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Untitled - Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana

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R.B.S.H. 5(2):1994<br />

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aceso é um <strong>de</strong>safio especial nos casamentos a longo prazo: se o casal não<br />

tratar <strong>de</strong> manter um certo encanto e revitalizar o erotismoo, o convívio<br />

erótico-amoroso ten<strong>de</strong> a submergir na construção <strong>de</strong> um relacionamento<br />

fraternal que sofre o <strong>de</strong>sgaste do t<strong>em</strong>po e das tensões do dia-a-dia da casa,<br />

do trabalho e da família. Mágoas, <strong>de</strong>silusões, <strong>de</strong>cepções, sonhos <strong>de</strong>sfeitos<br />

formam a base do <strong>de</strong>sinteresse sexual no casamento, especialmente nas<br />

mulheres.<br />

Quando <strong>de</strong>clina o <strong>de</strong>sejo e o erotismo, abre-se mais espaço para o<br />

tédio, indiferença e o esfriamente do contato; ou, ao contrário, o casal passa<br />

a construir um clima <strong>de</strong> brigas crônicas, feita <strong>de</strong> queixas, críticas e reclamações<br />

que, <strong>em</strong>bora <strong>de</strong> modo <strong>de</strong>sagradável, “aquece” o contato e po<strong>de</strong><br />

funcionar como anti-<strong>de</strong>pressivo, mantendo o envolvimento.<br />

A sexualida<strong>de</strong>, com freqüência, revigora-se no contexto das<br />

relações extraconjugais. No espaço recortado para momentos agradáveis e<br />

prazerosos, muitos homens e mulheres viv<strong>em</strong> o contraste entre o cotidiano<br />

morno do casamento duradouro e o neon do encantamento e da excitação<br />

presentes na conquista e na manutenção <strong>de</strong> um “caso secreto”, <strong>de</strong> curta ou<br />

longa duração. Charme, sedução, gentileza, envolvimento, clima propício<br />

para o erotismo encontram aí solo fértil, longe da burocracia doméstica, <strong>em</strong><br />

que tantas pessoas ca<strong>em</strong> na inércia do dia-a-dia, submerg<strong>em</strong> no cansaço e<br />

<strong>em</strong> outros afazeres, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o encantamento como priorida<strong>de</strong>.<br />

O índice <strong>de</strong> separações cresce a cada ano e, com isso, as pessoas<br />

ficam oficialmente disponíveis para novos amores. Para os maiores <strong>de</strong> 40,<br />

especialmente as mulheres que viv<strong>em</strong> mais t<strong>em</strong>po que os homens, a viuvez<br />

também traz a questão da reconstrução <strong>de</strong> vida, com ou s<strong>em</strong> novas parceiras.<br />

De qualquer modo, seja pela separação ou pela viuvez, há gran<strong>de</strong>s<br />

modificações na organização familiar e na reestruturação do convívio com<br />

amigos, parentes e filhos adolescentes ou adultos.<br />

A possibilida<strong>de</strong> da paixão ou a busca <strong>de</strong> companheiro(a) com base<br />

na solidarieda<strong>de</strong> e na amiza<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m acontecer <strong>em</strong> qualquer ida<strong>de</strong>.<br />

Namoro, amiza<strong>de</strong> amorosa, viver junto <strong>em</strong> casas separadas ou recasar? O<br />

leque das novas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> convívio amoroso é amplo e, <strong>em</strong> cada<br />

um <strong>de</strong>sses contextos, há dificulda<strong>de</strong>s e possibilida<strong>de</strong>s. No recasamento, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, forma-se uma “família instantânea”, com filhos <strong>de</strong> ambos que se<br />

divi<strong>de</strong>m entre moradores e visitantes, aceitando ou repudiando o novo par;<br />

<strong>em</strong> lares uniparentais com filhos adolescentes ou adultos jovens, a renegociação<br />

<strong>de</strong> limites <strong>de</strong> convívio (por ex<strong>em</strong>plo, qu<strong>em</strong> dorme com qu<strong>em</strong> e<br />

on<strong>de</strong>) num contexto <strong>em</strong> que, não raro, todos estão namorando. A sexualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pais, filhos e, eventualmente, netos, torna-se mais evi<strong>de</strong>nte para<br />

todos.

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