12.04.2013 Views

Diário da Câmara dos Deputados

Diário da Câmara dos Deputados

Diário da Câmara dos Deputados

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

04672 Sexta-feira 16 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Fevereiro de 1996<br />

Sul, apenas 2% <strong>da</strong>s pessoas necessita<strong>da</strong>s conseguiram<br />

obter o direito ao benefício <strong>da</strong> lei. E não s6<br />

no Rio Grande do Sul, mas em to<strong>dos</strong> os Esta<strong>dos</strong> <strong>da</strong><br />

Federação, esse índice é constante.<br />

No ano passado, tive oportuni<strong>da</strong>de de fazer<br />

uma manifestação neste plenário chamando a atenção<br />

do Governo Federal para a necessi<strong>da</strong>de de alteração<br />

do limite <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> per capita familiar, uma<br />

vez que 25% do salário mínimo não representa praticamente<br />

na<strong>da</strong>, sequer equivale a um quarto <strong>da</strong> cesta<br />

básica de alimentos. Infelizmente, este apelo e<br />

outros tantos que foram feitos por inúmeros Parlamentares<br />

não foram ouvi<strong>dos</strong> pelo Presidente <strong>da</strong> República.<br />

Pela re<strong>da</strong>ção do decreto, Sr. Presidente, uma<br />

família com cinco pessoas que recebe dois salários<br />

mínimos 11ão é considera<strong>da</strong> miserável. Um' salário<br />

mínimo brasileiro de 100 reais não é suficiente para<br />

assegurar a uma pessoa os direitos que a Constituição<br />

lhe estabelece, como atender às necessi<strong>da</strong>des<br />

básicas e vitais como moradia, alimentação, educação,<br />

saúde, lazer, vestuário, higiene" transporte e<br />

previdência social, e o Governo quer que 25% deste<br />

mínimo garanta o sustento de uma pessoa i<strong>dos</strong>a ou<br />

deficiente físico. Esta é a justiça social que o Governo<br />

tanto apregoa?<br />

Agora, o número de pessoas beneficia<strong>da</strong>s é irrisório,<br />

diante do contingente <strong>dos</strong> miseráveis brasileiros<br />

que são deficientes físicos e i<strong>dos</strong>os, mas, que,<br />

por causa de uma re<strong>da</strong>ção mal<strong>dos</strong>a do decreto, não<br />

conseguiram o direito ao salário mínimo.<br />

O documento <strong>da</strong> associação a que me referi é<br />

acompanhado de uma lista de assinaturas que registra<br />

essa indignação. Desse modo, repasso à Mesa<br />

essa manifestação <strong>dos</strong> deficientes físicos de Passo<br />

Fundo, contendo o abaixo-assinado, e reafirmo o<br />

meu total e integral apoio ao conteúdo desse documento.<br />

Era o que tinha a dizer.<br />

DOCUMENTO A QUE SE REFERE O<br />

ORADOR:<br />

MANIFESTAÇÃO DE PROTESTO<br />

A Associação Cristã de Deficientes Físicos de<br />

Passo Fundo - ACD, a Associação de Pais e Amigos<br />

<strong>dos</strong> Excepcionais - APAE, a Associação de<br />

Pais <strong>dos</strong> Deficientes Auditivos - APADA e Associação<br />

<strong>dos</strong> Sur<strong>dos</strong> de Passo Fundo - ASPF, estão reuni<strong>dos</strong><br />

em protesto contra o Decreto nQ. 1.744 de 8 de<br />

dezembro de 1995 que concede o benefício de um<br />

salário mínimo à pessoa portadora de deficiência e<br />

ao i<strong>dos</strong>o.<br />

Estamos descontentes e indigna<strong>dos</strong>, pois <strong>da</strong><br />

forma como foi regulamenta<strong>da</strong> esta Lei a grande<br />

maioria não se enquadra para receber este benefício.<br />

Mais um vez os deficientes e i<strong>dos</strong>os estão sendo<br />

trata<strong>dos</strong> com descaso ;Itravés de uma medi<strong>da</strong><br />

demagógica e enganosa. Exigimos que o Congresso<br />

e as autori<strong>da</strong>des competentes revejam e modifiquem<br />

este Decreto, partindo <strong>da</strong> real situação em que se<br />

encontra estas classes menos privilegia<strong>da</strong>s no Brasil.<br />

Antes de qualquer coisa o deficiente e o i<strong>dos</strong>o<br />

são seres humanos e tem o direito ao respeito e a<br />

exercer sua ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia com digni<strong>da</strong>de.<br />

Associação Cristã de Deficientes Físicos de<br />

Passo Fundo - ACD<br />

Associação de Pais e Amigos <strong>dos</strong> Excepcionais-APAE<br />

Associação de Pais <strong>dos</strong> Deficientes Auditivos ­<br />

APADA<br />

Associação <strong>dos</strong> Sur<strong>dos</strong> de Passo Fundo ­<br />

ASPF.<br />

(As assinaturas que acompanham o<br />

documento de protesto <strong>da</strong> Associação Cristã<br />

de Deficientes de Passo Fundo, Rio Grande<br />

do Sul, a que se refere o orador, encontramse<br />

no CEDI - Centro de Documentação e Informação,<br />

Coordenação de Arquivo, <strong>da</strong> <strong>Câmara</strong><br />

<strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong>, conforme Guia de<br />

Transferência nº- 3/96, emiti<strong>da</strong> pelo Departamento<br />

de Taquigrafia, Revisão e Re<strong>da</strong>ção.<br />

O SR. AUGUSTO NARDES (PPB - RS. Sem<br />

.revisão do orador.) - Sr. Presidente, srªs e Srs. Deputa<strong>dos</strong>,<br />

trago um assunto de extrema importância<br />

para ser aprofun<strong>da</strong>do e debatido na <strong>Câmara</strong> <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong><br />

e em todo o País. Refiro-me à questão de<br />

dependência que temos, hoje, <strong>da</strong> importação do cereal-rei,<br />

o mais importante deles, o trigo, do Canadá,<br />

<strong>da</strong> Argentina e de tantos outros países.<br />

Chegamos, nos anos 80, a ser auto-suficientes<br />

na produção de trigo. Por falta de uma definição de<br />

política agrícola, pelo compromisso que o Brasil assumiu<br />

de importar de outros países, especialmente<br />

<strong>da</strong> Argentina e do Canadá, passamos a não ter uma<br />

política com independência, uma política própria em<br />

relação à triticultura nacional.<br />

Portanto, tivemos um abalo enorme na agricultura<br />

brasileira, especial!]1ente nos Esta<strong>dos</strong> do Sul,<br />

que eram grandes produtores de trigo. Cito o exemplo<br />

do meu Estado, o Rio Grande do Sul, onde chegamos<br />

a produzir 1.,5 milhão de hectares de trigo.<br />

No último ano produzimos apenas 300 mil hectares<br />

de trigo, ou seja, deixamos de produzir 1 milhão e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!