André Rebouoas: da Engenharia Civil j Engenharia Social

Parte III – Rebouças, reformista do Império 263
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Talvez jamais se escreva a história íntima da Engenharia brasileira,
no interior deste império; sempre em luta renhida com os barões
escravocratas e com os mandões de aldeias. No entanto essa história é
rica de lição socionômica e daria à posteridade um documento
precioso para julgar do grau de aviltamento e de miséria deste país,
explorado e (ilegível) sem dó nem compaixão pelos senhores feudais e
por seus asseclas.
Nos tristíssimos dias da seca de 1876 a 1880, os Engenheiros das
Estradas de Ferro serviram de médicos e de agentes de socorros
públicos; muitos fizeram despezas, além dos seus vencimentos, levados
pelos generosos impulsos da caridade...
É por isso que as populações do interior do Brasil recebem os
Engenheiros com bandas de música, com foguetes e com flores; certos
de que eles são os Apóstolos dedicados e os precursores benéficos da
Equidade, da Justiça, do Bem-Estar e da Civilização.
(André Rebouças, “Propriedade Territorial - Landocracia e
Democracia Rural”, in. Gazeta da Tarde, 19 de abril de 1887)
Para os estudos psicológicos do Futuro é bom salientar a
hereditariedade: a luta contra a Ciencia Oficial, de monopólio e
privilégio, é herança paterna como a Propaganda Abolicionista; como
a luta contra os escravizadores de homens e monopolisadores da
terra... Os psicólogos cotejarão as petições do Pai e do filho, e
acharão que uma prolongou a outra, em linha reta absoluta, em
direção a esse infinito de liberdade, de igualdade e de fraternidade
que é o ideal supremo da humanidde; de cada homem e de toda a
Família Humana.
(André Rebouças, “Instrução Técnica”,
in. Revista de Engenharia, n. 256, 28 de abril de 1891)