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SOBRE ALMAS E PILHAS - VERSÃO DIGITAL - Revista Engenharia

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Sobre Almas e Pilhas<br />

VIVER VIVER COM COM ESTILO<br />

ESTILO<br />

(Out./2004)<br />

Algumas coisas a gente ouve e fica remoendo, sem encontrar as<br />

palavras exatas para exprimir o que pensamos sobre elas. Ficam passeando em<br />

nossa mente à procura de exemplos e analogias, aguardando a maturação do<br />

discernimento, até que geram uma conclusão pessoal, ou seja, segundo os<br />

valores que cada um de nós tem, acredita e defende.<br />

Foi o caso quando ouvi o desfecho da história de um famoso playboy,<br />

que alardeava não haver trabalhado um único dia de sua vida e, mesmo assim,<br />

gastara fortunas em festas e viagens. Pagou por tudo o que quis.<br />

Isso, em princípio, me chocou, pois num país onde o povo sofria – e<br />

muitos ainda sofrem - de fome e doença, esse modo de vida deveria ser<br />

execrado e não exaltado! Mas, de certa forma, seu modo de vida é justificável.<br />

Talvez ele tenha sido educado apenas para ser charmoso, culto e refinado,<br />

embora nada o impedisse de ampliar esse leque com outras qualidades mais<br />

úteis à sociedade. Quem sabe por essas limitações de formação ele tenha<br />

escolhido viver a maior parte de sua vida fora do país. De fato, observando o<br />

cotidiano da imensa maioria do povo, muitos "balançariam" diante da<br />

possibilidade de uma vida despreocupada e cheia de prazeres, numa realidade<br />

diferente da nossa.<br />

Já com idade avançada, ao se desfazer de sua última propriedade de<br />

um patrimônio totalmente herdado, ao qual nada havia acrescentado, ele teria<br />

afirmado que havia vivido com "estilo" e pretendia morrer com "estilo"!<br />

Isso é motivo de admiração ou de pena?<br />

Talvez nem de um nem de outro, afinal, cada um vive como quer. Mas<br />

quando a pessoa busca, vive ou é alvo da mídia, suas atitudes passam a ser<br />

objeto de análise livre, e às vezes ela leva algum tempo.<br />

Assim foi que só depois de alguns meses lembrei de um médico<br />

francês, que conheci quando estudava no exterior. Encontrei-o numa reunião<br />

formal e tive a oportunidade de sentar a sua mesa. Minha primeira “surpresa”<br />

foi saber que ele, sem nunca ter visitado o Brasil, sabia que nosso idioma era<br />

o português, o que era raro entre seus compatriotas. A segunda foi constatar<br />

que, apesar da idade avançada, ele continuava trabalhando, o que havia feito<br />

por toda a vida.<br />

Adilson Luiz Gonçalves 54

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