />
No entanto, não havia outra solução,<br />
entende, pois “como para todos os<br />
negócios, as peças aumentam devido<br />
ao custo da energia, dos salários, <strong>das</strong><br />
matérias primas, dos juros e isto terá<br />
um impacto na rentabilidade do setor<br />
uma vez que estes aumentos têm que<br />
ser passados aos clientes”.<br />
Também Manuel Félix, diretor geral<br />
da Euromais, nota que a maior parte<br />
dos distribuidores não está a refletir<br />
a 100% os aumentos de preços que<br />
foram transmitidos na cadeia, dado<br />
que “se alguém tem uma determinada<br />
peça em stock, que entrou a<br />
10 euros, não há uma repercussão<br />
imediata desse aumento de preço<br />
nos clientes. O que está a ser feito é<br />
absorver uma parte do aumento da<br />
inflação na margem”, explica, alertando<br />
que “há limites e não podemos<br />
abdicar da nossa margem, porque no<br />
final do mês é preciso pagar os salários,<br />
a água, a luz e as despesas e gerar<br />
algum retorno ao nosso acionista!”.<br />
Ainda assim, considera que atualmente<br />
o setor se ressente, sobretudo,<br />
“da perda do poder de compra que as<br />
pessoas estão a ter pelo aumento dos<br />
custos em to<strong>das</strong> as áreas”.<br />
Pouco a fazer<br />
Partilhada por todos é a opinião de<br />
Manuel Pena, o responsável da rede<br />
de oficinas CGA, que diz que “não há<br />
grande coisa que os fabricantes possam<br />
fazer”, perante este cenário, “porque<br />
estão reféns do próprio aumento<br />
de custos <strong>das</strong> matérias primas”. Nuno<br />
Reis, administrador da Redeinnov,<br />
diz mesmo que “somos mais espetadores<br />
atentos do que atores, neste<br />
contexto. São muitos os fatores que<br />
influenciam a inflação, sobre os quais<br />
não temos nenhum controlo, portanto,<br />
aquilo que poderemos fazer é<br />
adaptarmo-nos a este contexto, que é<br />
altamente exigente e muito dinâmico.<br />
Temos de procurar a máxima eficiência<br />
nas nossas empresas, de maneira<br />
a corresponder da melhor forma aos<br />
desafios que o mercado nos apresenta”,<br />
defende. Em termos de estratégia,<br />
comenta, esta “não se altera com estas<br />
questões mais conjunturais. A política<br />
comercial tem-se mantido estável,<br />
bastante bem definida e consolidada<br />
ao longo dos anos e aquilo que temos<br />
vindo a alterar é uma questão mais<br />
operacional no dia a dia. Temos tido<br />
um foco muito grande não em mais<br />
stock, mas em melhor stock. Diria<br />
que, em tempos mais exigentes, o<br />
principal é que as empresas continuem<br />
a olhar para elas e que percebam<br />
o que podem fazer melhor todos<br />
os dias em áreas críticas como a financeira<br />
e a económica, para que possam<br />
ser competitivas comercialmente. A<br />
dica é manter o foco nos fundamentos<br />
do negócio, apesar de to<strong>das</strong> estas distrações<br />
e de todos estes desafios que<br />
vão aparecendo no dia a dia”, remata.<br />
Isabel Basto adverte para a necessidade<br />
de “contenção dos gastos operacionais<br />
e, principalmente, de diminuir<br />
a exposição ao risco <strong>das</strong> taxas de<br />
juro variáveis”. De há alguns anos a<br />
esta parte, o Grupo Nors tem investido<br />
significativamente no negócio<br />
de aftermarket, nomeadamente em<br />
termos tecnológicos e em termos de<br />
processos, o que, para a COO, “hoje<br />
permite-nos conhecer melhor o nosso<br />
cliente, pois estamos melhor preparados<br />
para gerir estes períodos de<br />
inflação, se tivermos os meios para<br />
saber melhor aquilo que o nosso<br />
cliente precisa”, argumenta.<br />
Por seu turno, o diretor-geral da Euromais,<br />
Manuel Félix, afirma que, por<br />
esta altura, “toda a gente deve parar<br />
e analisar muito bem aquilo que está<br />
a fazer e mesmo que não tenham formação,<br />
devem falar com quem de direito,<br />
com contabilistas, fazer cursos<br />
online, formações especificamente<br />
em gestão de oficinas… os proprietários<br />
devem olhar para o seu negócio,<br />
porque é nestes momentos que se<br />
definem as boas e as más empresas!”,<br />
alerta. Com outra perspetiva, Manuel<br />
Pena, da CGA, considera que cada<br />
caso é um caso e declara que “não temos<br />
a veleidade de dar conselhos às<br />
outras empresas, seguimos o nosso<br />
caminho. Estamos a falar de estruturas,<br />
em muitos casos, diferencia<strong>das</strong><br />
da nossa, o que se aplica à nossa realidade<br />
pode não se aplicar à realidade<br />
de outras empresas. O que é bom para<br />
nós não é bom para eles, é complicado<br />
fazer esse tipo de julgamento”, diz ao<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>.<br />
Manuel Pena defende que “nestas fases<br />
de crise, normalmente não há muitas<br />
coisas que se possam alterar radicalmente,<br />
porque normalmente vai<br />
criar nos clientes algumas questões e<br />
desconfianças”. A seu ver, “a gestão tem<br />
que ser feita sempre antecipadamente,<br />
já pensando que os ciclos da economia<br />
10 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
são variáveis. O que fazemos todos os<br />
dias na Auto Delta, é pensar em todos<br />
os cenários, bons e maus, e estruturamos<br />
a empresa para tal. Ou seja, na<br />
realidade, esta acaba por ser uma situação<br />
já perfeitamente identificada”.<br />
A Auto Delta, que tem mais de 40 anos<br />
de existência, “sempre foi conhecida<br />
por ter muito stock e variedade. Para<br />
nós, no contexto atual, é excelente,<br />
porque acabamos por ter antecipado<br />
a questão, e conseguimos fornecer os<br />
nossos clientes. Aumentamos regularmente<br />
a nossa capacidade de stock,<br />
de maneira a poder ter sempre mais<br />
soluções e mais opções para os nossos<br />
clientes. Já estamos a trabalhar antecipadamente<br />
e estamos perfeitamente<br />
confortáveis nesta situação”, salienta.<br />
Manter competitividade<br />
e nível de serviço<br />
Gerir o equilíbrio entre ser competitivo<br />
e manter o nível de serviço tem<br />
sido outro dos grandes desafios da<br />
inflação. Com os custos do transporte<br />
a subir expressivamente, os transportadores<br />
já aumentaram preços e isso<br />
significa custos agravados para os distribuidores<br />
que habitualmente fazem<br />
quatro, seis ou oito entregas diárias.<br />
“É o grande dilema na cabeça de muitos<br />
gestores. O nível de serviço em que<br />
as empresas estão a entrar para conquistar<br />
mercado, entregando seis ou<br />
dez vezes ao dia, sem qualquer organização<br />
ou regra, vai ser algo para que<br />
a médio prazo, as empresas vão ter<br />
que olhar. Os salários estão a aumentar,<br />
o preço dos carros está a aumentar,<br />
o preço do combustível, a manutenção<br />
dos carros… e eu não consigo<br />
perceber como é que há empresas que<br />
conseguem continuar a ter margens<br />
razoáveis para sobreviverem quando<br />
entram numa política de «pombo<br />
correio», que vão logo a correr para<br />
entregar as peças aos clientes”, questiona-se<br />
o diretor-geral da Euromais.<br />
Para Manuel Félix, duas entregas por<br />
dia “é mais do que suficiente para<br />
qualquer oficina, mas estamos numa<br />
loucura em que as empresas acham<br />
que porque entregam dez vezes ao<br />
dia, vendem mais. Honestamente, na<br />
nossa empresa preferimos não vender<br />
mais e ter as coisas organiza<strong>das</strong> e saber<br />
que somos rentáveis”.<br />
No Grupo Nors, garante Isabel Basto,<br />
“não conseguimos diminuir o nível de<br />
serviço que prestamos ao nosso cliente,<br />
até porque a procura não diminuiu,<br />
aumentou. Desde sempre que<br />
temos um nível de serviço de acordo<br />
com o segmento de cliente e temo-nos<br />
orgulhado da confiança que dá ao<br />
cliente”, afirma. Contudo, a responsável<br />
sabe que, além dos custos financeiros,<br />
há também custos ambientais<br />
pesados no que toca à pegada de carbono<br />
da empresa. Enquanto membro<br />
do fórum «Automotive Aftermarket<br />
Sustainability», a convite da ACAP<br />
com a CLEPA e com a FIGIEFA, Isabel<br />
Basto confirma que “temos que<br />
medir a nossa pegada de carbono e o<br />
número de entregas que fazemos, as-<br />
É NESTES MOMENTOS QUE A OFICINA TEM DE SE REINVENTAR,<br />
FAZER MAIS COM MENOS, PARA QUE A SUA PROPOSTA DE valor SEJA<br />
MAIOR E MELHOR, acoMPANHANDO O NATURAL AUMENTO DE PREÇOS<br />
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INFLAÇÃO<br />
NO AFTERMARKET<br />
A MÉDIO PRAZO, OS EFEITOS DIRETOS DA ATUAL TAXA DE INFLAÇÃO,<br />
SÃO A REDUÇÃO DO CONSUMO CAUSADA PELA PERDA DO PODER<br />
DE COMPRA DOS CONSUMIDORES E A PERDA DE CAPACIDADE<br />
FINANCEIRA DAS EMPRESAS
SE A OFICINA PRETENDE MANTER A COMPETITIVIDADE AO NÍVEL<br />
DE PREÇOS, SEM COMPROMETER O NÍVEL DE SERVIÇO, TEM DE TER<br />
MUITOS CUIDADOS NOS CUSTOS OPERACIONAIS DA EMPRESA<br />
sim como o tipo de embalagens que<br />
usamos, se quisermos continuar a ter<br />
um mundo onde viver. Iremos trabalhar<br />
neste sentido”, promete.<br />
“O bARATO sai caro”<br />
Com menos rendimento disponível,<br />
as famílias terão mais dificuldade<br />
em fazer face a despesas inespera<strong>das</strong>,<br />
nomeadamente com os automóveis.<br />
Porém, os nossos interlocutores do<br />
Podcast «Impacto da Inflação no<br />
Aftermarket» concordam que este “é<br />
um setor que, aparentemente, vive<br />
bem com a crise económica”, como<br />
refere Isabel Basto, que acrescenta<br />
que “quem precisa do automóvel vai<br />
continuar a usá-lo e vai haver procura<br />
da reparação automóvel. Com a<br />
recessão económica, o consumidor<br />
adiará a compra de um carro novo e,<br />
assim, tem mais cuidado em preservar<br />
o carro que tem atualmente”. O facto<br />
de se ter verificado, em 2022, um<br />
grande crescimento na compra de<br />
viaturas usa<strong>das</strong> importa<strong>das</strong> pode,<br />
na opinião da COO, “ser um sinal<br />
positivo para um aumento na procura<br />
do setor do aftermarket”.<br />
Também para Manuel Félix, o impacto<br />
na atividade oficinal “não será<br />
altamente preocupante”, mas poderá<br />
traduzir-se no adiamento <strong>das</strong> reparações<br />
ou no “resvalamento de produtos<br />
de marcas premium, que são mais<br />
caras, para segun<strong>das</strong> linhas, que são<br />
mais económicas. Eu não acredito<br />
que as pessoas vão deixar de reparar<br />
o seu automóvel. Nós, portugueses,<br />
temos uma ligação muito forte ao<br />
automóvel, mas se calhar as oficinas<br />
vão ter de começar a adaptar as suas<br />
margens à realidade e, com isso, a não<br />
repercussão do aumento de preços na<br />
totalidade no preço <strong>das</strong> peças”, indica.<br />
A subida dos preços devido à inflação,<br />
para Manuel Pena, tem, “normalmente,<br />
um efeito positivo”, pois este setor,<br />
em particular a parte oficinal, abraça<br />
“um contraciclo. É verdade que as peças<br />
aumentam, que existe um custo<br />
e que algumas famílias terão dificuldades<br />
em reparar, mas há mais gente<br />
a querer manter o carro, ou seja, na<br />
realidade o mercado em crise no nosso<br />
setor autocompensa-se. Seguramente,<br />
vamos sentir um crescimento<br />
da reparação, porque há menos venda<br />
de automóveis novos”, comenta.<br />
Já Nuno Reis, da Redeinnov, mostra-se<br />
preocupado com a pressão que<br />
as oficinas irão sentir, pois considera<br />
que, em Portugal, o automóvel é<br />
“um bem de primeira necessidade<br />
e as pessoas não têm alternativas e<br />
não podem prescindir dele”. Prevê<br />
que surgirá pressão para que a oficina<br />
“possa facilitar os pagamentos e<br />
encontrar soluções para financiar as<br />
reparações mais caras”, além de pressão<br />
para encontrar “peças de menor<br />
qualidade e por reparadores de menor<br />
qualidade, que possam oferecer<br />
um preço que à partida lhes parece<br />
mais barato”, dois fatores desafiantes<br />
que pesam negativamente na<br />
atividade económica, alerta, usando<br />
mesmo a expressão bem conhecida<br />
pelo povo português que “o barato<br />
sai caro”. Ainda assim, entende que<br />
“infelizmente, quando as pessoas<br />
não têm, não têm. Se for preciso fazer<br />
uma reparação de 300 euros que<br />
não têm, não há outra solução que<br />
não optar pelo preço e por reduzir o<br />
investimento. É evidente que a médio<br />
prazo é uma má decisão, mas<br />
dificilmente posso criticar alguém<br />
que tenha pensado fazer um determinado<br />
investimento e tem que fazer<br />
um investimento diferente e menos<br />
bom. Mas sim, isso vai trazer essas<br />
consequências. Em ciclos de menor<br />
atividade económica já assistimos a<br />
alguma procura de peças mais baratas,<br />
que a curto prazo parecem uma<br />
ótima solução, mas que a médio prazo<br />
são uma péssima solução”, afirma.<br />
Mesmo face a inflação, é preciso frisar<br />
que o setor do pós-venda automóvel é<br />
um mercado resiliente, que se vê a braços<br />
com dificuldades desde 2020. Primeiro<br />
a pandemia, depois a guerra em<br />
2022, que abanaram, mas não fizeram<br />
cair os empresários, que souberam dar<br />
a volta por cima, pelo que há que olhar<br />
de forma positiva para o futuro próximo.<br />
Passados estes três últimos anos,<br />
com todos os problemas que houve,<br />
aprendemos que a Resiliência Humana<br />
tem uma força extraordinária.<br />
Na opinião de Nuno Reis, “os desafios<br />
são permanentes. Não me parece que<br />
2022 tenha sido um mau ano em termos<br />
de resultados económicos para a<br />
maior parte <strong>das</strong> empresas (e ao final<br />
do dia é isso que nos importa!), portanto,<br />
acho que 2023 vai ser um ano<br />
difícil, mas com outros desafios, nomeadamente<br />
este, da questão económica”.<br />
Manuel Pena também não teme<br />
a situação: “As crises financeiras são<br />
positivas para o aftermarket automóvel.<br />
Temos um pequeno contraciclo, é<br />
uma situação regular”, conclui.<br />
É nestes momentos que as empresas<br />
têm de se reinventar, fazer mais com<br />
menos, apoiar os seus clientes com<br />
mais serviço com mais apoio à sua atividade<br />
para que a nossa proposta de valor<br />
seja maior e melhor acompanhando o<br />
natural aumento de preços. l<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 13
PATROCINADORES ><br />
MOBILIDADE SUSTENTÁVEL<br />
UMA TRANSIÇÃO<br />
IRREVERSÍVEL<br />
Imagem © Opel 2021
TORNAR A MOBILIDADE MAIS ECOLÓGICA E SUSTENTÁVEL DEVE CONSTITUIR A NOVA VIABILIDADE<br />
QUE PERMITA AO SETOR DOS TRANSPORTES CRESCER. A MOBILIDADE DEVE BASEAR-SE NUM<br />
SISTEMA DE TRANSPORTES MULTIMODAL EFICIENTE E INTERLIGADO, TANTO PARA PASSAGEIROS<br />
COMO PARA MERCADORIAS, OTIMIZADO POR UMA ABUNDANTE INFRAESTRUTURA DE<br />
CARREGAMENTO E REABASTECIMENTO DE VEÍCULOS DE EMISSÕES NULAS<br />
Esta evolução não deve deixar ninguém<br />
para trás, sendo crucial que a mobilidade<br />
esteja disponível e a preços acessíveis a<br />
todos. Em termos gerais, temos de mudar<br />
o paradigma existente de mudança<br />
sobre mudança para um de transformação fundamental.<br />
O Pacto Ecológico Europeu apela a uma redução<br />
de 90% <strong>das</strong> emissões de gases com efeito de<br />
estufa provenientes dos transportes, para que a UE<br />
se torne uma economia com impacto neutro no clima<br />
até <strong>205</strong>0. Para alcançar esta mudança sistémica,<br />
é necessário tornar todos os modos de transporte<br />
mais sustentáveis e criar os incentivos adequados<br />
para impulsionar a transição, o que implica que<br />
to<strong>das</strong> as alavancas políticas devem ser aciona<strong>das</strong>,<br />
nomeadamente:<br />
l Medi<strong>das</strong> destina<strong>das</strong> a reduzir significativamente a<br />
atual dependência dos combustíveis fósseis;<br />
l Ações decisivas para transferir mais atividade para<br />
os modos de transporte mais sustentáveis;<br />
l Internalização dos custos externos, através da<br />
aplicação dos princípios do «poluidor-pagador» e<br />
do «utilizador-pagador», nomeadamente através<br />
da tarifação do carbono e de mecanismos de tributação<br />
<strong>das</strong> infraestruturas.<br />
Tendo em conta a análise apresentada no documento<br />
da Comissão Europeia são definidos vários<br />
marcos para nortear o caminho do sistema de<br />
transportes europeu para alcançar os objetivos de<br />
mobilidade sustentável, inteligente e resiliente, indicando,<br />
assim, o nível de ambição necessário para<br />
as políticas futuras, a saber:<br />
Até 2030:<br />
l Pelo menos 30 milhões de veículos de emissões<br />
nulas estarão em funcionamento nas estra<strong>das</strong> europeias<br />
l 100 cidades europeias terão impacto neutro no<br />
clima<br />
l<br />
Haverá o dobro dos comboios de alta velocidade<br />
l As viagens coletivas programa<strong>das</strong> de menos de<br />
500 km devem ser neutras em termos de carbono<br />
na UE<br />
l A mobilidade automatizada será implantada em<br />
grande escala<br />
Até 2035:<br />
l As aeronaves de grande porte de emissões zero estarão<br />
prontas para o mercado<br />
Até <strong>205</strong>0:<br />
l Quase todos os automóveis, vans, autocarros, assim<br />
como os veículos pesados novos serão de emissões<br />
zero;<br />
l O tráfego ferroviário de mercadorias duplicará;<br />
l O tráfego ferroviário de alta velocidade triplicará;<br />
l A rede transeuropeia de transportes (RTE-T)<br />
multimodal, equipada para transportes sustentáveis<br />
e inteligentes com conectividade de alta velocidade<br />
estará operacional para a rede global.<br />
O ecossistema de carregamento VE<br />
O desenvolvimento da e-mobilidade representa<br />
uma oportunidade que as empresas devem aproveitar,<br />
preparando o futuro a partir de hoje. A chave<br />
está em adotar modelos de negócios viáveis que<br />
lhes permitem diferenciar-se da concorrência, num<br />
mercado cada vez mais competitivo. O calcanhar de<br />
Aquiles do mercado de VE encontra-se na infra-estrutura<br />
de carregamento, sendo esta uma via crucial<br />
para explorar, a fim de obter uma vantagem competitiva.<br />
Avaliar quem pode captar novos valores gerados<br />
por este mercado é crítico. De facto, os modelos de<br />
negócio e os cenários de desenvolvimento são constantemente<br />
alterados, sendo difícil prever retornos<br />
financeiros e económicos para os intervenientes no<br />
mercado. Na realidade, a complexidade da infra-estrutura<br />
de carregamento dos VE, incentiva todos os<br />
intervenientes a criar novos negócios para desenvolver<br />
soluções inovadoras. Como a penetração de<br />
VE aumenta e a infra-estrutura expande-se, duas<br />
questões-chave tornam-se importantes para as empresas<br />
ativas neste campo:<br />
l Quando investir: Quando irá acontecer “o ponto<br />
de viragem” para as ven<strong>das</strong> de VE tornarem o mer-<br />
cado de VE mais atrativo e permitir a industrialização<br />
total?<br />
l Onde investir: que parte da cadeia de valor irá<br />
concentrar a maior parte do valor e permitir as margens<br />
mais eleva<strong>das</strong>?<br />
A atual mudança de mobilidade empurra as empresas<br />
e condutores para a mudança ao longo da cadeia<br />
de valor da eletrificação, para rever as suas estratégias<br />
de investimento e para transformar os seus negócios<br />
através de fusões e aquisições. O imperativo<br />
de transformação torna-se ainda mais forte à medida<br />
que a complexidade do ecossistema aumenta.<br />
Tendências que estão a mudar a mobilidade<br />
A E-Mobility generalizou-se e está a experimentar<br />
um grande impulso, apesar <strong>das</strong> eleva<strong>das</strong> discrepâncias<br />
geográficas, a tendência é a acelerar. As quatro<br />
grandes tendências que estão a mudar a mobilidade<br />
são: conectividade; condução autónoma; partilha de<br />
serviços e mobilidade elétrica.<br />
O acesso às infra-estruturas de carregamento de VE<br />
será em breve a única barreira que resta, para desbloquear<br />
o potencial de e-mobilidade. Interesse crescente<br />
dos fabricantes de automóveis, como a Toyota,<br />
Volvo ou Renault, associado à queda dos preços <strong>das</strong><br />
baterias estão próximos de comercializar VE a um<br />
preço mais competitivo, ainda que estes permaneçam<br />
significativamente mais caros do que os veículos<br />
com motor de combustão interna (ICE) sem subsídios<br />
governamentais. Muitos condutores ainda têm<br />
preconceitos relativamente aos VE, por causa da autonomia<br />
e do ainda reduzido número de postos de<br />
carregamento A cadeia de valor do VE é suscetível<br />
de evoluir ainda mais à medida que o mercado se<br />
expande e o número de empresas ativas no terreno<br />
aumenta.<br />
Embora seja evidente que os modelos de negócio<br />
da e-mobilidade requerem gerir um ecossistema<br />
complexo, nenhuma empresa se destaca ainda entre<br />
fabricantes de automóveis, empresas de serviços<br />
públicos e petrolíferas. Os fabricantes de automóveis<br />
e alguns players estão melhor posicionados para<br />
apoiar modelos comerciais específicos, servindo<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 15
assim alguns segmentos de clientes<br />
melhor do que outros, graças à sua<br />
capacidade para aceder aos dados dos<br />
utilizadores.<br />
As petrolíferas são definitivamente as<br />
organizações mais ameaça<strong>das</strong> e devem<br />
transformar-se rapidamente para capturar<br />
uma parte importante do mercado<br />
de carregamento dos VE para não<br />
desaparecer. Vão ter de compreender<br />
as preferências dos clientes, utilizando<br />
as bases de dados para saber as suas<br />
necessidades e as suas ligações com os<br />
prestadores de serviços. O domínio do<br />
digital e dos dados é fundamental para<br />
vencer neste mercado de fornecimento<br />
de energia para carregamento de VE.<br />
O digital traz oportunidades às empresas<br />
para adaptarem os seus modelo de<br />
negócio.<br />
Novos cenários de e-mobilidade<br />
A condução autónoma, digitalização e<br />
eletrificação estão a evoluir a partir de<br />
novas tecnologias, novos operadores<br />
no mercado, e novas abordagens por<br />
parte de agentes tradicionais da indústria.<br />
Com as crescentes preocupações<br />
ambientais e os objetivos dos ESG, a<br />
procura dos consumidores por veículos<br />
eléctricos (VE) estão a tornar-se<br />
mais comum. Os construtores de automóveis<br />
estão a aumentar a produção<br />
de VE, ou planos para converter linhas<br />
inteiras de veículos de passageiros e/ou<br />
comerciais de ICE para VE. Como resultado,<br />
o mercado de baterias VE está<br />
a crescer e a procura está a acelerar,<br />
com a sustentabilidade e a disponibilidade<br />
de matéria-prima como principais<br />
desafios.<br />
Os veículos também requerem quantidades<br />
cada vez maiores de software,<br />
e os OEMs estão a mudar para uma<br />
abordagem de Veículo Definido por<br />
Software (SDV), onde os veículos são<br />
construídos em torno de plataformas<br />
de software. A digitalização e o software<br />
tornaram-se diferenciadores,<br />
pressionando OEMs e fornecedores a<br />
desenvolver novos produtos e serviços<br />
baseados em software, e até modelos<br />
empresariais de software inovadores.<br />
Embora a escassez de semicondutores<br />
continue a ter impacto nos fabricantes<br />
automóveis, também apresenta a<br />
oportunidade de repensar estratégias<br />
a curto e longo prazo.<br />
Mobilidade partilhada<br />
A mobilidade partilhada, ou quando os veículos são partilhados entre indivíduos ao<br />
longo do tempo ou em conjunto entre vários passageiros, parece ter vindo para para<br />
ficar. Veja-se, por exemplo, o seguinte:<br />
l Os condutores europeus acumularam<br />
mais de 15 mil milhões de<br />
viagens de mobilidade em 2019,<br />
com receitas que atingiram 130 mil<br />
milhões de dólares. Até 2030, as receitas<br />
totais da mobilidade poderão<br />
aumentar para entre 450 mil milhões<br />
e 860 mil milhões de dólares,<br />
representando 80 a 90 por cento <strong>das</strong><br />
despesas dos consumidores em mobilidade<br />
partilhada.<br />
l Com uma taxa de crescimento<br />
anual de mais de 200 por cento de<br />
2018 a 2019 em receitas anuais de<br />
viagens, o mercado de mobilidade<br />
partilhada deverá gerar até 90 mil<br />
milhões de dólares em 2030.<br />
l Cinquenta e seis por cento dos<br />
consumidores atuais estão dispostos<br />
a substituir as viagens efetua<strong>das</strong> em<br />
veículos privados por futuros veículos<br />
autónomos partilhados. Em<br />
resultado da potencial canibalização<br />
da utilização de veículos privados e<br />
do fornecimento de uma opção de<br />
mobilidade partilhada mais acessível<br />
do que o transporte público<br />
atual, as receitas dos táxis e TVDE’s<br />
poderão atingir mais de 400 mil<br />
milhões de dólares em 2030, dependendo<br />
da forma como os regulamentos<br />
e tecnologias relaciona<strong>das</strong> se<br />
desenvolvem.<br />
Como os consumidores exigem modos<br />
de viagem convenientes, rentáveis<br />
e sustentáveis nas zonas urbanas,<br />
a mobilidade partilhada está a<br />
aumentar. De acordo com uma análise<br />
McKinsey dos relatórios anuais,<br />
o número de viagens e-hailing triplicou<br />
de 5,5 triliões em 2018 para 16,5<br />
triliões em 2021. Durante a última<br />
década, a mobilidade partilhada tornou-se<br />
também um campo atraente<br />
para os investidores. Desde 2012, investidores<br />
privados, empresas tecnológicas,<br />
e outros, investiram mais de<br />
100 biliões de dólares para empresas<br />
de mobilidade partilhada. As cidades<br />
têm como objetivo reduzir as<br />
emissões para enfrentar a crise climática,<br />
e esta década pode assistir a<br />
uma mudança ainda mais dramática<br />
para formas de viajar flexíveis, partilha<strong>das</strong><br />
e sustentáveis. Mais de 150<br />
cidades estão atualmente a trabalhar<br />
para introduzir medi<strong>das</strong> destina<strong>das</strong><br />
a reduzir a utilização de veículos privados,<br />
conclui a análise McKinsey.<br />
Os automóveis particulares de passageiros<br />
são convenientes, mas também<br />
podem ser ineficientes. Por<br />
exemplo, a frota de automóveis de<br />
passageiros da Alemanha é de cerca<br />
de 50 milhões de veículos, que poderiam<br />
potencialmente fornecer cerca<br />
de 250 milhões de lugares. Com<br />
mais de 80 milhões de pessoas na<br />
Alemanha, isto poderia teoricamente<br />
satisfazer as necessidades de mobilidade<br />
da população. Mas estudos<br />
mostram que os veículos particulares<br />
permanecem estacionados cerca<br />
de 95% do tempo e transportam frequentemente<br />
um pequeno número<br />
de pessoas. (Na Europa, uma média<br />
de 1,2 a 1,9 pessoas ocupam carros<br />
de passageiros que viajam em zonas<br />
urbanas). Isto leva a uma utilização<br />
média de menos de 2% de toda a capacidade<br />
de lugares para veículos.<br />
Devido a isto, as ruas <strong>das</strong> cidades<br />
estão frequentemente a transbordar<br />
de tráfego, o que reduz ainda mais a<br />
utilização eficaz do sistema de mobilidade.<br />
Três tendências que moldam a<br />
mobilidade partilhada<br />
Dos robo-táxis e robo-shuttles aos<br />
e-bikes partilhados, os gastos em<br />
serviços de mobilidade partilhada<br />
poderão crescer rapidamente durante<br />
a próxima década, com profun<strong>das</strong><br />
implicações para os decisores políticos,<br />
empresas priva<strong>das</strong>, e consumidores.<br />
Três tendências principais<br />
estão por detrás do crescimento da<br />
mobilidade partilhada.<br />
A primeira é uma transição potencial<br />
de utilização individual para a<br />
utilização conjunta de veículos. O<br />
ritmo vertiginoso da urbanização<br />
significa que o congestionamento é<br />
um desafio permanente nas zonas<br />
urbanas. Os passageiros poderiam<br />
preferir andar com outros porque é<br />
rentável (com várias pessoas a dividir<br />
a conta) e conveniente (uma vez<br />
que o ridesharing proporciona um<br />
serviço porta-a-porta e os consumidores<br />
não conduzem). Além disso,<br />
as cidades que trabalham para reduzir<br />
a utilização de veículos privados<br />
estão a promulgar regulamentos<br />
mais rigorosos e a fornecer incentivos<br />
para a utilização da mobilidade<br />
partilhada. Os líderes <strong>das</strong> cidades<br />
estão a estabelecer zonas sem carros,<br />
a cobrar para entrar com os carros<br />
nas cidades, a reduzir os lugares de<br />
estacionamento e a aumentar as tarifas<br />
de estacionamento. A transição<br />
para modos de viagem mais sustentáveis,<br />
flexíveis e agrupados poderia<br />
proporcionar benefícios ambientais,<br />
reduzir o tráfego e minimizar a utilização<br />
ineficiente <strong>das</strong> estra<strong>das</strong>.<br />
A segunda tendência é uma possível<br />
mudança dos modos de mobilidade,<br />
em que os consumidores fazem<br />
a sua própria condução para serem<br />
conduzidos - por exemplo, com<br />
veículos autónomos partilhados. O<br />
lançamento comercial de robotáxis<br />
e robots de transporte poderia dar<br />
aos consumidores opções mais acessíveis<br />
para viagens ponto-a-ponto.<br />
Isto poderia tornar desnecessária a<br />
posse de um carro para uns, enquanto<br />
para outros, reduzir o quanto utilizam<br />
os seus carros.<br />
Uma terceira grande tendência poderia<br />
envolver a mudança da utilização<br />
de veículos maiores para<br />
veículos mais pequenos. Muitos<br />
consumidores em áreas com muita<br />
gente estão a ter dificuldade em<br />
encontrar estacionamento e já não<br />
16 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
PATROCINADORES ><br />
querem stress e confusão no tráfego<br />
durante as suas deslocações diárias.<br />
A investigação realizada a um vasto<br />
número de condutores mostrou que<br />
quase 70% declaram estar dispostos<br />
a utilizar veículos de micro-mobilidade<br />
para o transporte pendular.<br />
Isto sugere que cada vez mais trabalhadores<br />
estão a considerar utilizar<br />
veículos mais pequenos e formas de<br />
transporte mais sustentáveis.<br />
O interesse dos consumidores pela<br />
mobilidade partilhada floresceu<br />
após a pandemia global COVID-19,<br />
com muitos condutores a valorizar<br />
as viagens higiénicas, sustentáveis e<br />
flexíveis. Mais de 90 cidades adotaram<br />
políticas que apoiam indiretamente<br />
a micromobilidade, tais como<br />
a construção maciça de infra-estruturas<br />
para o ciclismo. Os avanços<br />
na tecnologia irão provavelmente<br />
melhorar ainda mais a experiência<br />
do consumidor, por exemplo, ao<br />
permitir viajar através de distâncias<br />
maiores. Em 2030, o mercado da<br />
micromobilidade partilhada poderá<br />
atingir 50 a 90 mil milhões de dólares,<br />
um aumento de cerca de 40 por<br />
cento por ano entre 2019 e 2030. A<br />
micromobilidade partilhada poderia<br />
representar cerca de 10% do mercado<br />
global de mobilidade partilhada<br />
em 2030.<br />
Uma vez que os consumidores que<br />
partilham automóveis têm de conduzir<br />
eles próprios, têm menos liberdade<br />
do que se estivessem num<br />
veículo autónomo. Os utilizadores<br />
de automóveis partilhados têm de<br />
encontrar estacionamento, e muitas<br />
vezes têm de ultrapassar as lacunas<br />
do primeiro e do último quilómetro<br />
(ou seja, os desafios que se colocam<br />
a partir do local onde apanham o<br />
seu carro, e depois chegar do ponto<br />
de entrega ao destino final). Ainda<br />
assim, alguns consumidores podem<br />
apreciar a maior flexibilidade que a<br />
partilha de carro oferece em relação<br />
à posse do carro. Os operadores de<br />
mobilidade com frotas puramente<br />
elétricas descobriram recentemente<br />
que as cidades que regulamentam<br />
rigorosamente as emissões são mercados<br />
atrativos.<br />
Transporte rodoviário inteligente e conveniente<br />
Salvaguardar uma indústria próspera e competitiva<br />
Um dos quatro pilares principais<br />
do Manifesto ACEA 2019-2024,<br />
que procura fomentar a colaboração<br />
entre a indústria automóvel e os<br />
decisores políticos da UE, é tornar<br />
o transporte rodoviário inteligente e<br />
conveniente. O principal objetivo é<br />
estabelecer firmemente a UE como<br />
líder mundial em soluções de mobilidade<br />
inovadoras e orienta<strong>das</strong> para<br />
o consumidor.<br />
O que a indústria automóvel<br />
oferece:<br />
l Um volume de negócios que representa<br />
mais de 7% do PIB da UE.<br />
l Emprego direto e indireto para<br />
13,8 milhões de europeus (6,1%<br />
da população empregada da UE) e<br />
mais de 11% do emprego total da indústria<br />
transformadora da UE (3,5<br />
milhões de empregos).<br />
l Cerca de 428 mil milhões de euros<br />
em contribuições fiscais só nos estados<br />
membros da UE<br />
l As exportações geram um excedente<br />
comercial de 84,4 mil milhões<br />
de euros por ano para a União Europeia.<br />
l O investimento mais forte do mundo<br />
em I&D automóvel, no valor de<br />
57,4 mil milhões de euros por ano ou<br />
28% da despesa total de I&D da UE.<br />
l 37,2% de todos os pedidos de patentes<br />
são relacionados com veículos<br />
desde 2011, colocando a Europa<br />
à frente da China (3%), Japão (13%)<br />
e Estados Unidos (33,7%).<br />
l Soluções específicas e flexíveis<br />
para cada realidade de mobilidade.<br />
No caso de utilização dos transportes,<br />
correspondendo às características<br />
únicas de cada uma <strong>das</strong> muitas<br />
áreas urbanas da Europa.<br />
l Uma oferta cada vez mais ampla e<br />
diversificada de veículos com emissões<br />
zero e baixas (ZLEVs).<br />
l Veículos que emitirão continuamente<br />
menos poluentes, intensificando<br />
a sua contribuição para cidades<br />
mais limpas e um ambiente<br />
mais saudável.<br />
l Tecnologia de segurança ativa de<br />
ponta para veículos, melhorada por<br />
sistemas automatizados, que podem<br />
ajudar a evitar a ocorrência de acidentes.<br />
l Melhor comunicação com os cidadãos<br />
sobre uma condução segura e<br />
uma utilização mais eficaz dos elementos<br />
de segurança já disponíveis<br />
nos seus veículos.<br />
l Uma ampla escolha de diferentes<br />
tipos de veículos, através de vários<br />
segmentos de preços, fornecendo<br />
soluções adequa<strong>das</strong> para diferentes<br />
orçamentos.<br />
l Investimento contínuo em novos<br />
serviços de mobilidade, incluindo<br />
partilha de carros, ridesharing e<br />
conceitos logísticos inovadores.<br />
O que a Europa deve fazer<br />
l Lançamento de iniciativas emblemáticas<br />
europeias centra<strong>das</strong> na inovação<br />
da mobilidade que reúnem<br />
universidades, centros de investigação<br />
e atores de toda a cadeia de valor<br />
automóvel.<br />
l Eliminar os obstáculos regulamentares<br />
à implantação (transfronteiriça)<br />
de novas tecnologias de mobilidade.<br />
l Permitir a implantação rápida da<br />
infra-estrutura de comunicações digitais<br />
necessári para complementar<br />
as infra-estruturas de transporte e<br />
rodoviárias existentes.<br />
l Permitir a inovação em novos modelos<br />
empresariais de mobilidade<br />
impulsionados por dados, bem como<br />
soluções de transporte partilhado.<br />
l Adotar uma abordagem “centrada<br />
no consumidor”, adotando políticas<br />
de mobilidade e transporte que respondam<br />
às mudanças de hábitos e<br />
necessidades dos consumidores.<br />
l Elaborar um plano abrangente<br />
para a transição para a mobilidade<br />
com baixas e zero emissões, como<br />
já foi feito na China e nos Estados<br />
Unidos da América.<br />
l Recolher e analisar dados sobre<br />
acidentes a nível da UE para ter<br />
uma base de conhecimentos mais<br />
sólida para a escolha de outras medi<strong>das</strong><br />
de segurança.<br />
l Criar condições de mercado adequa<strong>das</strong><br />
e favoráveis para a aceitação<br />
dos ZLEV em todos os estados<br />
membros através de incentivos financeiros<br />
e não financeiros, tornando<br />
os veículos mais limpos acessíveis<br />
a todos os níveis da sociedade.<br />
l As novas regras e regulamentos<br />
não devem ter um impacto negativo<br />
na liberdade de mobilidade <strong>das</strong> pessoas<br />
com meios limitados.<br />
l Impor tecnologias específicas apenas<br />
limita a escolha e restringe a<br />
inovação; a Europa só prosperará se<br />
as pessoas tiverem mais escolha em<br />
vez de menos.<br />
l Abordar a incerteza dos consumidores,<br />
combatendo a crescente<br />
manta de retalhos de restrições de<br />
acesso aos veículos urbanos, e a sua<br />
falta de coerência com as regras do<br />
mercado interno da UE.<br />
O DESENVOLVIMENTO DA E-MOBILIDADE REPRESENTA<br />
UMA OPORTUNIDADE QUE as EMPRESAS DEVEM<br />
APROveitar, PREPARANDO O FUTURO. A CHAVE ESTÁ<br />
EM ADOtar MODELOS DE NEGÓCIOS VIÁVEIS QUE LHES<br />
PERMITEM DIFERENCIAR-SE DA CONCORRÊNCIA<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 17
FINALISTAS CONHECIDOS<br />
COMPETIÇÃO MELHOR MECATRÓNICO 2023<br />
NESTA EDIÇÃO REVELAMOS QUATRO DOS FINALISTAS DA COMPETIÇÃO MELHOR<br />
MECATRÓNICO 2023, QUE MARCARÃO PRESENÇA NO SALÃO EXPOMECÂNICA,<br />
NOS DIAS 14 A 16 DE ABRIL, PARA DISPUTAR A GRANDE FINAL. NA PRÓXIMA<br />
EDIÇÃO IREMOS APRESENTAR OS RESTANTES FINALISTAS
Patrocinadores 2022 / 2023<br />
Armando Coutinho<br />
“ Esta edição da<br />
Competição Melhor<br />
MeCAtrónico tem tudo<br />
para correr bem”<br />
Armando Coutinho tem quarenta e seis anos de<br />
idade, vive em Lisboa e trabalha na Mercauto Santogal,<br />
em Sete Rios, um concessionário oficial da<br />
Mercedes-Benz<br />
Fez o Curso de Mecatrónica Automóvel na Casa<br />
Pia de Lisboa, Colégio de Pina Manique, com uma<br />
duração e quatro anos, tendo terminado em 1992.<br />
Começou a trabalhar inicialmente num concessionário<br />
da Ford, cerca de oito anos, e está há vinte<br />
e dois anos na Mercauto de Sete-Rios. Não teve<br />
ninguém que o inspirasse a seguir a profissão, mas<br />
desde cedo percebeu que era o que queria fazer.<br />
Em criança, sempre que via alguém com o capô<br />
de um automóvel aberto, lá estava sempre a observar<br />
atentamente. “Sempre soube que queria ser<br />
mecatrónico de automóveis, fazer carreira nesta<br />
área. O que me atraiu foi a paixão que sempre tive<br />
pelo mundo automóvel, pela tecnologia em constante<br />
desenvolvimento do setor”, refere Armando<br />
Coutinho. Para se manter atualizado com as novas<br />
tecnologias frequenta as formações que são<br />
disponibiliza<strong>das</strong> pela Mercedes-Benz, e-learnings<br />
e presenciais. Tenta também, sempre que possível,<br />
fazer formações da<strong>das</strong> por empresas externas<br />
à marca para adquirir outro tipo de conhecimentos<br />
relativos a outras marcas de automóveis. O<br />
equilíbrio entre a vida profissional e pessoal nem<br />
sempre é fácil, pois a maior parte dos dias da semana<br />
trabalha cerca de onze a doze horas diárias.<br />
“Penso que todo o mecatrónico, tem aquela avaria<br />
mais complicada, que enquanto não a resolve sempre<br />
nos “persegue”, mesmo em casa”, diz.<br />
Quando não está a trabalhar, convive com a família,<br />
pratica BTT e tenta ir ao ginásio, sempre que<br />
possível, de forma a manter algum equilíbrio na<br />
vida. No geral sente-se satisfeito com a profissão,<br />
gosta imenso do que faz e do desafio constante da<br />
profissão de mecatrónico automóvel. Continua a<br />
ver esta profissão como uma área em constante desenvolvimento,<br />
que necessita de uma adaptação<br />
constante “Hoje em dia executamos reparações<br />
em praticamente todo tipo de viaturas, desde<br />
os PHEV aos EV, futuramente estes últimos em<br />
maior percentagem. Cada vez mais, existe uma<br />
maior necessidade de especialização dos técnicos<br />
para acompanhar a evolução da indústria do sector<br />
automóvel, só assim, é possível garantir um<br />
trabalho de qualidade e valorização da profissão”,<br />
sublinha.<br />
Decidiu concorrer à Competição Melhor Mecatrónico<br />
para testar o seu nível de conhecimentos e<br />
também como um desafio pessoal, “sair da minha<br />
área de conforto e adquirir novas experiências/<br />
conhecimentos”. Considera que o nível de preparação<br />
dos concorrentes é cada vez maior, assim<br />
como o grau de dificuldade <strong>das</strong> provas. Por isso<br />
acredita que esta edição vai uma vez mais superar<br />
as expetativas de todos, mesmo em relação ao espaço<br />
envolvente onde o concurso irá decorrer. “O<br />
facto da Competição decorrer no salão expoME-<br />
CÂNICA, será um desafio acrescido, tanto para os<br />
concorrentes como para a organização, algo nunca<br />
feito em Portugal. Tem tudo para correr bem.<br />
Certamente, todos os concorrentes e organização,<br />
vão dar o seu melhor e dignificar a profissão de<br />
mecatrónico automóvel”, conclui Armando Coutinho.<br />
João Miguel Luís<br />
“ Os benefícios,<br />
divulgação, e<br />
credibilização desta<br />
Competição, ajuda na<br />
evolução do setor”<br />
João Miguel Passarinho Luís tem 46 Anos, mora<br />
no concelho de Odivelas e há quinze anos que desenvolve<br />
o projeto oficinal Miguel & Luísa Auto<br />
Lda. como fundador e parte integrante dos quadros<br />
da empresa como Mecatrónico<br />
Dentro do meio oficinal, João Luís já tem um percurso<br />
longo, pois desde tenra idade que frequenta as<br />
oficinas, pois o seu pai era bate-chapas, e desde sempre<br />
acompanhou a evolução oficinal bem de perto.<br />
Como profissional, a sua etapa começou entre 1997<br />
e 2001, quando se tornou orçamentista e chefe de<br />
oficina, tendo começado a efetuar o seu percurso de<br />
formação eletrónica, bem como os primeiros passos<br />
a nível de diagnóstico automóvel. A sua principal<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 19
inspiração foi sempre o desafio em encontrar solução<br />
para novos problemas, e assim que a revolução<br />
a nível tecnológico começou e as dificuldades senti<strong>das</strong><br />
pelos profissionais do setor a partir de 1998 se<br />
instalaram, despoletou em si uma vontade cada vez<br />
maior de saber mais e entrar nesse novo mundo do<br />
OBD e <strong>das</strong> normas Euro e sistemas de antipoluição<br />
estabeleci<strong>das</strong> na altura. Desde criança que a curiosidade<br />
de saber como funciona o acompanhou. Legos<br />
e desmantelar pequenos carros de brincar eram o<br />
seu hobbie. “Lembro-me perfeitamente, que a partir<br />
do secundário, e como tinha a possibilidade de<br />
estar dentro do meio oficinal, a minha curiosidade<br />
aguçou e fez-me começar a aprender com os mecânicos<br />
da altura a profissão que hoje executo com<br />
todo o orgulho”, refere João Luís.<br />
O seu percurso, para além <strong>das</strong> inúmeras formações<br />
que já efetuou e continua a efetuar até hoje, para<br />
poder acompanhar a evolução tecnológica e digital<br />
do automóvel, passou por trabalhar na oficina<br />
do seu pai durante toda a infância e adolescência.<br />
Numa certa etapa abraçou outros projetos, tendo<br />
trabalhado na Sociedade Portuguesa de Reboques<br />
e na BMW, Auto Fialho de Almeida, até que em<br />
2007 resolveu criar o seu projeto pessoal, a M. &<br />
L Auto Lda. Tem como referência profissional uma<br />
formação contínua e meticulosa, assim como a<br />
aposta em meios tecnológicos para poder acompanhar<br />
não só os novos sistemas eletrónicos como o<br />
ADAS, sistemas de antipoluição cada vez mais sofisticados<br />
ou a eletrificação dos veículos, mas também<br />
a evolução do mercado a nível de produtos de<br />
origem e aftermarket. “A minha dedicação a esta<br />
profissão, é sem sombra de dúvida de corpo e alma,<br />
posso confessar que já sonhei com várias resoluções<br />
de problemas de algumas viaturas”, frisou.<br />
Para João Luís, esta é uma profissão que exige<br />
dedicação e sacrifício, e salienta que na maior parte<br />
<strong>das</strong> vezes ainda é vista de lado e negligenciada.<br />
“O trabalho que desempenho é para proteger a<br />
vida dos condutores e aumentar o conforto de todos<br />
aos quais me é permitido resolver as avarias e<br />
desgaste dos seus automóveis. Tenho a responsabilidade<br />
de colocar a proteção ativa de cada viatura<br />
em segurança máxima, pois tenho a noção que sou<br />
responsável pela vida <strong>das</strong> pessoas a quem efetuo a<br />
reparação <strong>das</strong> suas viaturas”, sublinha. “Esta dedicação<br />
acaba por nos desgastar e ter um impacto no<br />
nosso seio familiar, pois temos que dedicar muito<br />
do nosso tempo em prol da segurança de outros, e<br />
da nossa própria convicção e autoestima, mas com<br />
o desenrolar da idade e da experiência profissional<br />
acabamos por conseguir conciliar melhor o tempo<br />
dedicado a família”, acrescenta João Luís. Como<br />
seria de esperar, também tem o seu escape, e o<br />
motociclismo há já muitos anos que o acompanha<br />
nesse processo de exteriorizar a sua adrenalina,<br />
bem como a sensação de liberdade que lhe traz.<br />
Tal como qualquer relacionamento, e como já referiu<br />
anteriormente, “a dedicação é a base fundamental.<br />
A satisfação de exercer esta profissão, ocorre em<br />
cada momento em que o serviço executado é motivo<br />
para nosso orgulho e a satisfação do nosso cliente<br />
que nos confiou a vida dele, e dos que irão circular<br />
com ele na sua viatura”. Para João Luís, a profissão<br />
de mecatrónico automóvel deveria ser mais valorizada,<br />
até porque a sua continuação é uma incógnita,<br />
muito porque as novas gerações não veem a mesma<br />
como uma profissão a seguir, e em sua opinião, este<br />
facto deve-se à falta de valorização, desgaste prematuro,<br />
e ao grau de dificuldade da mesma em prol de<br />
um rendimento abaixo de outras profissões que hoje<br />
se encontram no top do mercado, como as profissões<br />
digitais e tecnológicas. “Mas acredito que esta<br />
profissão irá vingar no futuro pois terá que haver<br />
sempre meios de transporte, e terá que haver sempre<br />
quem lhes efetue a sua manutenção. A evolução<br />
tecnológica será sempre um desafio para todos nós<br />
mecatrónicos, mas acho que será sempre um motivo<br />
também para o desenvolvimento de competências<br />
inerentes à profissão”, assegura.<br />
Na sua opinião, a Competição Melhor Mecatrónico,<br />
para além de demonstrar que existem excelentes<br />
profissionais em Portugal, tem a capacidade de<br />
os motivar para serem ainda melhores. “A minha<br />
participação advém não só do reconhecimento de<br />
competências, bem como é uma forma de satisfação<br />
pessoal pela qualidade como decorre, e me<br />
proporcionar uma vontade imensa de me superar<br />
a mim próprio, e claro ser valorizado na profissão<br />
a qual já dediquei uma parte da minha vida”, enaltece.<br />
“As finais são para ganhar, e como por mérito<br />
aqui cheguei, vou tentar ao máximo o melhor<br />
desempenho possível, de preferência o primeiro<br />
lugar, sei que não será fácil, mas não será para<br />
mim nem para nenhum dos colegas de profissão<br />
que irão disputar comigo o tão cobiçado pódio”,<br />
acrescenta. O facto da Competição se realizar na<br />
expoMECÂNICA, para além de ser uma montra<br />
para todos os participantes, acima de tudo irá ser<br />
um prestígio para todos os profissionais que executam<br />
com orgulho e mérito a profissão Mecatrónico<br />
Automóvel. Por isso, João Luís acredita que esta<br />
exposição e credibilidade se irá refletir na confiança<br />
depositada em todos os profissionais do ramo.<br />
“Os benefícios, divulgação, e credibilização desta<br />
Competição, acima de tudo ajuda para que o estigma<br />
da descredibilização da profissão se espraie, e<br />
que a mesma seja divulgada, reconhecida e remunerada<br />
como merece. Só eventos como este podem<br />
chegar a uma fatia enorme de mercado, e sociedade<br />
em geral. O dinamismo destes eventos também<br />
acaba por lançar o <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> como uma<br />
referência , não só no mercado Aftermarket, como<br />
também uma referência para os profissionais de<br />
reparação do sector automóvel. Que venha Abril, e<br />
que o evento seja um sucesso”, conclui.<br />
Joel Marques<br />
“ A minha perspetiva<br />
nesta edição é vencer e<br />
fazer bom networking<br />
com todos os<br />
concorrentes”<br />
Joel Marques tem 30 anos, mora em São Julião do<br />
Tojal em Loures e trabalha na oficina multimarca<br />
JMS Auto, onde tem o gosto diário de ser o gerente<br />
da mesma<br />
Joel Marques nasceu numa família ligada ao ramo<br />
automóvel, o que, desde jovem, o fez despertar a<br />
curiosidade sobre os automóveis. O pai foi mecânico<br />
na Citroën e tinha uma oficina com o seu irmão,<br />
onde desde miúdo, depois da escola, passava o dia<br />
20 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
Patrocinadores 2022 / 2023<br />
com eles a aprender. O início de carreira foi na oficina<br />
da família, de onde mais tarde decidiu sair para<br />
a Mi<strong>das</strong>, com apenas dezoito anos. Dois anos mais<br />
tarde, voltou para junto da família e fez várias formações<br />
de especialização na área. Aos vinte e três<br />
anos, iniciou o projeto JMS Auto (em 2016), onde<br />
desempenha as funções de gerente e neste momento<br />
são sete apaixonados pelo setor e pela empresa.<br />
Sempre adorou a tecnologia e os automóveis, e o<br />
que mais lhe desperta interesse e curiosidade são<br />
os desafios diários que a mesma apresenta. Frequenta<br />
regularmente vários cursos sobre as novas<br />
tecnologias desde a mecânica à eletrónica automóvel.<br />
Sempre que surgem oportunidades para acompanhar<br />
as novas tendências faz por estar atualizado.<br />
No entanto, ultimamente com o crescimento<br />
da JMS Auto, tem direcionado a sua formação<br />
para gestão de recursos humanos.<br />
No início da JMS Auto teve que dedicar mais tempo<br />
ao projeto “mas o que me torna mais equilibrado é<br />
a minha mulher e parceira de negócio. Começámos<br />
este projeto juntos e com o tempo a família cresceu<br />
e conseguimos lidar com os desafios que nos deparámos<br />
e separar o trabalho da família”, sublinha.<br />
De momento não tem nenhum hobby e nos tempos<br />
livres lê e pesquisa sobre várias tendências e novas<br />
ideias para o seu negócio. Fica com uma enorme<br />
satisfação sempre que a equipa conquista as metas<br />
propostas. “No entanto, reconheço que, como empreendedor,<br />
quero sempre mais e mais. Desde que<br />
tenha saúde, procurarei sempre fazer melhor”, afirma.<br />
No futuro acredita que a necessidade de formar<br />
e encaminhar novas gerações para este setor tem<br />
de ser o foco, pois “todos sentimos a enorme falta<br />
de mão-de-obra qualificada e as empresas têm de<br />
se focar em ter boas políticas de recursos humanos<br />
para capturar e reter talento”, realça.<br />
A decisão de participar na Competição partiu<br />
de uma brincadeira, mas como é extremamente<br />
competitivo, confessa que irá fazer tudo para levar<br />
o prémio para a JMS Auto. “A minha perspetiva<br />
nesta edição é conquistar o primeiro lugar e<br />
fazer bom networking com todos os concorrentes.<br />
Considero que este novo formato pode trazer<br />
benefícios para a divulgação e credibilização da<br />
profissão Mecatrónico Automóvel. Precisamos<br />
de mais eventos como este para cativar as novas<br />
gerações a verem que esta profissão é divertida.<br />
Penso que até faria sentido existir um vídeo para<br />
posteriormente o mesmo ser divulgado nas escolas<br />
profissionais de mecatrónica, de modo que os<br />
jovens consigam entender que é um setor aliciante.<br />
Para nós que fazemos a prova, até será divertido<br />
a pressão extra”, conclui.<br />
Jorge Jesus<br />
“ Participo pela<br />
possibilidade de<br />
aprendizagem e troca<br />
de conhecimentos”<br />
Jorge Jesus tem 34 anos e vive em Maria Vinagre<br />
concelho de Aljezur, Algarve. Trabalha na Auto<br />
Marreiros, uma oficina independente multimarca<br />
O percurso de Jorge Jesus até chegar a mecatrónico<br />
automóvel foi o normal. Fez o 12º ano e depois<br />
foi para a universidade estudar Engenharia Mecânica<br />
que concluiu em 2010. Depois disso ainda<br />
procurou alguns trabalhos na área da engenharia,<br />
nomeadamente nas marcas, mas como na altura<br />
se vivia uma crise em Portugal, foi complicado arranjar<br />
emprego e decidiu então começar a trabalhar<br />
na oficina dos seus pais, a Auto Marreiros, e<br />
a aprender mais mecânica prática e a frequentar<br />
cursos de mecânica. “O meu pai foi a fonte de inspiração<br />
para seguir esta profissão, pois ele começou<br />
com 12 anos nesta área a aprender, montando<br />
depois o seu próprio negocio e eu sempre o via a<br />
trabalhar, a mexer nos carros a desmontar motores<br />
desde pequenino e sempre fui curioso com o que<br />
ele fazia e me ensinava e comecei desde muito cedo<br />
a ter o bichinho da mecânica”, refere Jorge Jesus.<br />
Desde pequeno que sabia o que queria na vida e<br />
sempre teve a intenção de ser mecânico “lembro-<br />
-me de os meus professores no 9º ano me perguntarem<br />
o que queria ser, a área que queria seguir, e<br />
eu sempre lhes respondia que ia tirar engenharia<br />
mecânica e depois especializar-me na mecânica<br />
automóvel. O que mais me atraiu e continua a<br />
atrair é a constante evolução dos carros e o aprender<br />
todos os dias coisa novas nesta área”, sublinha.<br />
Para acompanhar a evolução tecnológica dos veículos<br />
tem feito muitas formações na área da eletrónica<br />
e tenta estar sempre atualizado com as novidades<br />
do mercado, com o material que sai e com<br />
as novas motorizações que vão surgindo. “Procuro<br />
sempre mais formações e mais conhecimento,<br />
apesar de no Algarve ser um pouco difícil existir<br />
formações a nível de eletrónica tento sempre frequentar<br />
formações e realizar cursos online para<br />
obter mais conhecimentos, pois os carros estão em<br />
constante evolução e nós mecatrónicos temos que<br />
estar sempre atualizados. Nem sempre consegue<br />
equilibrar a vida pessoal com a profissional, pois é<br />
uma profissão que ocupa muito tempo, mas existe<br />
uma grande compreensão da sua parceira e tenta o<br />
máximo para equilibrar as duas partes. Nos tempos<br />
livres aproveita para estar com a família e ainda<br />
faz serviço de bombeiro voluntário nos Bombeiros<br />
de Aljezur.<br />
Todos os dias sente satisfação a desempenhar o seu<br />
trabalho e realizado pela profissão que escolheu.<br />
Quanto ao futuro da profissão, acha que vai ser<br />
muito mais exigente derivado aos veículos elétricos,<br />
terá de existir mais formações e mais informação<br />
disponível mas sempre em constante evolução.<br />
“Penso que o futuro da mecatrónica irá ser muito<br />
diferente, pois com a chegada dos carros elétricos<br />
o mercado automóvel mudou bastante e com o fim<br />
previsto dos carro a combustão tudo irá mudar, o<br />
mercado automóvel, as peças, a manutenção e isso<br />
irá obrigar as oficinas a mudar”, afirma.<br />
Inscreveu-se no Melhor Mecatrónico Automóvel<br />
2023, não pela competição em si, mas pela possibilidade<br />
de aprendizagem e troca de conhecimentos.<br />
Espero que seja um evento muito bom e<br />
consiga tirar o maior partido do mesmo a nível de<br />
conhecimento e aprendizagem pois é o mais importante<br />
da competição. “Penso que a ser realizada<br />
no decorrer do salão expoMECÂNICA é uma mais<br />
valia, pois assim podemos divulgar ainda mais as<br />
nossas profissões e quem sabe atrair os mais novos<br />
para esta profissão, pois hoje em dia o mercado<br />
está cada vez mais exigente e existe muita falta de<br />
mão de obra.<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 21
ATUALIDADE<br />
DPAI/ACAP APRESENTA ESTUDO SOBRE O AFTERMARKET<br />
ANTECIPAR AS EVOLUÇÕES<br />
DO MERCADO!<br />
A DPAI/ACAP APRESENTOU UM ESTUDO PIONEIRO SOBRE O PRESENTE E O FUTURO DO AFTERMARKET EM PORTUGAL. FAZ<br />
UMA ANÁLISE REALISTA DO SETOR DO PÓS-VENDA INDEPENDENTE NA ATUALIDADE E IDENTIFICA OS DESAFIOS E MEDIDAS<br />
TENDENTES A UMA MAIOR COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS, NUM MERCADO EM CONSTANTE TRANSFORMAÇÃO<br />
22 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
A DIMINUIÇÃO DO NÚMERO DE OPERAÇÕES E DO NÚMERO<br />
DE HORAS DE MÃO-DE-OBRA DO AFTERMARKET, COMO CONSEQUÊNCIA<br />
DO AVANÇO DA ELETRIFICAçãO DOS AUTOMÓVEIS, REFLETE-SE<br />
NO VOLUME DE NEGÓCIOS PRESTADO<br />
O<br />
s resultados do estudo, desenvolvido<br />
por uma equipa de investigadores<br />
do ISEG – Executive Education,<br />
e promovido pela DPAI/ACAP, foram apresentados<br />
pelo Professor Zorro Mendes, Presidente do<br />
Departamento de Economia do ISEG, pela Dra.<br />
Rita Alemão, Professora convidada do ISEG e por<br />
Francisco Nunes, Professor Auxiliar do ISEG.<br />
Os temas em destaque foram a Caracterização<br />
do Sector do Aftermarket Automóvel em Portugal<br />
e do perfil do consumidor; Evolução futura<br />
da procura dirigida ao pós-venda, em função <strong>das</strong><br />
inovações tecnológicas no sector automóvel e <strong>das</strong><br />
alterações nas preferências dos clientes; e as Consequências<br />
da evolução futura da procura, nas estratégias<br />
futuras do canal independente do Aftermarket<br />
Automóvel.<br />
Objetivos do Estudo<br />
Os objetivos do Estudo foi caracterizar a situação<br />
atual do canal independente do aftermarket automóvel<br />
em Portugal e a procura a ele dirigida; perspetivar<br />
a evolução futura da procura dirigida ao<br />
canal independente do aftermarket em função <strong>das</strong><br />
inovações tecnológicas no setor automóvel e <strong>das</strong><br />
alterações nas preferências dos clientes; e ainda<br />
avaliar as consequências destas mudanças nas estratégias<br />
futuras do canal independente do aftermarket<br />
automóvel. A estrutura do Estudo teve por<br />
base as principais empresas do canal independente<br />
e os aspetos relevantes da sua exploração, designadamente<br />
a segmentação entre peças novas e peças<br />
usa<strong>das</strong>, assim como os diversos canais de contacto<br />
com os clientes. O Estudo teve em conta a caracterização<br />
da procura dirigida ao canal independente<br />
e a valorização do serviço pelo consumidor, assim<br />
como o impacto da eletrificação no aftermarket.<br />
Foi também considerada a regulamentação europeia<br />
com impacto no pós-venda, nomeadamente o<br />
acesso aos dados dos veículos, a cibersegurança, a<br />
cláusula de reparação, a codificação <strong>das</strong> peças de<br />
reposição e o MVBER.<br />
Centros Auto e Reparadores<br />
Independentes<br />
O inquérito sobre o estado atual do setor dos serviços<br />
do aftermarket automóvel foi dirigido às<br />
empresas que representam os Centros Auto / Fast<br />
Fit (cerca de ¼ da amostra) e os Reparadores Independentes<br />
Multimarcas (cerca de ¾ da amostra).<br />
Para este conjunto de oficinas, as peças novas OE<br />
representam 25%, enquanto as peças novas IAM<br />
70% e as peças usa<strong>das</strong> 6%. Em termos de expetativas,<br />
cerca de 50% <strong>das</strong> empresas acham que a quota<br />
de mercado do aftermarket independente IAM<br />
face à do OE vai aumentar nos próximos anos. E<br />
80% <strong>das</strong> empresas consideram que o uso de peças<br />
novas IAM deverá aumentar ou manter-se no futuro<br />
perfil de exploração. Em relação às peças usa<strong>das</strong>,<br />
é apenas nos reparadores independentes que<br />
a expetativa de aumento é maioritária (54% destas<br />
empresas esperam um aumento <strong>das</strong> compras/<br />
ven<strong>das</strong> de peças usa<strong>das</strong>). Com credibilização e garantias,<br />
esta perceção poderá indiciar uma maior<br />
atenção do setor ao uso de peças usa<strong>das</strong> nas suas<br />
atividades. Cerca de ¼ da faturação em peças novas<br />
IAM é empregue em veículos novos, com idade<br />
até 3 anos, que procuram os serviços do canal<br />
independente do aftermarket. De um modo mais<br />
desagregado, relativamente às peças novas IAM, é<br />
notório o otimismo numa evolução mais intensa<br />
da sua utilização nos centros-auto/fast fit (75%),<br />
o que poderá ser um indicador do reforço estratégico<br />
na fileira peças-serviços deste segmento do<br />
aftermarket independente. Nos reparadores independentes<br />
também se coloca a primazia na evolução<br />
<strong>das</strong> peças novas IAM, embora de forma muito<br />
mais moderada.<br />
Mercado paralelo é uma preocupação<br />
Existe uma preocupação de que o peso da economia<br />
paralela no negócio da manutenção e reparação<br />
seja igual ou superior a 30% da atividade real<br />
do setor, opinião revelada por 56% <strong>das</strong> empresas.<br />
Os reparadores independentes têm mais vincada<br />
esta perceção do que os centros-auto/fast fit. Em<br />
relação aos canais de contacto com o cliente, perceciona-se<br />
um ambiente generalizado de digitalização<br />
do mercado, na natureza logística <strong>das</strong> operações<br />
de encomenda de peças: 2/3 dos pedidos<br />
de peças no canal independente são já realiza<strong>das</strong><br />
via online. Os grossistas de peças lideram logisticamente<br />
no canal online, seguidos dos reparadores<br />
independentes.<br />
Confiança na oficina<br />
Os clientes mantêm o seu apreço pelas características<br />
que tradicionalmente valorizam no aftermarket,<br />
designadamente o bom compromisso<br />
qualidade/preço do serviço e da confiança na oficina,<br />
mas tendem a valorizar cada vez mais o tempo<br />
gasto na reparação/manutenção, a proximidade<br />
geográfica da oficina e a manutenção da mobilidade<br />
enquanto estão privados do automóvel.<br />
Quanto ao uso de peças usa<strong>das</strong>, a recomendação<br />
CONSUMIDORES/CLIENTES<br />
DO AFTERMARKET<br />
O Estudo incluiu um inquérito a 721 consumidores/clientes do<br />
aftermarket, tendo respondido 63% homens e 37% mulheres;<br />
62% com menos de 30 anos, 30% entre os 30 e os 50 anos e<br />
8% com mais de 50 anos; 84% dos inquiridos eram de zonas<br />
urbanas e 16% de zonas rurais.<br />
6 em cada 10<br />
Pessoas escolhem as oficinas independentes para reparar/<br />
manter a sua viatura<br />
7 em cada 10<br />
Pessoas possuidoras de uma viatura de marca generalista<br />
preferem reparar/manter a sua viatura nas oficinas<br />
independentes<br />
5 em cada 10<br />
Pessoas possuidoras de uma viatura de marca premium<br />
preferem reparar/manter a sua viatura nas oficinas<br />
independentes<br />
7 em cada 10<br />
Pessoas com menos de 30 anos preferem as oficinas<br />
independentes<br />
4 em cada 10<br />
Pessoas com mais de 50 anos preferem as oficinas<br />
independentes<br />
8 em cada 10<br />
Pessoas têm um custo de reparação/manutenção anual<br />
inferior a 400 €<br />
Em função da idade da viatura, a percentagem do parque<br />
intervencionado pelas oficinas independentes é de:<br />
39% nas viaturas até 3 anos<br />
54% nas viaturas entre 3 e 8 anos<br />
72% nas viaturas com mais de 8 anos<br />
A transição entre a assistência feita na marca e a passagem<br />
para os reparadores independentes ocorre entre os 3 e 4 anos<br />
da viatura ou, em média, até aos 85.000 Km.<br />
AS GRANDES LINHAS<br />
DE FORÇA PARA O FUTURO DO CANAL<br />
INDEPENDENTE DO AFTERMARKET<br />
1 Conjugar os serviços de manutenção/reparação aos veículos<br />
de combustão com a entrada gradual dos serviços de<br />
manutenção/reparação aos VE<br />
2 Investir na formação dos colaboradores, capacitando-os para<br />
a manutenção/reparação dos VE<br />
3 Garantir a mobilidade dos clientes durante o tempo da<br />
manutenção/reparação dos seus veículos<br />
4 Aproveitar a eletrificação dos veículos para aumentar a<br />
contribuição do setor para a sustentabilidade ambiental<br />
5 Pressionar as autoridades competentes no sentido da criação<br />
de legislação que permita a existência de uma concorrência<br />
justa e aberta entre todos os palyers do aftermarket<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 23
DPAI/ACAP<br />
Responsáveis do Estudo sobre o Presente e o Futuro do Aftermarket<br />
independente em Portugal (da esquera para a direita): Francisco Nunes,<br />
Professor Auxiliar do ISEG, Dra. Rita Alemão, Professora convidada do<br />
ISEG e Professor Zorro Mendes, Presidente do Departamento de<br />
Economia do ISEG<br />
ALTERAÇÃO NO VOLUME DE EMPREGO<br />
A diminuição do emprego no aftermarket, entre 2020 e 2036, atinge os 11%, no cenário<br />
mediano, esperando-se que a maioria desta diminuição ocorra nos concessionários de marca<br />
e nos centros-auto/fast fit. No caso dos reparadores independentes, poderá até registar-se<br />
um ligeiro aumento do emprego, em consequência da transferência de clientela com veículos<br />
a combustão envelhecidos, que deverá ir abandonando os concessionários de marca e os<br />
centros-auto/fast fit. Em face desta situação, os reparadores independentes não podem<br />
descansar numa aparente segurança que os clientes dos veículos a combustão ainda lhes<br />
proporcionarão nos próximos anos. Terão de se ir preparando para as mudanças que, mais<br />
tarde ou mais cedo, chegarão às suas oficinas. Para tal, deverão: manter uma tipologia<br />
generalista, procurando um mix entre a assistência aos veículos a combustão (que ainda serão<br />
os seus principais clientes por vários anos) e a assistência aos VE (que começarão a entrar<br />
gradualmente na sua carteira de clientes); antecipar constantemente as evoluções do seu<br />
trabalho e do mercado, e melhorar a informação e o acolhimento prestado aos seus clientes.<br />
OS CLIENTES MANTÊM O SEU apreço PELAS CARACTERÍSTICas<br />
QUE TRADICIONALMENTE VALORIZAM NO AFTERMARKET,<br />
DESIGNADAMENTE O BOM COMPROMISSO QUALIDADE/preço<br />
DO SERVIÇO E DA CONFIANÇA NA OFICINA<br />
para as empresas do canal independente<br />
do aftermarket é a alteração da<br />
atual situação de um peso residual<br />
destas no negócio do aftermarket,<br />
desenvolvendo uma aposta na oferta<br />
de peças usa<strong>das</strong>, dada a elevada<br />
disposição do grosso dos clientes que<br />
constituem o seu mercado futuro (os<br />
clientes com menos de 30 anos hoje e<br />
que, na sua grande maioria, possuem<br />
marcas generalistas) para adquirir<br />
este tipo de peças. A sustentabilidade<br />
ambiental para a qual o setor<br />
do aftermarket deve contribuir de<br />
uma forma cada vez mais acrescida,<br />
é outra razão que também justifica<br />
a maior atenção a dar às peças usa<strong>das</strong>.<br />
Em relação à aquisição de peças<br />
online parece haver alguma desconfiança<br />
por parte dos clientes, a qual<br />
perdurará para o futuro, uma vez que<br />
é extensiva a to<strong>das</strong> as idades e a todos<br />
os tipos de automóveis. Desconfiança<br />
essa que não é tão elevada para os<br />
detentores de automóveis de marca<br />
premium, onde quase um terço admite<br />
a aquisição de peças online.<br />
Diminuição <strong>das</strong> operações<br />
Vai acontecer a diminuição do número<br />
total de operações do aftermarket,<br />
decorrente da eletrificação dos veículos,<br />
a qual ocorre fundamentalmente<br />
à custa <strong>das</strong> reparações (onde se regista<br />
uma diminuição de 12%, no cenário<br />
mediano), as quais são menos<br />
necessárias nos veículos elétricos (os<br />
componentes de um VE são menos e<br />
necessitam de menos reparações do<br />
que os componentes de um veículo a<br />
combustão). A diminuição do número<br />
de operações e do número de horas<br />
de mão-de-obra do aftermarket,<br />
como consequência do avanço da<br />
eletrificação dos automóveis, reflete-se<br />
no volume de negócios, o qual<br />
diminui tanto mais quanto mais rápida<br />
for a penetração dos VE, sendo<br />
que, no cenário mediano, a diminuição<br />
é de cerca de 6%. Esta tendência<br />
de evolução é confirmada por um<br />
estudo da Delloite, segundo o qual<br />
as receitas dos “serviços pós-venda”<br />
tenderão a diminuir 39%, entre 2018<br />
e 2035, para um grupo de 5 países<br />
europeus (Alemanha, França, Reino<br />
Unido, Espanha e Itália). Estas<br />
previsões são efetua<strong>das</strong> aos preços<br />
atuais, pelo que a previsível diminuição<br />
dos volumes de negócios poderá<br />
ser atenuada por um aumento dos<br />
preços. l<br />
ALTERAÇÃO DA COMPOSIÇÃO<br />
DO VOLUME DE NEGÓCIOS<br />
Cerca de 3% do volume de negócios do setor transfere-se dos concessionários de marca para os<br />
reparadores independentes, devido ao elevado peso que os veículos a combustão continuarão<br />
a ter no parque automóvel, veículos esses que terão uma idade média cada vez mais elevada e<br />
cuja manutenção e reparação se deslocará dos concessionários de marca para os reparadores<br />
independentes. Em 2020, apenas 0,1% do volume de negócios dos reparadores independentes<br />
era proveniente do VE, enquanto que 99,3% (a quase totalidade) era proveniente dos veículos<br />
a combustão. Mas em 2036 e no cenário mediano, os VE já representam 9,4% do volume de<br />
negócios e os veículos a combustão diminuem o seu peso para 82,2% do volume de negócios.<br />
É uma alteração lenta, mas que deverá acelerar na década de 2040, com o fim da vida útil de<br />
muitos dos veículos a combustão, que serão inevitavelmente substituídos por VE.<br />
CUSTO MÉDIO anuaL DA REPARAÇÃO/<br />
MANUTENÇÃO<br />
O custo médio anual da reparação/manutenção nos reparadores independentes é de 350 €,<br />
sendo que, quanto a quem repara a sua viatura nos reparadores independentes:<br />
3 em cada 10 dizem gastar até 200 €<br />
5 em cada 10 dizem gastar entre 200€ e 400€<br />
1,5 em cada 10 dizem gastar entre 400€ e 600€<br />
0,5 em cada 10 dizem gastar mais de 600€<br />
A qualidade esperada do serviço, a idoneidade e transparência da oficina e a confiança são os<br />
fatores mais valorizados pelos consumidores na hora de escolher onde manter/reparar a sua<br />
viatura. Nos reparadores independentes, é igualmente valorizado o preço do serviço prestado.<br />
24 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
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NOTÍCIAS // DINÂMICA DO SETOR ESCREVE ‐SE DE A A Z<br />
Empresas<br />
A<br />
expoMECÂNICA acelera e segue para a realização<br />
da maior feira de sempre. A 8.ª edição<br />
do Salão, agora com periodicidade bienal,<br />
a realizar 14 a 16 de abril, na Exponor - Feira<br />
Internacional do Porto, expande a área expositiva<br />
para mais um pavilhão (8.000 metros quadrados)<br />
e dá resposta à crescente procura do mercado ibérico.<br />
Os excelentes resultados alcançados na edição<br />
de 2021, não obstante o contexto ainda pandémico,<br />
e o interesse <strong>das</strong> empresas espanholas no certame<br />
português reforçam os planos de uma internacionalização<br />
sustentada do expoMECÂNICA. «Estamos<br />
a dar resposta a um mercado mais amplo, sobretudo<br />
o espanhol, fruto da alteração da periocidade<br />
da feira e da ampliação do espaço para mais um<br />
pavilhão», refere José Manuel Costa, diretor-geral<br />
da Kikai Eventos, organizador do certame. Nesta<br />
8.ª edição, caberá mais uma vez à Kikai, conduzir<br />
os destinos do aftermaket nacional à grande feira<br />
da Península Ibérica. O Salão continua a escrever<br />
a sua história de sucesso, alavancada na confiança<br />
e no reconhecimento de todo o tecido empresarial.<br />
Muitos expositores (180 empresas) já se posicionam<br />
na linha da frente (80% da área reservada) e garantem<br />
um lugar num dos quatro pavilhões disponíveis<br />
EXPOMECÂNICA EXPANDE ÁREA EXPOSITIVA<br />
A MAIOR EDIÇÃO DE SEMPRE<br />
(24.000 m 2 ) na Exponor, em Matosinhos. A edição<br />
deste ano mantém a linha de crescimento, acrescentando<br />
oito mil metros quadrados à área expositiva.<br />
Quem não é visto, não é lembrado<br />
Torna-se “fulcral” nesta altura, mais do que em<br />
qualquer outro momento, as empresas marcarem<br />
presença no acontecimento mais importante do setor<br />
do aftermaket ao nível nacional. «Quem abraça<br />
connosco esta oitava edição usufruirá da possibilidade<br />
de reforçar a sua presença no mercado. Quem<br />
não participa tem que pensar que vai estar ausente<br />
da montra mais representativa do setor - onde tudo<br />
acontece - quatro anos, pois a próxima só acontecerá<br />
em 2025. Quem não é visto, não é lembrado»,<br />
reforça Sónia Rodrigues, a diretora-comercial da<br />
KiKai. A cada nova edição, a Organização acrescenta<br />
ao evento muito mais do que um número.<br />
«Vamos muito mais além de uma feira tradicional»,<br />
refere o diretor-geral, explicando que é importante<br />
que o Salão se «reinvente e explore novas abordagens».<br />
O objetivo é proporcionar a melhor experiência,<br />
através de iniciativas que cativem a presença<br />
dos profissionais nos dias do evento. «Estamos<br />
muito comprometidos em marcar a diferença. Queremos<br />
surpreender com ideias novas a cada edição.<br />
To<strong>das</strong> as iniciativas que estamos a preparar pretendem<br />
proporcionar dinâmica e mais valias a quem<br />
participa e nos visita», concretiza.<br />
Grande Final do “Melhor Mecatrónico<br />
2023” disputa-se na feira<br />
Até à abertura de portas, de 14 a 16 de abril, a expoMECÂNICA<br />
2023 receberá contributos para<br />
tornar ainda mais imparável a dinâmica da feira,<br />
sustentada, como já tem vindo a ser habitual, no<br />
seu leque de atividades paralelas. A formação assume,<br />
mais uma vez, na edição de abril, um carácter<br />
«contínuo e ininterrupto» ao longo dos três dias do<br />
certame, bem como os espaços de debate sobre os<br />
principais temas e preocupações do setor. Uma <strong>das</strong><br />
iniciativas patrocina<strong>das</strong> pela feira e já em agenda<br />
é a competição dedicada à mecatrónica. A grande<br />
final da competição “O Melhor Mecatrónico 2023”<br />
by <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>, em parceria com a ATEC, vai<br />
disputar-se no expoMECÂNICA. Os visitantes terão<br />
oportunidade de ver ao vivo o desempenho dos<br />
concorrentes, e assim ficarem a conhecer melhor<br />
a profissão de mecatrónico automóvel. O objetivo<br />
passa por divulgar a profissão, valorizando-a.<br />
26 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
FÓRUM DPAI/ACAP 2023:<br />
UM EVENTO PARA O AFTERMARKET<br />
DPAI/ACAP | A DPAI/ACAP anunciou a realização de um evento para o aftermaket, a decorrer no<br />
dia 23 de novembro de 2023. Denominado “Fórum DPAI”, tem o <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> como Media Partner,<br />
e pretende ser o ponto de encontro para análise do setor e debate de ideias de todos os profissionais do<br />
aftermarket. No seguimento dos Fóruns realizados anualmente pela DPAI/ACAP, foi decidido pelas várias<br />
Comissões avançar este ano com um Fórum diferente, mais abrangente e aberto a todos players do setor e<br />
outros interessados em temas dedicados ao afermarket. O Fórum DPAI ainda não tem o programa definido,<br />
assim como o local de realização, que poderá ser em Lisboa ou no Porto. Ao longo do ano, a DPAI irá revelar<br />
um conjunto de informações sobre o programa do evento, nomeadamente o local de realização, os temas<br />
em debate e os oradores convidados. As expetativas são grandes, e a organização espera a participação de<br />
várias centenas de pessoas. “Queremos fazer algo diferente e envolvente para todo o setor. Todos os níveis<br />
do aftermarket vão estar envolvidos de forma a ser aliciante para todos participar e que possa ser um ponto<br />
de referência a nível de informação e partilha para o futuro”, assegurou este responsável.<br />
DISTINGUIDA PELA EMPLOYERS INSTITUTE<br />
AKZONOBEL | A AkzoNobel foi classificada como Melhor Empregadora Europeia pelo<br />
Top Employers Institute pelo segundo ano consecutivo. Na última revisão de benchmark, a<br />
empresa foi reconhecida em oito países – Brasil, China, França, Alemanha, Holanda, Suécia,<br />
Reino Unido e Estados Unidos. A AkzoNobel qualifica-se assim como Melhor Empregador<br />
Europeu porque cinco dos países certificados estão localizados na Europa. Todos os anos, o<br />
Top Employers Institute certifica organizações que têm as pessoas em primeiro lugar devido<br />
às suas políticas de Recursos Humanos. A pesquisa abrange seis domínios de RH compostos<br />
por 20 tópicos, incluindo estratégia de pessoas, ambiente de trabalho, aquisição de talentos,<br />
aprendizagens, inclusão e bem-estar. A AkzoNobel realizou várias iniciativas volta<strong>das</strong> para as<br />
pessoas em 2022, projeta<strong>das</strong> especificamente para ajudar os seus funcionários a prosperar e<br />
a desenvolverem as suas capacidades. Concentra-se em várias áreas-chave para garantir que<br />
continua a criar um ambiente diverso e inclusivo que respeita as diferenças culturais e que<br />
oferece oportunidades de desenvolvimento pessoal.<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 27
NOTÍCIAS<br />
EMPRESAS<br />
23 ANOS DE SUCESSOS<br />
RPL CLIMA | Já lá vão 23 anos que a RPL Clima, uma empresa<br />
dedicada à climatização Automóvel, abriu portas por terras<br />
algarvias. Ao longo do seu percurso, tornou-se uma empresa<br />
sólida, moderna, permanentemente atualizada e uma referência<br />
na sua área de atuação “Foram muitos os obstáculos superados,<br />
mas também objetivos atingidos e, entre altos e baixos, houve<br />
sempre espaço para conquistas. Todavia, quando se reconhece<br />
sucesso é imprescindível reconhecer, também, quem esteve ao<br />
nosso lado através de parcerias vencedoras. Um caminho trilhado<br />
pela capacidade de trabalho de todos aqueles que diariamente<br />
contribuem para um serviço de excelência e que nos permitem<br />
ocupar um lugar de referência no ramo automóvel. Vivemos tempos<br />
de mudança, porém comprometemo-nos a ir mais além e a<br />
superar novos desafios com a certeza que sempre nos caracterizou:<br />
continuar a trabalhar com a ambição de um futuro melhor”, referiu<br />
Rui Lopes, Diretor Geral da RLP Clima.<br />
TECALLIANCE LANÇA<br />
PROGRAMA DE PARCERIAS<br />
PARA MERCADO PÓS-VENDA<br />
A<br />
TecAlliance, lançou o Programa de Parcerias TecAlliance. A iniciativa apoia fornecedores de software<br />
e consultores que distribuam, integrem e recomendem produtos e soluções TecAlliance<br />
para ajudar empresas a crescer e vingar no mercado internacional do pós-venda automóvel.<br />
Ao longo de quase 30 anos, os produtos e soluções TecAlliance têm ajudado agentes do mercado<br />
do pós-venda automóvel - fabricantes de peça, concessionárias, oficinas, operadores de frotas -<br />
a expandir os seus negócios através do recurso ao poder da normalização dos dados. Por todo o<br />
mundo, fornecedores de software e consultores auxiliam os clientes TecAlliance a tirarem o máximo<br />
partido <strong>das</strong> soluções. Este novo Programa de Parcerias TecAlliance foi pensado para impulsionar o<br />
crescimento de atuais e novos parceiros, ajudando-os a na aquisição de novas competências, permitindo-lhes<br />
crescer mais rapidamente e a faturarem mais.<br />
OTIMIZA WEBSITE PARA CLIENTES B2C<br />
FIRST STOP | entrou em 2023 com uma novidade direcionado ao setor B2C, melhorou a versão do seu website, com páginas<br />
atualiza<strong>das</strong>, informações sobre a rede e oficinas e implementação de um novo catálogo de pneus. A nova plataforma permitirá a partir<br />
de agora, aos clientes, a possibilidade de consultar preços, comprar pneus, efetuar serviços de manutenção automóvel e agendar um<br />
horário no seu Ponto de Venda, através da nova agenda de marcações online. Um serviço fácil e rápido que irá otimizar a resposta da<br />
marca e a satisfação do cliente. Estas funcionalidades serão lança<strong>das</strong> de forma faseada, ao longo deste ano. Num primeiro momento, a<br />
apresentação do renovado website, seguindo-se a fase número dois com a ativação da Agenda Online, onde os clientes poderão marcar<br />
uma data e hora na sua oficina de eleição. Para a terceira e quarta fase, estão previstos, respetivamente, a implementação da possibilidade<br />
de comprar pneus e respetivos serviços online e por fim, serão adiciona<strong>das</strong> as opções de manutenção automóvel, ampliando<br />
constantemente a oferta de acordo com os serviços prestados e disponíveis por cada uma <strong>das</strong> oficinas da rede First Stop.<br />
ENI SUSTAINABLE MOBILITY<br />
A NOVA APOSTA SUSTENTÁVEL<br />
ENI | desenvolveu a Eni Sustainable Mobility, a sua nova<br />
empresa dedicada à mobilidade sustentável. A empresa está verticalmente<br />
integrada ao longo de toda a cadeia de valor, reunindo<br />
serviços e produtos que suportam a transição energética e aceleram<br />
o caminho para zero emissões ao longo de todo o seu ciclo<br />
de vida. A Eni Sustainable Mobility desenvolverá a biorefinação,<br />
o biometano e a venda de produtos e serviços de mobilidade em<br />
Itália e no estrangeiro, num caminho que permitirá evoluir para<br />
uma empresa multi-serviços e multi-energia. A empresa incorpora<br />
ativos existentes na biorefinação e no biometano, incluindo as<br />
biorefinarias de Veneza e Gela, e desenvolverá novos projetos,<br />
incluindo os de Livorno e Pengerang na Malásia, que estão<br />
atualmente em avaliação. A Eni Sustainable Mobility incorporará<br />
também uma rede de mais de 5.000 postos de abastecimento na<br />
Europa para comercializar e distribuir vários produtos energéticos,<br />
entre os quais hidrogénio e eletricidade, bem como combustíveis<br />
de origem orgânica, incluindo biometano e HVO (Óleo Vegetal<br />
Hidrogenado), a adicionar a outros produtos para mobilidade<br />
como o betume, lubrificantes e combustíveis.<br />
28 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
NORAUTO<br />
COMPENSA<br />
COLABORADORES<br />
DEVIDO À INFLAÇÃO<br />
A<br />
Norauto<br />
decidiu atribuir um prémio extraordinário,<br />
de até 400 euros, aos seus colaboradores como<br />
forma de mitigar os impactos da inflação nos rendimentos<br />
no mês de dezembro, através de um cartão pré-<br />
-pago para ser utilizado numa rede retalhista e vem complementar<br />
os tradicionais jantares de natal <strong>das</strong> equipas e<br />
os cabazes de Natal. Paralelamente a este apoio imediato<br />
e para fazer face ao período de inflação atual, a empresa<br />
preparou o PAC Norauto, um Plano de Apoio ao Colaborador,<br />
que prevê apoios específicos e especializados em<br />
situações de dificuldade, sendo estes apoios sempre analisados<br />
de forma individualizada. Atualmente a empresa<br />
já disponibiliza seguro de vida, seguro de saúde, consultas<br />
de psicologia a todos os colaboradores e fruta gratuita nas<br />
áreas sociais. Além destas medi<strong>das</strong>, o pacote de benefícios<br />
extra-salariais para 2023 será reforçado com “day-off ” no<br />
dia de aniversário, ou seja mais dia de folga que contribuirá<br />
para uma maior conciliação com a vida familiar.<br />
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TUDO PELA REPARAÇÃO AUTOMÓVEL<br />
WWW.CETRUS.PT<br />
MOBILIÁRIO OFICINAL<br />
FACILITA A ORGANIZAÇÃO<br />
VÁRIOS MÓDULOS<br />
RENOVA A IMAGEM DA SUA OFICINA<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 29<br />
TOTALMENTE PERSONALIZÁVEL
NOTÍCIAS<br />
EMPRESAS<br />
PISCAPISCA.PT<br />
CONQUISTA LUGAR NO MERCADO<br />
COM PRÉMIO CINCO ESTRELAS<br />
Com apenas dois anos de vida, a plataforma PiscaPisca.pt voltou a ser<br />
reconhecida com o Prémio Cinco Estrelas, na categoria de plataforma<br />
de classificados. Num ano em que a marca se consolidou no mercado<br />
automóvel, destaca-se o caminho feito focado na experiência do consumidor<br />
e na melhoria da mesma. O PiscaPisca.pt conquistou um lugar no mercado,<br />
onde é mais que uma plataforma de compra e venda de automóveis usados, já<br />
que se diferencia por ser uma ferramenta inovadora e credível - a atribuição<br />
do Prémio Cinco Estrelas vem reforçar este posicionamento que tem ajudado<br />
a trazer mais credibilidade para esta linha de negócio através, por exemplo,<br />
de carros certificados e distribuidores certificados pelo Banco Credibom. Lançada<br />
em 2020, a plataforma PiscaPisca.pt aproxima-se do seu terceiro ano<br />
de vida com grandes planos. A consolidação dos bons resultados dos últimos<br />
dois anos permite encontrar novos caminhos e responder a novos desafios. O<br />
foco no cliente será sempre uma prioridade da marca e a estratégia de crescimento<br />
continuará assente na inovação e numa user experience cada vez mais<br />
otimizada.<br />
PRETENDE SER AINDA MAIS<br />
SUSTENTÁVEL EM 2023<br />
BASF | Para preservar o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, a BASF<br />
afirma estar comprometida durante o ano de 2023 em ser mais eficiente com os recursos<br />
necessários ao exercício da sua atividade, criando uma química para um futuro sustentável.<br />
A eficiência nos processos, assim como a redução <strong>das</strong> emissões de CO2 e a poupança<br />
energética são os principais objetivos para este ano 2023. Graças aos seus produtos<br />
e à mais alta tecnologia ecoeficiente, os seus clientes também são protagonistas da<br />
mudança. A R-M realizou durante o ano 2022, um dos lançamentos mais completos até<br />
ao momento, com uma renovação de portfólio de produtos que se destaca pela notável<br />
redução de energia graças à rapidez nos tempos de processo e excelente acabamento.<br />
Além disso, com a linha eSense e AGILIS, a R-M contribui para a redução de emissões de<br />
CO2 nas oficinas, produzindo assim a menor quantidade de resíduos possível e permitindo<br />
que as oficinas se certifiquem como Oficina Sustentável.<br />
ABRE PORTAS EM BRAGA PELA PRIMEIRA VEZ<br />
MIDAS | A MIDAS estreou-se em Braga, com a sua 2ª oficina em regime de franquia em Portugal, sob gestão<br />
do Grupo Maintarget, S.A. A nova oficina fica situada numa <strong>das</strong> mais importantes zonas comerciais da cidade,<br />
o Shopping Nova Arcada. A escolha desta localização segue a linha da estratégia de proximidade em que a<br />
marca aposta no nosso país e o seu objetivo de assegurar uma resposta rápida e atenta às necessidades dos<br />
seus clientes. Com uma equipa de técnicos especializados, uma estrutura ampla, moderna e equipada com as<br />
mais avança<strong>das</strong> ferramentas de manutenção automóvel, a Mi<strong>das</strong> Braga Nova Arcada assegura aos condutores<br />
bracarenses e às suas viaturas um serviço de qualidade superior. Para celebrar a abertura, a Mi<strong>das</strong> Braga, vai<br />
presentear os visitantes com uma oferta de diagnóstico em 80 pontos e 20% de desconto em revisões, peças e<br />
vários serviços. Para facilitar e agilizar todo o processo, cada cliente poderá fazer o agendamento online.<br />
30 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
BILAPEÇAS<br />
FAZ PARTE DA FAMÍLIA NEXUS SHOP<br />
A<br />
KRAUTLI PORTUGAL continua a investir<br />
e a dinamizar o conceito N!SHOP com os<br />
seus parceiros. Desta vez chegou a Vila Real<br />
com a adesão da BILAPEÇAS. Localizada na “Corte<br />
de Trás-os-Montes”, é uma empresa jovem dedicada<br />
ao retalho de peças auto, com a visão e dinamismo<br />
essenciais para proporcionar aos seus clientes soluções<br />
chave na evolução e profissionalização <strong>das</strong><br />
oficinas do futuro. A BILAPEÇAS tem assim, abandeirada<br />
pela NEXUS, ao seu dispor para desenvolvimento,<br />
dois conceitos oficinais: NEXUS AUTO<br />
(premium) e Profissional Plus (modular) com uma<br />
forte componente de formação e apoio técnico qualificado<br />
assim como um conjunto de soluções de<br />
fidelização construíveis à medida dos seus clientes.<br />
Com esta adesão, a Krautli Portugal continua a fortalecer<br />
a sua posição de fornecedor de soluções de<br />
elevado valor acrescentado.<br />
COMEMORA EXCELENTES<br />
RESULTADOS ANUAIS<br />
NO EGIPTO<br />
DIPART | esteve no Egipto com mais de 70 participantes.<br />
Neste congresso, a empresa quis comemorar os excelentes<br />
resultados dos últimos dois anos, bem como valorizar<br />
as inúmeras ações realiza<strong>das</strong> junto dos seus parceiros e<br />
fornecedores. Os 70 participantes, partiram de Madrid e<br />
Barcelona com destino a Aswan, a primeira paragem da<br />
viagem, onde deram inicio ao cruzeiro no Nilo. Iniciaram o<br />
primeiro dia, no templo de Philae, dedicado à deusa Ísis,<br />
e para terminar o dia, um passeio pelas falucas. Nos dias<br />
seguintes, puderam visitar templos tão famosos como Abu<br />
Simbel, em Edfu o Templo de Deus Horus (um dos mais belos<br />
e mais bem preservados) datado do ano 237 aC, em Luxor<br />
o dedicado ao Deus do sol Amon Ra e ao templo de Karnak,<br />
a necrópole de Tebas sem esquecer o Vale dos Reis, entre<br />
muitos outros. Uma vez no Cairo, entre to<strong>das</strong> as riquezas<br />
que a cidade oferece, visitaram a Necrópole de Gizé, onde<br />
estão localiza<strong>das</strong> as Pirâmides dos faraós da IV dinastia:<br />
Quéops, Kefren e Micerinos e as famosa Esfinge que guarda a<br />
necrópole e representa o Rei Kefren.<br />
FUTURMOTIVE – EXPO AND TALKS ESTÁ DE REGRESSO EM NOVEMBRO<br />
De 16 a 18 de novembro de 2023, em Bolonha, vai realizar-se a Futurmotive – Expo and Talks, o novo certame organizado pela Autopromotec. O evento<br />
vai coincidir com o E-Charge, um acontecimento dedicado à indústria do carregamento de veículos elétricos, infraestruturas e mobilidade elétrica. A nova<br />
sinergia entre o E-Charge e a Futurmotive vem reforçar a oferta de ambos os eventos: a proposta E-Charge, focada no mundo da produção e distribuição<br />
de sistemas de carregamento para veículos elétricos e dedicada a técnicos, instaladores, designers, fornecedores de serviços, administrações públicas,<br />
serviços públicos, investidores e utilizadores finais, integra-se com os setores e com os públicos a que a Futurmotive se dirige. O próximo salão Autopromotec<br />
será assim o local ideal para transmitir informação e apresentar soluções, tecnologias e produtos inovadores relacionados com a nova geração de<br />
materiais e energia e com a interligação homem-máquina para a manutenção informatizada automóvel, para a transição energética sustentável do ponto<br />
de vista económico, ecológico e social.<br />
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REVISÃO DE PEÇAS ELETRÓNICAS<br />
PREÇO ACESSÍVEL E SUSTENTÁVEL<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 31<br />
WWW.RACTRONICOS.PT
Entrevista<br />
PAULO TORRES, DIRETOR-GERAL DA VIEIRA & FREITAS<br />
NUNCA DEMOS UM<br />
PASSO PARA TRÁS<br />
É COM SENTIMENTO DE ORGULHO QUE PAULO TORRES NOS CONTA<br />
A EVOLUÇÃO POSITIVA QUE TEM MARCADO O PERCURSO<br />
DA VIEIRA & FREITAS NA DISTRIBUIÇÃO DE PEÇAS AUTO HÁ MAIS<br />
DE 35 ANOS. RECENTEMENTE, A EMPRESA DE BRAGA MUDOU-SE<br />
PARA NOVAS INSTALAÇÕES, NO PARQUE INDUSTRIAL DE CELEIRÓS,<br />
COM 5.000 M 2 DE CAPACIDADE DE STOCK, PARA MAIS DE 50 MIL<br />
REFERÊNCIAS, MUITAS DELAS DE EQUIPAMENTO ORIGINAL<br />
Especialista em peças elétricas e eletrónicas –<br />
também conheci<strong>das</strong> como «Special Parts»<br />
ou Peças Difíceis – a Vieira & Freitas está em<br />
pleno processo de transição para um novo espaço<br />
que lhe vem trazer ainda mais eficiência e rapidez ao<br />
negócio. As novas instalações situam-se no Parque<br />
Industrial de Celeirós, em Braga, numa localização<br />
mais próxima <strong>das</strong> saí<strong>das</strong> da cidade, o que permite<br />
que os transportadores cheguem um pouco mais<br />
tarde, oferecendo mais tempo à empresa para<br />
preparar as encomen<strong>das</strong> do dia a dia.<br />
O espaço com 5 mil metros quadrados de área albergará<br />
mais de 50 mil referências em stock e passará<br />
a contar com um sistema informático de gestão<br />
de armazém completamente novo, que localiza<br />
os produtos por estantes, através de códigos de<br />
barras, para que as encomen<strong>das</strong> sejam executa<strong>das</strong><br />
no próprio dia em que entram. Trata-se de um investimento<br />
superior a dois milhões de euros, todo<br />
feito com capitais próprios. Para já, como nos con-<br />
ta o diretor-geral, Paulo Torres, o processo “ainda<br />
está a ser afinado” e apesar de, temporariamente,<br />
estarem a operar em dois armazéns, os clientes<br />
têm compreendido que esta fase de adaptação trará<br />
à empresa uma nova dinâmica.<br />
«Special PARTS»<br />
Com o número de referências a aumentar, quisemos<br />
saber se também está nos planos da Vieira &<br />
Freitas alargar as gamas de produtos que comercializa.<br />
Paulo Torres é perentório na resposta: “Já<br />
temos muitas peças relaciona<strong>das</strong> com a mecânica,<br />
que vieram atrás da eletrónica, da gestão de motor…<br />
temos ar condicionado, turbocompressores…<br />
mas não temos – nem iremos ter num curto espaço<br />
de tempo – calços de travão, nem discos de<br />
embraiagem ou outras peças de mecânica”. Esse<br />
mercado, considera, “tem belíssimos players, que<br />
são muito fortes, e nós gostamos de estar como<br />
complementares, somos fornecedores de peças<br />
ALÉM DA PRESTAÇÃO FINANCEIRA,<br />
PAULO TORRES DESTACA AS DISTINÇÕES<br />
DA VIEIRA & FREITAS COMO PME EXCELÊNCIA, UM<br />
PRÉMIO QUE, EM TREZE EDIÇÕES,<br />
FOI CONQUISTADO ONZE VEZES<br />
32 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
PAULO TORRES<br />
ESPECIALISTA EM PEÇAS ELÉTRICAS E ELETRÓNICAS, tamBÉM<br />
CONHECIDAS COMO «SPECIAL PARTS», A VIEIRA & FREITAS ESTÁ<br />
EM PLENO PROCESSO DE TRANSIÇÃO PARA UM NOVO ESPAÇO<br />
especializa<strong>das</strong> e vamos manter-nos<br />
nessa nossa linha que é termos as<br />
peças difíceis. Custa muito dinheiro<br />
tê-las em stock, não têm muita rotação,<br />
mas temos que as ter!”, declara.<br />
A marca própria foi um projeto que<br />
lançaram, “há muito tempo” nas peças<br />
de motor de arranque, conta, mas<br />
neste momento não está ativa, pois a<br />
seu ver, “o mercado português é pequeno,<br />
não justifica fazer coisas em<br />
grande número e para ter marca própria<br />
é preciso ter volume”. Mantêm,<br />
por isso, a parceria há mais de 40<br />
anos com a Meat & Doria, assim como<br />
com a HC-CARGO, “duas marcas de<br />
referência”, que são os principais fornecedores<br />
da Vieira & Freitas. Porém,<br />
devido às falhas de peças recorrentes<br />
no mercado nos últimos anos, a empresa<br />
tem optado por trabalhar com<br />
“muitos fornecedores distintos e vários<br />
para a mesma peça”, de forma a<br />
garantir o stock. Uma <strong>das</strong> novidades<br />
no portefólio da Vieira & Freitas é a<br />
gama de cabos de carga para veículos<br />
elétricos, que o diretor-geral classifica<br />
como “um primeiro passinho para<br />
ver o que irá ser este mercado”, que,<br />
diz, está convencido de que não será o<br />
futuro da mobilidade e, neste ponto,<br />
ainda “não é um negócio importante”.<br />
Sempre a crescer<br />
Para muitos, o auge da pandemia foi<br />
difícil de gerir e provocou mesmo<br />
alguns «trambolhões» nos resultados<br />
anuais. No entanto, na Vieira &<br />
Freitas, Paulo Torres congratula-se de<br />
ter passado praticamente incólume à<br />
crise, afirmando que “nunca demos<br />
um passo para trás. Tem sido sempre<br />
a andar para a frente, temos crescido<br />
todos os anos. Não caímos em 2020,<br />
nem em 2021. Subimos 4% em 2020,<br />
voltámos a subir 18% em 2021 e agora<br />
mais 10%, pois procurámos não<br />
dar passos maior que a perna”, revela,<br />
apontando um volume de faturação<br />
em 2022 próximo dos 14 milhões de<br />
euros.<br />
A equipa também aumentou, tendo<br />
atualmente mais de 40 colaboradores.<br />
Além da prestação financeira,<br />
Paulo Torres também destaca as distinções<br />
da Vieira & Freitas como PME<br />
Excelência, um prémio que, em treze<br />
edições, foi conquistado onze vezes:<br />
“à primeira não concorremos, porque<br />
nem sequer sabíamos da sua existência,<br />
só falhámos um ano porque ultrapassámos<br />
o limite, tínhamos uma<br />
situação patrimonial elevada. Creio<br />
que em todos os setores não deve haver<br />
muitas empresas com esses onze<br />
prémios”, diz, notoriamente satisfeito.<br />
Devoluções e logística<br />
A renovação que ocorre nas instalações<br />
físicas, acontece simultaneamente<br />
na «casa digital» da Vieira &<br />
Freitas, que neste momento dispõe<br />
de duas plataformas B2B, uma antiga<br />
e outra nova. “A antiga é muito<br />
fácil de trabalhar para quem saiba<br />
as referências que quer, não tem<br />
catálogos associados, basta meter a<br />
referência para fazer a encomenda.<br />
A nova já tem TecDoc”, afirma Paulo<br />
Torres, que é da opinião que “estas<br />
plataformas com TecDoc têm sido<br />
muito facilitadoras do nosso ramo,<br />
mas também algo complicadoras,<br />
porque metade <strong>das</strong> devoluções que<br />
temos são origina<strong>das</strong> por erros de<br />
equivalências, por cruzamentos no<br />
catálogo e nas plataformas mal feitos<br />
pelos clientes”, aponta.<br />
O responsável nota que há cada vez<br />
menos técnicos de call center e isso<br />
dificulta a correta identificação <strong>das</strong><br />
peças, levando a um “aumento colossal<br />
nas devoluções de artigos e àquilo<br />
que alguns colegas chamam de «logística<br />
inversa»”.<br />
Na Vieira & Freitas, diz, “temos bons<br />
técnicos, com muitos anos de prática”.<br />
Mas nem isso impede que aconteçam<br />
erros, devido aos intermináveis cruzamentos<br />
de referências na plataforma:<br />
“Se colocar uma referência original, a<br />
plataforma dá-lhe dez referências, de<br />
dez marcas diferentes. Se clicar numa<br />
delas, o sistema torna a converter<br />
noutras referências e determinada<br />
altura aparece uma peça que não é<br />
indicada. Onde também há erros colossais<br />
é na identificação por matrícula…<br />
isso eventualmente funciona em<br />
travões, em discos de embraiagem,<br />
34 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
mas nas peças elétricas e eletrónicas<br />
é muito complicado”, refere.<br />
A logística da empresa é feita essencialmente<br />
com transportadores afetos<br />
ao ramo, que recolhem encomen<strong>das</strong><br />
ao fim do dia e ao fim da manhã,<br />
sendo cada encomenda enviada pelo<br />
transportador que o cliente escolhe.<br />
O custo da logística é tido em conta<br />
pela Vieira & Freitas, pois “é um peso<br />
grande e com a subida do preço dos<br />
combustíveis, obviamente que se tem<br />
de refletir no preço da peça”, afirma<br />
Paulo Torres.<br />
ção de vender diretamente a algumas<br />
oficinas o material elétrico, que por<br />
norma não estava em stock no retalhista,<br />
“são clientes históricos e que<br />
continuam a existir, pois não temos<br />
em todo o país grandes retalhistas<br />
que sejam grandes clientes da Vieira<br />
& Freitas. Temos muitos sítios onde<br />
o retalhista só compra meia dúzia<br />
de coisas e não faria sentido a nossa<br />
empresa não vender às grandes oficinas<br />
da zona, senão deixaria de estar<br />
representado naquela zona”, argumenta<br />
defendendo que “a Vieira &<br />
lha de peças que havia há um ano,<br />
as marcas continuam a ter uma lista<br />
de pendentes grande. Para trás ficaram<br />
as iniciativas de formações para<br />
clientes, muito por falta de adesão<br />
dos parceiros.<br />
Numa altura em que se assiste ao fenómeno<br />
da concentração do negócio<br />
no setor, o diretor-geral da Vieira &<br />
Freitas considera que “embora possa<br />
haver fusão de energias e de sistemas,<br />
penso que as empresas se vão<br />
manter com a mesma identidade,<br />
com as mesmas equipas. Acho que é<br />
do têm de atingir objetivos de finais<br />
de ano. Vendem peças quase ao preço<br />
de custo, mas isso sempre existiu. A<br />
verdade é que os comerciantes estão<br />
cá para ganhar dinheiro. Ou ganham<br />
e estão no mercado, ou não ganham<br />
e morrem, ou… não ganham e têm<br />
outras fontes de rendimento”, atira.<br />
Aproxima-se a expoMECÂNICA<br />
e, uma vez mais, a empresa não irá<br />
faltar, pois trata-se de “um evento<br />
socialmente importante”. Ainda que<br />
não vão lá com intenção de procurar<br />
novos clientes é o momento ideal para<br />
AS NOVAS INSTALAÇÕES COM 5 MIL METROS QUADRADOS DE ÁREA<br />
ALBERGAM MAIS DE 50 MIL REFERÊNCIAS EM STOCK E CONTAM COM UM<br />
SISTEMA INFORMÁTICO DE GESTÃO DE ARMAZÉM COMPLETAMENTE NOVO<br />
Para o nosso entrevistado, a questão<br />
<strong>das</strong> entregas foi desencadeada pela<br />
concorrência nos grandes centros<br />
urbanos: “As oficinas começaram a<br />
selecionar os seus fornecedores de<br />
retalho pela velocidade de entrega<br />
da peça e há já quem tenha rotas ou<br />
faça entregas quatro vezes ao dia.<br />
Nós entregamos duas vezes ao dia,<br />
para as zonas que temos, porque de<br />
Leiria para baixo já só entregamos<br />
uma vez por dia”. Com mais de 3.800<br />
fichas de clientes abertas, a Vieira &<br />
Freitas não vende apenas para o retalho,<br />
uma vez que mantém a tradi-<br />
Freitas não é um grande grossista, é<br />
um grande retalhista. 90% <strong>das</strong> encomen<strong>das</strong><br />
que nós executamos são de<br />
uma peça”.<br />
Mercado atual<br />
Sobre a subida do preço <strong>das</strong> peças,<br />
Paulo Torres comenta que não deteta<br />
“que tenha sido grave. Se calhar<br />
as tabelas subiram mais um bocado<br />
do que nos anos anteriores, mas nós<br />
trabalhamos com o preço de custo<br />
da peça e acrescentamos a nossa<br />
margem”. O que o responsável nota<br />
é que, apesar de já não haver a fa-<br />
um investimento financeiro que não<br />
vai alterar em nada o mercado. Obviamente,<br />
vai criar um player mais<br />
forte, mas não penso que a ideia seja<br />
alterar ou afrontar o mercado. Se calhar<br />
vão passar a ser apetecíveis para<br />
grandes grupos internacionais. Já dá<br />
um bolo que pode interessar a mercados<br />
maiores”, defende.<br />
Para Paulo Torres, a entrada dos distribuidores<br />
espanhóis no mercado<br />
português não é uma novidade e, a<br />
seu ver, “pode criar situações de desequilíbrio<br />
em preços de produtos de<br />
grande rotação, especialmente quan-<br />
“conversar in loco com os parceiros,<br />
é um convívio! Só há dois grandes<br />
eventos para o aftermarket: a expo-<br />
MECÂNICA e a Gala TOP 100 do<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong>, que acho que é de<br />
manter e apostar, pois são <strong>das</strong> poucas<br />
oportunidades em que «saímos da<br />
toca».<br />
Estamos todo o dia a trabalhar e a<br />
dada altura nem conhecemos parceiros,<br />
nem estamos com os nossos concorrentes<br />
para trocarmos umas impressões<br />
sobre o mercado. Este ramo<br />
é muito absorvente”, finaliza. l<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 35
Entrevista<br />
ANTÓNIO MATEUS, RESPONSÁVEL TMD FRICTION PORTUGAL<br />
TEMOS ALGUNS HOLOFOTES<br />
APONTADOS AO NOSSO PAÍS<br />
COM UM CRESCIMENTO DE 17,5% VERIFICADO EM 2022, FACE A 2021, A TMD FRICTION PORTUGAL PROCURA<br />
MANTER A SUA PENETRAÇÃO NO NOSSO MERCADO, JOGANDO NA ESTABILIDADE. ANTÓNIO MATEUS, O<br />
RESPONSÁVEL DE VENDAS DA EMPRESA EM PORTUGAL, EXPLICA AS RAZÕES DESTE CRESCIMENTO E<br />
PORQUE ESTÃO ALGUNS HOLOFOTES APONTADOS AO NOSSO PAÍS<br />
A<br />
TMD Friction (fabricante <strong>das</strong> marcas Textar,<br />
Pagid, Don e Mintext) está a posicionar-se<br />
como um especialista em fricção na<br />
área do atrito, ou seja, pastilhas e discos de travão.<br />
Ao contrário de muitos concorrentes que cobrem<br />
uma vasta gama de componentes de sistemas de<br />
travagem, mas que apenas trabalham com soluções<br />
padrão no setor dos produtos de fricção, a TMD<br />
Friction tem vindo a desenvolver as suas próprias<br />
formulações de fricção para aplicações específicas<br />
há mais de 100 anos. Isto permite-lhe fornecer<br />
pastilhas de travão feitas à medida de acordo com<br />
as especificações do equipamento original e desenvolver<br />
soluções de fricção para o futuro da mobilidade.<br />
Nas suas instalações de I&D criou cerca de<br />
50.000 formulações de fricção só nas últimas três<br />
déca<strong>das</strong>. O know-how e experiência adquiridos<br />
com o equipamento original também contribuem<br />
para a sua oferta de marca para o pós-venda, co-<br />
brindo to<strong>das</strong> as exigências dos diferentes mercados<br />
e segmentos de veículos.<br />
Para os distribuidores, trabalhar com a TMD Friction<br />
como especialista em fricção significa encontrar<br />
as soluções certas para to<strong>das</strong> as necessidades<br />
dos seus clientes de hoje e de amanhã. E para que<br />
os distribuidores tenham uma escolha alargada,<br />
oferece uma carteira de marcas em diferentes categorias<br />
de preços e serviços. Por um lado, com a<br />
marca premium Textar, disponibiliza pastilhas de<br />
travão aftermarket que são perfeitamente adapta<strong>das</strong><br />
aos sistemas de travagem que equipam os diversos<br />
veículos em circulação. Por exemplo, uma<br />
pastilha de travão para um BMW Série 3 deve ter<br />
uma composição diferente da do VW Golf. Por outro<br />
lado, também oferece soluções mais económicas,<br />
como a marca Don, que está disponível tanto<br />
para os segmentos de automóveis de passageiros<br />
como de camiões. Ao fazê-lo, está a ter em conta<br />
o atual crescimento do parque de veículos mais<br />
antigos. “No segmento premium e para veículos<br />
mais novos, oferecemos uma excelente gama de<br />
produtos com a marca Textar. Mas com esta marca,<br />
não faremos uma venda para um veículo antigo,<br />
porque o preço da peça sobressalente não seria<br />
proporcional ao valor do veículo. Respondemos a<br />
isso e lançámos a Don há quatro anos. O produto<br />
é uma alternativa sólida com bom desempenho,<br />
mas custa significativamente menos. Há anos que<br />
operamos com sucesso com a marca no setor dos<br />
camiões e agora também queremos aumentar significativamente<br />
a nossa quota de mercado no segmento<br />
de veículos ligeiros”, afirma António Mateus,<br />
responsável da TMD Friction Portugal.<br />
Além disso, também fornece a marca Mintex, oferecendo<br />
aos clientes um produto que colmata a lacuna<br />
entre o segmento de orçamento e o segmento<br />
premium. A marca Bendix dirige-se a oficinas<br />
MANTER O NÍVEL DE PENETRAÇÃO ATUAL E ESTABILIZAR O MERCADO,<br />
PARA EVENTUALMENTE ACRESCENTAR MAIS UMA OU OUTRA MARCA AO<br />
PORTFÓLIO, SÃO OS OBJETIVOS DE ANTÓNIO MATEUS PARA 2023<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 37
ANTÓNIO MATEUS<br />
A TMD FRICTION PORTUGAL DISPONIBILIZA UM SERVIÇO ABRANGENTE<br />
QUE INCLUI FORMAÇÃO TÉCNICA, SERVIÇO TÉCNICO ao CLIENTE,<br />
materiais DE MARKETING E PROMOÇÃO<br />
conscientes da qualidade que se concentram<br />
em veículos de média e alta<br />
classe. Tudo isto está disponível para<br />
os distribuidores a partir de uma<br />
única fonte, com to<strong>das</strong> as marcas<br />
TMD Friction a beneficiar <strong>das</strong> parcerias<br />
com fabricantes de veículos,<br />
para os quais desenvolve as soluções<br />
de fricção adequa<strong>das</strong> de acordo com<br />
requisitos específicos dos novos modelos<br />
de veículos.<br />
Bendix regressa em força<br />
Em 2021 a TMD Friction iniciou a<br />
comercialização da marca Bendix em<br />
Portugal, com António Mateus aos<br />
comandos da operação. Dois anos<br />
decorridos, o resultado não podia ser<br />
melhor, conforme começa por referir<br />
este responsável. “O balanço da presença<br />
da Bendix no nosso mercado é<br />
muito positivo, ainda que, de entre<br />
os quatro distribuidores selecionados,<br />
haja visivelmente velocidades<br />
diferentes. No entanto, a análise e<br />
solução desta questão será vista mais<br />
tarde. Para já, o que nos interessa é<br />
que o segundo nível da distribuição<br />
(distribuidores locais e regionais)<br />
está a apostar muito e bem na marca.”<br />
Com uma distribuição sólida e verticalizada,<br />
a Bendix vai continuar a<br />
fazer o seu percurso no mercado português,<br />
disponibilizando uma gama<br />
com um total de 2.500 referências,<br />
que inclui pastilhas, discos, maxilas,<br />
tambores, indicadores de desgaste e<br />
kits. O objetivo é voltar a posicionar-<br />
-se como uma marca líder em fricção<br />
na área do atrito, como aconteceu<br />
nos anos 2006 / 2007.<br />
Relativamente às restantes marcas<br />
comercializa<strong>das</strong> pela TMD Friction<br />
em Portugal, António Mateus revela<br />
que “o desempenho da Textar tem<br />
sido muito bom. A Pagid - que tem<br />
uma parceria para a distribuição com<br />
a Hella - bastante razoável e a Mintex<br />
estável. Quanto à Don, funciona<br />
razoavelmente em pesados, mas em<br />
ligeiros há que fazer um relançamento,<br />
uma vez que o lançamento feito<br />
em 2018/19 foi interrompido pela<br />
pandemia. Cada marca e setor de<br />
atividade (ligeiros ou pesados) têm<br />
os seus distribuidores perfeitamente<br />
identificados, não havendo, por isso,<br />
uma grande canibalização da distribuição.”<br />
Apoio à distribuição<br />
A TMD Friction Portugal sempre<br />
investiu em ações de marketing para<br />
os distribuidores e voltará a fazê-lo,<br />
seja em lazer puro, seja em visitas a<br />
fábricas, seja num simples convívio.<br />
Mas sempre com o objetivo de alicerçar<br />
as relações humanas com os seus<br />
clientes. Merchandising, essencialmente<br />
no ponto de venda, e campanhas<br />
realiza<strong>das</strong> em conjunto com os<br />
distribuidores, serão incrementa<strong>das</strong><br />
durante o ano, assim como as ações<br />
de formação. “Desde que um distribuidor<br />
identifica uma necessidade de<br />
formação, terá ao seu dispor a possibilidade<br />
de fazer as ações que julgue<br />
necessárias. E poderemos ainda fazer<br />
o “follow-on” junto <strong>das</strong> oficinas. Estamos<br />
bem preparados nesta área”,<br />
sublinha António Mateus.<br />
As encomen<strong>das</strong> <strong>das</strong> várias marcas<br />
vêm to<strong>das</strong> do armazém central da<br />
Alemanha, localizado entre Leverkusen<br />
e Essen, e o tempo médio da entrega<br />
dos pedidos é de uma semana<br />
e meia a duas semanas, no máximo.<br />
Já todo mercado está habituado e<br />
o abastecimento decorre com toda<br />
a regularidade. Para incrementar a<br />
notoriedade <strong>das</strong> marcas no mercado,<br />
António Mateus irá comunicar<br />
de um modo tripartido. “Enquanto<br />
a Textar está em velocidade de cruzeiro,<br />
a Bendix está numa fase de arranque<br />
forte. Ambas vão necessitar<br />
de um apoio ao nível do distribuidor<br />
e de suporte comunicacional nos<br />
meios tradicionais. As marcas Mintex<br />
e Don deverão ter suporte técnico<br />
e visibilidade do ponto de venda,<br />
estando previsto algumas ações promocionais<br />
utilizando internet e redes<br />
sociais”, deu conta o responsável.<br />
Manter o nível de penetração atual<br />
e estabilizar o mercado, para eventualmente<br />
acrescentar mais uma ou<br />
outra marca ao portfólio, são os objetivos<br />
de António Mateus para 2023.<br />
Quanto a investimentos, Bendix e<br />
Textar terão um apoio de marketing<br />
em consonância com aquilo que a<br />
TMD Friction pretende para o futuro.<br />
Relativamente à marca Bendix,<br />
cuja distribuição está essencialmente<br />
focada na verticalização, tem por objetivo<br />
chegar a 25 – 30 % da Textar.<br />
“É forte e agressivo, mas parece-nos<br />
alcançável, uma vez que o nome da<br />
marca e a estratégia escolhida o irão<br />
permitir, caso não haja nenhuma<br />
perturbação na distribuição”, afirma<br />
António Mateus.<br />
Questionado sobre os desafios que<br />
se colocam à TMD Friction Portugal<br />
nos próximos anos, afirma:<br />
“Parece-me que já ficou claro que a<br />
questão principal se prende com a<br />
distribuição. Não só devido ao nível<br />
de concentração que estamos a assistir,<br />
como (pela primeira vez ao longo<br />
de alguns anos) pelo vislumbrar de<br />
alguma agonia por parte da distribuição<br />
menos preparada. Não é sem<br />
reparo que eu noto, como nunca, que<br />
existe uma tentativa de parte da distribuição<br />
fazer investimentos muito<br />
à custa do fornecedor. Aquilo a que<br />
chamamos de “gente a mais no setor”<br />
é uma realidade e, brevemente,<br />
teremos menos “players”, mas seguramente<br />
mais fortes e preparados”,<br />
conclui. l<br />
38 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
ASSOCIAÇÃO<br />
NACIONAL<br />
DO RAMO<br />
AUTOMÓVEL<br />
ASSOCIAÇÃO<br />
NACIONAL<br />
DO RAMO<br />
AUTOMÓVEL<br />
.com<br />
Ibérica<br />
Radio<br />
Vigo
Entrevista<br />
RICHARD IZQUIERDO<br />
DIRETOR DE MARKETING DA LIZARTE<br />
O QUE NOS<br />
DIFERENCIA<br />
É O NOSSO<br />
MODELO<br />
DE NEGÓCIO
FUNDADA EM 1973, A LIZARTE COMEMORA ESTE ANO O 50º ANIVERSÁRIO E É UMA REFERÊNCIA<br />
NA REMANUFATURA DE PEÇAS DE REPOSIÇÃO PARA O AFTERMARKET AUTOMÓVEL.<br />
PARA SABERMOS MAIS SOBRE A HISTÓRIA DESTA EMPRESA DE NAVARRA, ESTIVEMOS À CONVERSA<br />
COM O DIRETOR DE MARKETING RICHARD IZQUIERDO, QUE NOS EXPLICOU A FORMA COMO OPERA<br />
EM TODOS OS MERCADOS ONDE MARCA PRESENÇA<br />
Lizarte é uma empresa com história. Comemora<br />
este ano meio século de vida e os responsáveis<br />
estão orgulhosos do percurso traçado ao longos<br />
destas cinco déca<strong>das</strong>. Trata-se um fabricante<br />
de peças remanufatura<strong>das</strong> para o setor do pós-<br />
-venda automóvel e oferece um catálogo muito<br />
amplo, que inclui direções, bombas de direção,<br />
compressores de ar condicionado e sistemas de<br />
injeção diesel (injetores e bombas de injeção).<br />
A Lizarte tem sede em Navarra, no noroeste de<br />
Espanha, e uma força de trabalho de 90 pessoas.<br />
Conta ainda com uma delegação comercial<br />
em Barcelona e vários acordos com armazéns<br />
reguladores nos mercados estratégicos, Ibéria<br />
(Espanha e Portugal), França e Alemanha. Tem<br />
como missão contribuir para a mobilidade sus-<br />
NESTES 50 ANOS, A LIZARTE PASSOU DA RECONSTRUÇÃO DE LOTES DE<br />
DIREÇÕES MECÂNICAS ADQUIRIDAS EM LEILÕES PARA TONAR-SE NUMA<br />
REFERÊNCIA EUROPEIA NA REMANUFATURA DE SISTEMAS DE DIREÇÃO<br />
tentável com produtos remanufaturados de alta<br />
qualidade e um serviço que se pretende destacar,<br />
levado a cabo por uma equipa comprometida, inovadora<br />
e com vocação de excelência.<br />
O aumento dos preços <strong>das</strong> matérias-primas e<br />
dos transportes está na ordem do dia, pelo que<br />
se impunha questionar o nosso entrevistado pelo<br />
impacto que este fenómeno está a ter na atividade<br />
da Lizarte. Richard Izquierdo confirma que<br />
teve influência, pois “é óbvio que todos os custos<br />
e despesas subiram nos últimos tempos e acabaram<br />
por afetar sobremaneira o preço final dos<br />
produtos que remanufaturamos. 2022 foi um ano<br />
muito complicado e na tentativa de mantermos as<br />
nossas margens operacionais e sobretudo o nosso<br />
nível de serviço, tivemos de repercutir uma parte<br />
desses aumentos no mercado. Apesar de tudo, entendemos<br />
que a qualidade dos nossos produtos e<br />
serviço permitiram manter a confiança dos nossos<br />
clientes, o que acaba por ser um motivo de orgulho<br />
para nós”, analisa.<br />
Sobre a empresa, Izquierdo refere que “o que nos<br />
diferencia fundamentalmente é o nosso modelo de<br />
negócio, pois somos uma empresa que se dedica<br />
à remanufatura, ou seja, mediante um meticuloso<br />
processo de engenharia inversa, devolvemos ao<br />
mercado um produto que já tinha chegado ao fim<br />
da sua vida útil, preparando-o para uma segunda<br />
vida e com o nível de qualidade do produto original<br />
ou até superior”. Os controlos de qualidade<br />
da empresa são avaliados por vários sistemas de<br />
gestão, como a ISO 9001 (focado sobretudo na satisfação<br />
do cliente) ou a ITAF 16949 (certificado<br />
específico do setor automotive que aborda a melhoria<br />
contínua, a prevenção de defeitos, a redução<br />
de desvios e de resíduos da cadeia de fornecimento).<br />
“Para cumprir estes estritos objetivos de<br />
qualidade, dispomos de distintos bancos de diagnóstico<br />
que nos permitem verificar que os nossos<br />
produtos cumprem com as especificações técnicas<br />
do produto original”, diz o diretor de marketing,<br />
explicando que atualmente, o núcleo do negócio da<br />
Lizarte “são os sistemas de direção (cremalheiras<br />
de direção e bombas de assistência). Dispomos de<br />
um dos mais extensos catálogos da Europa nesta<br />
categoria de produtos, com uma taxa de serviço<br />
que ronda os 94%. O nosso catálogo é completado<br />
posteriormente com sistemas de injeção diesel reconstruídos<br />
(injetores, injetores/bomba, bombas<br />
VP e common-rail) e ainda compressores de ar<br />
condicionado”, conta.<br />
Em constante inovação e a testar novas soluções,<br />
a Lizarte lançou recentemente no mercado um<br />
produto que tem como premissa ajudar os mecânicos<br />
a instalar as peças da marca, “estamos na<br />
fase inicial (para já só em Espanha) de um serviço<br />
técnico remoto para a instalação segura dos nossos<br />
produtos mecatrónicos (desenvolvidos sob a marca<br />
Lizarte ON!). Com este serviço remoto, a oficina é<br />
assessorada desde o início da reparação, evitando,<br />
de uma forma proativa, qualquer dúvida que surja<br />
na instalação <strong>das</strong> nossas peças”, explica Izquierdo.<br />
A marca Lizarte ON! já é uma «benchmark» da<br />
empresa, uma vez que assume grande importância<br />
no volume de ven<strong>das</strong> global. “Atualmente<br />
dispomos de 300 referências no catálogo da marca<br />
Lizarte ON! (EPS e EHPS), que cobrem mais de<br />
4.600 modelos de veículos dos principais mercawww.jornal<strong>das</strong>oficinas.com<br />
Fevereiro I 2023 41
RICHARD IZQUIERDO<br />
A LIZARTE ORGULHA-SE DE trabalHAR COM OS MELHORES<br />
DISTRIBUIDORES DE PEÇAS NOS PRINCIPAIS MERCADOS EUROPEUS,<br />
SENDO UMA MARCA RECONHECIDA PELO SEU COMPROMISSO COM<br />
A SUSTENTABILIDADE<br />
dos europeus e a taxa de crescimento<br />
ronda os 20% a cada ano. Este crescimento<br />
exponencial permite que a<br />
nossa gama de produtos mecatrónicos<br />
(Lizarte ON!) represente 25% do<br />
total de ven<strong>das</strong> da empresa e continuamos<br />
a crescer”, garante o nosso<br />
interlocutor.<br />
Preocupações ambientais<br />
e veículos modernos<br />
As preocupações ambientais não escapam<br />
à Lizarte e o departamento de<br />
Qualidade da empresa lidera e dá várias<br />
sugestões para a redução de resíduos<br />
ou utilização de materiais sustentáveis.<br />
“Destaco neste particular<br />
a reutilização daqueles componentes<br />
que são descartados durante o nosso<br />
processo de remanufatura (elementos<br />
em plástico, tampas). Temos<br />
acordos com vários fornecedores,<br />
empresas gestoras de resíduos, que<br />
nos ajudam a livrar-nos destes materiais,<br />
e dispomos mesmo, nas nossas<br />
instalações, de uma compactadora<br />
de cartão que permite a cada ano dar<br />
uma segunda vida às tonela<strong>das</strong> de<br />
cartão que utilizamos diariamente”,<br />
revela, considerando que “podemos<br />
concluir que o nosso compromisso<br />
com o conceito de economia circular<br />
a partir da reutilização de materiais<br />
vai mais além da remanufatura dos<br />
nossos produtos”.<br />
Tendo produtos de elevada qualidade<br />
com referências para milhares de<br />
veículos, questionamos que desafios<br />
enfrentam os produtos reconstruídos<br />
quando são utilizados em veículos<br />
mais modernos, com Richard<br />
Izquierdo a ser perentório: “o maior<br />
desafio técnico que enfrentamos<br />
como empresa reconstrutora é assegurar<br />
a correta comunicação dos<br />
elementos do veículo com o sistema<br />
de direção. As nossas cremalheiras<br />
de direção e as bombas de assistência<br />
elétrica são um elemento crítico<br />
na segurança do veículo, por isso o<br />
conhecimento que devemos ter desse<br />
tipo de produtos tem de ser de nível<br />
máximo, mais ainda, tendo em conta<br />
que não somos os fabricantes do<br />
produto original. Assim, o nosso desafio<br />
é gigante e requer conhecimento<br />
permanente da tecnologia, mas os<br />
números e o sucesso nos mercados<br />
onde trabalhamos são a nossa melhor<br />
montra”.<br />
42 Setembro I 2022 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
Já no que diz respeito à internet e<br />
às redes sociais, aproveitamos para<br />
falar sobre a estratégia de comunicação<br />
da empresa com os seus clientes.<br />
Richard Izquierdo descreve a Lizarte<br />
como “uma empresa que sempre<br />
apostou e continua a apostar na<br />
comunicação, tanto a nível interno<br />
como externo. A nossa estratégia<br />
de comunicação é omnicanal e inclui<br />
tanto suportes físicos (revistas,<br />
feiras, catálogos...), como digitais<br />
(páginas web, redes sociais próprias<br />
e setoriais). O setor do pós-venda<br />
automóvel é muito recetivo e comunicativo,<br />
pelo que a comunicação é<br />
um elemento chave para poder diferenciá-lo.<br />
E nós, na Lizarte, sabemos<br />
isso muito bem, por isso apostamos<br />
numa estratégia de comunicação<br />
permanente com os nossos mercados”,<br />
refere.<br />
A importância<br />
de estar presente<br />
Como empresa referência no mercado<br />
onde exerce, é fundamental estar<br />
presente em feiras internacionais e,<br />
em específico, na Automechanika de<br />
Frankfurt, onde nos encontrámos na<br />
última edição: “Já havia falado convosco<br />
sobre isto lá e reafirmo, a última<br />
edição da Automechanika deu<br />
prioridade à qualidade dos contactos<br />
em detrimento da quantidade dos<br />
mesmos. Termos preparado previamente<br />
a feira, fazendo reuniões com<br />
tempo, levou-nos a concluir que a<br />
presença foi proveitosa para a Lizarte.<br />
Por isso considero fundamental<br />
estar lá, tanto nas feiras internacionais<br />
como nas locais, mas escolhendo<br />
muito bem onde se vai marcar<br />
presença, definindo o objetivo de<br />
cada feira e o retorno do investimento<br />
(medindo, sempre que possível,<br />
o ratio de conversão em ven<strong>das</strong> face<br />
às novas oportunidades de negócio<br />
que surgem sempre nestes eventos).<br />
Importantes também são os eventos<br />
de associativismo, tendência sempre<br />
presente na estratégia da Lizarte.<br />
Fazemos parte de várias associações<br />
locais, nacionais e internacionais,<br />
dentro e fora do setor do após-venda.<br />
Recentemente assistimos à jornada<br />
sobre liderança organizada pela en-<br />
REDaRSE, uma associação composta<br />
por várias empresas locais (de Navarra),<br />
entre elas a Lizarte, que têm<br />
como ponto em comum o facto de<br />
serem empresas comprometi<strong>das</strong> do<br />
ponto de vista ambiental, social ou<br />
de gestão transparente. Queremos<br />
aprender boas práticas de outras empresas<br />
e ensinar as nossas”, remata.<br />
Chegar à mó de cima não é fácil, mas<br />
mais difícil ainda é continuar a crescer<br />
e Izquierdo não tem dúvi<strong>das</strong> de que é<br />
preciso “capacidade para desenvolver<br />
novas referências de elevada procura,<br />
crescimento no desenvolvimento e<br />
venda de produtos mecatrónicos,<br />
atendimento diferenciado em termos<br />
de disponibilidade de produto e taxa<br />
de serviço de entrega”. Para encarar<br />
o futuro de uma forma risonha,<br />
conta-nos, “o principal desafio é<br />
a adaptação do nosso portefólio<br />
de produto às novas tipologias de<br />
veículos que vão chegando ao parque<br />
automóvel circulante, veículos<br />
elétricos, fuel cell a hidrogénio, novos<br />
protocolos de comunicação e<br />
a ampliação permanente do nosso<br />
conhecimento sobre estes produtos<br />
para poder assessorar de forma integral,<br />
tanto os nossos clientes como os<br />
distribuidores ou as oficinas, facilitando-lhes<br />
a venda e a instalação dos<br />
nossos produtos”, afirma.<br />
Para 2023, e apesar do período de<br />
incerteza que se vive a nível global,<br />
a Lizarte vai continuar a apostar<br />
numa estratégia de crescimento com<br />
os clientes (atuais e novos) e no desenvolvimento<br />
contínuo de novas referências<br />
que sejam procura<strong>das</strong> pelos<br />
mercados onde tem maior presença.<br />
“Queremos consolidar o nosso serviço<br />
remoto para ajudar as oficinas de<br />
uma forma proativa com a instalação<br />
dos nossos produtos mecatrónicos,<br />
produtos esses que serão um dos pilares<br />
da empresa em 2023 e nos anos<br />
vindouros”, conclui. l<br />
A LIZARTE E O MERCADO PORTUGUÊS<br />
A Lizarte está presente no mercado português<br />
desde 2016 e desde aí o volume de negócio<br />
subiu quase 300%, apoiando-se numa<br />
estratégia comercial e de marketing bem<br />
definida que permitiu fechar acordos com<br />
distribuidores de primeiro nível. “O nosso<br />
núcleo de negócio em Portugal centra-se na<br />
comercialização dos sistemas de direção, até<br />
porque é um segmento de produto que goza de<br />
grande prestígio em Espanha, e consideramos,<br />
tal como aconteceu, que nos abriu as portas<br />
dos principais clientes de uma forma muito<br />
ágil”, refere Richard Izquierdo.<br />
Em Portugal, a empresa trabalha com uma<br />
dezena de distribuidores e todos estão a<br />
conseguir desempenhos de alto nível: “De<br />
qualquer forma, entendo que o seu desempenho<br />
vai sempre depender diretamente do apoio<br />
que nós podemos oferecer como fornecedores.<br />
Em Portugal oferecemos os nossos produtos<br />
a distribuidores que trabalham, não só com<br />
os nossos, mas com outros. Para nós é muito<br />
importante que os nossos clientes tenham, em<br />
primeiro lugar, uma presença de destaque na<br />
sua zona de influência. Segundo, que mostrem<br />
proatividade em nos pedir tudo aquilo que os<br />
seus clientes lhes pedem a eles o que é algo que<br />
valorizamos de forma muito positiva, porque<br />
encaixa na filosofia da nossa empresa”, explica,<br />
garantindo que é política da casa não deixar<br />
“ninguém para trás. Quando chegamos a acordo<br />
com um novo distribuidor, oferecemos-lhe toda<br />
a ajuda necessária para começar a vender os<br />
nossos produtos aos seus clientes. Este processo<br />
inclui uma formação inicial genérica sobre os<br />
produtos, assim como uma formação sobre<br />
gestão. Também ajudamos no marketing e<br />
comunicação a fim de potenciar ao máximo a<br />
presença dos produtos Lizarte junto dos seus<br />
clientes”.<br />
Para Richard Izquierdo, a vantagem<br />
fundamental em utilizar componentes Lizarte<br />
é resumida numa só frase: “damos apoio<br />
permanente ao nosso cliente distribuidor<br />
em todo o processo de venda dos produtos, e<br />
como consequência disso, a oficina tem apoio<br />
permanente tanto do seu fornecedor habitual<br />
como do fabricante, que no caso somos nós”. O<br />
mesmo responsável assegura que a Lizarte já é<br />
uma marca conhecida no mercado português,<br />
mas o seu grande objetivo é que se torne<br />
também numa marca reconhecida: “Queremos<br />
continuar a crescer não só com os nossos<br />
clientes atuais, mas também com novos, e para<br />
tal devemos ir aumentando progressivamente<br />
a presença em todos os canais existentes,<br />
meios de comunicação, feiras e por aí fora”.<br />
A terminar, Izquierdo falou ainda sobre o<br />
que está a condicionar de forma positiva e<br />
negativa o mercado <strong>das</strong> peças reconstruí<strong>das</strong><br />
em Portugal: “Existe um fator que pode estar<br />
a promover uma utilização crescente de peças<br />
reconstruí<strong>das</strong>: ter uma peça com uma relação<br />
qualidade/preço inferior a uma peça original<br />
permite poupanças na reparação, e isto num<br />
ambiente económico como o atual, pesa muito.<br />
Da mesma forma, o parque de veículos na<br />
Europa está a envelhecer, e isso pesa bastante<br />
quando se pensa numa reparação que envolve<br />
uma despesa mais elevada. Desta forma, o<br />
produto reconstruído acaba por ter aqui a sua<br />
grande oportunidade. Para terminar, gostaria<br />
de pensar que o conhecimento por parte<br />
dos distribuidores, oficinas e cliente final, do<br />
impacto ambiental positivo que o «consumo»<br />
de produtos reconstruídos supõe, pode marcar<br />
a diferença na opção de compra num futuro a<br />
curto prazo”.<br />
O PERCURSO DE 50 ANOS DE HISTÓRIA PERMITIU À LIZARTE<br />
CONQUISTAR UMA Forte PRESENÇA NO MERCADO IBÉRICO E HOJE<br />
O GRANDE OBJETIVO É SER RECONHECIDA COMO FABRICANTE<br />
DE QUALIDADE DE topo EM PEÇAS REMANUFATURADAS<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Setembro I 22 43
Entrevista<br />
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PARA OS NOSSOS<br />
DISTRIBUIDORES<br />
A EMPRESA NEERLANDESA DE LUBRIFICANTES EUROL ESTÁ EM PORTUGAL DESDE 2009, ONDE TEM<br />
REGISTADO CRESCIMENTOS QUE CHAMAM A ATENÇÃO DO MERCADO. COM VÁRIAS NOVIDADES EM CARTEIRA,<br />
O JORNAL DAS OFICINAS QUESTIONOU A DIRETORA COMERCIAL DE EXPORTAÇÕES DA MARCA PARA A<br />
EUROPA, HAKIMA HASNAOUI, QUE NOS EXPLICOU O QUE A EUROL PRETENDE FAZER, INVESTIR, LANÇAR E<br />
PROMOVER NOS ANOS VINDOUROS<br />
Eurol é, atualmente, o maior fabricante independente<br />
de lubrificantes dos Países Baixos, mas até<br />
atingir este estatuto foram necessários mais de 40<br />
anos de histórias e peripécias. Hakima Hasnaoui<br />
explica que a empresa familiar arrancou em 1977,<br />
quando Johan Pfeiffer criou a empresa e a marca<br />
Eurol na localidade neerlandesa de Nijverdal. Na<br />
primeira fase da sua história, a Eurol vendia apenas<br />
lubrificantes para motos, no entanto, graças a<br />
uma engenhosa campanha de marketing e de vários<br />
sucessos alcançados no motociclismo, a marca<br />
foi crescendo rapidamente no seu mercado natal.<br />
Nos anos 80, o leque de produtos foi-se alargando e<br />
passou a incluir outros segmentos, como o automóvel,<br />
a indústria, os pesados e a agricultura. Na década<br />
de 90, a empresa começou, então, a produzir os<br />
seus próprios produtos. Graças a isso e a instalações<br />
de I&D exclusivas, a Eurol podia, assim, garantir<br />
uma melhor e mais constante qualidade de tudo o<br />
que vendia. Atualmente, tem a sede e opera em Nijverdal<br />
e Almelo, a duas horas do maior porto da Europa,<br />
Roterdão. Em maio de 2022, abriu o primeiro<br />
escritório fora dos Países Baixos, na África do Sul. O<br />
objetivo é expandir a presença nos países da África<br />
Austral e responder de forma rápida às exigências<br />
locais, mas a Europa continua a ser o mercado mãe<br />
da Eurol, e Portugal um país de elevada importância<br />
para a empresa. O <strong>Jornal</strong> <strong>das</strong> <strong>Oficinas</strong> sentou-se<br />
à mesa com Hakima Hasnaoui, que nos falou um<br />
pouco do presente da empresa, sem nunca esquecer<br />
o passado, mas apontando sempre ao futuro.<br />
Crescimento em TODOS os sentidos<br />
Recentemente inaugurou uma nova sede nos Países<br />
Baixos e foi precisamente por este tópico que<br />
começámos a conversa. “Abrimos o novo armazém<br />
logístico, o Eurol XL, em Almelo em maio. Trata-se<br />
de um armazém totalmente automatizado<br />
que apelidámos de «dark warehouse» e que tem<br />
capacidade para 15 mil paletes. O edifício está<br />
localizado ao lado do terminal de contentores e<br />
está dotado de um excelente acesso ribeirinho e<br />
rodoviário”, conta Hakima Hasnaoui.<br />
Recentemente, a marca mudou a imagem corpo-<br />
44 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
LANÇAMOS O CONCEITO EUROL SERVICE POINT PARA AJUDARMOS AS<br />
OFICINAS A RETIRAREM MAIORES PROVEITOS DOS SEUS LUBRIFICANTES.<br />
O GRANDE OBJETIVO PARA PORTUGAL É OFERECER AOS NOSSOS<br />
DISTRIBUIDORES A MESMA FORMAÇÃO TÉCNICA INTENSIVA QUE<br />
REALIZAMOS NOS PAÍSES BAIXOS, DIZ HAKIMA HASNAOUI
HAKIMA HASNAOUI<br />
RECENTEMENTE INAUGUROU UMA NOVA SEDE NOS PAÍSES BAIXOS.<br />
TRATA-SE DE UM ARMAZÉM totalmeNTE AUTOMATIZADO APELIDADO<br />
DE «DARK WAREHOUSE» E QUE TEM CAPACIDADE PARA 15 MIL PALETES<br />
rativa, pois pretende “desempenhar<br />
um papel de liderança quando se trata<br />
de lubrificantes que contribuem<br />
para melhores performances, uma<br />
menor pegada ecológica e para criar<br />
melhores oportunidades de negócio”.<br />
Quanto a isso, a mesma responsável<br />
garante que a nova imagem “tem<br />
um logótipo mais fresco, que combina<br />
da melhor forma com o ADN<br />
da Eurol. Foi uma alteração subtil<br />
para não perder a sua essência. A<br />
própria legibilidade foi melhorada<br />
e ganhou uma tonalidade de azul<br />
mais escura, que lhe dá mais contraste.<br />
Além disso, o Eurol Wave, as<br />
cores e a tipografia foram adapta<strong>das</strong>.<br />
Assim, mantém todos os elementos<br />
reconhecíveis da identidade corporativa<br />
da nossa marca”. No seguimento<br />
do «restyling» do logótipo, a<br />
Eurol também alterou o seu slogan:<br />
“A promessa da marca «Quality is in<br />
our Nature» [a Qualidade está na<br />
nossa Natureza], foi alterada para<br />
«Powering Performance» [Desempenho<br />
Potencializado], o que está<br />
perfeitamente alinhado com as nossas<br />
ambições. O novo slogan passa a<br />
estar ao lado do logótipo e significa,<br />
em poucas palavras, tudo aquilo que<br />
a Eurol representa”, garante.<br />
Uma gama completa<br />
A conversa muda de rumo e segue o<br />
caminho dos aumentos dos preços,<br />
tanto <strong>das</strong> matérias-primas como do<br />
transporte. Hakima Hasnaoui admite<br />
que “esta situação tem sido um<br />
grande desafio para to<strong>das</strong> as marcas<br />
de lubrificantes um pouco por todo<br />
o mundo. O que se observa é uma<br />
mudança de comportamento por<br />
parte dos clientes. Por causa do aumento<br />
de preços, o cliente final tende<br />
a atrasar a manutenção do seu automóvel,<br />
e com a Covid-19, estão mais<br />
pessoas a trabalhar em casa, logo<br />
utilizam menos os seus carros. Isto é<br />
o que os nossos parceiros Eurol têm<br />
vindo a observar nos seus mercados<br />
locais, dificultando a sua operação.<br />
Felizmente são parceiros dedicados<br />
e vemos que se esforçam para tentar<br />
impulsionar ainda mais a marca, por<br />
isso estamos satisfeitos”.<br />
A Eurol oferece ao mercado uma<br />
ampla gama de lubrificantes, massas<br />
consistentes, aditivos para combustível<br />
e produtos agentes de limpeza.<br />
“Basicamente, queremos ser<br />
um fornecedor único para os nossos<br />
distribuidores um pouco por todo o<br />
mundo. Assim, oferecemos ao setor<br />
automóvel, todo um leque de produtos<br />
lubrificantes em embalagens mais<br />
pequenas (250ML, 500 ML, 1L, 4L,<br />
5L, 6L e 10L) para o retalho, e depois<br />
grandes embalagens a granel (60L,<br />
210L, IBC 1000L). Para desenvolvimento<br />
e produção da nossa gama<br />
premium, utilizamos apenas óleos<br />
básicos e aditivos de primeira linha.<br />
A nossa fábrica tem certificação ISO<br />
9001, uma norma reconhecida internacionalmente<br />
na gestão da qualidade.<br />
Testamos todos os nossos lubrificantes<br />
de forma minuciosa num<br />
laboratório interno antes de iniciarmos<br />
as ven<strong>das</strong> para todo o mundo”,<br />
explica a mesma responsável.<br />
“No que diz respeito a novidades,<br />
lançamos a Eurol Speciality Racing<br />
Line [Linha Especializada de Competição],<br />
que se destina apenas ao<br />
desporto motorizado. Esta gama está<br />
perfeitamente alinhada com as ambições<br />
de diferentes eventos motorizados,<br />
como o Rali Dakar, por exemplo,<br />
de forma a tornarem-se ainda<br />
mais verdes”, continua Hakima Hasnaoui,<br />
que não perde tempo para nos<br />
falar da nova geração de lubrificantes<br />
(Low SAPS) para o setor automóvel.<br />
“A Eurol disponibiliza também um<br />
leque muito vasto de produtos Low<br />
SAPS, com baixos teores de cinzas<br />
[significa que o óleo tem na sua<br />
composição baixas concentrações de<br />
enxofre e fósforo], a mais recente<br />
tendência para sistemas de pós-tratamento<br />
de gases de escape, como<br />
catalisadores e filtros de partículas.<br />
Estes produtos têm ainda melhor<br />
impacto ambiental”, refere.<br />
Na verdade, uma boa parte dos produtos<br />
da marca neerlandesa ajudam a<br />
reduzir a pegada ecológica: “A última<br />
geração de óleos de motor de baixas<br />
emissões, por exemplo, foi desenvolvida<br />
com o foco na economia de<br />
combustível, para intervalos de manu-<br />
46 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
em to<strong>das</strong> as oficinas. A Bag in Box é<br />
totalmente sustentável, uma vez que<br />
contém 89% menos de plástico em<br />
comparação com uma embalagem<br />
normal. Além disso, o volume de resíduos<br />
é reduzido em mais de 90%.<br />
Após a utilização, o papelão da embalagem<br />
e o saco de plástico no interior,<br />
podem ser reciclados separadamente.<br />
Em países onde as medi<strong>das</strong> ambientais<br />
são mais aperta<strong>das</strong>, percebemos<br />
que esta Bag in Box é um sucesso. Os<br />
A EUROL<br />
EM PORTUGAL<br />
A Eurol chegou a Portugal em 2009,<br />
mercado onde trabalha “principalmente<br />
com distribuidores de peças de reposição<br />
automóvel que cobrem todo o país. Ao<br />
longo dos últimos anos assistimos a um<br />
crescimento da distribuição da Eurol no<br />
mercado português, todavia acreditamos<br />
que é possível crescer ainda mais, não só<br />
A EUROL OFERECE AO MERCADO UMA AMPLA GAMA DE LUBRIFICANTES,<br />
ADITIVOS E MASSAS. BASICAMENTE, QUER SER UM FORNECEDOR ÚNICO<br />
PARA OS SEUS DISTRIBUIDORES UM POUCO POR toDO O MUNDO<br />
tenção mais prolongados e dispõe de<br />
propriedades de lubrificação de longa<br />
duração. Tudo isto minimiza o desgaste<br />
e o envelhecimento, ao mesmo tempo<br />
que prolonga a vida do motor. Os<br />
nossos produtos Eurol Speciality, são<br />
isentos de microplásticos e de parafinas<br />
de cloro, são seguros e ambientalmente<br />
amigáveis. Mas há mais, temos<br />
uma gama de óleos de motor específica<br />
para veículos clássicos que se chama<br />
Eurol Supreme Classic. Trata-se de um<br />
óleo fortificado com zinco ou o chamado<br />
ZDDP. Este composto de fósforo-<br />
-zinco fornece proteção adicional a estes<br />
motores mais antigos. Os veículos<br />
clássicos são um segmento pequeno,<br />
mas muito importante para os entusiastas<br />
destes veículos, ao mesmo tempo<br />
que complementa a restante gama<br />
de produtos da Eurol Lubricants.<br />
Para promover e para dar a conhecer<br />
os seus lubrificantes, Hakima Hasnaoui<br />
explica que a marca tem uma<br />
estratégia simples: “Como queremos<br />
estar numa posição de liderança na<br />
indústria automóvel mundial, é preciso<br />
marcar presença em determinados<br />
eventos, assim estivemos na<br />
Automechanika em Frankfurt e Dubai,<br />
fomos ao Rali Dakar como patrocinadora<br />
da Toyota Gazoo Racing<br />
Team, tudo isto ajuda a criar a notoriedade<br />
global da marca, mas não só.<br />
Utilizamos estas provas desportivas<br />
para testar e desenvolver novos produtos,<br />
como aconteceu com a tecnologia<br />
SYNGIS e agora com a Eurol<br />
Speciality Racing, que foi desenvolvida<br />
com a ajuda <strong>das</strong> principais equipas<br />
do desporto motorizado, para se<br />
poderem criar propriedades lubrificantes<br />
inovadoras, que acabam por<br />
ser introduzi<strong>das</strong>, posteriormente,<br />
nos nossos produtos do dia-a-dia”.<br />
Eurol Service Point<br />
Sendo uma empresa de grande dimensão,<br />
já tem o seu próprio conceito<br />
oficinal, o Eurol Service Point,<br />
baseado no apoio dos lubrificantes.<br />
O nível de serviço de cada Eurol Service<br />
Point depende de país para país,<br />
“mas basicamente fornecemos visibilidade,<br />
partilha de conhecimento,<br />
apoio de marketing e aconselhamento<br />
sobre os produtos. É também uma<br />
boa ajuda para oficinas de maiores<br />
dimensões”, diz. “Este conceito oficinal<br />
pode ser complementado pela<br />
aplicação Oil Advisor que ajuda a<br />
procurar lubrificantes e acaba por<br />
ser uma ferramenta de conveniência<br />
para os mecânicos obterem, 24 horas<br />
por dia, sete dias por semana, um<br />
conselho rápido no local de trabalho.<br />
Para já, fornecemos apenas conselhos<br />
sobre óleos, mas no futuro adicionaremos<br />
mais funcionalidades”,<br />
remata.<br />
Como empresa inovadora, lançou<br />
em julho de 2020 o «famoso» Bag<br />
in Box, embalagem com 20 litros de<br />
capacidade. “Com este conceito, a<br />
marca oferece facilidade de utilização,<br />
sustentabilidade e profissionalismo<br />
clientes apreciam este conceito inovador”,<br />
explica a responsável.<br />
Com o crescimento do mercado de<br />
carros elétricos, prevê-se uma diminuição<br />
do consumo de lubrificantes.<br />
Mas a Eurol está atenta e, “a desenvolver<br />
uma linha de produtos dedicados<br />
aos EV. Com exceção do óleo<br />
de motor, os veículos elétricos ainda<br />
exigem fluídos, como óleos de travão,<br />
massas várias e outros produtos de<br />
manutenção. Mas se a diminuição do<br />
consumo de lubrificantes na indústria<br />
automóvel é esperada, existem outros<br />
países em desenvolvimento onde segmentos<br />
como a indústria e a mineração<br />
exigem volumes de lubrificantes<br />
grandiosos. O novo escritório na<br />
África Austral, vai desempenhar um<br />
enorme papel nesta questão”.<br />
Com uma gama com mais de 600 diferentes<br />
tipos de produtos que resultam<br />
em lubrificantes de alta qualidade,<br />
a Eurol oferece ainda ao mercado<br />
apoio em atividades de marketing,<br />
formação técnica com um consultor<br />
de óleos e resultados comprovados<br />
em várias provas motoriza<strong>das</strong>, como<br />
o Rali Dakar. Para o futuro, o grande<br />
foco é precisamente “a expansão para<br />
os países da África Austral. Possuímos<br />
ainda uma equipa de pessoas que promovem<br />
novos negócios, dedicando-se<br />
ao estudo do mercado. Atualmente,<br />
a Eurol está ativa em 93 países, mas<br />
o objetivo é aumentar este número e<br />
chegar aos 100 já em 2023”, conclui a<br />
mesma responsável. l<br />
no segmento automóvel, mas também<br />
no segmento dos transportes e indústria”,<br />
comenta.<br />
“Em Portugal temos três distribuidores<br />
da nossa marca, pelo que temos uma<br />
cobertura totalmente nacional, por isso<br />
tentamos dar todo o apoio que esses<br />
distribuidores necessitam. Pretendemos<br />
organizar formações frequentes sobre<br />
as últimas tendências de lubrificantes,<br />
lançamos recentemente o conceito Eurol<br />
Service Point para ajudarmos, através<br />
dele, as oficinas a retirarem maiores<br />
proveitos dos seus lubrificantes. O grande<br />
objetivo para Portugal é oferecer aos<br />
nossos distribuidores a mesma formação<br />
técnica intensiva que realizamos nos<br />
Países Baixos”, afirma Hasnaoui.<br />
“Ao utilizarem lubrificantes Eurol, têm<br />
acesso a uma gama ultracompleta de<br />
produtos de alta qualidade, o que permite<br />
ao dono da oficina nivelar melhor os<br />
preços e gerar mais receita. Depois a<br />
Eurol dá todo o apoio de visibilidade,<br />
publicidade e presença da marca no<br />
local, para reforçar o sucesso”, diz Hakima<br />
Hasnaoui.<br />
Para 2023, o objetivo passa por diversificar<br />
a base de dados de clientes, explorar<br />
outros segmentos como os Transportes,<br />
a Indústria, a Agricultura e os Motociclos.<br />
A marca tem, para já, uma forte presença<br />
apenas no segmento automóvel.<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 47
Oficina<br />
do Mês<br />
APM - AUTO PEDRO MECÂNICO<br />
A MINHA PUBLICIDADE<br />
É A QUALIDADE!
CRIADA EM 2004 POR PEDRO CUNHA, A APM É O ESPELHO DA PERSONALIDADE<br />
DO SEU FUNDADOR. PERFECIONISTA, METICULOSO E EXIGENTE, PEDRO CUNHA TEM COMO LEMA<br />
“O QUE EU NÃO QUERO PARA MIM, NÃO QUERO PARA O MEU CLIENTE”<br />
Apenas com 13 anos de idade, Pedro Cunha<br />
começou a trabalhar numa conceituada<br />
oficina multimarca, na zona de Ovar, de<br />
onde é natural. Aos 21 anos foi trabalhar para um<br />
concessionário Opel onde aprendeu e consolidou<br />
os seus conhecimentos de mecânica e aos 24 anos<br />
decidiu constituir uma empresa e começar a trabalhar<br />
por conta própria. Primeiro num pequeno<br />
armazém, nas traseiras de sua casa, e mais tarde,<br />
em 2010, num novo espaço, que também se tornou<br />
pequeno, tendo decidido avançar em 2015 com a<br />
aquisição do edifício onde hoje se encontra, com<br />
uma área de 700 m2.<br />
Equipada com cinco elevadores, várias máquinas<br />
de diagnóstico, de ar condicionado e ferramentas<br />
especiais, a APM garante atualmente um serviço<br />
de manutenção e reparação automóvel completo,<br />
para qualquer tipo de viatura. “O último investimento<br />
que fizemos foi numa estação de serviço,<br />
com pórtico de lavagem automático, pois faço<br />
questões de entregar os carros lavados aos clientes,<br />
qualquer que seja o tipo de serviço prestado”,<br />
refere Pedro Cunha. Para além dos serviços de mecânia<br />
e de chapa e pintura, que são realizados por<br />
um parceiro de confiança, a APM também monta<br />
pneus Falken, um serviço que tem tido uma procura<br />
crescente e que resulta do acordo efetuado com<br />
a AB Tyre há mais de quatro anos. Possui também<br />
carros de substituição, que considera ser uma mais<br />
valia, pelo que está previsto aumentar a frota com<br />
mais duas viaturas.<br />
Todo o trabalho desenvolvido na APM tem como<br />
objetivo a satisfação total do cliente. “Digo muitas<br />
vezes que não quero ser conhecido pela oficina<br />
mais barata, mas sim pela qualidade do serviço<br />
prestado. Para minimizar falhas, apenas trabalho<br />
com marcas aftermarket premium ou de origem”,<br />
enfatiza Pedro Cunha. A Humberpeças é o principal<br />
fornecedor desde o início “Conheço o Sr. Humberto<br />
Lopes, gerente da Humberpeças, há mais de<br />
vinte anos e tenho a maior consideração e estima<br />
pelo seu trabalho. Tive sempre o seu apoio e colaboração<br />
ao longo do meu percurso profissional e a<br />
parceria que mantemos tem sido essencial para o<br />
crescimento da APM”, enaltece Pedro Cunha.<br />
Para este responsável “As peças low coast apenas<br />
dão problemas e quando o cliente pede para montarmos<br />
o mais barato prefiro não fazer o trabalho.<br />
Se to<strong>das</strong> as oficinas trabalhassem assim, tenho a<br />
certeza que o mercado não seria a guerra que é<br />
atualmente”, afirma. Embora tivesse integrado<br />
uma rede oficinal durante três anos, a experiência<br />
não foi positiva e decidiu abandonar o projeto para<br />
se manter independente, pois conforme afirma “A<br />
minha marca sou eu e não gosto de ser confundido<br />
com uma insígnia que representa outra maneira de<br />
trabalhar”.<br />
APM – AUTO PEDRO MECÂNICO<br />
Gerente Pedro Cunha<br />
Morada Av. 16 de Maio, Lote 7<br />
Zona Industrial de Ovar 3880-102 Ovar<br />
Telefone 917 843 960<br />
Email pcunhareparacoes1980@gmail.com<br />
Site www.facebook.com/autopedromecanico/<br />
Reconhecimento merecido<br />
A APM foi a vencedora da categoria Melhor Oficina<br />
Independente da Revista TOP 100, uma distinção<br />
que encheu de orgulho Pedro Cunha e que<br />
veio confirmar o excelente percurso e desempenho<br />
da oficina. Para este responsável “Esta distinção é<br />
a prova como as estratégias utiliza<strong>das</strong> resultaram<br />
e um motivo de orgulho para todos os elementos<br />
da equipa que, cada qual à sua maneira, contribuem<br />
para que esta distinção seja uma realidade”.<br />
Pedro Cunha realça “o facto de ser um troféu muito<br />
importante quando falamos da construção da<br />
reputação da empresa no nosso mercado. Vamos<br />
continuar a implementar a estratégia que definimos,<br />
desenvolvendo o nosso negócio em parceria<br />
com os nossos clientes, de forma a que consigamos<br />
ser cada vez mais, um parceiro de referência para<br />
os nossos clientes”. Embora considere as novas tecnologias<br />
importantes para comunicar, designadamente<br />
a internet e as redes sociais, Pedro Cunha<br />
ainda não utiliza muito estas ferramentas, já que<br />
tem apostado mais no relacionamento pessoal com<br />
os clientes e no passa palavra, pois como afirma “a<br />
qualidade do serviço que presto é a melhor publicidade<br />
que posso fazer da minha oficina”. Por outro<br />
lado, tem apoiado como patrocinador várias coletividades<br />
da região, nomeadamente algumas equipas<br />
de canoagem e patinagem.<br />
Projetos para o futuro<br />
Com uma média de quinze viaturas a entrar diariamente<br />
na oficina, o ritmo de trabalho mantém-se<br />
muito elevado e Pedro Cunha sente a necessidade<br />
de mais apoio na área da gestão e da oficina, mas a<br />
conjuntura atual não tem ajudado a fazer grandes<br />
reestruturações e investimentos, conforme nos disse:<br />
“Antes da pandemia pensei em adquirir um terreno<br />
para criar um centro de colisão, onde ia instalar<br />
uma oficina de mecânica, outra de repintura,<br />
uma estação de serviço e um stand, tudo integrado<br />
no mesmo espaço, mas ouvi alguns conselhos e<br />
decidi não avançar. No entanto não está posto de<br />
parte, e logo que a situação melhore estou pronto<br />
para avançar com o projeto”, refere. O trabalho oficinal<br />
é o que mais gosta de fazer, por isso, nunca<br />
vai deixar de estar presente a acompanhar todos<br />
os trabalhos que são prestados às viaturas que entram<br />
nas instalações “Quando um colaborador não<br />
consegue resolver uma avaria, não o deixo avançar<br />
com o serviço enquanto eu não tiver uma solução<br />
para resolver o problema. Prefiro que fique parado<br />
a aguardar as minhas instruções, em vez de continuar<br />
com o serviço e o trabalho ficar mal feito”,<br />
afirma Pedro Cunha.<br />
Relativamente à formação, depois de um período<br />
de interregno devido à pandemia, o objetivo é voltar<br />
este ano a apostar forte em ações de formação,<br />
com o apoio da Humberpeças e <strong>das</strong> associações do<br />
setor, até porque tem tido muitos convites nesse<br />
sentido. Com uma equipa de sete profissionais que<br />
tem mantido nos últimos anos e uma carteira de<br />
clientes fiéis, Pedro Cunha encara o futuro com<br />
otimismos e espera que o seu filho dê continuidade<br />
ao negócio que está bem consolidado, sendo reconhecido<br />
na zona como uma oficina de referência<br />
na manutenção e reparação automóvel. l<br />
O TROFÉU MELHOR OFICINA TOP 100 CONQUISTADO PELA APM É A PROVA<br />
COMO AS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS RESULTARAM E UM MOTIVO DE<br />
ORGULHO PARA TODOS OS ELEMENTOS DA EQUIPA QUE CONTRIBUIRAM<br />
PARA QUE ESTA DISTINÇÃO SEJA UMA REALIDADE<br />
www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 49
NOTÍCIAS // PEÇAS E EQUIPAMENTOS À MEDIDA DE CADA NEGÓCIO<br />
Produto<br />
O<br />
estado da capacidade da bateria de um veículo<br />
elétrico é um fator crucial no valor da<br />
viatura, por isso a DEKRA lançou um teste<br />
rápido de bateria para VE. O processo patenteado<br />
foi validado pela RWTH Aachen University e também<br />
por diversos fabricantes de veículos, após a realização<br />
de testes de validação. Por regra, o teste real<br />
não excede quinze minutos para fornecer um valor<br />
preciso para o estado de conservação de uma bateria.<br />
“Como a bateria representa uma grande parte<br />
do valor total de um veículo elétrico, o seu estado<br />
de conservação é um fator decisivo”, diz a DEKRA.<br />
O teste é baseado na medição <strong>das</strong> características da<br />
bateria durante um test drive muito curto. Basta<br />
uma breve aceleração ao longo de 100 metros, durante<br />
a qual os dados são lidos através do interface<br />
de diagnóstico integrado<br />
know-how está na bASE de dados<br />
O know-how essencial está na capacidade de interpretar<br />
os valores medidos. O processo é apoiado por<br />
uma base de dados altamente sofisticada e um algoritmo<br />
extremamente complexo. Os dados principais<br />
são determinados antecipadamente para cada<br />
tipo de veículo, com base em test drives sob uma<br />
DEKRA DISPÕE DE TESTE RÁPIDO DE BATERIAS PARA VE<br />
RESULTADOS PRECISOS EM 15 MINUTOS<br />
ampla gama de condições. A isto segue-se uma estruturação<br />
e uma maior complexidade de cálculos,<br />
em parte com a ajuda da inteligência artificial, que é<br />
designada processo de ‘parametrização’. No teste, os<br />
resultados da medição são avaliados com base nesses<br />
parâmetros específicos.<br />
100 modelos disponíveis<br />
100 modelos de veículos estarão brevemente disponíveis.<br />
Atualmente, a lista de veículos para os quais<br />
a DEKRA pode realizar um teste rápido inclui mais<br />
de 70 modelos de volume de vários fabricantes a nível<br />
mundial. Espera-se que a procura pela verificação<br />
do estado de conservação de baterias de veículos<br />
eletrificados cresça nos próximos anos. Graças aos<br />
apoios governamentais, centenas de milhares de<br />
veículos com baterias ou acionamentos híbridos<br />
estão a entrar agora no mercado. Assim que mudam<br />
de mãos, a saúde <strong>das</strong> suas baterias torna-se<br />
um fator altamente relevante na determinação do<br />
seu valor. “Particularmente na gestão de veículos<br />
usados, a determinação precisa e rápida do estado<br />
de conservação é extremamente importante para<br />
que o processo seja transparente e seguro. Com<br />
outros métodos, o processo geralmente leva pelo<br />
menos várias horas; às vezes dias – incluindo ciclos<br />
de carga e descarga demorados. Portanto, a grande<br />
vantagem é que a DEKRA consegue fornecer uma<br />
avaliação altamente fiável num tempo muito curto.<br />
Em resumo: O teste rápido de bateria patenteado<br />
da DEKRA proporciona uma forma rápida e fiável<br />
de determinar o estado de conservação de uma bateria<br />
de tração num veículo eletrificado.<br />
50 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
ESTENDE GARANTIAS<br />
NOS PNEUMÁTICOS E AMORTECEDORES<br />
Pro4Matic | A Pro4Matic iniciou 2023 cheia de boas notícias e com um novo lema “Novo Ano, Nova Linha,<br />
Nova Garantia, Novo Preço”. O que é que isto quer dizer? A partir de fevereiro, todos os Pneumáticos e Amortecedores<br />
Pneumáticos têm cinco anos de garantia. “Acreditamos que podemos fazer sempre mais e melhor pelos<br />
nossos clientes, assim, apresentamos a nova gama de produtos oferecendo cinco anos de Garantia em todos os<br />
Pneumáticos e Amortecedores Pneumáticos”, referiu Nuno Durão, Administrador da Pro4Matic. O objetivo da<br />
empresa, é que mesmo após uma reparação, seja mantido o comportamento e o conforto da condução originais.<br />
Fabrica<strong>das</strong> com material de alta qualidade e resistente à corrosão, as molas pneumáticas da Pro4matic têm uma<br />
longa vida útil e são altamente resistentes a elementos externos. Além disso, podem ser facilmente removi<strong>das</strong> e<br />
instala<strong>das</strong> devido à sua geometria personalizada e precisa.<br />
RENDIDO À BATERIA VARTA PROMOTIVE AGM<br />
Grupo Hegelmann | O fornecedor alemão de serviços de transporte internacional,<br />
escolheu a bateria VARTA ProMotive AGM da Clarios para a sua frota de camiões.<br />
O Grupo Hegelmann cobre rotas de transporte rodoviário por todo o mundo, desde o Algarve<br />
até à fronteira com a China. Com sede na Alemanha, o grupo possui 5.000 veículos<br />
e trabalha com mais de 550 parceiros logísticos para construir uma <strong>das</strong> maiores frotas<br />
logísticas da Europa, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos. Através de uma série de<br />
testes, a empresa quis encontrar a melhor solução de bateria para os seus camiões modernos.<br />
A VARTA ProMotive AGM, da Clarios, foi a escolhida. As caraterísticas superiores<br />
da VARTA ProMotive AGM e sua fiabilidade foram fatores decisivos. Além disso, também<br />
é importante considerar que o perfil do camionista profissional mudou bastante nos<br />
últimos anos: hoje em dia, os condutores passam até sete noites por semana dentro dos<br />
veículos. É por isso que eles são equipados com uma variedade de recursos de hotel,<br />
desde televisores até ar-condicionado. A VARTA ProMotive AGM fornece energia para<br />
to<strong>das</strong> essas funções de conforto até quando o motor está desligado.<br />
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UMA REFERÊNCIA IBÉRICA<br />
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Notícias<br />
Produto<br />
GARANTE PANOS LIMPOS<br />
todos OS DIAS NA OFICINA<br />
Mewa | Todos os dias, a limpeza de ferramentas, máquinas<br />
e instalações de produção na indústria, nas oficinas de<br />
automóveis e nas empresas artesanais é assegurada pelos<br />
panos de limpeza da Mewa. A empresa alemã assume o serviço<br />
completo: recolha, lavagem, manutenção e devolução dos<br />
panos. Ainda há muitas oficinas e fábricas a utilizar produtos<br />
descartáveis. Esta solução não é sustentável nem económica.<br />
A Mewa oferece uma alternativa amiga do ambiente:<br />
disponibiliza panos de limpeza em Textilsharing, a partilha de<br />
têxteis. Os robustos panos de limpeza ultra-absorventes podem<br />
ser lavados e reutilizados até 50 vezes. Textilsharing significa<br />
ter panos limpos à mão sempre que necessário. Não é preciso<br />
comprá-los. Este workflow completo de um sistema de ciclo<br />
fechado, como o de panos de limpeza da Mewa, apresenta um<br />
melhor equilíbrio ecológico do que as soluções descartáveis<br />
como toalhitas ou papel. Em comparação com a utilização de<br />
papel, a limpeza com um pano da Mewa faz-se em menos 35<br />
% do tempo.<br />
AUTOZITÂNIA E BRAGALIS<br />
FAZEM APOSTA<br />
NOS LUBRIFICANTES REPSOL<br />
A<br />
Autozitânia e a Bragalis aumentaram o seu portfólio de lubrificantes, ao adicionaram a marca<br />
REPSOL. Assim, passam a disponibilizar aos seus parceiros e clientes, soluções de reconhecida<br />
qualidade em lubrificantes de motor, caixas de velocidades e transmissões. Nesta que é uma<br />
novidade para o Aftermarket Auto, o Grupo Autozitânia tem já disponíveis as gamas de lubrificantes<br />
para motor Master, Leader e Elite, bem como as gamas Navigator e Automator para caixas de velocidades<br />
e transmissões. A REPSOL está presente em mais de 90 países, com unidades de produção em<br />
Espanha, México, Indonésia e Singapura onde são produzidos Lubrificantes com os mais altos padrões<br />
de qualidade.<br />
RENOVA taÇA ESPORTS CUP<br />
NGK | Após o sucesso da sua primeira Taça Esports<br />
em 2022, a NGK SPARK PLUG anunciou a renovação do<br />
torneio em 2023. O concurso terá lugar nos primeiros três<br />
meses do novo ano e oferecerá aos seguidores dos meios<br />
de comunicação social da empresa, bem como aos jogadores<br />
e mecânicos da “Geração Z”, uma nova visão sobre o<br />
maior especialista mundial em ignição e sensores. A Taça<br />
Esports reforça ainda mais o envolvimento da empresa<br />
em jogos online e estará aberta a todos os jogadores com<br />
mais de 16 anos e terá lugar na secção “RaceRoom” da<br />
plataforma de jogos Steam. Quatro corri<strong>das</strong> de qualificação<br />
serão realiza<strong>das</strong> em versões virtuais de alguns dos<br />
circuitos mais emblemáticos do mundo, e os pilotos mais<br />
rápidos terão a oportunidade participar na grande final<br />
que terá lugar na mundialmente famosa Nürburgring<br />
Nordschleife, na Alemanha, a 16 de Março de 2023. O<br />
vencedor global receberá dois bilhetes VIP e alojamento<br />
para uma prova internacional de enduro perto do seu<br />
local de residência.<br />
JUNTA-SE À FAMÍLIA<br />
da autoZITÂNIA E BRAGALIS<br />
PLUSLINE | A Autozitânia e a Bragalis, quiseram entrar<br />
em grande em 2023 e aumentaram a gama de alternadores e<br />
motores de arranque, com a introdução da marca PLUSLINE,<br />
dando seguimento à sua estratégia de aumento de portfólio<br />
com produtos de qualidade reconhecida. Os alternadores e<br />
motores de arranque PLUSLINE são produtos com qualidade<br />
OE, testados em plataforma Motoplat e distinguem-se pela<br />
variedade de gamas existentes, tais como: Selected, Original e<br />
Pro, estando já disponíveis na Autozitânia e Bragalis. A PlusLine<br />
é uma marca PSH (Pos Service Holland), empresa líder no<br />
fabrico de alternadores e motores de arranque, contando com<br />
mais de 20 anos de experiência na produção de componentes<br />
para automóveis.<br />
52 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
APRESENTA VANTAGENS<br />
DOS CARREGADORES YCX<br />
Yuasa | Os carregadores YCX da YUASA são o complemento essencial para a durabilidade<br />
<strong>das</strong> baterias. Têm a capacidade de fazer com que as baterias durem mais tempo, reduzindo<br />
a necessidade de substituição. Para além disso, estão preparados para oferecer uma solução<br />
mais inteligente do que a maioria <strong>das</strong> unidades de carregamento incorpora<strong>das</strong>, especialmente<br />
quando as baterias são armazena<strong>das</strong> sazonalmente. Os carregadores YCX carregam as baterias<br />
mais rapidamente graças a uma maior potência do que outros modelos semelhantes. O processo<br />
de carregamento e manutenção totalmente automático de sete ou nove etapas, foi aperfeiçoado<br />
pelos engenheiros da GS Yuasa para um tratamento inigualável <strong>das</strong> baterias. Têm ótimo<br />
desempenho de carregamento para baterias convencionais de chumbo-ácido, start-stop, EFB,<br />
AGM, lítio e gel. As caraterísticas de segurança foram melhora<strong>das</strong>, incluindo proteção contra<br />
curto-circuito, sobrecarga e inversão de polaridade para maior paz de espírito.<br />
REFORÇA PANÓPLIA DE PRODUTOS<br />
KROFTools | Sempre com o objetivo de oferecer os melhores equipamentos, a KROFTools<br />
adicionou novos produtos ao seu portefólio. Destaque para máquina de impacto 1/2” 1600NM, com<br />
mecanismo de duplo martelo de alto desempenho. O ar é conduzido através da parte inferior do punho<br />
que é moldado ergonomicamente para melhor manuseamento e funcionamento. Por sua vez, a máquina<br />
de impacto 1/2” 1200NM tem um design compacto para áreas de acesso restrito, mecanismo de martelo<br />
único de alto desempenho, múltiplas configurações de aperto e desaperto apenas com ajuste de uma<br />
mão. De referir também o extrator 5ª velocidade Ford, um método rápido e simples de remover a quinta<br />
mudança nas transmissões Ford de tração frontal antes de efetuar reparações internas. O colarinho<br />
bipartido e a manga de retenção garantem uma localização adequada. Aplica-se no Ford Fiesta com<br />
caixa de velocidades IB5, no modelos Focus Mk1, Mk2, Mk3 e nas Transit FWD e Transit Connect - todos os<br />
modelos com caixa de 5 velocidades.<br />
ZAPHIRO ADICIONA AO PORTFÓLIO DE VERNIZES<br />
NOVA LINHA COSMOS<br />
A<br />
Zaphiro adicionou ao seu catálogo uma nova gama de vernizes: Cosmos. Esta nova linha de polimento é<br />
especialmente desenvolvida para o uso em máquinas roto-orbitais. A principal vantagem deste sistema de<br />
polimento roto-orbital, em relação a outros do mercado, é que uma temperatura mais baixa é gerada no<br />
polimento <strong>das</strong> peças, que se traduz num acabamento profissional, estelar e também com menos tendência ao aparecimento<br />
de hologramas. O novo sistema de polimento apresenta uma série de boinas e polidores projetados para<br />
trabalharem em conjunto fornecendo um melhor acabamento. O sistema ZAPHIRO Cosmos baseia-se na utilização<br />
de dois tipos de polimento. Em primeiro lugar, encontramos o verniz Neptuno Polishing Cut, considerado o<br />
primeiro passo deste inovador sistema de polimento. Para resultados ainda melhores, a ZAPHIRO recomenda usar<br />
o segundo passo deste sistema de polimento: o verniz de acabamento Saturno Polishing Finish. Este combina um<br />
corte extremamente fino com grande poder de acabamento, projetado para ser usado em conjunto com o Saturno<br />
Foam Pad para garantir um acabamento impecável, com a eliminação de danos em comparação com outros sistemas<br />
de polimento tradicionais.<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 53
Notícias<br />
Produto<br />
LANÇA NOVO LUBRIFICANTE<br />
PARA PESADOS<br />
Cepsa | A Cepsa lançou o TRACTION PRO FE 5W30, um lubrificante 100%<br />
sintético de nova geração e de muito alto desempenho para motores diesel<br />
pesados e veículos comerciais recentes que exigem um óleo de baixa viscosidade<br />
(SAE 5W-30) e perfil API FA-4. Este novo lubrificante da Cepsa permite<br />
uma economia significativa de combustível em comparação com o óleo SAE<br />
15W40 (mais de 1%), contribuindo assim para a redução <strong>das</strong> emissões de CO2<br />
e para a sustentabilidade ambiental. O seu reduzido teor de cinzas (SAPS) torna<br />
este lubrificante adequado para motores Euro VI e anteriores, sendo também<br />
compatível com sistemas de pós-tratamento de gases de escape (DPF/SCR/<br />
EGR), incluindo filtros de partículas. O TRACTION PRO FE 5W30 pode ainda ser<br />
utilizado em motores a gás (GNC) e em motores a biodiesel, em conformidade<br />
com o período de muda indicado no manual do veículo.<br />
BILSTEIN DESENVOLVE<br />
SUSPENSÃO PARA VW MULTIVAN T7<br />
A<br />
Bilstein<br />
desenvolveu uma suspensão EVO S coilover para a última geração de carrinhas<br />
VW T7 caracteriza<strong>das</strong> por um design soberbo. Os elementos característicos são a frente<br />
larga com pára-choques pintado e um pára-brisas fortemente inclinado, bem como a<br />
baixa altura do veículo. A nova suspensão permite regular a altura da carrinha de forma quase<br />
instantânea. Testada no banco de ensaios e nos testes de condução Bilstein em todo o mundo<br />
em várias qualidades de estrada, a suspensão estabiliza a carroçaria para maior desempenho<br />
e conforto. A nova suspensão coilover eleva visualmente a VW T7 a um novo nível à primeira<br />
vista, baixando a carrinha até 50mm (varia dependendo da variante do equipamento e do motor).<br />
Esta medida de afinação sublinha o aspeto dinâmico da nova VW T7. A suspensão EVO<br />
S apresenta-se como mais potente e ao mesmo tempo mais harmoniosa do que a suspensão<br />
padrão, devido à sua regulação amortecedora que foi conseguida ao longo de inúmeras horas<br />
de trabalho.<br />
AUMENTA PORTFÓLIO COM<br />
COMPRESSORES DE PARAFUSO RTA<br />
PCC | A PCC, iniciou 2023 cheia de novidades! É oficial, passaram a<br />
comercializar a nova gama de compressores de parafuso RTA da PUSKA.<br />
Os novos compressores de parafuso PUSKA RTA combinam experiência e<br />
inovação. A fiabilidade reconhecida e o seu parafuso de última geração<br />
estão no centro <strong>das</strong> principais características da gama de compressores de<br />
ar comprimido RTA da PUSKA. Alto rendimento e tamanho reduzido. Uma<br />
combinação muito útil quando o compressor de ar tem de ser instalado<br />
junto à área de trabalho, ou a área de trabalho é pequena. A nova gama<br />
de compressores PUSKA, esta disponível em quatro variantes de potência:<br />
5,5, 7,5, 11 e 15 kW com uma pressão entre 8 e 13 bar.<br />
MAXIGRAS COMPLEX EP É A NOVA APOSTA DA OLIPES<br />
Olipes | Para a lubrificação dos eixos, cubos de ro<strong>das</strong>, extremidades <strong>das</strong> barras transversais, rótulas, juntas em U e eixos<br />
dos braços de controlo, a Olipes criou a Maxigras Complex EP, uma massa azul classificada pela Associação Americana de<br />
Fabricantes de Massas Lubrificantes (NLGI) sob os padrões GC-LB. “Para as empresas de transportes é essencial que os veículos<br />
pesados mantenham um funcionamento eficiente durante todo o ano. Os gestores <strong>das</strong> frotas sabem que é vital que se garanta<br />
continuamente o máximo rendimento do veículo, para desta forma otimizarem a eficiência, a rentabilidade e a competitividade<br />
dos seus negócios. E para tal, a massa lubrificante é um componente-chave, e ainda mais quando se trabalha em condições<br />
ambientais tão duras como as que se verificam no Inverno, onde são necessárias massas que suportem fortes cargas e ofereçam<br />
uma excelente fluência a frio”, explicou Fernando Díaz, codiretor geral executivo da Olipes. A Maxigras Complex EP é uma massa<br />
consistente de cor azul, especialmente desenvolvida em colaboração com os principais fabricantes de rolamentos para ser<br />
aplicada em veículos industriais.<br />
54 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
www.liqui-moly.com<br />
@liquimoly<br />
@liquimolyiberia<br />
RENOVA IDENTIDADE CORPORATIVA<br />
CEMA BATERIAs | renovou a sua identidade corporativa com o lançamento de um<br />
novo logotipo que reflete toda a idiossincrasia da empresa e abre um novo caminho com<br />
uma imagem renovada que mostra a sua faceta mais internacional e profissional. A empresa<br />
lança esta nova imagem aproveitando também a notícia que já avançou há alguns meses em<br />
referência à sua nova localização através da construção de um complexo industrial de 6.000<br />
m 2 numa <strong>das</strong> mais vigorosas zonas industriais da Andaluzia, situada em Alcalá de Guadaíra<br />
(Sevilha). Após quase nove anos desde a sua fundação, CEMA Baterias optou por um visual<br />
mais moderno sem perder os seus valores de marca, tais como proximidade, coragem, dinamismo<br />
e, acima de tudo, o seu aspeto mais internacional. Este é um compromisso totalmente<br />
fundamental tendo em conta as numerosas novidades que a CEMA Baterias incluiu para os<br />
seus clientes neste início de 2023, entre elas, o lançamento da sua própria plataforma B2B,<br />
onde os clientes podem ver a rastreabilidade da sua encomenda a todo o momento.<br />
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um bom vinho<br />
num copo sujo?<br />
O óleo novo<br />
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um motor limpo.<br />
PREMIADO NOS LINGXUAN AWARDS<br />
Brembo Sensify | o sistema de travagem inteligente pioneiro da Brembo, recebeu<br />
um prémio de ouro da categoria “chassis forward-looking” por ocasião da 7ª Cerimónia<br />
de Prémios Lingxuan. Os Prémios Lingxuan (nomeadamente o Prémio da Indústria de<br />
Peças Automóveis da China) têm como objetivo encorajar empresas mais proeminentes<br />
e intervenientes na indústria de peças para automóveis e oferecer aos fabricantes de<br />
automóveis um cenário centrado na tecnologia da cadeia de fornecimento. Brembo Sensify<br />
evoluiu naturalmente da herança e do know-how da Brembo. Combina a atual carteira de<br />
produtos Brembo de pinças, discos e materiais de frição com tecnologia digital e inteligência<br />
artificial para criar uma plataforma flexível e evolutiva que inclui software, algoritmos<br />
de previsão e gestão de dados para controlar o sistema de travagem digitalmente, e<br />
personalizar individualmente a resposta de travagem para aumentar o prazer de condução.<br />
A limpeza interna LIQUI MOLY é fundamental<br />
para qualquer motor. Limpa o seu interior<br />
e remove depósitos, sujidade e borras de<br />
óleo. Só assim o óleo de motor novo pode<br />
desenvolver todo o seu potencial.<br />
Vantagens: o motor limpo funciona com<br />
mais eficácia após a mudança de óleo,<br />
de forma mais silenciosa e com menor<br />
consumo e emissões poluentes.<br />
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DE CADA MUDANÇA DE ÓLEO!<br />
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www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com Fevereiro I 2023 55
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Com mais de 20 cursos de formação detalhados, a GS Yuasa Academy oferece os<br />
melhores conselhos práticos que cobrem cada passo da “viagem” de uma bateria,<br />
desde a saída da prateleira, passando pela manutenção, até ao fim da sua vida<br />
útil. Concebidos para os técnicos <strong>das</strong> oficinas, os cursos baseados em módulos<br />
proporcionam conhecimentos valiosos e competências práticas. A formação é ministrada<br />
no formato de vídeos dinâmicos que incluem uma vasta gama de tópicos<br />
relacionados, desde aplicações e tecnologias apropria<strong>das</strong> até testes de baterias e<br />
gestão de garantias.<br />
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refletir sobre a sua aprendizagem e testar os seus conhecimentos à medida que<br />
progridem. Após completar cada curso, o utilizador receberá um certificado que deve<br />
ser impresso como prova de certificação nesse campo.<br />
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características e benefícios, processos de fabrico, informação de especificação de rotulagem e o que<br />
diferencia estas gamas da concorrência. Há várias perguntas de escolha múltipla ao longo do curso,<br />
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diferentes funções e áreas de trabalho. Os utilizadores, sejam eles técnicos de oficina ou executivos de<br />
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percurso de aprendizagem, os utilizadores sentir-se-ão mais confiantes nos seus conhecimentos, como<br />
aplicá-los no seu trabalho e como fornecer o melhor serviço ao cliente.<br />
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de informação e experiência que a formação ministrada num ambiente mais tradicional e podem ser<br />
iniciados e interrompidos em qualquer dispositivo em qualquer altura.<br />
W W W . A C A D E M Y . G S - Y U A S A . E U
TéCNICA<br />
&Serviço<br />
PARTICULARIDADES DA APLICAÇÃO DE MASSAS<br />
COM AS MÃOS NA MASSA<br />
DEPOIS DA REPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE DAS PEÇas DE UM VEÍCULO, POR Parte DO Bate-CHAPas,<br />
É INEVITÁVEL QUE FIQUEM PEQUENAS IRREGULARIDADES E ONDULAÇÕES. PARA PREPARAR<br />
A SUPERFÍCIE, ANTES DA APLICAÇÃO DAS tintas DE acaBAMENTO, É NECESSÁRIO UTILIZAR<br />
UM PRODUTO QUE A PREENCHA. A MASSA DE POLIÉSTER, GRAÇas ÀS SUAS CARACTERÍSTICAS,<br />
É ADEQUADA PARA A CORREÇÃO DESTAS IRREGULARIDADES<br />
A<br />
massa é uma tinta, em pasta<br />
ou creme, de grande consistência,<br />
utilizada com o objetivo<br />
de preencher imperfeições superficiais.<br />
Dado que a aplicação de<br />
massa é a operação de fronteira entre<br />
as áreas de carroçaria e pintura, as<br />
massas podem ser aplica<strong>das</strong> tanto<br />
pelo bate-chapas como pelo pintor,<br />
de acordo com a organização da<br />
oficina. Se for o pintor a aplicá-las,<br />
pode tornar visível a correta conformação<br />
do metal, contribuindo para<br />
a qualidade da reparação. Inserido<br />
na repintura de automóveis, um dos<br />
produtos mais económicos é a massa<br />
de poliéster, se o compararmos com<br />
outros, como o verniz ou a tinta. Apesar<br />
disso, uma boa escolha da massa<br />
e a sua correta aplicação influenciam<br />
significativamente os tempos totais<br />
do pintor, com a consequente melhoria<br />
da rentabilidade.<br />
CARACTERísticas e processo de<br />
TRABALHO<br />
Aderência<br />
Deve apresentar uma boa aderência<br />
ao substrato no qual se vai aplicar<br />
(metal ou plástico) e, de igual modo,<br />
proporcioná-la aos produtos de pintura<br />
que sejam aplicados sobre ela<br />
(primários e aparelhos). Os fabricantes<br />
indicam nas suas fichas técnicas<br />
os substratos com os quais cada massa<br />
é compatível. Em qualquer caso, é<br />
sempre importante realizar um bom<br />
lixamento como preparação da superfície<br />
antes da sua aplicação. Não<br />
só é necessário reduzir os rebordos<br />
<strong>das</strong> pinturas anteriores, para evitar<br />
que um possível relevo seja a primeira<br />
causa do desprendimento da<br />
pintura, como também se deve lixar<br />
o interior da área reparada pelo bate-chapas,<br />
para facilitar a fixação da<br />
massa. Como em to<strong>das</strong> as aplicações<br />
de produtos de pintura, uma correta<br />
limpeza da superfície na qual será<br />
aplicada massa é outro ponto crucial,<br />
que irá facilitar a aderência.<br />
Mistura<br />
Dado que a massa de poliéster é um<br />
produto de dois componentes, tem<br />
de ser misturada com um catalisador,<br />
composto por peróxido de benzoílo,<br />
que inicia a reação de secagem.<br />
É necessário que o catalisador se<br />
espalhe por toda a massa, garantindo<br />
que a mistura é homogénea. Para<br />
facilitar este passo, o catalisador<br />
possui uma cor muito diferente da cor<br />
da massa, geralmente avermelhada,<br />
de tal modo que uma mistura de<br />
cor uniforme, sem manchas nem<br />
riscos de cor diferente, indica que se<br />
misturou bem. A dose de catalisador<br />
deve ser a adequada (habitualmente<br />
de 3% a 4%). Um excesso de catalisador<br />
irá provocar uma mancha avermelhada<br />
(o denominado defeito de<br />
desbotadura), enquanto a sua escassez<br />
implicará uma falta de secagem<br />
que dificulta o lixamento. Durante<br />
a mistura, deve exercer-se pressão<br />
para evitar que o ar se acumule no<br />
seu interior e que posteriormente<br />
saia, provocando cavidades.<br />
UMA BOA ESCOLHA DA MASSA E A SUA CORRETA APLICAÇÃO<br />
INFLUENCIAM SIGNIFICATIVAMENTE OS TEMPOS TOTAIS DO PINTOR,<br />
COM A CONSEQUENTE MELHORIA DA RENTABILIDADE<br />
58 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
Colaboração CESVIMAP<br />
www.cesvimap.com
TÉCNICA<br />
&SERVIÇO<br />
COMO EM TODAS AS APLICAÇÕES DE PRODUTOS DE PINTURA,<br />
UMA CORRETA LIMPEZA DA SUPERFÍCIE NA QUAL SERÁ APLICADA<br />
MASSA É OUTRO PONTO CRUCIAL, QUE IRÁ FACILITAR A ADERÊNCIA<br />
Aplicação<br />
Desde o momento no qual se realiza<br />
a mistura, há um tempo de aplicação<br />
com espátula, em que ainda<br />
é possível espalhar o produto antes<br />
que endureça. Este é o tempo de duração<br />
da mistura. A forma correta<br />
de aplicação consiste em espalhá-la<br />
em cama<strong>das</strong> finas com uma espátula<br />
flexível, que se adapte bem à superfície,<br />
efetuando passagens uniformes<br />
e cruza<strong>das</strong>, exercendo uma ligeira<br />
pressão de uma extremidade à outra<br />
da superfície reparada para que não<br />
fiquem bolhas. O ângulo da espátula,<br />
relativamente à superfície da peça,<br />
deve ser muito reduzido (cerca de<br />
20°). É conveniente aplicar a quantidade<br />
certa, dado que o excesso deverá<br />
ser lixado posteriormente, o que<br />
implica um aumento do tempo de<br />
trabalho e um custo desnecessário.<br />
Secagem<br />
A reação química exotérmica, que começou<br />
com a mistura do catalisador<br />
com a massa, produz cada vez mais<br />
calor e a dureza da mastsa aumenta.<br />
Os fabricantes indicam nas respetivas<br />
fichas técnicas um tempo de secagem<br />
de referência para uma temperatura<br />
de 20 °C. Esse processo pode ser mais<br />
rápido caso a temperatura seja superior,<br />
e inversamente, uma temperatura<br />
inferior torna-o mais lento. Infra-<br />
vermelhos ou calor em estufa podem<br />
reduzir estes tempos. No geral, a secagem<br />
não é um tempo contemplado<br />
pelas tabelas e tarifários, já que estes<br />
preveem sempre tempos de trabalho<br />
do operário. Portanto, estes períodos<br />
de secagem são adequados para a realização<br />
de outras operações, como a<br />
pesquisa da cor.<br />
Lixamento da massa<br />
Se compararmos com o metal ou o<br />
plástico, a conformação fina é simples,<br />
sendo apenas necessário desgastar<br />
através de abrasão. A superfície<br />
é lixada para obter as formas<br />
deseja<strong>das</strong> da peça, até obter o nivelamento,<br />
curvatura e arestas requeri<strong>das</strong>.<br />
Para o lixamento, a massa deve<br />
estar suficientemente endurecida,<br />
mas não deve passar demasiado tempo<br />
até ter início, pois uma secagem<br />
excessiva irá aumentar a sua dureza<br />
e o esforço para a lixar. O lixamento<br />
da massa será realizado a seco, manualmente<br />
ou à máquina, mas em<br />
nenhum caso com água, já que a sua<br />
natureza higroscópica faz com que<br />
absorva humidade, que mais tarde<br />
pode aparecer na forma de defeitos.<br />
Durante este processo, deve-se passar<br />
a mão repetidamente para verificar<br />
o estado da superfície. Se não for<br />
ótimo, será necessário realizar novas<br />
aplicações de massa até deixar a superfície<br />
em perfeitas condições para<br />
a aplicação dos produtos de pintura<br />
que se seguem.<br />
PASSOS posteriores<br />
Quanto aos produtos que se podem<br />
aplicar sobre elas, há que ter em<br />
conta que nunca devem receber cor<br />
diretamente, pois ocorreriam per<strong>das</strong><br />
de brilho e imperfeições. Por isso,<br />
deve-se aplicar sempre um aparelho<br />
para selar a zona em que foi aplicada<br />
massa.<br />
60 Fevereiro I 2023 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com
A CORRETA SELEÇÃO E APLICAção DE MASSAS SERÁ A BASE PARA UMA<br />
REPARAção DE QUALIDADE, GARANTINDO A RENTABILIDADE DOS TEMPOS<br />
E SEM APARECIMENTO DE DEFEITOS<br />
Alterações dimensionais<br />
Outra propriedade exigida à massa<br />
é que as alterações dimensionais<br />
provoca<strong>das</strong> pela dilatação, originada<br />
pelas diferenças de temperatura, têm<br />
de ser mínimas, de modo a que não<br />
contraia ou inche com o tempo. Para<br />
isso, a secagem deve ser completa, de<br />
modo a que a massa não perca volume<br />
e as cama<strong>das</strong> de pintura posteriores<br />
se afundem com ela.<br />
Resistência aos esforços<br />
A massa deve suportar as vibrações do<br />
motor e da rodagem, estando sujeita<br />
a esforços de compressão e tração.<br />
Devido à sua natureza, a massa de<br />
poliéster tem muito bom comportamento<br />
quanto à compressão, mas não<br />
tão bom em relação à tração, sobretudo<br />
se tiver sido aplicada em cama<strong>das</strong><br />
espessas. Este ponto fraco pode fazer<br />
com que a massa, e também as tintas<br />
aplica<strong>das</strong>, fissurem. Embora dependa<br />
do tipo de massa, uma referência comum<br />
é evitar uma espessura superior<br />
a meio milímetro (500 mícrones),<br />
uma vez lixada. Caso sejam necessárias<br />
espessuras superiores, é possível<br />
utilizar, previamente, massas especiais,<br />
sejam de fibra de vidro ou de<br />
epóxi. Se, ainda assim, forem necessárias<br />
espessuras superiores, poderá<br />
ser previamente necessária uma liga<br />
metálica de enchimento.<br />
Seleção da massa<br />
To<strong>das</strong> as marcas de tinta possuem<br />
referências diferentes de massa nos<br />
respetivos catálogos. Os principais<br />
ingredientes da massa de poliéster<br />
são sempre resinas, às quais foram<br />
adiciona<strong>das</strong> cargas de talco. Uma<br />
maior carga de talco proporciona<br />
uma maior espessura, ao passo que<br />
uma maior proporção de resina resulta<br />
em massas mais finas e cremosas,<br />
fáceis de espalhar e com menor<br />
aparecimento de poros. Na atualidade,<br />
o talco está a ser substituído por<br />
microesferas de plástico, que conferem<br />
consistência à massa, ao mesmo<br />
tempo que facilitam o seu lixamento<br />
e reduzem a absorção <strong>das</strong> cama<strong>das</strong><br />
subsequentes. São as denomina<strong>das</strong><br />
massas leves ou de baixa densidade.<br />
Existe uma vasta gama de massas,<br />
segundo a sua natureza, forma de secagem<br />
ou substrato sobre o qual são<br />
aplica<strong>das</strong>:<br />
l Universal<br />
l Fina<br />
l Galvaniza<strong>das</strong> e zinca<strong>das</strong><br />
l Massas leves, de baixa densidade<br />
l Específicas para plásticos<br />
l Reforça<strong>das</strong> com fibra de vidro<br />
l Massas lentas para grandes superfícies<br />
l À pistola<br />
l De secagem por ultravioleta<br />
A correta seleção e aplicação da massa<br />
será a base para uma reparação de<br />
qualidade, garantindo a rentabilidade<br />
dos tempos e sem o aparecimento<br />
de defeitos. l<br />
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Gestão<br />
to da sua existência passam por esta<br />
fase. É tão necessária como a atividade<br />
comercial, apesar de, à partida,<br />
nunca gostarmos de deixar de trabalhar<br />
com clientes, seja devido aos<br />
vínculos emocionais ou pelo receio de<br />
estarmos equivocados.<br />
COMO REDUZIR DESPESAS NA OFICINA<br />
QUANDO SE PROCURA REDUZIR AS DESPESAS NA OFICINA E AO MESMO<br />
TEMPO MANTER A QUALIDADE DO SERVIÇO QUE SE PRESTA, É DE EXTREMA<br />
IMPORTÂNCIA REALIZAR O CONTROLO DAS DESPESAS DIRETAS E INDIRETAS<br />
Isso não implica deixar de investir,<br />
dado que será sempre necessário<br />
fazê-lo para se ser competitivo no<br />
mercado e disponibilizar o melhor<br />
serviço ao cliente. Existem algumas<br />
estratégias que podem ser implementa<strong>das</strong><br />
para se reduzirem os custos na<br />
oficina sem afetar o serviço. É possível<br />
maximizar os recursos, ganhar em<br />
termos de rentabilidade e reduzir os<br />
custos gerais da nossa oficina, seguindo<br />
estas diretrizes:<br />
CONTROLAR<br />
AS DESPESAS<br />
Automatização de tarefas<br />
Através de um software de gestão,<br />
poderemos saber diariamente, num<br />
relance, as tarefas abertas e o tempo<br />
dedicado a cada operação. Maximizaremos<br />
a rentabilidade e trabalharemos<br />
de forma mais ordenada, proporcionando<br />
ao cliente um serviço de<br />
atendimento com qualidade.<br />
Estudar o custo energético<br />
Esta pode ser uma excelente forma<br />
de ajudar na redução dos custos sem<br />
sacrificar a qualidade. To<strong>das</strong> as empresas,<br />
tanto as grandes como as pequenas,<br />
podem estudar os seus custos<br />
energéticos. Na contabilização<br />
anual podemos estar a falar de uma<br />
grande quantia de dinheiro na qual<br />
nem sequer tinham reparado.<br />
Volume de pedidos<br />
Podem ser feitos pedidos de maiores<br />
quantidades aos fornecedores para se<br />
reduzir a frequência <strong>das</strong> encomen<strong>das</strong><br />
e se conseguir maiores descontos. Isto,<br />
estando sempre consciente de que esse<br />
volume corresponde realmente às necessidades<br />
da sua oficina.<br />
Encontrar fornecedores<br />
mais económicos<br />
A oficina pode conseguir melhores<br />
resultados se trabalhar com fornecedores<br />
menos dispendiosos e que não<br />
afetem a marca, o serviço ou o produto.<br />
Compare periodicamente a possibilidade<br />
de criar uma nova rede de<br />
fornecedores.<br />
Eliminação de clientes<br />
não rentáveis<br />
Se o cliente não lhe permite ter margem<br />
e é difícil ter alguma rentabilidade,<br />
está na hora de colocar a hipótese<br />
de deixar de trabalhar com o mesmo.<br />
To<strong>das</strong> as empresas nalgum momen-<br />
Externalizar tarefas<br />
Como responsáveis de um negócio,<br />
por vezes, tentamos fazer tudo nós<br />
próprios. Não nos apercebemos que<br />
alguns procedimentos retiram muito<br />
tempo aos trabalhos que acrescentam<br />
valor ao nosso serviço ou ajudam às<br />
ven<strong>das</strong>. Assim, sem nos darmos conta,<br />
no final estamos a ganhar menos de<br />
forma indireta. Podemos subcontratar<br />
a execução de processos que ocupam<br />
muito tempo e não conferem valor ao<br />
nosso serviço.<br />
Reduzir os incumprimentos<br />
de pAGAmento<br />
Não cobrar ou cobrar com atraso pode<br />
sair-nos muito caro. Proponha aos<br />
clientes a opção de pagarem a prestações<br />
e cobre juros ou taxas por pagamentos<br />
em atraso aos clientes que<br />
tenham contas pendentes. Os problemas<br />
de liquidez podem inclusivamente<br />
fazer com que um negócio feche,<br />
mesmo sendo rentável em termos contabilísticos.<br />
Agir rapidamente<br />
Logo que se tenham algumas estratégias<br />
para reduzir as despesas na oficina<br />
e estejam detalhadamente estrutura<strong>das</strong>,<br />
só resta implementá-las de forma<br />
rápida, na medida do possível. Assim,<br />
consegue-se avaliar, em seguida, se o<br />
plano é acertado ou não. E, em todo o<br />
caso, quanto mais rápido se atue mais<br />
margem se disporá para melhorar a<br />
estratégia e testar novas técnicas que<br />
ajudem a ter uma oficina rentável com<br />
um serviço impecável. l<br />
EXISTEM ALGUMAS ESTRATÉGIAS QUE PODEM SER IMPLEMENTADAS<br />
PARA SE REDUZIREM OS CUSTOS NA OFICINA SEM AFETAR O SERVIÇO<br />
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