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Relatório do Desenvolvimento Humano de Timor Leste, 2002

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<strong>do</strong> à violência e à incerteza política. Porém,<br />

e no futuro, po<strong>de</strong>rão chegar mais uma vez<br />

que o país tem muitas atracções. Mas mesmo<br />

num clima mais pacífico ainda persistem<br />

muitos obstáculos a uma indústria turística<br />

forte, incluin<strong>do</strong> a escassez <strong>de</strong> alojamento<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>, a falta <strong>de</strong> pessoal qualifica<strong>do</strong><br />

para operar as instalações turísticas e<br />

também as <strong>de</strong>ficiências gerais no <strong>do</strong>mínio<br />

das infraestruturas, incluin<strong>do</strong> as ligações aéreas<br />

internacionais.<br />

Enquanto que a falta <strong>de</strong> experiência no<br />

turismo po<strong>de</strong> ser encarada como uma <strong>de</strong>svantagem,<br />

também po<strong>de</strong> ser uma oportunida<strong>de</strong>.<br />

<strong>Timor</strong> <strong>Leste</strong> po<strong>de</strong> evitar muitas das<br />

armadilhas sociais e ambientais da rápida<br />

expansão <strong>do</strong> turismo. Uma opção seria capitalizar<br />

o carácter inexplora<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>Timor</strong><br />

<strong>Leste</strong> concentran<strong>do</strong> a atenção no eco-turismo.<br />

Expandir a indústria turística exigirá,<br />

no entanto, um envolvimento comunitário<br />

forte para assegurar que o povo <strong>de</strong> <strong>Timor</strong><br />

<strong>Leste</strong> seja parceiro e beneficiário <strong>do</strong> processo.<br />

Petróleo e gás<br />

Um <strong>do</strong>s maiores <strong>de</strong>terminantes <strong>do</strong> futuro<br />

económico <strong>do</strong> país será a forma como utilizar<br />

as receitas <strong>do</strong> petróleo e <strong>do</strong> gás. Quan<strong>do</strong><br />

<strong>Timor</strong> <strong>Leste</strong> votou a favor da in<strong>de</strong>pendência,<br />

a UNTAET e os lí<strong>de</strong>res timorenses<br />

renegociaram com a Austrália o trata<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

exploração das reservas <strong>do</strong> Mar <strong>de</strong> <strong>Timor</strong>.<br />

Este acor<strong>do</strong> é muito mais favorável que o<br />

anterior, uma vez que <strong>Timor</strong> <strong>Leste</strong> reterá<br />

agora 90% das receitas fiscais da produção<br />

da Área <strong>de</strong> <strong>Desenvolvimento</strong> Conjunta <strong>de</strong><br />

Petróleo. Ao longo das duas décadas posteriores<br />

a 2004, espera-se que as receitas <strong>do</strong><br />

gás e <strong>do</strong> petróleo atinjam cerca <strong>de</strong> 7 biliões<br />

<strong>de</strong> USD. A perspectiva mais comum é a <strong>de</strong><br />

que o país não <strong>de</strong>verá utilizar todas as<br />

receitas para financiar activida<strong>de</strong>s correntes.<br />

Em vez disso, <strong>de</strong>ve guardar pelo menos<br />

meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>stas receitas num fun<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

forma a preservar algum valor para a geração<br />

seguinte.<br />

Atrair investimento estrangeiro<br />

Dada a baixa taxa <strong>de</strong> poupança e o limita<strong>do</strong><br />

nível <strong>de</strong> experiência empresarial, muito<br />

<strong>do</strong> estímulo para o <strong>de</strong>senvolvimento económico<br />

e humano através <strong>do</strong> sector formal<br />

terá <strong>de</strong> ser basea<strong>do</strong> no investimento<br />

directo estrangeiro (IDE). O IDE po<strong>de</strong><br />

não só estimular a produtivida<strong>de</strong> mas tam-<br />

SUMÁRIO EXECUTIVO<br />

bém alargar as escolhas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

humano ao permitir que os timorenses<br />

adquiram formação e experiência trabalhan<strong>do</strong><br />

em empresas estrangeiras. No entanto,<br />

é crucial que <strong>Timor</strong> <strong>Leste</strong> <strong>de</strong>senvolva políticas<br />

sobre o IDE através <strong>de</strong> consenso <strong>de</strong>mocrático.<br />

O investimento directo estrangeiro<br />

po<strong>de</strong>ria centrar-se em alguns sectores-chave.<br />

Um <strong>de</strong>les é a agricultura, que beneficiaria<br />

da participação estrangeira no<br />

processamento <strong>de</strong> café e <strong>de</strong> baunilha. Outro<br />

sector são as pescas, em particular se o governo<br />

emitir licenças <strong>de</strong> pesca sob a condição<br />

<strong>de</strong> que os beneficiários dêem formação<br />

aos timorenses ou criem joint-ventures<br />

com empresas locais. O turismo também<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>do</strong> investimento estrangeiro mas<br />

também <strong>de</strong>veria ser condiciona<strong>do</strong> à transferência<br />

<strong>de</strong> conhecimentos para o pessoal<br />

local. Para a indústria manufactureira os<br />

melhores pontos <strong>de</strong> partida são provavelmente<br />

o vestuário, os têxteis e o calça<strong>do</strong>.<br />

<strong>Timor</strong> <strong>Leste</strong> enfrentará, no entanto, uma<br />

forte competição pelo IDE da parte <strong>de</strong><br />

outros países da região e para aumentar as<br />

suas probabilida<strong>de</strong>s terá <strong>de</strong> resolver algumas<br />

questões essenciais. Estas incluem:<br />

• Proprieda<strong>de</strong> da terra—Até ao presente<br />

não há qualquer mecanismo para registar<br />

os direitos à terra e os investi<strong>do</strong>res sabem<br />

que se arrendarem terrenos arriscam-se a<br />

entrar em conflitos e a ocupações ilegais.<br />

• Utilização <strong>do</strong> dólar americano—A<br />

<strong>do</strong>larização tem a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> que o<br />

país per<strong>de</strong> a opção <strong>de</strong> <strong>de</strong>svalorizar a moeda<br />

para alcançar vantagens comparativas.<br />

• Custos eleva<strong>do</strong>s—Os custos salariais em<br />

<strong>Timor</strong> <strong>Leste</strong> são muito mais eleva<strong>do</strong>s que<br />

na In<strong>do</strong>nésia.<br />

• Questões laborais—As leis laborais não são<br />

claras acerca <strong>do</strong>s direitos e <strong>de</strong>veres <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res<br />

e não existem mecanismos<br />

eficazes para resolver as disputas laborais.<br />

• Incertezas legais—<strong>Timor</strong> <strong>Leste</strong> não tem<br />

um quadro legal claro para a activida<strong>de</strong> económica.<br />

Isto aplica-se a muitas áreas<br />

cruciais, incluin<strong>do</strong> seguros, falência, planeamento<br />

urbano, trabalho e uso da terra, bem<br />

como ao direito comercial e aos códigos<br />

para a construção civil.<br />

Política fiscal<br />

Haverá três fontes principais <strong>de</strong> financiamento:<br />

impostos internos, financiamentos<br />

Expandir o<br />

turismo exige<br />

um forte<br />

envolvimento<br />

das<br />

comunida<strong>de</strong>s<br />

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