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Diário da Câmara dos Deputados

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Fevereiro de 1996 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 16 04675<br />

muns, mas como presos políticos, à procura de ou:<br />

tro mais desejado pela Justiça.<br />

Nosso advogado entrou na Justiça pedindo<br />

uma liminar, que lhe foi nega<strong>da</strong> pelo juiz. O MST fez<br />

ontem essa denúncia a uma enti<strong>da</strong>de liga<strong>da</strong> aos direitos<br />

humanos <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>. Se a Justiça<br />

brasileira não enxerga essas injustiças, os estrangeiros<br />

poderão puxar a orelha do nosso Judiciário.<br />

Era o que tinha a dizer.<br />

O SR. ALDO ARANTES (PCdoB - GO. Pronuncia<br />

o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, srªs e<br />

Srs. Deputa<strong>dos</strong>, a nova Lei Eleitoral, que regulamenta<br />

as eleições deste ano, cria dificul<strong>da</strong>des ao processo<br />

eleitoral. Esta lei é restritiva à liber<strong>da</strong>de de organização<br />

partidária e é parte <strong>da</strong> ofensiva política contra<br />

as liber<strong>da</strong>des democráticas.<br />

O neoliberalismo já avançou na liqui<strong>da</strong>ção <strong>da</strong>s<br />

empresas estatais e na restrição do papel do Estado<br />

na economia, busca agora liqui<strong>da</strong>r importantes direitos<br />

sociais e pretende limitar a liber<strong>da</strong>de de organização<br />

partidária.<br />

Na primeira tentativa, essa on<strong>da</strong> conservadora<br />

buscou impor o voto distrital misto, a cláusula de<br />

barreiras e a proibição <strong>da</strong>s coligações proporcionais.<br />

Não obtiveram êxito.<br />

A Lei <strong>dos</strong> Parti<strong>dos</strong> Políticos implantou a cláusula<br />

de barreira para o funcionamento parlamentar <strong>dos</strong><br />

parti<strong>dos</strong>. Mas esses temas voltarão à discussão brevemente,<br />

com os debates em torno do Código Eleitoral.<br />

O problema imediato reside na atual Lei Eleitoral,<br />

sobretudo após decisão do Supremo que limitou<br />

em 120% o número de vagas. Os beneficiários continuaram<br />

a ser os grandes parti<strong>dos</strong>. Em sua forma originai,<br />

a Lei Eleitoral <strong>da</strong>va tratamento não isonômico<br />

aos parti<strong>dos</strong>. A decisão do Supremo, além de <strong>da</strong>r<br />

justamente um tratamento isonômico aos parti<strong>dos</strong>,<br />

no caso do número de candi<strong>da</strong>tos, liquidou a possibili<strong>da</strong>de<br />

de ampliação do número de vagas quando<br />

houver coligação proporcional.<br />

Em decorrência disso, o PCdoB entrou com<br />

uma ação direta de inconstitucionali<strong>da</strong>de, no sentido,<br />

exatamente, de discutir a questão <strong>da</strong> limitação, a<br />

liber<strong>da</strong>de de organização partidária, em função <strong>da</strong><br />

quanti<strong>da</strong>de de restrições impostas às coligações<br />

partidárias.<br />

Ao mesmo tempo, baseado na mesma fun<strong>da</strong>mentação<br />

do Ministro do Supremo Tribunal Federal,<br />

que considerou não isonômico o tratamento diferenciado<br />

<strong>dos</strong> parti<strong>dos</strong> no caso do número de vagas, alegando<br />

o mesmo fun<strong>da</strong>mento, o PCdoB entrou com<br />

uma ação direta de inconstitucionali<strong>da</strong>de para ques-<br />

tionar a distribuição do tempo de televisão, que também<br />

não é isonômico, entre os parti<strong>dos</strong>.<br />

Por outro lado, o PCdoB está entrando no Superior<br />

Tribunal Eleitoral com um man<strong>da</strong>do de segurança<br />

preventivo, no sentido de assegurar que aquelas<br />

legen<strong>da</strong>s que não atingiram o quociente eleitoral<br />

se beneficiem <strong>da</strong>s sobras. O Código Eleitoral incorpora<br />

mecanismos restritivos, antidemocráticos, ao<br />

estabelecer que só os parti<strong>dos</strong> que atingem o quociente<br />

eleitoral se beneficiam <strong>da</strong> sobras eleitorais.<br />

Sr. Presidente, este é o posicionamento do<br />

PCdoB, considerando que essa legislação eleitoral é<br />

restritiva e atentatória à liber<strong>da</strong>de de organização<br />

<strong>dos</strong> parti<strong>dos</strong> políticos.<br />

O SR. JOSÉ FRITSCH (PT - SC. Sem revisão<br />

do orador.) - Sr. Presidente, srªs e Srs. Deputa<strong>dos</strong>,<br />

na manhã de ontem, na Comissão de Agricultura,<br />

realizamos um debate sobre a Lei de Cultivares. Em<br />

função <strong>dos</strong> debates previamente aconteci<strong>dos</strong>, precedi<strong>dos</strong>,<br />

inclusive, de uma audiência pública, com a<br />

presença de várias enti<strong>da</strong>des, chegamos à conclusão<br />

de que não há possibili<strong>da</strong>de de se votar em regime<br />

de urgência, como o projeto de lei do Governo<br />

encaminhado a esta Casa propõe, uma lei tão importante.<br />

É uma lei que, a pretexto de atender aos<br />

trâmites e à legislação internacional, na ver<strong>da</strong>de,<br />

cria monopólio privado <strong>da</strong>s grandes empresas produtoras<br />

de sementes do Brasil, impedindo que o pequeno<br />

agricultor, também pequeno produtor de sementes,<br />

possa reproduzir material genético desenvolvi<strong>dos</strong><br />

pelos nossos centros de pesquisa, especialmente<br />

pela Embrapa.<br />

Na ver<strong>da</strong>de, o projeto, se for aprovado como<br />

está, vai promover o desmonte <strong>da</strong> nossa estrutura<br />

de pesquisa pública, começando pela Embrapa, alcançando<br />

os nossos centros de pesquisa nos Esta<strong>dos</strong><br />

e tantas outras iniciativas que desenvolvem tecnologias<br />

e processos modernos de produtivi<strong>da</strong>de de<br />

sementes.<br />

Assim, estabelecemos essas discussão e encaminhamos<br />

à Presidência desta Casa e à liderança<br />

do Governo um pedido para que o projeto seja retirado<br />

do regime de urgência urgentíssima.<br />

Encaminhei hoje à Presidência desta Casa requerimento<br />

para que esse projeto também seja distribuído,<br />

para discussão e votação, à Comissão de<br />

Ciência e Tecnologia, bem como à de Meio Ambiente.<br />

Fizemos esse movimento para, por meio desse<br />

processo, estabelecer um amplo debate, após a retira<strong>da</strong><br />

do regime de urgência urgentíssima do projeto<br />

que o Executivo encaminhou a esta Casa.<br />

Esperamos, a partir de uma audiência que tive-

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