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"O CÉU PODE ESPERAR" Vera Lúcia M. de Carvalho Sinopse ...

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<strong>de</strong>talhes para empacotar o cinqüenta e três.<br />

- Você mata? - perguntou Falcão se espantando.<br />

- Sim, por que o susto? Não matou ninguém ainda?<br />

- Não - respon<strong>de</strong>u Falcão. - Já tive vonta<strong>de</strong>, mas...<br />

- Você não tem coragem? - perguntou Pedro.<br />

- Não é isso, é que tenho resolvido meus assuntos <strong>de</strong> outro modo. E não quero<br />

ir para a prisão.<br />

- Quando se faz o serviço bem-feito, não precisa ter medo. Vim aqui para<br />

matar uma pessoa, executo-a, vou embora para longe e ninguém por aqui s<br />

abe nem o meu nome.<br />

Muitos dirão que me viram, mas a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>les não levará a polícia até m<br />

im. Tinjo os cabelos, <strong>de</strong>ixo a<br />

barba crescer, coloco óculos etc.<br />

- Quem você vai matar? - perguntou Falcão curioso.<br />

- Só sei o nome, amanhã receberei mais <strong>de</strong>talhes. Sei que é um safado que<br />

está atrás <strong>de</strong> uma mulher casada e que está ameaçando a família. Merece mo<br />

rrer! Você não<br />

acha?<br />

- Sim, acho. Mas quem é ele?<br />

- Por que quer saber? Você está perguntando <strong>de</strong>mais e não gosto - respon<strong>de</strong><br />

u Pedro.<br />

Mexeu na ca<strong>de</strong>ira mostrando ao outro o volume no bolso do casaco e Falcão<br />

com certeza acreditou ser uma arma. Pedro sentiu que o perturbador da paz<br />

<strong>de</strong> Isaac ia sair<br />

<strong>de</strong> perto <strong>de</strong>le e falou:<br />

- Mas, vou lhe dizer, é um tal <strong>de</strong> Sebastião. Dizem que é conhecido por um<br />

apelido. Amanhã vou saber.<br />

Falou <strong>de</strong> cabeça baixa, mas percebeu que o outro parou <strong>de</strong> se movimentar e s<br />

ua respiração ficou diferente.<br />

- Conhece? - perguntou Pedro.<br />

- Não, não conheço. Agora se me <strong>de</strong>r licença tenho <strong>de</strong> ir - respon<strong>de</strong>u Falcão<br />

apressadamente.<br />

- Não fale nada do que ouviu, cara - recomendou Pedro. - Não é difícil em<br />

vez <strong>de</strong> matar um, apagar dois. Enten<strong>de</strong>u? Acho que bebi <strong>de</strong>mais e falei mais<br />

ainda.<br />

- Não falo, não. Já esqueci o que ouvi.<br />

Falcão saiu do bar e Pedro ficou ali observando os frequentadores. Sentiu d<br />

ó daquelas pessoas que pareciam alegres.<br />

"Todos têm problemas! Aquela moça ri, mas escutei-a comentar com a outr<br />

a que está preocupada com o filho doente. E melhor concentrar-me no meu<br />

problema. Vou sair<br />

do bar e andar vagarosamente pelas ruas. E, com certeza esse Falcão <strong>de</strong>ve e

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