Discos aMaumMedíocr<strong>em</strong>mRazoávelmmmBommmmmMuito BommmmmmExcelente xcelente Pop Big Boi é mesmo grande Até agora era a metade mais desvaloriza<strong>da</strong> na dupla OutKast, mas, no primeiro álbum a solo, Big Boi mostra que é tão grande como o cúmplice André 3000. Vítor Belanciano Big Boi Sir Lucious Left Foot: The Son of Chico Def Jam, distri. Universal mmmmn Talvez seja altura de olharmos de outra forma para os OutKast, a dupla que elevou ele o hip- hop para pa outro patamar na última déca<strong>da</strong>, déca através de álbuns como “Stank “Stankonia” (2000) ou “Speakerboxxx/The “Speakerboxxx/The Love Below” (2003). Até agora era se s<strong>em</strong>pre André Benjamin (André 3000) 3000 que era enaltecido, quando se considerava c a faceta mais visionária e aventureira do duo. Era nele que se pensava, quando eram evoca<strong>da</strong>s referências exteriores ao hip-hop que q a dupla incorporava. Antwan Patton, ou se sseja, ja, Big Bo Boi, estava mais próximo <strong>da</strong>quilo que são os ppadrões clássicos clássic do hip- hop. Talvez T por isso é visto como o mais conservador do duo. d Essa E divisão era particularmente pa sensível se <strong>em</strong> “Speakerboxxx/ “S The T Love Below”, B o álbum á duplo O hip-hop para massas segundo Big Boi <strong>em</strong> e que ca<strong>da</strong> um u assinava a sua su metade. “T “The Love Be Below”, de An André 3000, era uma espécie de musical m “Sing “Singin in the Rain” <strong>em</strong> versão cont<strong>em</strong> cont<strong>em</strong>porânea. Uma obra obra-prima de melodias inespera<strong>da</strong>s, in romances possíveis p e impossívei impossíveis e uma sensuali<strong>da</strong>d sensuali<strong>da</strong>de funky como já não se ouvia desde o melhor melh Prince dos Os australianos Triffi ds, de David McComb, l<strong>em</strong>brados numa antologia anos 80. A outra face, “Speakerboxxx”, era diferente, talvez mais próxima dos cânones do hip-hop, mas com climas luxuriantes, configurações electrónicas, ritmos sincopados e as marcas de psicadelismo, <strong>em</strong> justaposições surpreendentes. A ver<strong>da</strong>de é que André 3000 é um sedutor. Big Boi não. Pelo menos não era, porque “Sir Lucious Left Foot: The Son of Chico”, o seu primeiro álbum a solo, v<strong>em</strong> baralhar as coisas. É uma obra de uma joviali<strong>da</strong>de assinalável para alguém com 16 anos de activi<strong>da</strong>de, e numa altura <strong>em</strong> que o hip-hop e o R&B dirigido ao centro do mercado já conheceram melhores dias. 2010 acaba por ser um ano <strong>em</strong> grande para Big Boi. Não só edita um óptimo álbum a solo, como acaba por estar implicado na descoberta de uma <strong>da</strong>s revelações do ano – Janelle Monae. Para ele o hip-hop é uma equação onde cab<strong>em</strong> tecnologia, ritmo, energia, configurações rítmicas electrónicas, climas luxuriantes e marcas de funk na linha dos Funkadelic ou Parliament. Tudo isso está presente numa obra de ritmos fantasiosos, texturas futuristas e cadências vocais perfeitas. Há uma série de convi<strong>da</strong>dos vocais ( Janelle Monae, T.I., George Clinton ou Gucci Mane) e de produtores (Organized Noize, André 3000, Scott Storch, Lil Jon ou Salaam R<strong>em</strong>i) e o álbum foi registado de forma espaça<strong>da</strong> ao longo de três anos. Mas não se sente dispersão. To<strong>da</strong>s as faixas respiram o mesmo grau de maturi<strong>da</strong>de e espontanei<strong>da</strong>de, <strong>da</strong>ndo ideia que Big Boi se recreou fixando to<strong>da</strong>s as peças do puzzle, conseguindo fazer passar essa exuberância para este lado. O belo desperdício Vinte anos depois, um “bestof” dos Triffids v<strong>em</strong> deixar claro que David McComb foi um dos maiores escritores de canções dos anos 80. João Bonifácio The Triffids Wide Open Road Domino, distri. Edel mmmmm Continua a tentativa de fazer voltar ao mundo a alma tortura<strong>da</strong> de David McComb, o líder dos Triffids, perdido há muito para a heroína, a pneumonia e os acidentes de automóveis. Ca<strong>da</strong> canção que McComb escreveu para os Triffids era como o giz que os polícias usam para desenhar no chão o contorno de um cadáver: assombrado, destrutivo, McComb cantou como qu<strong>em</strong> se livra <strong>da</strong> peste, numa tentativa de afastar a poeira <strong>da</strong> morte que dia após dia assentava no seu corpo. O triste é que esta compilação de 18 t<strong>em</strong>as podia ter outros 18 diferentes e ain<strong>da</strong> assim seria extraordinária – o triste é que tão poucos se l<strong>em</strong>br<strong>em</strong> disso. McComb era extraordinário <strong>em</strong> canções grandiosas como “Wide open road”, “Bury me deep in love” e “Red pony”, veículos de ultraromantismo movidos a cor<strong>da</strong>s – esta última contém o ADN dos três primeiros discos dos Tindersticks (cujo líder, aliás, nos confessou numa tarde soalheira ter aprendido a escrever canções ao som dela). Mas também era espantoso na pop de guitarras de “Reverie”, que citava o ié-ié dos anos 50, na sinfonia de bolso de “Beautiful waste”, com xilofones a dobrar<strong>em</strong> as cor<strong>da</strong>s antes de uma alegria juvenilesca se apoderar <strong>da</strong> guitarra, como o era na secura country <strong>da</strong> “slide guitar” de “The Seabirds” (que depois ganhava contornos épicos). Falta, quanto a mim, uma maior presença de t<strong>em</strong>as de “In the Pines” (1986), disco gravado num barraco, de peles curti<strong>da</strong>s e blues debaixo do sovaco, mas a sinopse é simples: McComb foi um desses raros homens que perceberam que ca<strong>da</strong> melodia só valia a pena se estivesse directamente liga<strong>da</strong> às vísceras, que percebeu que uma harmonia não era apenas a distância entre notas mas sim entre a paz e o abismo, que percebeu que só canta canções de amor qu<strong>em</strong> do amor só conheceu os pontapés. No libreto há um desenho de uma árvore, com raízes fun<strong>da</strong>s, tronco torto e copa despi<strong>da</strong> e inclina<strong>da</strong> para o chão. Não há melhor símbolo para estas canções. Oneohtrix Point Never, ou seja Daniel Lopatin, num disco exploratório O que diz<strong>em</strong> as máquinas É com sintetizadores que se t<strong>em</strong> feito alguma <strong>da</strong> música mais entusiasmante dos cenários alternativos cont<strong>em</strong>porâneo. Pedro Rios Oneohtrix Point Never Returnal Mego, distri. Matéria Prima mmmmn <strong>Em</strong>eralds Does It Look Like I’m Here? Mego, distri. Matéria Prima mmmmn Depois de um início de déca<strong>da</strong> <strong>em</strong> que o “underground” americano se dividiu entre o grito libertário <strong>da</strong> New Weird America e o festim de ruído de uns Wolf Eyes, Black Dice e Sightings, nos últimos t<strong>em</strong>pos têmse destacado as felizes explorações do património <strong>da</strong> música cósmica, ancora<strong>da</strong> <strong>em</strong> sintetizadores analógicos. Tal como a editora Sub Pop fez com os Wolf Eyes <strong>em</strong> 2004, a Mego, editora mais habitua<strong>da</strong> à electrónica mais radical e menos misericordiosa, captou a tendência e editou, praticamente <strong>em</strong> simultâneo, álbuns dos seus dois maiores nomes, <strong>Em</strong>eralds, um trio de Cleveland, e Oneohtrix Point Never, “alter ego” de Daniel Lopatin, de Nova Iorque. “Nil Admirari”, o manto de noise desfigurado que inaugura “Returnal”, parece indicar que Lopatin encontrou novos
TEMPORADA MUSICAL ROMENA 2010 19ª edição 10, 17, , 24 JUL JUL 2010, 18h00 Ténis do Parque de Serralves Apoio Institucional cional Apoio à Internacionalização Apoio Programação: António Curvelo 10 JUL VIJAY IYER TRIO 17 JUL BERNARDO SASSETTI TRIO COM PERICO SAMBEAT 24 JUL “CONTACT” Dorel BURLACU IMPERDÍVEL! Anatol STEFANET Dave Liebman / John Abercrombie / Marc Copeland / Drew Gress / Billy Hart 28 de Julho, 4ª 22h30, ONDA JAZZ 29 de Julho, 5ª 21h30, MUSEU DO ORIENTE Bilhetes à ven<strong>da</strong> na recepção de Serralves e <strong>em</strong> www.serralves.pt Apoio Media Alexandru ARCUS Gari TVERDOHLEB “Trigon é o mais original grupo de jazz que vi <strong>em</strong> Lisboa na última déca<strong>da</strong>.” Lagoa Henriques, após o concerto no IFP <strong>em</strong> 2007. Patrocinador do Jazz do Parque Fun<strong>da</strong>ção de Serralves / Rua DD. D. João de Castro Castro, 210 0 - Porto Po Porto P Porto orto rto rt rto o/ww o/ o /ww / www ww www.serralves.pt ww / serralves@serralves.pt / Informações: 808 200 543