O sentimentalismo (1871).preview.pdf
O sentimentalismo (1871).preview.pdf
O sentimentalismo (1871).preview.pdf
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
313<br />
— Amigos! — interrompeu com vehemencia o velho<br />
advogado.— Amigos!... Não os ha já.— Mudando, porem,<br />
de tom, e banhado em lagrimas, proseguiu: — Perdão...<br />
perdão, sr." D. Carlota... perdão, Luiz de Mello. Ha amigos...<br />
mas são raros... Sinto uma dôr, uma agonia mortal.<br />
— A esperança é o melhor bálsamo para essa ferida —<br />
observou o Luiz de Mello.<br />
— Deve ter mais do que esperança — ousou dizer a<br />
D. Carlota.—Deve ter a certeza... de que ninguém porá<br />
em duvida a sua probidade. Todos o conhecem e o respeitam...<br />
— É sempre desapiedado o mundo para os que... o<br />
assombraram com a rigidez do seu caracter.<br />
— Não terá que dizer... o mundo—interrompeu o Luiz<br />
de Mello.<br />
— É porque não sabe, Luiz de Mello...<br />
— Sei tudo.<br />
— E então?...<br />
— A sua responsabilidade... essa responsabilidade<br />
tanto lhe pesava...<br />
— Sim?!<br />
— Acabou.<br />
— Acabou! Como? Que me diz?...<br />
— A verdade.<br />
— E a letra?<br />
— Paga. Aqui está ella.<br />
que<br />
O doente senlou-se subitamente na cama. Tomou nas<br />
mãos a letra; observou-a com soffreguidão. Uma expressão<br />
de indizível alegria o animou; um ligeiro rubor lhe mino-<br />
rou a pallidez. E, tomando entre os braços a pallida e con-<br />
vulsa Maihilde, deu-lhe um longo beijo, em que se concentraram<br />
todos os sanctos ardores do seu amor paternal.<br />
— Tranquiilise-se, meu pae—disse a D. Mathilde aíTagando-o.—<br />
Essa exaltação... pode fazer-lhe mal.<br />
— Não, não faz mal a felicidade—acudiu elle. E, de-<br />
pois de uma curta meditação, mudando subitamente de tora<br />
Obra protegida por direitos de autor