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SOBRE ALMAS E PILHAS - VERSÃO DIGITAL - Revista Engenharia

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Sobre Almas e Pilhas<br />

LUZ LUZ <strong>SOBRE</strong> <strong>SOBRE</strong> A A MESA<br />

MESA<br />

(Fev./2005)<br />

Numa das passagens do Novo Testamento, Cristo afirma, sobre o<br />

risco que corria pela exposição clara de sua doutrina, que para iluminar a luz<br />

deve ficar sobre a mesa e não sob ela!<br />

Assim é com o conhecimento: ele também deve ser aberto e exposto,<br />

para gerar frutos que alimentem todos!<br />

Infelizmente, a história mostra que nem sempre é assim...<br />

Desde a Antiguidade o conhecimento sempre foi tratado como<br />

instrumento de poder secular, sem muita preocupação com o bem comum.<br />

Não raro, seus portadores e detentores o envolviam com aspectos místicos,<br />

para amedrontar os ignorantes e tirar proveito da má índole dos poderosos.<br />

A transferência do conhecimento era feita em círculos fechados e<br />

somente para “iniciados”, selecionados por critérios próprios. Todo esse<br />

processo envolvia: rituais, códigos e segredos mantidos “às sete chaves”, que<br />

amedrontavam e afastavam os plebeus, mas estavam adequadamente<br />

disponíveis aos poderosos.<br />

Qualquer falha na proteção e ocultação do conhecimento era punida de<br />

forma terrível, tida, externamente, como sobrenatural. Na melhor das<br />

hipóteses, o destino do responsável era semelhante ao de Prometeu... O<br />

objetivo, obviamente, não era preservar ou aprimorar o conhecimento, mas<br />

assegurar o poder que seu domínio propiciava. A luz era mantida sob a mesa,<br />

pois as trevas eram o ambiente ideal para o exercício de suas más-intenções.<br />

Não é muito diferente hoje.<br />

Quando alguns pensadores antigos resolveram pregar e discutir suas<br />

idéias em locais abertos, passou a ficar igualmente claro que qualquer um,<br />

desde que demonstrasse aptidão e empenho, poderia assimilar e, mais que<br />

isso, aperfeiçoar e evoluir conceitos e conhecimentos.<br />

Os mestres e seus conhecimentos optaram por serem luz, em vez de<br />

sombra! Mas aspectos menos nobres, como a exigência de ascendência nobre<br />

para ter acesso ao aprendizado, ainda limitavam essa evolução. O<br />

conhecimento ainda era utilizado como instrumento de elitização, sem<br />

necessariamente, produzir benefícios universais.<br />

Centenas de anos se passaram até que a capacidade intelectual do ser<br />

humano fosse reconhecida e valorizada fora dos âmbitos aristocráticos e<br />

burgueses, embora sempre ao serviço destes. Ainda existem os mesmos<br />

Adilson Luiz Gonçalves 33

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