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Facta #2

Revista de Gambiologia #2 Gambiologia magazine - 2nd issue 10/2013 "Acúmulo, ação criativa" / "Accumulation, a creative action"

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www.wikimedia.org

ao lixo, a velharias ou às coisas sem uso.

Há registrado o caso de uma mulher que

era uma acumuladora-consumidora, ou seja,

a tralha que estorvava os cômodos de sua

casa era quase toda fruto de suas compras.

Mesmo sem ter necessidade, mas por um desejo

incontrolável, ela comprava de tudo.

A reportagem que focalizou o drama

desta mulher apontava que a escada que

dava acesso ao segundo piso de sua casa havia

sido interditada pelos objetos e, na sala,

era preciso encontrar trilhas

entre as montanhas de compras,

boa parte ainda lacrada e com as etiquetas.

www.wikipedia.org

www.orvallisadvocate.com

É digno de menção, ainda, o relato de

uma outra mulher, que dizia não achar que

acumulava coisas, mas que as estava “salvando”.

O detalhe é que o pai dela era lixeiro e

sempre levava para casa objetos que encontrava

na rua, o que denota uma espécie de

acumulação compulsiva hereditária. Já em

idade avançada, com cinco filhos criados e

encaminhados na vida, morando sozinha,

ela justificava que os objetos lhe faziam

companhia. Ela e o marido – alcoólatra,

internado diversas vezes por esquizofrenia

– foram expulsos de modo recorrente dos

locais onde moravam pela vizinhança,

incomodada com o entulho que se espalhava

pelo quintal e com os animais pestilentos que

o lixo atraía.

São casos não tão raros quanto se imagina e

justamente por isso vêm sendo merecedores

de atenção, tanto pela ótica científica quanto

pela esfera do entretenimento. Personagens

que são acumuladores compulsivos, reais ou

fictícios, já povoam a literatura, o cinema e

mesmo a televisão. O foco da abordagem é

que naturalmente varia, do humor ao drama.

DB

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