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65<br />

Uma moça serrana entoou, e as outras acompanharam-a:<br />

Ave Maria,<br />

Sancta Maria.<br />

Pelas tuas sete dores,<br />

O Virgem, tem dó<br />

Da mulher que tem amores<br />

£ que vive só.<br />

Ave Maria,<br />

Sancta Maria,<br />

Das tentações<br />

Longe nos guia.<br />

— Como vi crescer-ttí a agua na bocca — disse a Maria,<br />

olhando de soslaio para D. Carlota e José de Sousa, que<br />

iam fallando com intimidade; — tive dó de ti, rapariga.<br />

— Cá a mim não me vem agua á bocca pelo que vejo:<br />

não sou como tu...<br />

— Nenja eu. Olha, mana, quem pela lingua pecca pela<br />

lingua perde: e eu lá para graças não sou...<br />

— Eu comtigo não me metti. Estas que o digam— accudiu<br />

a Francisca, mocetona com cara de poucos amigos,<br />

traçando a capa.<br />

— Nada de graças pesadas., ouviram? — interrompeu a<br />

mais velha das mulheres, em tom de auctoridade. E, como<br />

para cortar a conversação que se ia azedando, entoou:<br />

Ave Maria,<br />

Sancta Maria.<br />

Mãe de Deus, piedosa accode<br />

A quem padecer.<br />

Quem mal vive ao menos pode<br />

Bemdicto morrer.<br />

Obra protegida por direitos de autor<br />

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