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Diário da Câmara dos Deputados

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Fevereiro de 1996 DIÁRIO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS Sexta-feira 16 04673<br />

200 mil hectares de trigo, e, com isso criou-se um<br />

desemprego no setor agrícola, deixando de <strong>da</strong>r condição<br />

de trabalho para 60 mil trabalhadores. São esses<br />

60 mil trabalhadores desemprega<strong>dos</strong> que estão<br />

à busca de terra, que estão na beira <strong>da</strong>s estra<strong>da</strong>s<br />

sem perspectiva de um emprego e de trabalho, dificultando<br />

a distribuição de ren<strong>da</strong> e criando uma penúria<br />

ca<strong>da</strong> vez maior no Estado do Rio Grande do<br />

Sul e em vários pontos do Brasil.<br />

Portanto, hoje somos dependentes na produção<br />

de trigo. Chegamos a produzir trigo no Brasil a<br />

160 dólares a tonela<strong>da</strong>, e poderíamos estar produzindo<br />

a 160 dólares a tonela<strong>da</strong>. Já estamos importando<br />

trigo a 250 dólares ae tonela<strong>da</strong>, e 80% do pão<br />

que to<strong>dos</strong> nós comemos aqui no Brasil vem de fora.<br />

Isso é inaceitável num País que tem a capaci<strong>da</strong>de<br />

de produção como a nossa, com a maior área agricultável<br />

do planeta. De ca<strong>da</strong> 10 pães que comemos,<br />

oito são importa<strong>dos</strong>.<br />

Isso mostra a incompetência e a incapaci<strong>da</strong>de<br />

do Governo Federal de traçar uma política agrícola<br />

que poderia trazer dividen<strong>dos</strong> sociais como criar alternativas<br />

de emprego para a socie<strong>da</strong>de brasileira e<br />

evitar os conflitos sociais que hoje vivemos.<br />

Gostaria de dizer, Sr. Presidente, srªs e Srs.<br />

Deputa<strong>dos</strong>, que estou propondo, na Comissão de<br />

Agricultura e Política Rural, uma audiência pública a<br />

ser realiza<strong>da</strong> na <strong>Câmara</strong> <strong>dos</strong> Deputa<strong>dos</strong>, no mês de<br />

março, na qual, basea<strong>dos</strong> numa sugestão feita pelo<br />

Presidente <strong>da</strong> Festa Nacional do Trigo, Décio Teixeira,<br />

reuniremos as Lideranças interessa<strong>da</strong>s nesse assunto<br />

para discutir a política nacional do trigo. Não<br />

podemos continuar nessa situação, totalmente dependentes,<br />

por falta de uma política clara, transparente<br />

e discuti<strong>da</strong> com to<strong>dos</strong> os segmentos sociais<br />

envolvi<strong>dos</strong> com a questão do trigo.<br />

O que digo é somente com relação ao trigo,<br />

mas poderíamos aqui abor<strong>da</strong>r, Sr. Presidente, srªs<br />

e Srs. Deputa<strong>dos</strong>, a falta de política agrícola nacional,<br />

responsável pela crise que hoje vivemos no<br />

comércio, na indústria, nos serviços, especialmente<br />

nas regiões agrícolas que dependem, basicamente<br />

dessa economia para seu crescimento e<br />

desenvolvimento.<br />

Encerro, portanto, meu pronunciamento, deixando<br />

registra<strong>da</strong> a proposta dessa audiência nacional,<br />

feita por intermédio <strong>da</strong> Comissão de Agricultura<br />

e Política Rural, que nos <strong>da</strong>rá subsídios para que<br />

possamos ser mais específicos com relação a esse<br />

tema tão importante.<br />

O SR. MAURI SÉRGIO (PMDB - AC. Sem revisão<br />

do orador.) - Sr. Presidente, srªs e Srs. Depu-<br />

ta<strong>dos</strong>, falo hoje sobre um assunto em pauta na<br />

Casa: o Orçamento.<br />

Estou aqui desde 1991, já no segundo man<strong>da</strong>to,<br />

portanto, e tenho uma certa frustração em relação<br />

ao Orçamento <strong>da</strong> União, que discutimos com as<br />

bases eleitorais, com os Prefeitos, com o Governador<br />

e com segmentos <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de, naturalmente<br />

ávi<strong>dos</strong> de poderem realizar e levar algo para suas<br />

comuni<strong>da</strong>des e para seus Municípios. na ver<strong>da</strong>de,<br />

isso se torna uma peça de ficção. Pergunto-me muitas<br />

vezes a que ponto chega o Congresso Nacional<br />

ao aceitar do Executivo cortes violentos que acontecem<br />

nas verbas que vamos buscar para nosso Estado,<br />

tremen<strong>da</strong>mente importantes para o desenvolvimento<br />

<strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de.<br />

Encontramos muitas dificul<strong>da</strong>des tanto na área<br />

urbana quanto na zona rural, onde os problemas são<br />

grandes. Em nosso Estado não é diferente. O Estado<br />

do Acre passa por to<strong>da</strong>s as dificul<strong>da</strong>des possíveis<br />

e imagináveis e para os resulta<strong>dos</strong> <strong>da</strong>quilo que<br />

acontece no Congresso Nacional, no Brasil, no Sul e<br />

no Centro-oeste chegarem à nossa Amazônia, ao<br />

Acre, é muito difícil. De certa forma, o acesso já foi<br />

resolvido em parte, até a capital, Rio Branco. A manutenção<br />

do trecho Rio Branco-Porto Velho é um<br />

problema que se vem agravando a ca<strong>da</strong> dia. E não é<br />

falta de reclamo <strong>dos</strong> Parlamentares que representam<br />

aquela terra, 'Squele Estado, mas sim talvez<br />

falte a sensibili<strong>da</strong>de do Governo Federal. Ou talvez<br />

o Acre não seja tão importante para o Poder Central.<br />

Deparamos ain<strong>da</strong> com muitos problemas, inclusive<br />

de cunho ambiental.<br />

A ver<strong>da</strong>de sobre esse assunto é que o Parlamentar<br />

cria uma expectativa na população quando divulga<br />

que conseguiu aprovar determinado número de<br />

emen<strong>da</strong>s ou que levará determina<strong>da</strong> importância para<br />

o Estado - agora fixaram em 1 milhão e 400 mil a 1<br />

milhão e 600 mil reais para ca<strong>da</strong> Parlamentar levar<br />

para suas bases eleitorais. Mas, de repente deparamos<br />

com o que já aconteceu por vários anos, e sucessivamente<br />

vem acontecendo: os cortes no Orçamento.<br />

Sabemos que há Parlamentares que - e já<br />

aconteceu isso comigo - chegam com to<strong>da</strong> aquela<br />

vontade e garra de levar algo para seus Esta<strong>dos</strong> e ficam<br />

de madruga<strong>da</strong> ou de noite tentando defender<br />

ou brigar por algo para seus esta<strong>dos</strong>. De repente,<br />

quase to<strong>da</strong>s as emen<strong>da</strong>s são corta<strong>da</strong>s, sem uma<br />

perspectiva positiva de que se possa levar aquilo<br />

que a população espera, que é o desenvolvimento e<br />

o bem comum.<br />

Deixo, pois, essa reflexão e, ao mesmo tempo,<br />

uma certa frustração em função do que pode ser fei-

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