Coleção MAST: 30 Anos de Pesquisa Volume 2
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espon<strong>de</strong>r a pessoas com diversos tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência. Entretanto, para os<br />
<strong>de</strong>fensores da proposta <strong>de</strong> um Design Universal, as soluções propostas pela<br />
ADA eram ainda insuficientes. Aqueles que advogavam pelo Design Universal<br />
<strong>de</strong>fendiam que as soluções <strong>de</strong>veriam ocorrer sem adaptações ou tipo específico<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sign, para evitar estigmatização. O Design <strong>de</strong>veria ser para todos, o que<br />
funciona bem para pessoas com <strong>de</strong>ficiência po<strong>de</strong> funcionar para todos os<br />
membros da população, principalmente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> em processo<br />
<strong>de</strong> envelhecimento. Posteriormente, outra questão abordada foi a garantia da<br />
participação das pessoas diretamente concernidas (portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência)<br />
nos processos <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação ou construção <strong>de</strong> ambientes sem barreiras.<br />
A evolução <strong>de</strong>stes movimentos reflete a mudança na construção<br />
simbólica da <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>ntro da socieda<strong>de</strong> norte-americana, bem como os<br />
lugares que po<strong>de</strong>m ser atualmente ocupados por estas pessoas na socieda<strong>de</strong>.<br />
Ao mesmo tempo, no bojo da sua luta, estes grupos mo<strong>de</strong>lam e interferem na<br />
construção cultural do conjunto da socieda<strong>de</strong>, modificando a história do país<br />
(IMRIE e REYES, 2009). Uma percepção alargada da <strong>de</strong>ficiência se estabelece,<br />
incluindo, nos anos 90, pessoas com <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> comunicação assim como<br />
portadores do HIV, diabéticos e idosos, pessoas com Alzheimer, pessoas no<br />
espectro do autismo, <strong>de</strong>ntre outros grupos. No fundo, a <strong>de</strong>ficiência como um<br />
estado relacional cobre todas as dimensões da existência humana, pois sempre,<br />
em algum momento <strong>de</strong> nossas vidas, po<strong>de</strong>mos necessitar “a<strong>de</strong>quações”, <strong>de</strong><br />
algum tipo, para “funcionar” ou atuar socialmente.<br />
Com a Lei <strong>de</strong> 1973, os museus norte-americanos, seguindo a seção 504,<br />
principalmente aqueles que recebiam financiamento público, precisaram adaptarse<br />
para acolher portadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiência. Muitos, com gran<strong>de</strong> custo, iniciaram<br />
reformas nos seus prédios e elaboraram programas especiais embora o público<br />
para quem se preparavam se mantivesse alheio ao acolhimento oferecido. Na<br />
verda<strong>de</strong>, argumentava Kenney (1981), a maior parte das pessoas portadoras <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>ficiência não vislumbrava a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visitar espaços públicos, <strong>de</strong>ntre<br />
estes os museus. Para alguns, a informação não chegava (pessoas com baixa<br />
ou nenhuma visão ou problemas <strong>de</strong> audição), para outros faltava transporte ou<br />
não possuíam a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha para sair- principalmente no caso<br />
daqueles que se encontravam em instituições. Outros, ainda, originários <strong>de</strong> um<br />
universo com pouca familiarida<strong>de</strong> com a visita aos museus e baixa educação<br />
escolar, encontravam-se distantes, culturalmente, <strong>de</strong>stas instituições. Entretanto,<br />
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