Pedro Bandeira A Droga da Obediência
Pedro Bandeira A Droga da Obediência
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de batatas.<br />
- A senhora só ouve a minha voz. Somente a minha voz. Vamos voltar no<br />
tempo para esta manhã. A senhora está entrando no vestiário...<br />
- No vestiário... que porcaria! -murmurou dona Rosa em seu transe<br />
hipnótico.<br />
- Isso. Vamos falar <strong>da</strong> porcaria. A senhora está vendo a porcaria?<br />
- Estou vendo. Esses meninos não têm consideração com os pobres...<br />
- Conte para mim, dona Rosa. Como são esses riscos e esses pingos.<br />
- Em cima tem um risco, um pingo, outro risco.<br />
- É Morse, mesmo. O que ela disse é um K! - conferiu Magrí.<br />
- E depois, dona Rosa?<br />
- Tem um risco, outro pingo, outro pingo, outro pingo...<br />
- B! - traduziu Calú.<br />
- Embaixo tem um risco, um pingo, um risco, um pingo...<br />
- C de Chumbinho! - concluiu Miguel.<br />
- Tem mais, dona Rosa?<br />
- Mais na<strong>da</strong>... sujeira... porcaria... meninos porcos... Crânio aproximou-se<br />
<strong>da</strong> faxineira:<br />
- Dona Rosa, eu vou contar até três. Quando eu terminar de contar, a<br />
senhora acor<strong>da</strong>rá e terá esquecido tudo o que aconteceu agora. Um, dois, três!<br />
Acorde, dona Rosa!<br />
Os olhos <strong>da</strong> gor<strong>da</strong> senhora abriram-se de repente e ela se levantou<br />
apressa<strong>da</strong>:<br />
de...<br />
hipnose.<br />
- Nossa! Tenho muito trabalho ain<strong>da</strong>. Com licença, meninos, mas eu tenho<br />
E foi-se embora, sem se lembrar de nadinha <strong>da</strong>quela estranha sessão de<br />
***<br />
- K-B-C: Karas-Bino-Chumbinho - decifrou Miguel. - E isso! Chumbinho<br />
tentou nos avisar que ele e Bino caíram na armadilha dos bandidos!<br />
- Calú! - comandou Crânio. - Verifique se Bino veio à escola hoje!<br />
***<br />
Era isso. Por mais que procurassem, não foi possível encontrar o Bino<br />
também.<br />
Miguel sentiu-se duplamente culpado. Ao man<strong>da</strong>r Chumbinho