ANDRADE, Carlos Drummond - A Rosa do Povo.pdf - Colégio Dom ...

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A boneca partida antes de brincada, também uma roda rodando no jardim, e o trem de ferro passando sobre mim tão leve: não me esmaga, antes me recorda. É a carta escrita com letras difíceis, posta num correio sem selo e censura. A janela aberta onde se debruçam olhos caminhantes, olhos que te pedem e não sabes dar. O velho dormindo na cadeira imprópria. O jornal rasgado. O cão farejando. A barba andando. O bolo cheirando. O vento soprando. E o relógio inerte. O cântico de missa mais do que abafado, numa rua branca o vestido branco revoando ao frio.
O doce escondido, o livro proibido, o banho frustrado, o sonho do baile sobre chão de água ou aquela viagem ao sem-fim do tempo lá onde não chega a lei dos mais velhos. É o isolamento em frente às castanhas, a zona de pasmo na bola de som, a mancha de vinho na toalha bêbeda, desgosto de quinhentas bocas engolindo falsos caramelos ainda orvalhados do pranto das ruas. A cabana oca na terra sem música. O silêncio interessado no país das formigas. Sono de lagartos que não ouvem o sino. Conversa de peixes sobre coisas líquidas. São casos de aranha em luta com mosquitos. Manchas na madeira coitada e apodrecida.
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A rosa do povo despetala-se, ou ain
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OBRAS DO AUTOR NA RECORD Prosa CONT
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Andrade, Carlos Drummond de, 1902-1
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Campo, Chinês e Sono 65 Episódio
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sua mais límpida elegia. Bebo em M
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PROCURA DA POESIA Não faças verso
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Tem paciência, se obscuros. Calma,
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Em vão me tento explicar, os muros
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Carrego comigo há dezenas de anos
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A boca experiente saúda os amigos.
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Não sei o que seja. Eu não a esco
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É a hora do descanso, mas o descan
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Somos apenas uns homens e a naturez
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eles povoam a cidade. Depois da cid
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Visito os fatos, não te encontro.
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o incesto, a bênção, a partida,
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Lentamente os escritórios se recup
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VII Ou não se salva, e é o mesmo.
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PASSAGEM DO ANO O último dia do an
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A boca está comendo vida. A boca e
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É noite na roça grande. É noite,
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assistes ao dia perseverar no cânc
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otina, tu vives tu vives, mas trist
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Nos áureos tempos a rua era tanta.
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e de mao em mão um papel circula e
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Vi moças gritando numa tempestade.
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demandando corpos que em gás se pe
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Um inseto cava cava sem alarme perf
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Até hoje perplexo ante o que murch
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FRAGILIDADE Este verso, apenas um a
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eu me sinto bem e aí me sepulto pa
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Mas a vida: captada em sua forma ir
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Debruça-te no ouvido, ouve o murm
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Seguro teus chifres: eis-me transpo
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Onde é tudo belo e fantástico, s
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que deposite flores sobre o retrato
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MOVIMENTO DA ESPADA Estamos quites,
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No quarto de hotel a mala se abre:
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ANUNCIO DA ROSA Imenso trabalho nos
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EDIFÍCIO SÃO BORJA Cólica premon
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Imolação das venezas as terras di
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Mas a casa é um amor. Que paz nos
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Que a terra há de comer. Mas não
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E de olhar esta folha, se cai. Na q
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Este tempo, e não outro, sature a
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II No chão me deito à maneira dos
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a voz que vem do Nordeste, os fetic
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CANTO AO HOMEM DO POVO CHARLIE CHAP
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Falam por mim os que estavam sujos
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e vamos contigo arrebentar vidraça
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Ser tão sozinho em meio a tantos o
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o tempo anda. És vidraceiro. Varre
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DRUMMOND VIDA E OBRA
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desenhos de LuizTrimano, 1981 — R
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V — OBRAS EM COLABORAÇÃO 1962 Q
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de seus livros. 1943. É publicada
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Ziraldo). Edição inglesa de The m
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