Facta #2
Revista de Gambiologia #2 Gambiologia magazine - 2nd issue 10/2013 "Acúmulo, ação criativa" / "Accumulation, a creative action"
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Pintura a óleo do pintor italiano
Domenico Remps, idos de 1690
P
ouco se pensa a respeito, mas os
museus, que em boa parte dos
casos guardam o passado (excetuados
estão, naturalmente,
os que se dedicam à arte contemporânea),
também têm passado. Menos vinculados à
estética e à fruição do belo do que à ciência e
ao descobrimento, os Gabinetes de Curiosidades
ou Quartos das Maravilhas escrevem
essa pré-história dos museus. Ambas as
denominações, com toda a incontornável
carga poética que carregam, expressam o
esforço de quem empreendeu rumo ao desconhecido
na época das grandes explorações e
descobrimentos dos séculos XVI e XVII.
Exploradores que cruzavam os mares e as
terras colecionavam objetos raros ou estranhos
dos três ramos em que era dividida a biologia
na época: animalia, vegetalia e mineralia.
Também entravam no rol desse exercício
colecionista as realizações humanas, naturalmente
as que eram estranhas aos olhos
de quem as colecionava, já que falamos de
“descobridores” e suas “descobertas” (as aspas
chamam a atenção para o quão relativa é essa
dinâmica de quem descobriu o quê).
Os Gabinetes de Curiosidades eram
normalmente uma exposição de coisas
exóticas e achados procedentes
das novas explorações ou de instrumentos
tecnicamente avançados,
como foi o caso da coleção do czar Pedro,
o Grande, que elevou a Rússia a uma outra
janela de pensamento ao retornar de uma expedição
pelos Países Baixos, de onde trouxe
cartas topográficas, livros e invenções de
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* O GABINETE DE CURIOSIDADES *