André Rebouoas: da Engenharia Civil j Engenharia Social

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Parte II – Capítulo V. Rumo à Economia Política. 220 ,JXDOPHQWH VXDV FUtWLFDV DR PLOLWDULVPR EDVWDQWH UHLWHUDGDV QRV DUWLJRV SDUD R 1RYR 0XQGR WLQKDP QRV (VWDGRV 8QLGRV D RSRUWXQLGDGH GH VHUHP GLJDPRV FRPSURYDGDV HPSLULFDPHQWH 0XLWR FRQWUDVWDQWH SRUWDQWR FRP R ´DVSHFWR JHUDO GH SREUH]D H PHQGLFLGDGHµ TXH HP VHX WUDMHWR SHOD (XURSD FRQWULEXLX DWp PHVPR SDUD R ´GHVHQFDQWR GD SRpWLFD 9HQH]D > TXH WLQKD@ KDELWDQWHV H SREUHV µ (UD R PHVPR GHVHQFDQWR TXH UHJLVWUDYD REVHUYDQGR GDV MDQHODV GH VHX WUHP HP YLDJHP SHOD 6XtoD RV ´PHQLQRV GH DQRV ID]HQGR H[HUFtFLR FRP HVSLQJDUGDV GH DJXOKD $K PLVpUULPD (XURSD µ 5HERXoDV SRU FHUWR QmR HVWDYD D VyV HP VXD DGPLUDomR SHOD SDLVDJHP HFRQ{PLFD H VRFLDO QRUWH DPHULFDQD 0DLV GR TXH LVVR VXJLUR DTXL TXH R ROKDU GH 5HERXoDV HP GLUHomR DRV (VWDGRV 8QLGRV WLQKD PXLWR GH XP SRVLWLYLVPR GLIXVR R TXDO FRPR Mi WHQKR PHQFLRQDGR DOKXUHV GHVGH VXD IRUPDomR QD (VFROD 0LOLWDU OKH PRWLYDYD D QXWULU HVSHUDQoDV QRV PHOKRUDPHQWRV PDWHULDLV FRPR IRUPD GH HPDQFLSDomR VRFLDO 3DUD ILFDU DSHQDV FRP XP GRV DXWRUHV FRQKHFLGRV H FLWDGRV SRU 5HERXoDV WDPEpP 0LFKHO &KHYDOLHU HQJHQKHLUR HJUHVVR GD eFROH 3RO\WHFKQLTXH GH 3DULV PXQLGR GD YLVmR GH PXQGR DGTXLULGD QD FRQYLYrQFLD FRP RV VRFLDOLVWDV XWySLFRV H UHIRUPLVWDV GLVFtSXORV GH 6DLQW 6LPRQ SHUFRUUHX GLYHUVDV FLGDGHV QRUWH DPHULFDQDV HQWUH H FRP R SURSyVLWR GH HVWXGDU VXDV YLDV GH FRPXQLFDomR VREUHWXGR DV IHUURYLDV SDUD R JRYHUQR IUDQFrV &RPR PXLWRV TXH HP VHX WHPSR YLVLWDYDP RV 57 Diário, 18 de junho de 1873. 58 Diário, 8 de abril de 1873. 59 Diário, 8 de maio de 1873. 60 Sobre a formação de Rebouças na Escola Militar, vide o Capítulo I, item 1.4. 61 Como já expus alhures, Rebouças lera dois livros importantes de Chevalier: Exposition universelle de 1867 à Paris (1868) e provavelmente, Cous d’Economie politique fait au Collège de France (1842), que em seu Diário consta apenas como ‘Economie Politique’ (Diário, 22 de outubro e 13 de dezembro de 1868). No entanto, é provável que Rebouças tivesse conhecimento das Lettres sur L’Amerique du Nord, publicadas primeiro no Journal des Débats em 1835 e depois em brochura (Lettres sur l’Amérique du Nord, Paris, Gosselin, 1836, 2. vols) ou de seu La Liberté aux Etats-Unis, publicado em 1849 na Revue des Deux Mondes, um dos periódicos lidos com freqüência por Rebouças. 62 Michel Chevalier (1806-1879), entrou para a École Polytechnique em 1823, e em 1830 converteu-se ao Saint-Simonismo, movimento reformista de caráter socialista francês cuja premissa básica era o reconhecimento do trabalho produtivo como valor fundamental e garantia do progresso. Saint-Simon (1760-1825) – que pode ser considerado o fundador da matriz positivista continuada e desenvolvida por Auguste Comte –, proclamava a ciência como tendo um papel fundamental no desenvolvimento das forças produtivas, sendo que a “Ciência Econômica” seria a ideologia da era industrial, substituindo a política como forma de conduzir os
Parte II – Capítulo V. Rumo à Economia Política. 221 (VWDGRV 8QLGRV ² PXLWR HPERUD WLYHVVH SHUPDQHFLGR SRU GRLV DQRV FRQKHFLGR WDQWR R QRUWH FRPR R VXO H HVWDEHOHFLGR FRPSDUDo}HV H[DXVWLYDV HQWUH RV GRLV VLVWHPDV VyFLR HFRQ{PLFRV HQWmR FDUDFWHUL]DGRV FRPR R \DQNHH H R YLUJLQLDQR ² &KHYDOLHU YLVLWRX DV ´FpOHEUHV PDQXIDWXUDV Wr[WHLV HP /RZHOOµ UHJLVWUDQGR LJXDOPHQWH VHX HQFDQWDPHQWR FRP XPD SDLVDJHP IDEULO TXH FRPR DILUPD -HDQ :DOFK ´FH Q·HVW SDV FRPPH j 0DQFKHVWHU 6·pWDLW LO GLW 0DLV TXDQG RQ OXL D FRPPXQLTXp OH WDEOHDX GHV VDODLUHV SD\pV j /RZHOO LO D FRPSULV DMRXWH W LO TXH FH Q·pWDLW GHFLGpPHQW SDV FRPPH j 0DQFKHVWHUµ VDOiULRV HVWHV SDJRV WDPEpP jV PXOKHUHV IDWR TXH QmR SDVVRX GHVSHUFHELGR D &KHYDOLHU DR DSRQWDU R FRQWUDVWH FRP R DVSHFWR JHUDO GH PLVpULD H SDXSHULVPR TXH FDUDFWHUL]DYD D SDLVDJHP HXURSpLD 2 DQWL PLOLWDULVWD &KHYDOLHU FHUFD GH FLQT HQWD DQRV DQWHV GH 5HERXoDV UHJLVWUDYD TXH DV ~QLFDV FRLVDV TXH VH DVVHPHOKDYDP D FDVHUQDV HP /RZHOO HUDP VHXV KRWpLV H QmR GHL[DYD GH QRWDU D KDELOLGDGH GRV QRUWH DPHULFDQRV QDV UHDOL]Do}HV PDWHULDLV LVWR p R HVStULWR GH LQYHQWLYLGDGH TXH WRUQDYD FDGD FDPSRQrV XP LQYHQWRU GH VXDV SUySULDV PiTXLQDV DJUtFRODV (UD HVVD D EDVH GD ´OLEHUGDGH SUiWLFDµ D TXDO &KHYDOLHU H[SXQKD HP VHX /HWWUHV VXU O·$PpULTXH GX 1RUG FXMR SRWHQFLDO HPDQFLSDWyULR VHULD YLVWR PDLV WDUGH SRU 5HERXoDV FULVWDOL]DGR QDV JUDQGHV UHDOL]Do}HV GD homens à era de prosperidade e bem-estar. No entanto, tratava-se de um programa hesitante entre o liberalismo da economia clássica inglesa, e o dirigismo que consistia na premissa básica de capitanear o Estado através da classe dos industriais. A evolução da sociedade seria feita sem violência, pacificamente, através do avanço paulatino do espírito de associação. Após 1825, com a morte de Saint-Simon, o movimento foi continuado por dois de seus discípulos, Bazard e Enfantin, os quais dotaram o programa industrialista original de um forte viés místico, objetivando instituir um “Novo Cristianismo”. Chevalier foi contemporâneo desta segunda fase. Todavia, após sua prisão em 1830, junto com outros membros do movimento, teria paulatinamente se distanciado do grupo, embora continuasse fiel à proposta mais cara ao saint-simonismo, ou seja, a crença no progresso material como forma de emancipação social. Após seu retorno dos Estados Unidos, aproximou-se do Governo de Thiers, sendo nomeado professor da cadeira de Economia Política no Collège de France, a qual ocupou de 1840 até sua morte, em 1879. Chevalier foi o terceiro a ocupar esta cadeira no Collège, sendo antecedido por Pelegrino Rossi (1832-1840) e pelo fundador Jean-Baptiste Say (1830-1832). Chevalier se distanciaria cada vez mais tanto dos aspectos revolucionários como do dirigismo saint-simonista, aproximando-se da Economia Política clássica, e defendendo a liberdade de comércio, cuja propaganda ganharia um caráter oficial ao celebrar o tratado de livre-comércio com a Inglaterra, ao lado de Richard Cobden, em 1860. (cf. Jean WALCH, Bibliographie du Saint-Simonisme avec Trois Textes inédits. Paris: Librairie Philosophique J. Vrin, 1967; Michel Chevalier: économiste saint-simoniene (1806-1879), Paris: Librairie Philosophique, 1975). 63 Jean WALCH, Michel Chevalier: économiste saint-simoniene (1806-1879), Paris: Librairie Philosophique, 1975, p. 40. 64 Idem, p. 134. 65 Como afirma Jean WALCH, Chevalier avaliava a prosperidade econômica norte-americana sobretudo em comparação com o pauperismo europeu: “La différence était frappante avec le spectacle qu’on voyait communément en France ou en Angleterre. La pauvreté et la misère avaient cédé la place [, nos Estados Unidos] à une aspect général d’aisance, de propreté et de bien-être”(Idem, p. 132) 66 Segundo Chevalier, Lowell era uma cidade cosmopolita, que parecia orgulhar-se da presença da força de trabalho feminina, exibindo “(...) d’um côté des boutiques, des entrpôts, des magasins de mode sans nombre, car les femmes sont en majorité à Lowell; de vastes hôtels à la façon américaine, semblables à des casernes; ce sont les seules casernes qu’il y ait à Lowell; d’un autre côté des canaux, des roues hydrauliques, des cascades, des ponts, des fonderies, des banques, des écoles, des librairies, car on lit beaucoup à Lowell; la lecture c’est la seule distraction qu’on puisse s’y procurer, et il n’y a pas moins de sept journaux”(Michel CHEVALIER, Lettres sur l’Amerique du Nord, p. 221, apud Jean WALCH, Op. Cit., p. 133. Grifos meus). 67 Segundo Michel Chevalier, entre os europeus, “il n’y a pas d’élève des hauttes écoles qui n’ait fait son vaudeville, son roman ou sa constitution monarchique ou républicaine. Il n’y a pas de paysan du Connecticut ou du Massachusetts qui n’ait inventé sa machine”(Michel CHEVALIER, Lettres...p. 120, apud Jean WALCH, Op. Cit., p.147). 68 Para Chevalier, “Le perfectionnement des ustensiles de ménage touche de plus près qu’on ne le pense à la liberté pratique; car il contribue beaucoup à la liberté dans la maison, qui n’importe pas moins au bonheur du genre humain que la liberté sur la place publique. Tel ustensile affranchit les domestiques de tel travail pénible, malsain ou dégoûtant; tel autre permettra à une personne de faire l’ouvrage de trois et par conséquent en affranchira deux de la domesticité. Les Américains du Nort se sont beaucoup occupés de cette liberté. On conçoit qu’elle a une importance majeure là où um grand nombre de familles vivent isolées dans les campagnes” (Michel CHEVALIER, Lettres...p. 475, apud Jean WALCH, Op. Cit., p.148).
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