Pedro Bandeira A Droga da Obediência
Pedro Bandeira A Droga da Obediência
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susto:<br />
- Calú! E o senhor é o bioquímico que eu vi falando com... Ei! Por que<br />
vocês estão algemados?<br />
- Fuja, Chumbinho! - ordenou Calú.<br />
Mas era muito tarde. Por trás dos dois surgiu o detetive Rubens,<br />
apontando um revólver para o garoto.<br />
- Quietinho aí, menino! Senão leva chumbo!<br />
Mas Rubens não conhecia os Karas. Se conhecesse, jamais iria distrair-se<br />
<strong>da</strong> guar<strong>da</strong> de um deles para apontar uma arma para o outro: com as mãos<br />
algema<strong>da</strong>s, Calú aproveitou-se e golpeou, de baixo para cima, o braço<br />
estendido de Rubens!<br />
A bala foi cravar-se no teto e, ato contínuo, Calú meteu uma cotovela<strong>da</strong> no<br />
estômago do detetive.<br />
A arma voou longe e, quando Rubens recuperou o fôlego, viu um cano<br />
apontado para sua testa. Era Chumbinho, que, rápido como um gato, havia se<br />
apoderado do revólver:<br />
- Quietinho, você, seu bandido! - vingou-se Chumbinho, com muita raiva<br />
na voz. Ele se lembrava <strong>da</strong>quela cara na sala do diretor do Colégio Elite e, ao<br />
contrário de Miguel, não tinha simpatizado com ela desde o início.<br />
- Grande, Chumbinho! - aplaudiu Calú, revistando os bolsos de Rubens,<br />
em busca <strong>da</strong> chave <strong>da</strong>s algemas.<br />
- Sim, sim, sim! - sorriu Caspérides. - Que meninos valentes!<br />
- Vocês não vão escapar... - começou a ameaçar Rubens.<br />
- Cala a boca, traidor! - Calú tirou as algemas de seus pulsos, libertou<br />
também o bioquímico, mas, no momento em que se preparava para algemar o<br />
detetive traidor...<br />
- O que está acontecendo aqui?<br />
Na moldura <strong>da</strong> porta, apareceram três figuras enormes, ameaçadoras:<br />
- Detetive Rubens! - estranhou o Animal. - O que é que o senhor está<br />
fazendo aí no chão?<br />
- Rápido, idiota! Me ajude! Esses moleques...<br />
- Não podemos fazer na<strong>da</strong>, seu Rubens... - lamentou-se o Coisa.<br />
- Estamos sem as nossas armas - informou o Fera.<br />
Os três foram empurrados para dentro, e o detetive Andrade entrou de<br />
arma na mão, logo seguido por um jovem casal de mendigos.<br />
- Crânio! Magrí!<br />
- Calú! Chumbinho!<br />
- Cadê Miguel?<br />
- Está na boca do lobo! - respondeu Chumbinho. - A essa hora já deve ter