A emergência do feminismo de Estado em Portugal
A emergência do feminismo de Estado em Portugal
A emergência do feminismo de Estado em Portugal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
56<br />
A <strong><strong>em</strong>ergência</strong> <strong>do</strong> <strong>f<strong>em</strong>inismo</strong> <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>Portugal</strong>:<br />
uma história da criação da Comissão da Condição F<strong>em</strong>inina<br />
influência junto da opinião pública sobre as matérias <strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. Numa<br />
reunião a presi<strong>de</strong>nte, Maria <strong>de</strong> Lour<strong>de</strong>s Pintasilgo, recordava os objectivos <strong>do</strong>s<br />
contactos com as jornalistas:<br />
…abrir canais às jornalistas para os vários Ministérios e para as<br />
organizações não governamentais; - abrir canais para a opinião pública<br />
para a Comissão; - reconhecer o papel importante das mulheres<br />
jornalistas; - estrategizar a acção <strong>em</strong> termos da opinião pública; -<br />
indicação <strong>do</strong>s “pontos quentes” senti<strong>do</strong>s pelas jornalistas para a<br />
situação das mulheres; - responsabilizar e apelar para as jornalistas<br />
que têm um papel importante nos mass-media como <strong>de</strong>tona<strong>do</strong>res.<br />
(<strong>do</strong>c. <strong>de</strong> arquivo 0023.030)<br />
A utilização da Televisão foi também nesta altura prevista pela Comissão, no<br />
âmbito <strong>de</strong> um projecto <strong>de</strong> informação. O objectivo global era divulgar as activida<strong>de</strong>s<br />
da Comissão (<strong>do</strong>c. <strong>de</strong> arquivo 0022.044):<br />
1.1 - Oferecer aos telespecta<strong>do</strong>res através <strong>de</strong> flashes reais a<br />
“imag<strong>em</strong>” da mulher e <strong>do</strong> hom<strong>em</strong> na socieda<strong>de</strong> portuguesa.<br />
1.2- A partir <strong>de</strong>sses flashes questionar o público <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a torná-lo<br />
crítico relativamente a essas imagens estereotipadas.<br />
2 - Transmitir aos telespecta<strong>do</strong>res o sentir das mulheres portuguesas<br />
relativamente à sua situação actual na socieda<strong>de</strong> e às suas<br />
aspirações mais profundas.<br />
3 - Dar a conhecer a Comissão da Condição F<strong>em</strong>inina – os seus projectos,<br />
constituição, projectos e realizações.<br />
4 - Pôr ao alcance das mulheres e <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os portugueses <strong>em</strong> geral<br />
o conhecimento <strong>do</strong> que vai acontecen<strong>do</strong> no mun<strong>do</strong> relativamente à<br />
luta das mulheres pela sua libertação e à sua participação na construção<br />
da socieda<strong>de</strong>.<br />
Isto seria feito <strong>em</strong> “programas <strong>de</strong> fun<strong>do</strong>”, regulares, que tratariam <strong>de</strong> t<strong>em</strong>as<br />
escolhi<strong>do</strong>s junto das mulheres através da Comissão, <strong>do</strong> Conselho Interministerial<br />
ou das ONG. Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> t<strong>em</strong>as a tratar eram, para 1976, o “Planeamento<br />
Familiar” e “A criança e a maternida<strong>de</strong>-paternida<strong>de</strong>”. Outros ex<strong>em</strong>plos<br />
apresenta<strong>do</strong>s tinham a ver com o “Levantamento estatístico da situação das<br />
mulheres”, e com o “Serviço Cívico para Raparigas”.