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Referência Florestal 245 / Outubro 2022

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ESPAÇO ABERTO<br />

Foto: divulgação<br />

ESG é<br />

REALIDADE<br />

Por Henrique Ludgero Casagrande,<br />

Account Manager da Prosperi, uma das companhias<br />

parceiras da Microsoft mais premiadas em toda a<br />

América Latina. Possui experiência com análise e<br />

gestão de investimentos em grandes empresas,<br />

incluindo sistematização e digitalização de processos.<br />

Atua na realização de projetos para os principais<br />

grupos empresariais brasileiros, com diversificação<br />

nas verticais de negócio de petróleo, construção civil,<br />

manufatura e mineração<br />

Práticas já fazem parte de uma<br />

nova realidade empresarial<br />

e as empresas devem se<br />

esforçar para se adaptar ao<br />

novo formato de gestão<br />

O<br />

termo ESG (Environmental, Social and Governance) ou<br />

ASG (Ambiental, Social e Governança, em português), está<br />

cada vez mais presente em nossas vidas. Se ainda não ouviu<br />

falar, em breve vai ouvir e saber a importância dessas<br />

letrinhas. As empresas têm prestado mais atenção a este<br />

tema e procurado adaptar suas ações de forma a ficarem cada vez mais<br />

adequadas as questões de sustentabilidade. Para se ter uma ideia, boa<br />

parte dos investidores e fundos de investimentos têm procurado aportar<br />

seus recursos em empresas que tenham essa política em sua cultura.<br />

Um relatório divulgado pela consultoria PwC mostra que na Europa,<br />

até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos estão em investimentos que<br />

consideram os critérios de ESG – o que representa no total US$ 8,9 trilhões.<br />

Outro ponto importante é que 77% dos investidores institucionais<br />

informaram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos<br />

2 anos. O processo manual, burocrático e muitas vezes desconectado<br />

do planejamento de projetos de capital é uma dor comum às empresas<br />

no processo de Capex (investimentos em bens de capital). Agora, com as<br />

iniciativas do ESG, há uma nova camada de aprovações que precisa ser<br />

considerada. Ou seja, projetos com potencial impacto ambiental ou compromissos<br />

de ESG devem ser sinalizados e encaminhados para revisão,<br />

avaliação e aprovação do comitê interno decisor de cada organização.<br />

Um verdadeiro sistema de fluxo de trabalho de aprovação precisa<br />

ser dinâmico e permitir diferentes rotas para que seja possível abrigar<br />

um modelo de governança corporativa que flexibilize a racionalização de<br />

projetos, custos, documentos de suporte e informações financeiras. No<br />

caso de projetos de ESG, pode-se exigir estimativas específicas de impacto<br />

ambiental e custos econômicos. Todos esses dados, em um formato<br />

consistente, significam que a liderança pode comparar e avaliar projetos<br />

em igualdade de condições e garantir que o dinheiro seja alocado para os<br />

projetos certos de acordo com o momento da empresa.<br />

Antes da avaliação dos investimentos na prática, as empresas necessitam<br />

compreender o que é mais relevante dentro das métricas ESG. Nesse<br />

sentido, as companhias têm criado matrizes de materialidade de definição<br />

de metas, que auxiliam na hora de priorizar projetos. Trata-se de um processo<br />

novo em que ainda estão sendo debatidos critérios para definir os<br />

compromissos que uma companhia necessita ter para adotar as práticas<br />

ESG. No entanto, a eficácia das mensurações já tem apresentado resultados<br />

assertivos em grandes corporações, especialmente na tomada de<br />

decisões. A verdade é que, nos tempos atuais, as empresas de diferentes<br />

setores da economia precisam ser sustentáveis, e mais: são cobradas pela<br />

sociedade e até por investidores a apresentar cifras e números que comprovam<br />

o impacto de suas iniciativas. É por essa razão que o ESG veio para<br />

ficar! É preciso medir, de fato, o quanto uma companhia está realmente<br />

envolvida em prol do meio ambiente.<br />

Para contribuir com essa transparência, recentemente foi criado no<br />

Brasil o CBPS (Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade),<br />

cujo objetivo será normatizar, através de pronunciamentos técnicos, a divulgação<br />

das práticas de sustentabilidade empresarial. O CBPS vai interagir<br />

com o ISSB (International Sustainability Standards Board), criado pela Fundação<br />

IFRS na COP26 com o objetivo de emitir normas técnicas a serem<br />

aplicadas ao redor do mundo. O CBPS, por sua vez, será o normatizador<br />

brasileiro - responsável justamente por incorporar as normas globais no<br />

ordenamento pátrio.<br />

82 www.referenciaflorestal.com.br

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