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o nidor côncavo da sensibilidade policroma<br />
na sempre eterna dualidade de todas as coisas.<br />
Amo em gredelém a euforia renovadora e cristal<br />
do poder encantatório das imagens polidas<br />
ao som fantástico de uma intuição poética,<br />
com o afresco da enérgica persuasão plástica<br />
no plaino de um coccíneo jogo de superfície,<br />
laivada com desamor no traço vigoroso e cruel<br />
do verde filho da inconsciência fútil e lábil,<br />
quando a placidez idiossincrática se identifica.<br />
Amo o círculo conceptual da realidade tangível<br />
na ingenuidade interpretativa e filosófica<br />
do delírio febril e inovador de um futurismo.<br />
Amo a cerimónia da confusão caótica e pânica<br />
no concerto falhado de uma macróbia miniatura,<br />
quando a nostalgia da integração pictórica<br />
mascara a nulificação dos objectos insípidos.<br />
Amo o panejamento aveludado da imaginação<br />
devido ao torso icástico da forte mulher nua,<br />
na muralha de ouro de reduzida espessura<br />
que a escatologia esbelta de um ritmo lento<br />
propaga à montagem intimista de um suspiro.<br />
Amo o imo do princípio da necessidade interior<br />
com a forma bicuda de um azul de bordos<br />
curvos tauxiado na agressividade feérica<br />
do figurativismo, cuja capacidade de sedução<br />
ablutora é pornográfica cotejada com o hierático<br />
simplismo do fauvismo (segundo o crítico).<br />
Amo a abertura aliveloz para o espaço ilusório<br />
sobrevoando o medo criador da ânsia algemada,<br />
com a poesia da incerteza no galope da ideia,<br />
quando a terra e o céu fazem batota com o homem.<br />
O “presente da memória”, que se afirma agora, é uma misteriosa<br />
combinação de possibilidades e de trocadilhos que não<br />
vou alicerçar em convenções mais ou menos estéticas e, muitas<br />
vezes, pretensamente filosóficas.<br />
14/11/2012<br />
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