19.01.2016 Views

Coleção MAST: 30 Anos de Pesquisa Volume 2

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

E ainda está presente no pensamento científico atual a preocupação <strong>de</strong><br />

se conseguir formas mais efetivas <strong>de</strong> explorar o mundo natural para se tirar <strong>de</strong>le<br />

as riquezas que ele po<strong>de</strong> oferecer. Ou seja, explorar as reservas até on<strong>de</strong> não<br />

mais pu<strong>de</strong>r. E <strong>de</strong>pois, mudando <strong>de</strong> local, continuar explorando.<br />

Programas <strong>de</strong> custo impensável levam à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que, no futuro, a<br />

humanida<strong>de</strong> terá que migrar para outro planeta. Marte é o candidato natural, se é<br />

que possamos pensar essa solução como natural.<br />

O que hoje se vê é que com a expansão da população e o crescente<br />

aumento do consumo <strong>de</strong> energia, fundamental para manter as i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento e lucro imediato, a Terra aponta para o seu próprio<br />

esgotamento. O impacto social da pesquisa espacial trouxe a conscientização <strong>de</strong><br />

parte da população <strong>de</strong> que o planeta que habitamos é finito e pequeno. A<br />

fotomontagem da Terra à noite, on<strong>de</strong> se vê o contorno <strong>de</strong> alguns continentes<br />

iluminados pela luz elétrica, é um verda<strong>de</strong>iro cartão postal da crise. Po<strong>de</strong> ser<br />

visto como uma das maravilhas da tecnologia e <strong>de</strong> como estamos num mundo<br />

dominado pelo progresso. Po<strong>de</strong> nos alertar para o fato <strong>de</strong> que algumas regiões<br />

são fartamente supridas <strong>de</strong> energia, enquanto outras carecem <strong>de</strong> iluminação. E<br />

po<strong>de</strong> nos levar a questionar: quem paga a conta <strong>de</strong> tanta energia?<br />

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, citando o economista francês<br />

Jacques Attali, nos alerta para o fato <strong>de</strong> que<br />

[...] meta<strong>de</strong> do comércio mundial e mais da meta<strong>de</strong> do<br />

investimento global beneficiam apenas 22 países que<br />

acomodam somente 14% da população mundial, enquanto os<br />

49 países mais pobres habitados por 11% da população<br />

mundial, recebe somente <strong>de</strong> 0,5% do produto global – quase o<br />

mesmo que a renda combinada dos três homens mais ricos do<br />

planeta. Noventa por cento da riqueza total do planeta estão<br />

nas mãos <strong>de</strong> apenas 1% <strong>de</strong> seus habitantes (BAUMAN, 2007,<br />

p. 14).<br />

Hoje não há quem não se preocupe com a preservação da<br />

biodiversida<strong>de</strong>. É senso comum afirmar que ela é a maior riqueza do século XXI<br />

e que <strong>de</strong>vemos preservá-la para no futuro sabermos explorá-la, incorrendo no<br />

mesmo erro que os europeus fizeram ao <strong>de</strong>sembarcar em novas terras e ver a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> continuar a exploração dos meios naturais sem mudar a sua<br />

40

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!