15.04.2013 Views

Pedro Bandeira A Droga da Obediência

Pedro Bandeira A Droga da Obediência

Pedro Bandeira A Droga da Obediência

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Apesar do choque, a rapidez de raciocínio e a atenção treina<strong>da</strong> de Magrí<br />

não se deixaram abalar. Ela era um Kara antes de tudo. E aquele detalhe não lhe<br />

escapou: no dedo do cadáver havia um curativo. Um curativo grande,<br />

exagerado como o que havia no dedo do Chumbinho!<br />

Coincidência? Talvez, mas uma pista suficiente para fazer a menina correr<br />

pela Dom José de Barros até à São João.<br />

Magrí sabia que conseguir um táxi àquela hora era uma façanha. Por isso<br />

abriu a porta de um que estava parado no sinal e ofereceu ao passageiro:<br />

- Estas cinco notas para o senhor, se me ceder este táxi! Surpreso, o<br />

passageiro concordou.<br />

- Obriga<strong>da</strong>! - a menina entrou no táxi e estendeu outras notas para o<br />

motorista. - Mais cinco para o senhor, se me levar voando para a Teodoro<br />

Sampaio com a aveni<strong>da</strong> Doutor Arnaldo!<br />

Era uma boa vantagem não ser pobre naquela hora. Em poucos minutos<br />

Magrí estava desembarcando do táxi em frente ao Instituto Médico Legal.<br />

***<br />

Todos os funcionários e até os policiais ficaram com pena <strong>da</strong>quela<br />

garotinha desespera<strong>da</strong>. Afinal, que mal haveria em deixar entrar a infeliz<br />

namoradinha do garoto assassinado? Era melhor que ela se despedisse dele<br />

antes que o corpo <strong>da</strong> vítima fosse destruído pela autópsia.<br />

A menina, de aparelho nos dentes, descabelou-se ao ver o cadáver do<br />

rapaz estirado numa pedra fria no necrotério.<br />

- Bronca! Meu amor! O que fizeram com você, meu querido? Ai de mim!<br />

Assassinaram o meu amor!<br />

A menina atirou-se sobre o cadáver, beijou-o exagera<strong>da</strong>mente e agarrou-se<br />

em sua mão.<br />

- Por quê? Por que fizeram uma coisa dessas? O que será de mim agora?<br />

vítima.<br />

Delica<strong>da</strong>mente, um funcionário retirou <strong>da</strong>li a chorosa namoradinha <strong>da</strong><br />

***<br />

Ain<strong>da</strong> abalado pela comovente cena que acabara de presenciar, o detetive<br />

gordo, exausto, suado, ficou olhando para o cadáver.<br />

- Bandidos... assassinos! Que cruel<strong>da</strong>de...<br />

De repente, seu faro treinado de cão policial deu um alerta. Alguma coisa<br />

estava diferente!

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!