16.04.2013 Views

"O CÉU PODE ESPERAR" Vera Lúcia M. de Carvalho Sinopse ...

"O CÉU PODE ESPERAR" Vera Lúcia M. de Carvalho Sinopse ...

"O CÉU PODE ESPERAR" Vera Lúcia M. de Carvalho Sinopse ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

um <strong>de</strong>les receber<br />

medicamento à noite para os outros acordarem. O <strong>de</strong>sjejum estava sendo se<br />

rvido.Os garotos, ao verem Pedro, sorriram cumprimentando-o.<br />

- Como vocês estão passando? - questionou Pedro.<br />

Foram muitas as respostas e algumas queixas que Pedro ouviu e comentou c<br />

om palavras <strong>de</strong> incentivo.<br />

- Pedro, venha cá um momento - pediu Marquinho.<br />

- Quero lhe contar um sonho que tive agora <strong>de</strong> manhã.<br />

- Como sabe que foi <strong>de</strong> manhã? - Pedro perguntou sentando-se ao lado do lei<br />

to <strong>de</strong>le.<br />

- E porque a enfermeira Mara me <strong>de</strong>u um remédio às seis horas e <strong>de</strong>pois dorm<br />

i e sonhei. Foi com Alê. No sonho, ele entrou aqui, estava <strong>de</strong> roupa, não d<br />

e pijama. Vestia<br />

uma camisa <strong>de</strong> manga comprida azul. Estava muito bonito, corado e mais gor<br />

do. Entrou no quarto, sorriu e <strong>de</strong>u um tchau com a mão e, como viu que eu<br />

o tinha visto,<br />

me mandou um beijo e foi embora. Engraçado que ele não pisava no chão, es<br />

tava andando no ar. Na porta, havia duas pessoas <strong>de</strong> aspecto bondoso esper<br />

ando por ele. Se<br />

eu o vi sadio, é um bom sinal, não é?<br />

- Deve ser sim, Marquinho! Foi um belo sonho!<br />

Pedro sentiu um aperto no peito, <strong>de</strong>spediu-se dos garotos e foi rápido par<br />

a o quarto do filho. No corredor, antes <strong>de</strong> entrar no quarto, uma enfermeira<br />

o chamou:<br />

- Senhor Pedro, por favor!<br />

- Que foi? Alexandre piorou? - perguntou aflito.<br />

- Creio que não piorou, certamente agora ele ficará bem - respon<strong>de</strong>u a enfer<br />

meira.<br />

- Ele morreu? - indagou Pedro encostando-se à pare<strong>de</strong>.<br />

- Alexandre <strong>de</strong>scansou, agora com certeza não sofre mais. Seu filho faleceu<br />

às sete horas. Pedimos para que passasse na enfermaria antes para po<strong>de</strong>rmo<br />

s <strong>de</strong>sligar os<br />

aparelhos . Telefonamos para sua irmã e para o telefone <strong>de</strong> recados.<br />

Quer vê-lo? Logo o encaminharemos ao serviço funerário.<br />

Pedro agra<strong>de</strong>ceu e entrou no quarto. Viu Alexandre <strong>de</strong>itado no leito sem o so<br />

ro, sem os aparelhos. Seu filhinho estava tranqüilo, nos seus lábios um lev<br />

e sorriso.<br />

Beijou-o.<br />

- Que Deus o abençoe, meu filho!<br />

Olhou para o garoto do leito ao lado, que estava em coma e talvez falece<br />

sse logo também. Chorou baixinho. Sentiu-se abraçado, olhou e viu sua irmã<br />

Nilza.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!