Facta #2
Revista de Gambiologia #2 Gambiologia magazine - 2nd issue 10/2013 "Acúmulo, ação criativa" / "Accumulation, a creative action"
Revista de Gambiologia #2 Gambiologia magazine - 2nd issue 10/2013 "Acúmulo, ação criativa" / "Accumulation, a creative action"
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
o território e a natureza brasileira e suas
potencialidades numa época em que o novo
mundo e seus artigos não eram sequer verbetes
consolidados nas enciclopédias. Os outros três
títulos tratam de termos e questões técnicas
que costuram o conjunto das obras.
Os Gabinetes de Curiosidades desapareceram
durante os séculos XVIII e XIX,
sendo substituídos por instituições oficiais e
coleções privadas. Os objetos considerados mais
interessantes ou valiosos foram transferidos
para museus de artes e de história natural que
começaram a ser fundados. Tiveram grande
importância no estudo pioneiro de certas
disciplinas de biologia ao criar coleções de
fósseis, conchas e insetos.
Mas assim como na esfera editorial, o conceito
e a própria conformação dos Quartos
das Maravilhas acabaram reverberando
para além de seu tempo, até a atualidade.
São, por exemplo, referência para a produção
no universo das artes. Vários trabalhos do
controverso britânico Damien Hirst (mais
conhecido por suas exposições de animais
mortos conservados em formol) têm ligação
com a estética dos Gabinetes, como os
“Trinity Cabinets”, que dispõem em estantes
objetos da farmacologia. Nomes como Tim
Holtz e Mark Dion também desenvolvem
trabalhos que dialogam com o tema.
No Brasil, o artista gráfico, designer de produto
e integrante do Coletivo Gambiologia Paulo
Henrique Pessoa “Ganso” já lançou um olhar
sobre o tema com seu “Gabinete de Curiosidades
Jean Baptiste 333” - obra que integrou
a exposição “Gambiólogos”, apresentada em
Belo Horizonte em 2010. DB
“Gabinete de Curiosidades Jean
Baptiste 333”, por Ganso (2010)