SOBRE ALMAS E PILHAS - VERSÃO DIGITAL - Revista Engenharia
SOBRE ALMAS E PILHAS - VERSÃO DIGITAL - Revista Engenharia
SOBRE ALMAS E PILHAS - VERSÃO DIGITAL - Revista Engenharia
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Sobre Almas e Pilhas<br />
BILHÕES BILHÕES DE DE SÓIS<br />
SÓIS<br />
(Jun./2003)<br />
Existem bilhões de pessoas no mundo, cada uma com suas<br />
características, suas virtudes e seus defeitos. Em sua infinita sabedoria, Deus<br />
nos fez semelhantes, mas nunca iguais. Dessa magnífica diversidade vem o<br />
verdadeiro fascínio da Humanidade. Assim, tentando corrigir os defeitos e<br />
lapidar as virtudes, levamos a vida num processo que é tão mais prazeroso<br />
quanto mais buscamos simplificá-lo.<br />
O problema é quando esquecemos nossos defeitos e passamos a julgar<br />
os outros, como se fossemos o parâmetro da Criação. Lembrando da piada, é<br />
quando chegamos àquele estágio em que para trocar uma lâmpada basta<br />
segurá-la que o mundo girará a nossa volta.<br />
Temos, todos nós, lapsos de egocentrismo. O problema é quando ele<br />
assume posse e domínio de nossas vidas. De certa forma, ele nos dá algumas<br />
características comuns aos vampiros: cremos que somos capazes de penetrar<br />
no íntimo das pessoas, conhecendo-as profundamente, adivinhando seus<br />
pensamentos, seu caráter e seus defeitos sem, no entanto, conseguirmos<br />
enxergar nossa própria imagem no espelho.<br />
Em certos estágios, passamos a sofrer de um estranho tipo de amnésia<br />
seletiva. Somos capazes de lembrar de tudo o que acreditamos que fizeram<br />
contra nós, com o requinte empírico da matemática do rancor, que cita<br />
números, exemplifica, porém não demonstra. No entanto, estranhamente,<br />
esquecemos de tudo o que porventura fizemos aos outros. Somos<br />
infinitamente condescendentes com nossos deslizes, mas implacáveis com os<br />
outros!<br />
Nossa experiência é a melhor! Nossa dor é a maior! Nossa conquista é<br />
memorável, mesmo que tenhamos que reavivar insistentemente a memória<br />
dos outros! Nossa liderança é a mais justa! Nossa presença é indispensável!<br />
Se estivermos felizes, o mundo todo deve celebrar! Mas, se nos quedarmos<br />
tristes, todos têm que ser solidários!<br />
Existem até algumas frases sintomáticas desse estado de espírito:<br />
"O mundo não é justo!", quando não alcançamos o que queremos.<br />
"Que bom, pra você!", quando alguém compartilha conosco uma<br />
felicidade que não nos abrange, favorece ou interessa.<br />
Adilson Luiz Gonçalves 58