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DE PARTE<br />

Sol na manhã desprovida de qualquer manha<br />

ontológica ou outra. Um desejo enorme<br />

de senti-lo como uma amizade duradoura.<br />

Doura no céu azul sem princípio nem fim,<br />

moldando o mundo na insegurança do planeta.<br />

Crianças brincam no recreio da escola.<br />

Não as vejo, ouço-as. Vozes dizendo o quê?<br />

Não distingo o que dizem. Vociferam<br />

como lhes compete, facilitando encontros<br />

e desencontros, amizades e conflitos.<br />

Ainda dizem, os parvos, que a vida vivida,<br />

e não idealizada, é um mistério. A prava<br />

realidade de todos os dias, nesta amostragem<br />

de mundo, não confere ao que acontece<br />

a misteriosa desenvoltura da experiência.<br />

Só a maldade é feliz. Tudo o mais gravita<br />

entre a dor e o sofrimento. Por vezes pensa-se<br />

que algo se passa de bem, que uma bondade<br />

nos banha num período de tempo. O tempo,<br />

infelizmente, não se exterioriza em períodos.<br />

Quando não há consciência, a consciência<br />

é apenas ideologia. Dos mestres, da ordem<br />

e da facúndia dos ditadores. Todos, crianças<br />

e adultos, gostariam de ser ditadores: ditar<br />

uma realidade onde pudessem ser a lei.<br />

E os outros, os que se acotovelam todos<br />

os dias contra os corpos que desejamos<br />

não ser? Há objectos que temos de pôr<br />

de parte, ou subjugá-los. Julgá-los apenas<br />

objectos disponíveis na estranheza do ser!<br />

10/12/2012<br />

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