O sentimentalismo (1871).preview.pdf
O sentimentalismo (1871).preview.pdf
O sentimentalismo (1871).preview.pdf
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
I<br />
GAIATAS<br />
Carta a D. António d'AImada<br />
— No Bussaco—<br />
Meu caro amigo.— Escrevo-le para conversar comtigo.<br />
Esiou com saudades tuas, podes crel-o. Faz-me falta esse<br />
teu génio jovial, que umas vezes me leva a esquecer as<br />
tristes cogitações inevitáveis em quem toma, como eu, a<br />
serio o dever e a responsabilidade; outras me impacienta,<br />
me importuna, e me faz quasi desejar o ver-te longe de mim...<br />
provavelmente para commetter, como agora, a fraqueza de<br />
ter saudades tuas. Já não é moda ter saudades, bem o sei: e<br />
eu, a fallar a verdade, que não tenho sequer tempo para<br />
as ter, mal posso deixar de andar á moda. Não te rias, pois,<br />
de mim — faz de conta que não leste esta minha confissão<br />
de <strong>sentimentalismo</strong> — mas não deixes de ver o resto d'esta<br />
carta, porque te vou contar uma singela historia, e pedir-te<br />
um importante favor.<br />
No próprio dia em que sahiste de Lisboa recebi uma<br />
carta, em que me pediam para ir ver o Carlos do Arnal, o<br />
advogado celebre pela rigidez de caracter, e talento com que<br />
2122978<br />
Obra protegida por direitos de autor