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Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

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166<br />

R.B.S.H. 5(2):1994<br />

A convocação das parceiras é feita através do paciente o que talvez<br />

possa explicar a ausência <strong>de</strong>las nas entrevistas. Segundo Rodrigues Jr.,<br />

Andra<strong>de</strong> e Costa (1990):<br />

1) Os pacientes não passaram a elas a convocação;<br />

2) Receberam a convocação verbal e não a consi<strong>de</strong>raram ou o casal<br />

não consi<strong>de</strong>rou necessária a presença da parceira;<br />

3) Receberam a convocação verbal através do paciente mas, se<br />

recusaram a comparecer.<br />

Algumas parceiras comparec<strong>em</strong> à avaliação psicológica, mas não<br />

continuam o trabalho na terapia proposta. Não é raro se observar o medo<br />

<strong>de</strong> ser<strong>em</strong> rejeitadas pelos parceiros, caso a sua participação não “garanta”<br />

o êxito do relacionamento sexual conjugal. Outras parceiras <strong>de</strong>monstram o<br />

receio <strong>de</strong> que, uma vez resolvida a disfunção sexual, o parceiro passe a<br />

procurar relacionamentos extra-conjugais. Outras ainda, alegam não ter<strong>em</strong><br />

nenhuma dificulda<strong>de</strong> sexual, e que se comportam com o parceiro, da melhor<br />

forma possível, ou seja, o probl<strong>em</strong>a não é com elas, mas sim, com eles.<br />

Quando as parceiras comparec<strong>em</strong> às entrevistas iniciais, é comum alegar<strong>em</strong><br />

uma falta <strong>de</strong> motivação ou <strong>de</strong> interesse <strong>em</strong> participar do tratamento,<br />

<strong>de</strong>vido ao seu “<strong>de</strong>sgaste” e insatisfação no relacionamento com o parceiro<br />

<strong>em</strong> função da queixa sexual apresentada.<br />

A frustação conseqüente da insatisfação sexual vai mobilizando as<br />

<strong>de</strong>fesas e dificulda<strong>de</strong>s pessoais <strong>de</strong> cada m<strong>em</strong>bro do casal e, comprometendo<br />

o ânimo geral dos parceiros e o relacionamento como um todo. Também não<br />

é raro as parceiras alegar<strong>em</strong> uma insegurança com relação a seus companheiros<br />

com dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ereção, por ex<strong>em</strong>plo, atribuindo à tal dificulda<strong>de</strong>,<br />

a perda do interesse e da atração sexual por elas. Passam a <strong>de</strong>sconfiar que<br />

eles têm outra parceira e que, por isso, não se interessam mais por elas.<br />

Sendo assim, acham que a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> ereção é <strong>de</strong>vido à falta <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejo<br />

por elas. Costumam viver anos com tal <strong>de</strong>sconfiança, às vezes chegando a<br />

per<strong>de</strong>r’o interesse <strong>em</strong> restaurar o relacionamento. Não po<strong>de</strong>mos nos esquecer<br />

também, o fato <strong>de</strong> algumas mulheres sentir<strong>em</strong> um pouco ou nenhum<br />

interesse pelo sexo, sentindo-se melhor com a situação <strong>em</strong> que o marido<br />

apresenta uma disfunção erétil, o que as livraria da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter<strong>em</strong><br />

relações. É comum tais mulheres alegar<strong>em</strong> que o sexo não faz falta para elas<br />

e até não achariam ruim se tivess<strong>em</strong> que viver s<strong>em</strong> ele. Sab<strong>em</strong>os que o fator<br />

da repressão e da má informação ou educação sexual é muito forte na nossa<br />

socieda<strong>de</strong>. Não é raro <strong>de</strong>sta forma, o sexo ser fator aversivo ou mal resolvido<br />

<strong>em</strong> <strong>de</strong>terminadas pessoas que sofreram maior influência <strong>de</strong> tais fatores.<br />

Sendo assim, os contatos sexuais po<strong>de</strong>m r<strong>em</strong>eter à m<strong>em</strong>ória, l<strong>em</strong>branças <strong>de</strong><br />

experiências traumáticas ou negadas como prazerosas, ocorridas na infância<br />

no <strong>de</strong>correr da vida da pessoa, fazendo com que ela recuse ou evite o sexo,

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