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ESPAÇO ABERTO<br />
Foto: divulgação<br />
ESG é<br />
REALIDADE<br />
Por Henrique Ludgero Casagrande,<br />
Account Manager da Prosperi, uma das companhias<br />
parceiras da Microsoft mais premiadas em toda a<br />
América Latina. Possui experiência com análise e<br />
gestão de investimentos em grandes empresas,<br />
incluindo sistematização e digitalização de processos.<br />
Atua na realização de projetos para os principais<br />
grupos empresariais brasileiros, com diversificação<br />
nas verticais de negócio de petróleo, construção civil,<br />
manufatura e mineração<br />
Práticas já fazem parte de uma<br />
nova realidade empresarial<br />
e as empresas devem se<br />
esforçar para se adaptar ao<br />
novo formato de gestão<br />
O<br />
termo ESG (Environmental, Social and Governance) ou<br />
ASG (Ambiental, Social e Governança, em português), está<br />
cada vez mais presente em nossas vidas. Se ainda não ouviu<br />
falar, em breve vai ouvir e saber a importância dessas<br />
letrinhas. As empresas têm prestado mais atenção a este<br />
tema e procurado adaptar suas ações de forma a ficarem cada vez mais<br />
adequadas as questões de sustentabilidade. Para se ter uma ideia, boa<br />
parte dos investidores e fundos de investimentos têm procurado aportar<br />
seus recursos em empresas que tenham essa política em sua cultura.<br />
Um relatório divulgado pela consultoria PwC mostra que na Europa,<br />
até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos estão em investimentos que<br />
consideram os critérios de ESG – o que representa no total US$ 8,9 trilhões.<br />
Outro ponto importante é que 77% dos investidores institucionais<br />
informaram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos<br />
2 anos. O processo manual, burocrático e muitas vezes desconectado<br />
do planejamento de projetos de capital é uma dor comum às empresas<br />
no processo de Capex (investimentos em bens de capital). Agora, com as<br />
iniciativas do ESG, há uma nova camada de aprovações que precisa ser<br />
considerada. Ou seja, projetos com potencial impacto ambiental ou compromissos<br />
de ESG devem ser sinalizados e encaminhados para revisão,<br />
avaliação e aprovação do comitê interno decisor de cada organização.<br />
Um verdadeiro sistema de fluxo de trabalho de aprovação precisa<br />
ser dinâmico e permitir diferentes rotas para que seja possível abrigar<br />
um modelo de governança corporativa que flexibilize a racionalização de<br />
projetos, custos, documentos de suporte e informações financeiras. No<br />
caso de projetos de ESG, pode-se exigir estimativas específicas de impacto<br />
ambiental e custos econômicos. Todos esses dados, em um formato<br />
consistente, significam que a liderança pode comparar e avaliar projetos<br />
em igualdade de condições e garantir que o dinheiro seja alocado para os<br />
projetos certos de acordo com o momento da empresa.<br />
Antes da avaliação dos investimentos na prática, as empresas necessitam<br />
compreender o que é mais relevante dentro das métricas ESG. Nesse<br />
sentido, as companhias têm criado matrizes de materialidade de definição<br />
de metas, que auxiliam na hora de priorizar projetos. Trata-se de um processo<br />
novo em que ainda estão sendo debatidos critérios para definir os<br />
compromissos que uma companhia necessita ter para adotar as práticas<br />
ESG. No entanto, a eficácia das mensurações já tem apresentado resultados<br />
assertivos em grandes corporações, especialmente na tomada de<br />
decisões. A verdade é que, nos tempos atuais, as empresas de diferentes<br />
setores da economia precisam ser sustentáveis, e mais: são cobradas pela<br />
sociedade e até por investidores a apresentar cifras e números que comprovam<br />
o impacto de suas iniciativas. É por essa razão que o ESG veio para<br />
ficar! É preciso medir, de fato, o quanto uma companhia está realmente<br />
envolvida em prol do meio ambiente.<br />
Para contribuir com essa transparência, recentemente foi criado no<br />
Brasil o CBPS (Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade),<br />
cujo objetivo será normatizar, através de pronunciamentos técnicos, a divulgação<br />
das práticas de sustentabilidade empresarial. O CBPS vai interagir<br />
com o ISSB (International Sustainability Standards Board), criado pela Fundação<br />
IFRS na COP26 com o objetivo de emitir normas técnicas a serem<br />
aplicadas ao redor do mundo. O CBPS, por sua vez, será o normatizador<br />
brasileiro - responsável justamente por incorporar as normas globais no<br />
ordenamento pátrio.<br />
82 www.referenciaflorestal.com.br