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Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

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R.B.S.H. 5(2):1994<br />

De acordo com Maria do Carmo <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Silva (1986),<br />

165<br />

“alguns casais têm consciência <strong>de</strong> que o probl<strong>em</strong>a transcen<strong>de</strong> a<br />

esfera sexual, porém, outros não têm essa conscientização clara<br />

<strong>de</strong> outros conflitos, estando eles radicalmente convictos <strong>de</strong> que<br />

é a queixa sexual principal barreira na interação”.<br />

É enfatizada, ainda, a relação <strong>de</strong> disputa <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre os parceiros,<br />

mágoas anteriormente vividas por um dos parceiros e não resolvidas com<br />

o outro, inseguranças pessoais e outros conflitos. Todos esses aspectos<br />

po<strong>de</strong>m interferir no tipo <strong>de</strong> trabalho ou terapia proposta e no t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> sua<br />

duração.<br />

Po<strong>de</strong>mos dar a média <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que normalmente terminamos o<br />

trabalho com o paciente. Parece que isso ajuda a diminuir a ansieda<strong>de</strong> dos<br />

pacientes <strong>em</strong> relação no tratamento. Tal fato parece nos dar também um<br />

indício da ansieda<strong>de</strong> dos pacientes frente a situações que não estão sob o<br />

controle <strong>de</strong>les.<br />

Participação da Parceira<br />

Um fator relevante, consi<strong>de</strong>rado talvez uma das maiores resistências,<br />

diz respeito à participação da parceira sexual na avaliação ou tratamento.<br />

É muito comum os pacientes atribuir<strong>em</strong> a queixa sexual a um probl<strong>em</strong>a<br />

exclusivo <strong>de</strong>les, não querendo “envolver” a parceira. A exclusão da<br />

parceira no tratamento po<strong>de</strong> sugerir uma exclusão inconsciente da mesma<br />

na intimida<strong>de</strong> e privacida<strong>de</strong> do hom<strong>em</strong> que trás a queixa sexual. É importante<br />

que se diga aos pacientes que nenhum probl<strong>em</strong>a sexual é <strong>de</strong> uma pessoa<br />

apenas. Mesmo que ele anteceda o relacionamento com a parceira<br />

atual, o comportamento do casal e os conflitos presentes <strong>em</strong> tal relacionamento<br />

po<strong>de</strong>m mobilizar “<strong>de</strong>fesas inconscientes” na pessoa que trás a<br />

queixa. Tal esclarecimento <strong>de</strong>ve ser dado também à parceira. Isto parece<br />

ajudar a amenizar a responsabilida<strong>de</strong> do paciente na insatisfação do casal.<br />

Normalmente o sist<strong>em</strong>a sexual <strong>em</strong> que os casais com disfunção sexual tentam<br />

funcionar é muito <strong>de</strong>strutivo. Geralmente neste sist<strong>em</strong>a exist<strong>em</strong> medo,<br />

rejeição, culpa, incompreensão, humilhação e uma disputa <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r entre<br />

o casal. De acordo com Kaplan, as dificulda<strong>de</strong>s sexuais não são, invariavelmente,<br />

expressões <strong>de</strong> conflito intrapsíquico <strong>de</strong> uma pessoa, mas têm<br />

quase s<strong>em</strong>pre, suas raízes nas vicissitu<strong>de</strong>s das relações conjugais. Dentro<br />

<strong>de</strong>sse sist<strong>em</strong>a sexual, um dos parceiros po<strong>de</strong> estar na posição <strong>de</strong> querer<br />

<strong>de</strong>struir o prazer e o funcionamento sexual do outro, <strong>de</strong>vido à sua insatisfação<br />

sexual e conflitos conjugais.

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