13.04.2013 Views

Em busca da infância perdida em Manhattan - Fonoteca Municipal ...

Em busca da infância perdida em Manhattan - Fonoteca Municipal ...

Em busca da infância perdida em Manhattan - Fonoteca Municipal ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Flash<br />

A festa de B<br />

Facha<strong>da</strong> chega <strong>em</strong><br />

“download” gratuito<br />

Perto do<br />

coração<br />

<strong>da</strong>s<br />

imagens<br />

Sumário<br />

Joshua e Ben Safdie 6<br />

<strong>Em</strong> <strong>busca</strong> <strong>da</strong> sua <strong>infância</strong><br />

perdi<strong>da</strong><br />

Roman Polanski 12<br />

O realizador-fantasma e o seu<br />

novo fi lme<br />

Coimbra 14<br />

Será esta uma ci<strong>da</strong>de fora do<br />

mapa cultural?<br />

Daniel Blaufuks 18<br />

“Terezín”, um livro sob<br />

infl uência de W. G. Sebald<br />

Jer<strong>em</strong>y Xido 26<br />

Na performance dele, Angola<br />

é um mundo novo<br />

Prince 28<br />

O mais esperado do Festival<br />

Super Bock Super Rock ck<br />

Tigrala 36<br />

A nova ban<strong>da</strong> de Norberto berto<br />

Lobo é um trio de xamãs mãs<br />

Ficha Técnica<br />

O EP, numa edição <strong>em</strong> vinil, só<br />

chega <strong>em</strong> Agosto, mas B Facha<strong>da</strong><br />

não quer perder t<strong>em</strong>po. Quer que a<br />

palavra se espalhe, computador a<br />

computador, ficheiro partilhado a<br />

ficheiro partilhado. Saiba-se então<br />

que o novo disco de B Facha<strong>da</strong>, “Há<br />

Festa na Moradia”, está disponível<br />

para “download” gratuito no “site”<br />

<strong>da</strong> sua editora, www.mbarimusica.<br />

com.<br />

Assim, quando chegar a edição<br />

física, já o povo e os “hipsters”, os<br />

fãs e os curiosos conhecerão as sete<br />

canções do disco que sucede ao<br />

celebrado álbum homónimo que o<br />

cantautor lançou <strong>em</strong> Dez<strong>em</strong>bro do<br />

ano passado. E se esse era álbum de<br />

folhas caí<strong>da</strong>s, de amores,<br />

desamores e melancolias para fruir<br />

no Inverno, “Há Festa na Moradia”<br />

é necessariamente diferente – ou<br />

não lhe chamasse o seu autor “disco<br />

de Verão”, mantendo a alternância<br />

de estações que vêm marcando a<br />

sua activi<strong>da</strong>de discográfica.<br />

“Fim-de-S<strong>em</strong>ana no Pónei<br />

Dourado” foi o disco do Verão de<br />

2009, “B Facha<strong>da</strong> (O Disco)” o do<br />

Inverno do mesmo ano e “Há Festa<br />

na Moradia” apanha-nos com 40<br />

graus à sombra (ou perto disso).<br />

Efusivo e saltitão, ou <strong>em</strong> descanso<br />

dengoso à beira <strong>da</strong> piscina, cruza<br />

animação Variações com vago<br />

requebro africano, homenageia<br />

Sérgio Godinho com versos b<strong>em</strong>humorados<br />

e, numa canção cujo<br />

título, “M<strong>em</strong>órias de Paco Forcado,<br />

vol.1”, garante desde logo um par<br />

de audições, apresenta-nos uma<br />

personag<strong>em</strong> que se passeia pela<br />

boémia lisboeta com um único<br />

desejo <strong>em</strong> mente: “Eu vou ser o<br />

puto Abrantes / Eu vou ser o Pan<strong>da</strong><br />

Bear / Entrar onde eu quiser /<br />

Entrar Entrar onde eu<br />

quiser.” Não há<br />

dúvi<strong>da</strong>. B<br />

Facha<strong>da</strong> está<br />

de volta. A<br />

marca não<br />

engana.<br />

A frase é dele e não deixa<br />

muito espaço a mais na<strong>da</strong>:<br />

“Sinto-me como se tivesse<br />

cegado por excesso de olhar<br />

o mundo.” Al Berto<br />

manteve até ao fim – um fim<br />

que chegou depressa (1948-<br />

1997) – uma relação<br />

privilegia<strong>da</strong> com a imag<strong>em</strong>.<br />

“Ele olhava com muita<br />

atenção para tudo, olhava<br />

b<strong>em</strong>”, diz João Pinharan<strong>da</strong>,<br />

o crítico de arte e<br />

comissário <strong>da</strong> exposição “A<br />

Secreta Vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Palavras”,<br />

que hoje é inaugura<strong>da</strong> no<br />

Centro Cultural <strong>Em</strong>merico<br />

Nunes e no Centro de Artes<br />

de Sines.<br />

Essa aproximação do poeta<br />

português à representação<br />

visual do mundo é o ponto<br />

de referência desta<br />

exposição que vai <strong>busca</strong>r o<br />

título a um dos livros de Al<br />

Berto, “A Secreta Vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

Imagens” (1991). É neste<br />

volume que o autor, que<br />

começou por frequentar<br />

cursos de artes plásticas <strong>em</strong><br />

Portugal e na Bélgica,<br />

passeia pelo universo de<br />

grandes nomes <strong>da</strong> história<br />

<strong>da</strong> arte, de desde Fra Angélico<br />

a Joseph BBeyus,<br />

passando<br />

por Cézan Cézanne, Van Gogh e<br />

Chagall, mmas<br />

também por<br />

Cesariny, Rui Chafes, Pedro<br />

Capalez, Julião Ju Sarmento e<br />

Pedro Cab Cabrita Reis.<br />

São São precis precisamente alguns<br />

artistas<br />

a integrar: “Os<br />

consagrados estavam<br />

escolhidos à parti<strong>da</strong> por<br />

ser<strong>em</strong> citados no livro,<br />

tirando o Cesariny e o<br />

Dacosta, que não quis<br />

incluir por já ter<strong>em</strong><br />

morrido. Os mais novos<br />

pareceram-nos<br />

interessantes <strong>em</strong> diálogo<br />

com os ‘clássicos’.”<br />

Do grupo dos “mais novos”<br />

faz<strong>em</strong> parte Edgar Massul,<br />

Fernando Mesquita, João<br />

Ferro Martins, Nuno Cera,<br />

Pedro Diniz Reis e Sara<br />

Santos, entre outros. O dos<br />

“clássicos” conta ain<strong>da</strong> com<br />

José Pedro Croft, Pedro<br />

Casqueiro, António Correia,<br />

Il<strong>da</strong> David ou Rui Sanches.<br />

Enquanto os jovens artistas<br />

criaram a partir de duas<br />

breves residências na ci<strong>da</strong>de<br />

e arredores, visitando os<br />

lugares de Al Berto que nos<br />

habituámos a reconhecer na<br />

sua poesia, os consagrados<br />

irão apresentar, na sua<br />

maioria, obras que já foram<br />

expostas. A única excepção<br />

é José Pedro Croft, que<br />

mostrará uma série de<br />

gravuras inéditas. Chafes,<br />

por ex<strong>em</strong>plo, levará à<br />

exposição um conjunto de<br />

13 bancos de ferro que<br />

imitam os <strong>da</strong>s galerias dos<br />

museus; Calapez participa<br />

com uma<br />

ggrande d pintura i t<br />

fragmenta<strong>da</strong> e Cabrita Reis<br />

com duas obras: uma<br />

grande cruz <strong>em</strong> ferro e uma<br />

torre de três metros de<br />

altura, <strong>em</strong> alumínio<br />

brilhante.<br />

Entre os mais novos a<br />

diversi<strong>da</strong>de de suportes é<br />

mais vasta: João Ferro<br />

Martins faz-se representar<br />

através de uma<br />

“performance” musical que<br />

se transformará <strong>em</strong><br />

instalação; Nuno Cera e<br />

Rodrigo Tavares Peixoto<br />

mostram fotografia;<br />

Rodrigo Oliveira expõe sete<br />

painéis com materiais <strong>da</strong><br />

região e informação<br />

recolhi<strong>da</strong> no Arquivo<br />

Distrital de Setúbal; Vasco<br />

Costa opta pela instalação<br />

(não há como enganar, é a<br />

única com carvão); Sara<br />

Santos passa um vídeo.<br />

Jogando s<strong>em</strong>pre na<br />

ambigui<strong>da</strong>de entre a poesia<br />

e a prosa, entre o real e o<br />

imaginário, Al Berto foi<br />

construindo um universo<br />

paralelo que agora paira<br />

sobre “A Secreta Vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

Palavras”. João Pinharan<strong>da</strong>,<br />

que conheceu Al Berto<br />

quando tinha apenas 11 anos<br />

e se tornou mais tarde seu<br />

Directora Bárbara Reis<br />

Editor Vasco Câmara, Inês s Na<strong>da</strong>is Na<strong>da</strong>is<br />

(adjunta)<br />

destes<br />

artistas<br />

pportugueses<br />

que<br />

JJoão<br />

Pinharan<strong>da</strong><br />

amigo, não t<strong>em</strong> dúvi<strong>da</strong>s <strong>em</strong><br />

afirmar que não se trata de<br />

uma exposição ilustrativa,<br />

Conselho editorial Isabel<br />

fez questão de<br />

mas de uma evocação <strong>da</strong><br />

Coutinho, Óscar Faria, Cristina stina<br />

Fernandes, Vítor Belanciano no<br />

Design Mark Porter, Simon n<br />

Esterson, Kuchar Swara<br />

Directora de arte Sónia<br />

rreunir<br />

na<br />

exp exposição de Sines, a<br />

prim primeira a juntar os<br />

dois centr centros culturais <strong>da</strong><br />

importância <strong>da</strong> imag<strong>em</strong>. “A<br />

exposição t<strong>em</strong> este título,<br />

porque funciona como um<br />

espelho do livro, como se<br />

Matos<br />

ci<strong>da</strong>de. ci<strong>da</strong>de. Tu Tudo começou<br />

procurasse uma solução<br />

Designers Ana Carvalho,<br />

Carla Noronha, Mariana<br />

Soares<br />

Editor de fotografi a Miguel el<br />

Madeira<br />

E-mail: ipsilon@publico.pt<br />

<strong>Em</strong> vinil, o novo disco de B<br />

Facha<strong>da</strong> só chega <strong>em</strong> Agosto<br />

numa con conversa com Cabrita<br />

Reis, diz PPinharan<strong>da</strong>,<br />

explicando explicand como foram<br />

surgindo oos<br />

nomes dos<br />

Al Berto<br />

inversa à <strong>da</strong> poesia de Al<br />

Berto.” “A Secreta Vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

Palavras” termina a 25 de<br />

Set<strong>em</strong>bro. Lucin<strong>da</strong> Canelas<br />

DANIEL ROCHA<br />

“The unnamed word #4”, de 2008, é uma <strong>da</strong>s duas obras<br />

que Pedro Cabrita Reis leva à exposição inspira<strong>da</strong> <strong>em</strong> Al Berto<br />

Ípsilon • Sexta-feira 16 Julho 2010 • 3

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!