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MANUAL DE REDAÇÃO DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

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9. Introdução<br />

Nesta seção aplicam-se os princípios da ortografia e de certos capítulos da gramática à redação oficial. Em sua<br />

elaboração, levou-se em conta amplo levantamento feito das dúvidas mais freqüentes com relação à ortografia, à sintaxe<br />

e à semântica. Buscou-se, assim, dotar o Manual de uma parte eminentemente prática, à qual se possa recorrer sempre<br />

que houver incerteza quanto à grafia de determinada palavra, à melhor forma de estruturar uma frase, ou à adequada<br />

expressão a ser utilizada.<br />

As noções gramaticais apresentadas neste capítulo referem-se à gramática formal, entendida como o conjunto<br />

de regras fixado a partir do padrão culto de linguagem. Optou-se, assim, pelo emprego de certos conceitos da Gramática<br />

dita tradicional (ou normativa). A aplicação de conceitos da Gramática gerativa implicaria, forçosamente, em discussão<br />

de teoria lingüística, o que não parece apropriado em um Manual que tem óbvia finalidade prática.<br />

Sublinhemos, no entanto, que a Gramática tradicional, ou mesmo toda teoria gramatical, são sempre<br />

secundárias em relação à gramática natural, ao saber intuitivo que confere competência lingüística a todo falante nativo.<br />

Não há gramática que esgote o repertório de possibilidades de uma língua, e raras são as que contemplam as<br />

regularidades do idioma.<br />

Saliente-se, por fim, que o mero conhecimento das regras gramaticais não é suficiente para que se escreva bem.<br />

No entanto, o domínio da correção ortográfica, do vocabulário e da maneira de estruturar as frases certamente contribui<br />

para uma melhor redação. Tenha sempre presente que só se aprende ou se melhora a escrita escrevendo.<br />

Cada uma das três seções seguintes apresenta uma breve exposição do assunto tratado, acompanhada dos<br />

exemplos correspondentes. Consulte-as sempre que tiver alguma dúvida. Se não for possível resolver sua dificuldade,<br />

recorra ao dicionário ou a obra específica.<br />

9.1. ORTOGRAFIA 6<br />

(do grego orthos ‘direito, correto’ e graphein ‘escrever’)<br />

A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto, e ainda mais importante quando se trata de<br />

textos oficiais. Muitas vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma<br />

frase. O que na correspondência particular seria apenas um lapso datilográfico pode ter repercussões indesejáveis<br />

quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou de um ato normativo. Assim, toda revisão que se faça em<br />

determinado documento ou expediente deve sempre levar em conta a correção ortográfica.<br />

Com relação aos erros de grafia, pode-se dizer que são de dois tipos: os que decorrem do emprego inadequado<br />

de determinada letra por desconhecimento de como escrever uma palavra, e aqueles causados por lapso datilográfico.<br />

As seções seguintes visam dirimir as dúvidas relativas aos erros do primeiro tipo; as do segundo, só a revisão atenta<br />

pode resolver.<br />

9.1.1. Emprego das Letras<br />

9.1.1.1. Emprego de Vogais<br />

As vogais na língua portuguesa admitem certa variedade de pronúncia, dependendo de sua intensidade (i. é, se<br />

são tônicas ou átonas). Com essa variação na pronúncia, nem sempre a memória, baseada na audição, retém a forma<br />

correta da grafia. A lista a seguir não é exaustiva, mas procura incluir as dificuldades mais correntes na redação oficial.<br />

9.1.1.1.1. E ou I?<br />

Palavras com E, e não I<br />

acarear<br />

acreano (ou acriano)<br />

aéreo<br />

ante- (pref.=antes)<br />

antecipar<br />

antevéspera<br />

aqueduto<br />

área<br />

averigúe (f.v.)<br />

beneficência<br />

beneficente<br />

betume<br />

boreal<br />

cardeal<br />

carestia<br />

cedilha<br />

cercear<br />

cereal<br />

continue (f.v.)<br />

de antemão<br />

deferir (conceder)<br />

delação (denúncia)<br />

demitir<br />

derivar<br />

descortinar<br />

descrição<br />

despender<br />

despensa (onde se guardam<br />

comestíveis)<br />

despesa<br />

elucidar<br />

embutir<br />

emergir (para fora)<br />

6 A elaboração deste capítulo valeu-se, com pequenas alterações, do roteiro constante de LUFT, Celso Pedro. Novo guia ortográfico.<br />

7. ed. Porto Alegre: Globo, 1978; e LUFT, Celso Pedro. Grande manual de ortografia Globo. 3. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1989.<br />

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