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67<br />

— Para lhe prantar as aranhas para fora do miolo...—<br />

interrompeu a Francisca, como para desafiar as iras da companheira.—<br />

Pois olha que lu também devias ir ter com a<br />

— Faze-te fina comigo, Francisca — acudiu a Maria—<br />

Salomé...<br />

faze-te fina e queixa-te depois. Sabes que mais, uma das<br />

que tem ido mais de uma vez á Salomé...<br />

— Gal-te ahi, mulher. Olha que eu já te disse...<br />

— Leva rumori — bradou a velha Josepha.— Estamos<br />

ao pé do Calvário. É rezar: e peço primeiro uma Ave-Maria<br />

— Pois vá, que se ella morre... faz falta a todos: á fi-<br />

pela Salomé.<br />

lha e ás moças da nossa terra, a quem ella ensina e ajuda<br />

a embonecar-se.— Tem umas mãos de prata, a Salomé.<br />

As serranas entoaram uma Ave-Maria; ajoelhando diante<br />

da arruinada capella do Calvário, situada a considerável al-<br />

tura no pendor da serra.<br />

D'esta capella vai, trepando pela serra acima, um car-<br />

reiro bastante escabroso até dar á Cruz-Alta, como já dis-<br />

semos. Por esse carreiro proseguiram a sua ascensão os<br />

nossos turistas.<br />

— É Íngreme a subida — dizia D. Carlota de Sousa, encostando-se<br />

a um páo de loureiro que levava na mão, e em<br />

cuja casca abrira, a canivete, as próprias iniciaes, como para<br />

assegurar a sua propriedade. — Vamos, Mathilde, não des-<br />

animes... e sobre ludo não me caias em melancolia, filha.<br />

Aqui o ar livre tudo leva; tristezas e saudades.<br />

— Tens razão, Carlota — acudiu, com a sua natural<br />

bonhomia, o José de Sousa.— A sr.' D. Mathilde deve lan-<br />

çar de si estas tristezas, que lhe fazem mal... a ella e ao<br />

pobre do pae, que tanto lhe quer.<br />

— Eu não estou triste — respondeu a D. Mathilde.<br />

Estou cançada...<br />

— í^ara isso ha remédio; aqui está o meu braço...<br />

— At|ui está o meu, Mathilde — interrompeu a D. Carlota.—<br />

Eu é que não estou cançada. Bem sabes que nasci<br />

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