2002 e suas Implicações para a Contribuição da
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não se acham muitas razões <strong>para</strong> acreditar que os agregados familiares durante aquela<br />
campanha agrícola tivessem restrições na quanti<strong>da</strong>de e quali<strong>da</strong>de de mão-de-obra que<br />
aplicaram às <strong>suas</strong> explorações e, logo, não há muitas razões <strong>para</strong> se esperar que o<br />
investimento em mão-de-obra melhorasse substancialmente de 1996 a <strong>2002</strong>.<br />
Na secção anterior, já foi mostrado que o uso de insumos externos continua sendo<br />
excepcionalmente baixo em Moçambique. Embora os fertilizantes tenham aumentado desde<br />
1996, o aumento limitou-se principalmente a uma cultura (tabaco) e duas províncias (Tete e<br />
Niassa), e até mesmo nessas províncias é usado por muito poucos agricultores <strong>para</strong> fazer uma<br />
diferença significativa nos níveis gerais de produtivi<strong>da</strong>de. Uma consequência bem<br />
documenta<strong>da</strong> de cultivo contínuo de terra por parte agregados familiares estabelecidos, aliado<br />
à pouca ou nenhuma aplicação de fertilizantes e adubos, é a redução <strong>da</strong> fertili<strong>da</strong>de de terra e<br />
crescente pressão de ervas <strong>da</strong>ninhas. Em resumo, o presente estudo sugere, portanto, que não<br />
havia muitas razões <strong>para</strong> se ter esperado melhorias amplas e significativas na produtivi<strong>da</strong>de<br />
de terra ou mão-de-obra em Moçambique rural durante o período em discussão, e que havia<br />
sim alguma razão <strong>para</strong> se esperar uma produtivi<strong>da</strong>de estagna<strong>da</strong> ou até mesmo em declínio em<br />
algumas áreas.<br />
4.4.2. O que Aconteceu aos Preços <strong>da</strong>s Culturas?<br />
De que modo as que<strong>da</strong>s na produção familiar mediana <strong>da</strong>s principais culturas alimentares de<br />
1995-96 a 2001-02 poderão ser consistentes com a constatação de que durante o mesmo<br />
período registaram-se melhores despesas familiares (IAF), melhores rendimentos (TIA) e<br />
bens (IAF e TIA)? A resposta é que as que<strong>da</strong>s na produção mediana de culturas por AE e por<br />
hectare não implicam necessariamente rendimentos mais baixos de culturas se os preços de<br />
culturas aumentarem o suficiente <strong>para</strong> compensar as que<strong>da</strong>s de produção.<br />
Na reali<strong>da</strong>de, os preços reais (à porta <strong>da</strong> machamba) de algumas culturas alimentares que o<br />
produtor pratica, conforme relatado nas pesquisas do TIA, aumentaram mais que o suficiente<br />
de 1995-96-2001-02 <strong>para</strong> compensar as reduções de produção, o que resultou em um<br />
aumento no valor mediano de produção por AE. A tabela 25 apresenta informação sobre as<br />
mu<strong>da</strong>nças nos preços de culturas, a produção familiar mediana de culturas, e valor mediano<br />
de produção familiar de culturas entre 1995-96 e ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s duas pesquisas do TIA. No<br />
caso de milho, arroz, e feijão manteiga, os grandes aumentos verificados nos preços reais de<br />
culturas foram mais do que suficientes <strong>para</strong> compensar a produção mediana mais baixa e<br />
gerar aumentos no valor de produção por AE. Os <strong>da</strong>dos do TIA 02 e TIA 03 geram padrões<br />
semelhantes nas mu<strong>da</strong>nças de preço, produção e valor de culturas diferentes.<br />
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