Pedro Bandeira A Droga da Obediência
Pedro Bandeira A Droga da Obediência
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agido pelas próprias cabeças e esperavam desespera<strong>da</strong>mente uma ordem do<br />
chefe supremo <strong>da</strong> Pain Control.<br />
- Doutor Q.I.! Doutor Q.I.! O que faremos? - gritou um deles para a<br />
escuridão.<br />
Na escuridão, a voz cavernosa do Doutor Q.I. ressoou acima de todos eles:<br />
- Não adianta começar uma guerra no escuro. Não adianta atirar nos<br />
bombeiros. Vocês vão acabar acertando uns aos outros. Na<strong>da</strong> mais adianta.<br />
Fomos derrotados. Entreguem-se!<br />
Os bandidos tentaram entreolhar-se, para decidir o que fazer. Mas, no<br />
escuro total, isso era impossível. E, se até a liderança brutal do Doutor Q.I. tinha<br />
desistido, não havia mais por que oferecer qualquer resistência. Ouviu-se o<br />
ruído <strong>da</strong>s armas caindo no chão, em obediência à ordem <strong>da</strong> voz cavernosa.<br />
No mesmo instante as luzes acenderam-se e iluminaram as caras<br />
assombra<strong>da</strong>s dos bandidos, cercados de um lado do corredor pelos bombeiros,<br />
e do outro pelo detetive Andrade, Magrí, Calú, Crânio e Caspérides.<br />
Andrade assume o comando <strong>da</strong> situação:<br />
- Quietos, todos vocês! Mãos na cabeça!<br />
Os bandidos obedeceram e baixaram as cabeças, derrotados.<br />
- Garotos! - ordenou o detetive. - Peguem as armas desses bandidos!<br />
Crânio, Magrí e Calú executaram a ordem. O chefe dos bombeiros deu um<br />
passo à frente:<br />
- Que loucura é essa? Posso saber o que está acontecendo por aqui?<br />
Andrade não deixou a surpresa durar mais:<br />
- Sejam bem-vindos, amigos. Sou o detetive Andrade. Como vocês podem<br />
ver, aqui não houve nenhum incêndio. Houve muito mais do que um<br />
incêndio... Mas, antes de mais explicações, será que vocês podiam <strong>da</strong>r uma<br />
forcinha aqui na prisão deste bando de criminosos?<br />
Os bombeiros aju<strong>da</strong>ram a empurrar os bandidos para dentro de uma sala,<br />
onde eles ficariam bem trancadinhos até à chega<strong>da</strong> de reforço policial.<br />
Por entre o grupo de bombeiros que empurrava os bandidos, uma carinha<br />
sorridente apareceu:<br />
- Oi, pessoal! Tudo está sob controle agora? Magrí deu um grito:<br />
- Chumbinho! Você não está morto!<br />
- É claro que não estou! - explicou o menino, com a cara mais sapeca do<br />
mundo. - Eu só fingi que fui atingido pelo tiro. Assim esses trouxas nem ligaram<br />
pra mim e ficaram tentando derrubar a porta. Eu fui saindo de fininho... Era a<br />
única maneira de continuar a procurar a casa de força!<br />
O bioquímico Márius Caspérides surpreendia-se ca<strong>da</strong> vez mais:<br />
- Sim, sim, sim! Então foi você que apagou as luzes?