Pedro Bandeira A Droga da Obediência
Pedro Bandeira A Droga da Obediência
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6. Um encontro inesperado<br />
- O que está fazendo por aqui, garoto? - perguntou o detetive Andrade,<br />
saltando do carro e segurando Miguel pelo braço. - O que você quer nesta casa?<br />
- Eu? Na<strong>da</strong>... -respondeu Miguel, tentando livrar-se do aperto.<br />
- Você não sabe que casa é esta? Vamos, respon<strong>da</strong>!<br />
O detetive Rubens colocou-se entre os dois. Afastou Andrade firmemente<br />
com uma <strong>da</strong>s mãos e passou o outro braço em torno dos ombros de Miguel.<br />
- Calma, Andrade. Deixe o garoto comigo.<br />
- Não se meta, Rubens. Eu quero saber o que esse moleque está fazendo<br />
aqui. Esta é a casa <strong>da</strong>quele garoto que desapareceu lá do Dante. Eu quero<br />
saber...<br />
Miguel tentou manter a cabeça no lugar. Percebeu que o jeito era bancar o<br />
garoto assustado:<br />
- Eu... eu não sabia. O que é que tem essa casa? Eu ia falar com um amigo<br />
que...<br />
- Ah, é? - gozou Andrade. - E você também estava visitando amiguinhos<br />
quando foi fazer perguntas na casa <strong>da</strong>quela menina que desapareceu do<br />
Equipe? E na casa <strong>da</strong>quele garoto que sumiu do Vera? Hein? Respon<strong>da</strong>!<br />
Por um instante Miguel não soube o que responder. Ele estava sendo<br />
seguido o tempo todo! Por quê? Será que Magrí, Calú e Crânio também<br />
estavam sendo seguidos? Era preciso pensar depressa. Se a polícia desconfiava<br />
dele, era por causa de alguma coisa que ele tinha dito ou feito no interrogatório<br />
lá na sala do professor Cardoso, o diretor do Elite. Então não haveria razão para<br />
desconfiar dos outros três, a menos que a polícia soubesse <strong>da</strong> existência dos<br />
Karas. Impossível! Ou não? Ou... teria o Chumbinho aberto o bico?<br />
Aos poucos, a voz calma do detetive Rubens trouxe de novo o líder dos<br />
Karas à reali<strong>da</strong>de:<br />
- Desculpe, Miguel, mas é ver<strong>da</strong>de. Você andou visitando as casas de dois<br />
dos garotos desaparecidos. Nós sabemos. Por quê? O que você tem a ver com<br />
isso?<br />
- Na<strong>da</strong>. É que...<br />
Pela primeira vez Miguel estava atordoado. Sua presença de espírito, tão<br />
brilhante em situações inespera<strong>da</strong>s, não lhe trazia qualquer inspiração.<br />
Andrade não estava para brincadeiras: