O sentimentalismo (1871).preview.pdf
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do velho advogado Carlos do Arnal era completa. Durante<br />
essa festa só duas pessoas sentiam o coração opprimido pela<br />
tristeza; apezar do muito que queriam aos noivos, e dos<br />
votos sinceros que faziam pela sua felicidade. Eram D. Car-<br />
lota de Sousa e Soledade.<br />
A D. Carlota tinha saudades de D. António d'Almada.<br />
Parecia-lhe incompleta a festa sem a presença d'aquelle<br />
que, pela sua grandeza d'alma, a sua generosidade e a sua<br />
dedicação sublime, havia salvado um homem honrado da<br />
desolação e da morte, para lhe dar a felicidade reslituindo-<br />
Ihe a honra: d'aquelle a quem o Luiz de Mello e Mathilde<br />
deviam a ventura ineíTavel de que estavam gozando.<br />
Não se escondia nenhum outro sentimento no intimo do<br />
coração da D. Carlota? Quem sabe?— EUa própria o não<br />
poderia dizer.<br />
A Soledade tinha o lucto no coração; mas escondia a pró-<br />
pria dôr, para que ella não perturbasse a alegria da sua<br />
protectora, da sua querida Mathilde. Dias antes lera n'um<br />
jornal a noticia de ter morrido no Brazil o Silvestre Palmar.<br />
FIM.<br />
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