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Diário da Câmara dos Deputados

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Fevereiro de 1996 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 16 04681<br />

a monopolização <strong>da</strong> economia. Querem dizer, assim O Presidente Fernando Henrique Car<strong>dos</strong>o,<br />

o entendemos, que monopólio estatal é plenamente como homem público, há muito sabe <strong>da</strong> gravi<strong>da</strong>de<br />

condenável, mas que o monopólio privado deve ser <strong>dos</strong> fatos. Agora, na condição de man<strong>da</strong>tário <strong>da</strong> Reaceito,<br />

devendo-se, por isso mesmo, condenar pública não se intimidou frente ao espírito de corpo<br />

aquele servidor que o Sr. Maílson chama de buro- que insiste em subestimar a gravi<strong>da</strong>de do assunto.<br />

crata que posou de zeloso cumpridor de normas. Recentemente, angariou alia<strong>dos</strong> até na esquer-<br />

Veja, Sr. Presidente, que observar o cumpri- <strong>da</strong>, como no acordo fechado com a Central Única de<br />

mento <strong>da</strong>s normas passa a ser motivo de chacota, Trabalhadores - curo<br />

de condenação. Enquanto isso, novos debates se De fato, é uma corri<strong>da</strong> contra o tempo. Se, por<br />

aproximam quanto ao rumo de nossa economia. E um lado, o crescente. envelhecimento <strong>da</strong> população<br />

vamos, uma vez mais, assistir a esses zelosos cum- leva o indivíduo a receber benefícios por mais tempridores<br />

<strong>da</strong>s vontades patronais transformando-se po; de outro, o crescimento do mercado informal<br />

em autênticos Junos, com uma face vira<strong>da</strong> para vem diminuindo o número de contribuintes.<br />

seus mesquinhos interesses e outra inteiramente Esses dois fatores, juntos, formam um par em<br />

despreocupa<strong>da</strong> com os reais interesses do País. na<strong>da</strong> afinado com os rumos que a Previdência So-<br />

Era o que tinha a dizer. cial e o Brasil devem tomar.<br />

O SR. PAULO MOURÃO (PSDB - TO. Pro- Por fim, cumpre ao Congresso Nacional delibenuncia<br />

o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, srªs. e rar sobre a questão previdenciária de maneira defini-<br />

Srs. Deputa<strong>dos</strong>, a Previdência Social brasileira che- tiva, uma vez que - tomando como exemplo apenas<br />

gou ao seu limite. Não é outro o motivo para o em- um <strong>dos</strong> benefícios - aposentadoria significa a obtenbate<br />

que o Governo Federal vem travando no senti- ção do prêmio ao fim de árdua jorna<strong>da</strong>.<br />

do de fazer alterações urgentes. Era o que tinha a dizer.<br />

O estreitamento <strong>da</strong>s fontes de recursos é um O SR. CUNHA BUENO ( PPB - SP. Pronuncia<br />

<strong>dos</strong> grandes entraves ao bom desempenho do Insti- o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs.<br />

tuto Nacional do Seguro Social (INSS), a par <strong>da</strong> am- Deputa<strong>dos</strong>, O Brasil, mais uma vez, está enlutado.<br />

pliação do número de benefícios e <strong>da</strong>s fraudes milio- Às dezesseis horas e dez minutos de domingo falenárias<br />

por diversas vezes denuncia<strong>da</strong>s. ceu D. Sarah Kubitschek de Oliveira, viúva do ex-<br />

Sabemos que a arreca<strong>da</strong>ção do sistema ba- Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira. Figura<br />

seia-se no salário pago em todo o País. Ora, as es- ímpar, serena e, principalmente, cordial, D. Sarah fitatísticas<br />

apontam para assombrosos 50% de traba- cará sempre na memória de to<strong>dos</strong> os brasileiros por<br />

Ihadores sem carteira assina<strong>da</strong>, que, por isso, não tudo que representou para o País como grande secontribuem<br />

para o Instituto. nhora, a nossa eterna Primeira-Dama.<br />

Sr. Presidente, não poderíamos esperar bons D. Sarah foi casa<strong>da</strong> com Juscelino durante 46<br />

resulta<strong>dos</strong> <strong>da</strong>s distorções que grassam na Previdên- anos. Foram anos de companhia diuturna, de particicia<br />

Social. paçãc permanente nas lutas e na obra de seu marido,<br />

passando com ele as horas de glória e vivendo<br />

As aposentadorias pagas não correspondem ao seu lado os momentos de dor.<br />

ao nível salarial do trabalhador na ativa e atrasos D. Sarah, com sua elegância admirável e resnos<br />

pagamentos <strong>dos</strong> benefícios são corriqueiros. peitável, superou as dimensões de esposa do gran-<br />

Vozes contrárias a qualquer modificação no de Presidente que foi Juscelino Kubitschek por sua<br />

sistema ignoram a dura reali<strong>da</strong>de do sistema previ- bravura de companheira principalmente no tempo de<br />

denciário. exílio e perseguições.<br />

Srs. Deputa<strong>dos</strong>, o golpe de misericórdia no sis- Quando de sua morte, sentiu D. Sarah que o<br />

tema previdenciário foi anunciado pelo Governo ao nome do Presidente Juscelino precisava ser preseriniciar<br />

o processo de debates sobre o tema: a rela- vado para a história do Brasil sem distorções calução<br />

entre o número de contribuintes e o contingente niosas. A luta que empreendeu para preservar o cuIde<br />

beneficia<strong>dos</strong>, que atualmente é de dois para um. to à memória de seu marido foi consagra<strong>da</strong> vitoriosa<br />

Em outras palavras, há dois trabalhadores na ativa com a inauguração do Memorial JK, que se transforpara<br />

ca<strong>da</strong> inativo. mau na presença física de Juscelino para a posteri-<br />

Apenas esse aspecto estrutural, srªs. e Srs. <strong>da</strong>de e o testemunho <strong>da</strong> luta de uma mulher que<br />

Deputa<strong>dos</strong>, torna iminente a implosão <strong>da</strong> Previdên- soube defender para o Brasil a perpetuação e o le-<br />

Gia Social no Brasil. gado do nome de um de seus maiores presidentes.

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