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Relatório do Desenvolvimento Humano de Timor Leste, 2002

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sida<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicar <strong>de</strong> perto com as comunida<strong>de</strong>s<br />

para cuja ajuda existem.<br />

• Com as organizações internacionais— Muitos<br />

<strong>do</strong>a<strong>do</strong>res oficiais preferem agora canalizar<br />

pelo menos alguns <strong>do</strong>s seus fun<strong>do</strong>s<br />

directa ou indirectamente para as ONGs.<br />

Isto significa que estas se encontrarão a lidar<br />

com uma série <strong>de</strong> agências diferentes e<br />

terão <strong>de</strong> se familiarizar com a forma como<br />

estas trabalham.<br />

Papéis múltiplos<br />

As organizações da socieda<strong>de</strong> civil em<br />

<strong>Timor</strong> <strong>Leste</strong> estarão a actuar em diferentes<br />

frentes<br />

• Arquitectos <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento—Muitas<br />

ONGs e OBCs preten<strong>de</strong>m trabalhar numa<br />

parceria construtiva com o governo. Mas a<br />

forma como po<strong>de</strong>m ajudar a <strong>de</strong>senvolver<br />

as políticas públicas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da sua capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> inovar e <strong>de</strong> apresentar pontos<br />

<strong>de</strong> vista alternativos.<br />

• Advocacia—Muitos grupos vêem como<br />

sua tarefa principal a <strong>de</strong> influenciar as acções<br />

<strong>de</strong> outros. Dadas as diferentes capacida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>stes grupos e o facto <strong>de</strong> eles terem<br />

muitos interesses e objectivos em comum,<br />

faz senti<strong>do</strong>, muitas vezes, que unam os seus<br />

recursos e actuem em conjunto.<br />

• Monitorização—A boa governação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>,<br />

em to<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>, <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong><br />

controlos e equilíbrios. Os grupos da socieda<strong>de</strong><br />

civil <strong>de</strong>sempenham um papel importante<br />

neste processo asseguran<strong>do</strong> que o<br />

governo, o sector priva<strong>do</strong> e as organizações<br />

internacionais mantêm padrões eleva<strong>do</strong>s<br />

na sua acção mas. Porém, só serão capazes<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar este papel se eles próprios<br />

mantiverem estes padrões—actuan<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> uma forma transparente, com uma<br />

prestação <strong>de</strong> contas clara <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista<br />

financeiro e <strong>de</strong>mocrático.<br />

• Serviços—Para muitas ONGs a tarefa<br />

principal é fornecer serviços—por exemplo<br />

na saú<strong>de</strong>, na habitação e na educação—<br />

seja preenchen<strong>do</strong> lacunas <strong>de</strong>ixadas pelo<br />

governo seja complementan<strong>do</strong> estas, como<br />

no caso da educação não-formal.<br />

• Informação—As organizações da socieda<strong>de</strong><br />

civil <strong>de</strong>sempenham um papel importante<br />

no fornecimento <strong>de</strong> informação e <strong>de</strong> informação<br />

e no estímulo <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate,<br />

ocupan<strong>do</strong> uma posição intermédia entre<br />

o governo e as comunida<strong>de</strong>s locais. Por<br />

um la<strong>do</strong> <strong>de</strong>vem pressionar o governo a<br />

SUMÁRIO EXECUTIVO<br />

tomar medidas sobre os assuntos pelos<br />

quais se interessam mas simultaneamente<br />

<strong>de</strong>vem também procurar maximizar a participação<br />

pública na construção e funcionamento<br />

da <strong>de</strong>mocracia.<br />

Todas as OSCs em <strong>Timor</strong> <strong>Leste</strong> necessitarão<br />

<strong>de</strong> reexaminar os seus papéis e responsabilida<strong>de</strong>s<br />

na era da <strong>de</strong>mocracia<br />

reavalian<strong>do</strong> as suas perspectivas e filosofias<br />

e asseguran<strong>do</strong> que terão algo <strong>de</strong> único a<br />

oferecer.<br />

O horizonte da educação<br />

<strong>Timor</strong> <strong>Leste</strong> tem um importante <strong>de</strong>safio<br />

educacional pela frente—não só gerir o<br />

analfabetismo reinante mas também lidar<br />

com a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> línguas. O governo<br />

in<strong>do</strong>nésio estava <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> a atingir<br />

a educação primária universal e em 1985<br />

quase todas as povoações tinham uma escola<br />

primária.<br />

Este processo <strong>de</strong> expansão fez com que<br />

muitas mais crianças se matriculassem mas<br />

teve duas falhas principais. A primeira era a<br />

baixa qualida<strong>de</strong>: o nível <strong>de</strong> ensino era pobre,<br />

as escolas tinham falta <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>s, manuais<br />

e equipamento básico. A segunda falha<br />

foi a <strong>de</strong> que o governo <strong>de</strong> Jakarta tentou<br />

utilizar a educação para ‘in<strong>do</strong>nesiar’ o<br />

povo <strong>de</strong> <strong>Timor</strong> <strong>Leste</strong>—e recrutou pessoal<br />

em toda a In<strong>do</strong>nésia que pu<strong>de</strong>sse ensinar<br />

em In<strong>do</strong>nésio.<br />

Apesar <strong>de</strong> muitos timorenses se terem<br />

torna<strong>do</strong> professores, muitos <strong>de</strong>les não foram,<br />

nos seus estu<strong>do</strong>s, além <strong>do</strong> quarto ano.<br />

Como ganhavam muito pouco, tinham <strong>de</strong><br />

executar outros trabalhos para sobreviver.<br />

Em resulta<strong>do</strong> disto, os níveis <strong>de</strong> educação<br />

eram baixos e os professores estavam frequentemente<br />

ausentes. Esta situação, por<br />

outro la<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sencorajava tanto pais como<br />

filhos: cerca <strong>de</strong> 30% das crianças nem sequer<br />

estavam matriculadas. As fraquezas da<br />

escola primária eram transportadas para a<br />

escola secundária. No último ano da administração<br />

in<strong>do</strong>nésia, as matrículas líquidas<br />

tinham alcança<strong>do</strong> apenas 36% no nível secundário<br />

mais baixo e 20% no nível secundário<br />

superior.<br />

Anteriormente alguns pais estavam relutantes<br />

em aceitar que os seus filhos fossem<br />

ensina<strong>do</strong>s por professores estrangeiros,<br />

numa língua estrangeira e muitos não<br />

podiam pagar as propinas. Agora estes<br />

obstáculos <strong>de</strong>sapareceram mas outros per-<br />

A boa<br />

governação<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, em<br />

to<strong>do</strong> o la<strong>do</strong>, <strong>de</strong><br />

um sistema <strong>de</strong><br />

controlos e<br />

equilíbrios<br />

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