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Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

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212<br />

R.B.S.H. 5(2):1994<br />

<strong>de</strong> forma indiscriminada, isto é, o estabelecimento <strong>de</strong> relações sexuais com<br />

qualquer pessoa e on<strong>de</strong> quer que seja, <strong>de</strong> forma casual.<br />

É evi<strong>de</strong>nte que o estilo <strong>de</strong> vida da juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong> hoje, não baseado<br />

nos usos e padrões sociais como prevalecia há algumas décadas, t<strong>em</strong><br />

favorecido a promiscuida<strong>de</strong> sexual. É difícil, por isso, <strong>de</strong>limitar a linha<br />

divisória entre promiscuida<strong>de</strong> e prostituição. No entanto, parece que o el<strong>em</strong>ento<br />

econômico, ou seja, as vantagens monetárias, continuam a ser um<br />

fator causal prepon<strong>de</strong>rante na prostituição propriamente dita.<br />

É possível encontrar-se com facilida<strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> literatura que relacionam<br />

doenças sexualmente transmissíveis (DST) com prostituição, mas<br />

não são abundantes os trabalhos sobre a prostituição <strong>em</strong> si, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto<br />

<strong>de</strong> vista social ou sociológico, não obstante ser consi<strong>de</strong>rada por alguns<br />

autores como a profissão mais antiga do mundo.<br />

Apesar <strong>de</strong> muito combatida moral e/ou legalmente <strong>em</strong> diversas<br />

socieda<strong>de</strong>s e épocas, particularmente quando relacionada a crimes, vadiag<strong>em</strong>,<br />

exploração da pessoa <strong>Humana</strong> ou uso <strong>de</strong> drogas, a tendência da<br />

prostituição foi s<strong>em</strong>pre manter-se imbatível e crescente, particularmente<br />

nos momentos <strong>de</strong> crise social e econômica, <strong>em</strong> guerras, nas gran<strong>de</strong>s<br />

migrações, etc.<br />

Historicamente, a prostituição estava ligada intimamente aos cultos<br />

religiosos. No Egito Antigo, além da prostituição no t<strong>em</strong>plo, a prostituição<br />

profana era exercida por dançarinas, musicistas e criadas das tavernas. Na<br />

Índia, limitava-se a atos sexuais entre os sacerdotes e as bailarinas. Na<br />

Grécia, além da prostituição no t<strong>em</strong>plo (culto <strong>de</strong> Afrodite), havia a prostituição<br />

profana, pelo menos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século VI, que foi regulamentada por<br />

Sólon, sendo fiscalizada pelo Estado que obrigava os estabelecimentos<br />

especializados a pagar impostos. Os bordéis não eram secretos n<strong>em</strong> mal<br />

afamados como hoje <strong>em</strong> dia, sendo <strong>de</strong> fato “casas públicas”, que os homens<br />

freqüentavam às claras. A prostituição florescia, particularmente nos<br />

portos e estações termais. No entanto, algumas cida<strong>de</strong>s gregas, como<br />

Esparta, não estimulavam a prostituição (Willy e col., 1961).<br />

Na Roma Antiga existia a prostituição ligada aos cultos religiosos,<br />

além da prostituição profana, exercida quase exclusivamente pelas<br />

escravas. De acordo com a mentalida<strong>de</strong> racional romana, a prostituição não<br />

tardou a ser regulamentada (vigilância oficial, tentativas <strong>de</strong> limitação, tributação).<br />

Como por toda a parte on<strong>de</strong> vigoram leis, naturalmente também<br />

havia prostituição clan<strong>de</strong>stina, exercida <strong>em</strong> gran<strong>de</strong> escala por mulheres<br />

que, fingindo-se musicistas, a exerciam <strong>em</strong> albergues, confeitarias, tavernas<br />

e principalmente nos balneários, acarretando imensos lucros à cida<strong>de</strong>.<br />

Os prostíbulos formavam uma indústria <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> envergadura, cuja<br />

exploração não constituia ato <strong>de</strong>sonroso; os clientes eram recrutados entre

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