15.04.2013 Views

Pedro Bandeira A Droga da Obediência

Pedro Bandeira A Droga da Obediência

Pedro Bandeira A Droga da Obediência

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

4. Crânio raciocina<br />

Quando Miguel e Chumbinho fecharam o alçapão depois de pular para o<br />

esconderijo secreto, <strong>da</strong> gaitinha do Crânio vinha uma melodia lenta, que se<br />

espalhava por todo o forro do vestiário do Elite.<br />

- Por que você fez o sinal de silêncio, Miguel?<br />

O líder dos Karas sorriu quando olhou para o menino. No dedo indicador<br />

<strong>da</strong> mão esquer<strong>da</strong> do Chumbinho, aquele que havia levado uma espetadinha<br />

para a tal “cerimônia de iniciação”, havia um enorme curativo. O dedo do<br />

garoto estava enrolado com gaze e esparadrapo como se tivesse sofrido um<br />

sério acidente...<br />

- Está rindo de quê, Miguel? Eu perguntei por que você fez o sinal de<br />

silêncio.<br />

- Ahn? Não sei, Chumbinho. Eu achei que havia alguma coisa estranha,<br />

alguma coisa que me deixou desconfiado. Achei melhor não falar na<strong>da</strong> agora.<br />

Além do mais, nós sabemos muito pouco.<br />

- Mas tem aquele jeito estranho do Bronca. Ele nunca foi obediente assim.<br />

- Pois é, Chumbinho. É só isso que temos. E não vamos contar na<strong>da</strong> para<br />

ninguém. Pelo menos por enquanto.<br />

Magrí e Calú chegaram juntos, e a menina foi a primeira a apresentar seu<br />

relatório. Enquanto Magrí falava, o som <strong>da</strong> gaitinha do Crânio ficou suave<br />

como uma carícia.<br />

- O Bronca tinha uma namora<strong>da</strong>, sim, mas a garota não sabe de na<strong>da</strong>. Não<br />

viu na<strong>da</strong>, nem ninguém estranho. Está tão “desconsola<strong>da</strong>” com o<br />

desaparecimento do Bronca que até já arranjou outro namorado pra ter com<br />

quem se “consolar”...<br />

- E você, Calú?<br />

- Na<strong>da</strong> estranho, Miguel. Ninguém se lembra de ter visto o Bronca falando<br />

com alguém desconhecido, nem sabem dizer se o Bronca estava diferente.<br />

Na<strong>da</strong>, na<strong>da</strong> mesmo.<br />

- Eu descobri que o Bronca era um sujeito meio reservado - relatou Miguel.<br />

- Não deu para saber se ele freqüentava algum lugar especial fora do colégio.<br />

Acho que estamos empacados, Karas. Nem sei por onde começar.<br />

- E eu, Miguel? - perguntou Chumbinho apontando para si mesmo com o<br />

dedo enfaixado.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!