Revista dos Pneus 72

Antonio Crespo
veículo”, explica Antonio Crespo. Na última
edição das 24 Horas Le Mans, todos os
protótipos que competiram na categoria
Hypercar foram equipados com pneus
Michelin desenvolvidos virtualmente
através de simulação. Por outro lado, em
termos de fabrico, esta tecnologia permite
“simular processos de industrialização
para reduzir a pegada ambiental e os
custos, em comparação com os ciclos de
desenvolvimento tradicionais”.
NO CAMINHO DA SUSTENTABILIDADE
Até 2050, a Michelin pretende utilizar
materiais 100% sustentáveis no fabrico
dos seus pneus e, para tal, tem feito uma
abordagem a “360 graus, baseada numa
análise do ciclo de vida dos pneus, desde
a escolha das matérias-primas até às
soluções de reciclagem, sempre dentro
de uma ótica generalizada de eco-design,
para ter em conta todos os parâmetros e
impactos ambientais dos pneus”, conta
Antonio Crespo. A estratégia vai além da
incorporação de materiais sustentáveis nos
pneus, salienta: “pretendemos atuar em
todas as fases do ciclo de vida dos pneus,
desde a conceção e fabrico até ao transporte,
utilização e fim de vida útil”.
Quanto aos materiais sustentáveis,
implementados em todos os produtos do
grupo, a Michelin lançou um programa de
parcerias, nomeadamente nas áreas da
transformação e reciclagem, o que lhes
permite intensificar o desenvolvimento de
tecnologias de ponta, também nos produtos
para competição. Disso é caso o protótipo
de hidrogénio H24 GreenGT, apresentado
em junho em Le Mans com um pneu que
incorpora 63% de materiais sustentáveis, ou
o pneu traseiro para a categoria de MotoE,
que já contém 52% de materiais biológicos,
renováveis ou reciclados. António Crespo
considera que o “Automotive INNOVATIONS
Award 2023, atribuído aos nossos pneus
de ligeiros aprovados para estrada que
incorporam 45% de materiais sustentáveis,
introduzido no final do ano passado, é o
reconhecimento de que estamos a avançar
na direção certa”.
Na área da sustentabilidade, a Michelin
assume-se a favor da nova norma Euro
7, cujo regulamento alarga os limites
de emissões de partículas também aos
Não contabilizamos os distribuidores, mas
sim a eficiência na resposta ao consumidor
m Portugal, a Michelin conta com uma
distribuição multicanal, a partir da
observação do comportamento do
consumidor, explica-nos o responsável, que
adianta que a marca trabalha tanto diretamente
com a oficina, como através de retalhistas ou
distribuidores, “que garantem que o nosso
produto chega ao cliente”. Questionado sobre a
rede de distribuidores, Antonio Crespo prefere
realçar que na Michelin importa sobretudo
“assegurar o fluxo ideal para que o pneu chegue
à oficina no tempo ideal, tendo sempre em conta
que por detrás de cada encomenda há um cliente
que quer pneus Michelin. Portanto, não
contabilizamos o número de distribuidores, mas
a eficiência na resposta ao consumidor”, salienta.
Com a tendência crescente do número de
referências em pneus, como pneus para veículos
elétricos ou para fabricantes específicos, o nosso
entrevistado acredita que o fator mais importante
para o sucesso do funcionamento da rede de
concessionários passa pela gestão ideal do
stock, assim como pela formação, garantindo
que “o produto é o mais adequado para o
veículo e para a utilização do consumidor”.
Neste sentido, a Michelin tem o seu próprio
centro de formação (CFAM) e conta, atualmente,
com “uma grande variedade de formações e
incentivamos os distribuidores a estar sempre
na vanguarda das novas tecnologias e de
novos produtos e máquinas”. A gama de pneus
atualmente comercializada em Portugal é
semelhante à de Espanha, o que significa que
os utilizadores podem escolher o pneu certo em
função “do veículo, utilização, tipo ou condições
meteorológicas, em qualquer caso, com um
denominador comum: excelente durabilidade
com elevados níveis de desempenho do primeiro
ao último quilómetro”, considera. Para o diretor
comercial Ibérico da Michelin, a principal
vantagem de trabalhar com a marca prende-se
com o facto de poder “oferecer o melhor produto
aos seus consumidores. Um produto premium,
com caraterísticas pensadas para durar”, aponta.
Em 2023, Antonio Crespo prevê que se repetirá
a situação do último ano, “com uma forte
subida de stock no primeiro semestre, o que
fez com que as vendas no segundo semestre
fossem mais baixas. Portanto, o nível de Sell
In e Sell Out teve um comportamento oposto,
mas o resultado final do ano foi positivo”,
esclarece. Já neste segundo semestre, observa
que os volumes estão semelhantes aos da
primeira metade do ano, “com um contexto
um pouco mais favorável”, o que, a seu ver,
significa que o mercado terminaria de forma
semelhante à de 2022, “com uma recuperação
seguramente mais importante do segmento
premium, porque é o que é mais penalizado
pelo contexto inflacionário”, considera.
A tecnologia Michelin Acoustic, presente
no pneu Pilot Sport EV, concebido especificamente
para veículos elétricos, reduz o nível de ruído
de rolamento percebido no habitáculo em até 20%
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